Vermelho, vermelhaço, vermelhusco....

por: Kathy

Hoje foi a festa junina da escola do Samuel. Não foi uma festa junina tradicional com caipiras e quadrilha, mas uma festa regional, baseada em manifestações populares festejadas em junho: O Boi-bumbá de Parintins, de Amazonas, e o Cavalo Marinho, folguedo da zona da mata de Pernambuco e da Paraíba.

A minha primeira reação que tive quando soube do tema da festa foi: nossa, que pena, não vou fantasiar o Sam de caipira! rs... Mas logo depois fui inserida em toda a preparação da festinha e me encantei com o processo todo e o resultado final.

Na sala do Samuel as crianças participaram de absolutamente tudo: aprenderam sobre o festival de Parintins, assistiram vídeos sobre as toadas e os bois Garantido e Caprichoso, recortaram os corações e estrelas de suas fantasias, ajudaram a fazer o boi de papier mache, ensaiaram, assistiram os ensaios das outras salas e dos funcionários, que também se apresentaram (Dança do Cavalo Marinho, na foto), enfim, foi um processo completo e muito rico pras crianças, posso afirmar que eles se divertiram muito.

Em casa eu acompanhava as descobertas do pequeno e recebia também material informativo sobre o que ele estava conhecendo na escola, já que essas festas estão bem distantes da minha realidade aqui em São Paulo e o pouco que eu sabia era de ver no máximo pela televisão.

Foi muito legal acompanhar toda a preparação e o resultado hoje. A dança não teve aquelas grandes preocupações de ensaio, de passos, nada disso. Foi uma brincadeira pros pequenos mesmo, uma forma de demonstrar quantas coisas novas e diferentes eles aprenderam nesse período. Confesso que nem senti falta do tal chapéu de caipira e da quadrilha, hehehe...

Como sou uma mãe babona e exibida, coloquei aí um pouquinho da dança do filhote. Não reparem a câmera tremendo, a qualidade meio ruim do vídeo e a baba escorrendo no final, hahaha... É só pra vocês terem uma idéia mesmo de como foi bonito! E os pequenos por aí, vão se vestir de caipira? Quem gosta de festa junina levanta a mão! \o_

Imagem e vídeo: arquivo pessoal

Mamíferas nas Brumas

por: Kathy

"Embora estivesse ansioso por um filho, Gorlois fora indulgente, deixando que Igraine ficasse com a menina na cama e continuasse a amamentá-la, e até mesmo se abstivera de procurá-la, passando as noites com a criada Ettarr, para que ela não voltasse a engravidar, e com isso perdesse o leite. Também ele sabia quantas crianças morriam ao serem desmamadas antes que pudessem mastigar a carne e o pão.

Crianças alimentadas com água de farinha eram enfermiças e com frequência não havia leite de cabra no verão, quando estavam em condições de tomá-lo. As que tomavam leite de vaca ou de égua tinham vômitos e morriam muito amiúde, ou sofriam de soltura intestinal e não resistiam. Por isso, ele deixara Morgana mamar no peito, adiando assim a chegada do filho que desejava, por mais um ano e meio,no mínimo. Igraine tinha pelo menos essa razão para lhe ser grata, e não reclamaria, mesmo que ele lhe fizesse logo outro filho." (trecho do livro As Brumas de Avalon - A Senhora da Magia - Marion Zimmer Bradley - p. 19)

(...) "Quando a missa acabou, porém, os homens reuniram-se do lado de fora da igreja, e Gorlois apresentou-lhe a esposa do Rei Uriens, de Gales do Norte, matrona gorducha e solene, e a esposa de Ectório, que se chamava Flavila, mulher sorridente, não muito mais velha do que Igraine. Conversou com ambas por alguns momentos, (...) mas o pensamento de Igraine afastou-se: pouco interesse tinha para ela a conversa das mulheres, e suas maneiras contritas a cansavam.

Flavila estava no sexto mês de gravidez, a barriga começando a aparecer sob a túnica de estilo romano, e depois de algum tempo a conversa centrou-se em suas famílias. Flavila já tivera duas filhas, mortas de soltura intestinal no verão do ano passado, e alimentava esperanças de que, desta vez, teria um filho.

A mulher de Uriens, Gwyneth, tinha um filho mais ou menos da idade de Morgana. Fizeram perguntas sobre a filha de Igraine, e discutiram sobre a eficiência dos amuletos de bronze contra as febres de inverno, e sobre a simpatia de colocar o livro de missa de um padre no berço, contra o raquitismo.

- É a má alimentação que causa o raquitismo - esclareceu Igraine - Minha irmã, que é sacerdotisa-curandeira, sabe que nenhuma criança que tenha mamado durante dois anos completos, num peito sadio, jamais sofre de fraqueza, e que isto só acontece se ela for entregue a uma ama-de-leite desnutrida ou se for desmamada cedo demais, e alimentada com água de farinha.

- Eu acho isso uma superstição tola - opinou Gwyneth - O livro de missa é sagrado e eficiente contra todas as enfermidades, sobretudo contra as doenças de crianças pequenas, batizadas contra os pecados dos pais, e que não cometem nenhum pecados elas mesmas.

Igraine sacudiu os ombros com impaciência, sem querer discutor esse absurdo. As duas continuaram conversando sobre simpatias para doenças infantis enquanto elaolhava pra um lado e para o outro, esperando uma oportunidade para deixá-las." (trecho do livro As Brumas de Avalon - A Senhora da Magia - Marion Zimmer Bradley - p. 56)

Poxa, que pena que ainda não existia o Mamíferas na época do rei Arthur. Igraine, mãe da futura sacerdotisa de Avalon Morgana, está no caminho certo usando o que as outras mulheres da época (só da época?) não pareciam fazer. Ela obedecia sua intuição de mãe e utilizava como parâmetro seguro as bem sucedidas experiências familiares.

Achei engraçado a parte em que ela privilegia a amamentação e a cama compartilhada e com isso o marido vai dormir com a empregada porque me lembra alguns comentários que já recebemos, dizendo que ao darmos "mais atenção para as crianças do que para os pais", perderíamos os maridos. Acho que a Igraine deve pensar como eu pensaria: bom, se o marido é um imbecil a esse ponto, melhor que se vá mesmo, não é? rsrs. Correndo, aliás!

Interessante também a conversa com as outras mães, Igraine tentando abrir as cabeças das duas sem sucesso, e depois desistindo num claro "sorria e acene" da época medieval. Quem nunca se viu aí numa conversa parecida? Não estamos obviamente tocando em nenhuma questão religiosa, mas é triste pensar que ao invés de amamentar seus filhos elas preferiam acreditar no que diziam os padres (aí representando a autoridade suprema da época, aquela que não podia ser contestada), em detrimento à saúde dos próprios filhos.

Pena mesmo que a Igraine não podia ler o Mamíferas. Se lesse, ela ia saber que é perfeitamente possível e desejável continuar amamentando, mesmo grávida, se é que era isso mesmo o que ela desejava (acho que não!) rsrs. De toda forma, Aqui por exemplo temos várias informações sobre isso, para o deleite das Igraines modernas.

Enfim, acabei de ler esse livro na semana passada. Estou agora no segundo volume, que começa, aliás, com uma forte cena do parto da Morgana, filha da Igraine. Daqui um tempo escolho novos trechos mamíferos para dividir com vocês! Leitura recomendada!

Imagem: http://semantink.com/wordpress/wp-content/uploads/2009/11/list81.jpg

A magia das bancas de jornal

por: Kathy

Mais uma daquelas paixões passadas de mãe pra filho por aqui. E não, não é o Menudo! :) Quando eu era pequena não havia coisa que eu gostasse mais de fazer do que ir com a minha mãe até a banca de jornal. Passeio fácil, rápido, baratinho, tem uma banca em cada esquina, e dentro dela centenas de milhares de possibilidades.

Me lembro perfeitamente do quanto eu amava uma dessas revistinhas de atividades da época em que eu era criança. Se chamava Alegria e Companhia, vocês se lembram dela? Era a revista do palhacinho Alegria, tinha historinhas, brincadeiras, passatempos, receitas, poesias, era uma delícia de revista, muito bem feita e diferente de tudo na época. Eu pedia pra minha mãe comprar sempre, e lia tantas vezes cada exemplar que chegava a decorar as frases. Me recordo em especial de algumas receitas como um bolo de biscoitos de morango que era molhado com groselha e leite (suuuper saudável, héim? rs). Nossa, eu acho que cheguei a ficar até doente com vontade de comer esse bolo! Me lembro tão bem de quando finalmente comi, que chego a sentir até o gostinho, nhammm :)

Já falei aqui sobre o quanto eu amo a Turma da Mônica, mas uma das coisas mais marcantes da minha infância também eram os Almanacões de férias da Turma da Mônica. Se não me engano eles ainda existem. Nossa, que maravilha! Eram imensos, com muitas e muitas páginas de passatempos, e muitas páginas para colorir, eu amava demais, passava grande parte das férias zanzando com aquele livrão na mão pra lá e pra cá. Preciso me lembrar de comprar para o Samuel agora em julho!

E as figurinhas? Não entrei nessa onda das figurinhas da Copa porque eu não sou lá essas coisas com futebol, mas me lembro de muitos álbuns que me marcaram muito e que eu amava, como aquele "Amar é...", do "Snoopy" dos "Filhotes Fofinhos" "Bem me Quer" e o do "Menudo" (ao lado)!! rs... vivia comprando os envelopinhos, trocava com os amigos, disputava quem completava o álbum primeiro, era uma festa!

Assim como as bancas de jornal, aliás, continuam sendo uma festa pra mim. Tantas opções, tantas possibilidades de diversão, dá pra ficar até perdida. Procuro levar o filhote para explorar as possibilidades. Respeito seus gostos, faço sugestões, mas acabo mesmo levando o que ele tem vontade de conhecer e brincar. Apesar de já termos a assinatura da Turma da Mônica, sinto falta de uma revista como era pra mim a Alegria. As disponíveis hoje ainda não me conquistaram, nem ao pequeno. Será que algum dia ainda encontro algo de tanta qualidade como as revistas que me marcaram quando eu era criança?

Imagens: http://4.bp.blogspot.com/_Bv0rxFp4Jmw/

Um dia de domingo

por: Kathy

Hoje foi um dia daqueles... Samzinho amanheceu com um febrão todo chorosinho, pedindo colinho, afago, chamego, e eu passei quase que o dia todo em função dele, e sem possibilidade de dividir com ninguém, né, afinal, aqui somos eu e eu mesma. Mas deu tudo certo e foi um dia tranquilo no final...

De manhã entrei direto com a homeopatia e a resposta, ainda bem, foi bem rápida. Depois de uma hora e pouco de medicação ele sentiu bastante cansaço e dormiu duas horas seguidas. Quando acordou a febre já estava mais baixa. Tomou uma bela canjinha (meu santo remédio pra essas febres), e dormiu de novo. Duas horas de sono e ele já estava sem febre, mas ainda meio enjoadinho.

Acordou com fome e pedindo pão, que eu não tinha mais em casa. Resolvi o problema com uma brincadeira que o animou e terminou num lanche gostoso: fizemos pãozinho caseiro. Não sou especialista em culinária, não tinha fermento biológico, mas não é que ficou gostoso? Resolvi dar a receitinha pra vocês aproveitarem. É ótimo pra fazer com as crianças porque é uma massa não muito grudenta e dá pra modelar fácil.

Pão de minuto

4 xícaras de farinha de trigo (pode usar a integral)
uma pitada de sal
6 colheres de manteiga ou margarina
2 xícaras de leite
4 colheres de fermento em pó
sementes de gergelim
uma gema para pincelar

Misture até desgrudar a massa das mãos (se necessário acrescente mais um pouco de farinha), faça bolinhas pequenas, pincele as gemas e espalhe o gergelin por cima. Asse até ficarem douradinhos e está pronto. Delícia!

Depois do lanche assistimos um DVD juntos e mais tarde ele recebeu a visita do pai, que jogou alguns joguinhos com ele. (só atividades calmas pra não cansar o doentinho)... Terminamos o dia com mais sopinha, um bom livro e mais uma dose da medicação.

Ele está melhor, dormiu logo, mas o dia foi mega cansativo, agora eu é quem estou precisando de uma sopa e uma caminha... E lá se foi o domingo! E vamos, que amanhã é outro dia!

Imagem: http://phobosedeimos.files.wordpress.com/2009/09/calendario1.jpg

Tá de brincadeira?

por: Kathy

No domingo fui ao cinema com meu namorado assistir Fúria de Titãs e fiquei boquiaberta com dois trailers que passaram na sequência. O primeiro é do novo filme do Adan Sandler, chamado Gente Grande (Grow up). O segundo é o filme novo da Jennifer Lopez, chamado Plano B (Back up plan) (esse estréia hoje, aliás).

Gente Grande é uma daquelas comédias bem escrachadas, conta a história de grupo de amigos que jogava juntos num time de basquete e que se reencontra depois de anos no dia do enterro do seu antigo treinador. Cada um aparece com suas famílias, esposas e filhos e o filme se desenrola fazendo piadinhas sobre o envelhecimento e amadurecimento (ou não) de cada um.

Mas querem saber o que me chocou MESMO? Em uma cena que fez o cinema inteiro gargalhar, a esposa de um dos personagens principais abre alguns botões do vestido e amamenta o filho em público. Como o menino já é grande ele mama em pé (com ela sentada) e a mãe tem aquele tipo bem americano, com seios enormes, pra aumentar a gracinha da piada.

O Adan Sandler faz aquela cara de idiota que lhe é peculiar e pergunta abismado "Quantos anos ele tem??", no que o pai do menino responde, meio constrangido "48 meses", ou seja, 4 anos. Isso bem no dia em que eu escrevi meu post sobre 4 anos amamentando, héim? Sacanagem ou não? rs rs...

Ok, ok, eu pensei, humor negro, politicamente incorreto, não vou estressar com isso... Imaginei quantas outras piadinhas preconceituosas e bobas o filme todo deve ter. Deixei pra lá, peguei mais uma pipoquinha e comecei a assistir o próximo trailler.

O trailler seguinte era do filme da Jennifer Lopez. Outra comédia, mas menos escrachada, aparentemente numa pegada mais romântica, nada a ver com o tipo de filme que eu gosto, mas ok, fui assistindo. Na história ela está doida pra ter um filho e resolve fazer uma produção independente porque não aguenta mais procurar por um "homem ideal". Acontece que bem no dia seguinte ao da inseminação ela conhece um cara incrível e apaixonante e ao mesmo tempo descobre que está grávida.

Como o cara aparentemente e mesmo incrível e super legal ele aparentemente resolve encarar a gravidez junto com ela. Até aí, ok, mundo novo pros dois, cheio de piadinhas idiotas, até que em um dado momento eles vão assistir um parto domiciliar. Tá lá a mulher parindo numa banheira inflável no meio da sala, uma confusão, gritaria, bagunça, e o cara leva um susto quando vê o nenê nascendo, e ela grita apavorada: "o eu não vai ser assim não!" no que ele responde: "pelo menos você se depila!".... Argh, gente... Quanto preconceito junto!

Meu namorado foi cauteloso, até. Não riu das piadinhas, (ai dele! rs) mas ficou me olhando e deu risada de mim porque sabe que e fico brava mesmo com essas coisas. Cara, que raiva, não entendo por que tanto preconceito idiota envolvendo a maternidade mais natural. Pra "ajudar" ainda vem esses filmes imbecis fazendo piadinhas infelizes com as coisas que a gente briga tanto pra desmistificar... Fica difícil assim, viu?

Adan Sandler, Jennifer Lopez, já não ligava muito pra vocês dois mas tenham certeza que ganharam minha antipatia eterna depois dessas piadinhas sem graça. Fica o aviso aí héim, meninas: passar longe desses filmes, principalmente se resolverem assistir ao lado de quem você está tentando convencer sobre os benefícios desse mundo mais mamífero, porque vai dar pano pra manga depois. É pedir pra se irritar! rs...

Ah, se alguém tiver estômago, os trailers estão linkados nos títulos dos filmes aí em cima.

Imagem: http://www.seminaeducativa.com.br/website/img/produtos/boneca%20de%20parto%20natural%201.jpg

4 anos de amamentação

por: Kathy

Samuel completou 4 anos no último dia 25 de maio. Quatro anos de vida e quatro anos de amamentação. Assustou? Por que? Acha estranho uma criança de quatro anos que ainda mama no peito? E se eu dissesse que ele toma mamadeira, você acharia estranho também ou um pouco menos estranho? Qual é a sua referência do que é normal e saudável, do que é aceitável e o que é exagerado?

A minha referência é o que funciona pra mim. Continuo firme e forte rebatendo o argumento mais forte de todos, o Mito número um: "amamentar por muito tempo deixa a criança dependente da mãe, insegura" Eita, que alguém que faça uma afirmação dessas não deve conhecer o meu filhote! Ele é uma criança absolutamente tranquila e segura, tem lá seus medos e seus receios normais, mas nada diferente de qualquer outra criança da idade dele. Não chora sentindo minha falta quando está na escola ou com familiares, não estranha as pessoas, confia em mim e sabe que estarei por perto quando necessário, e sabe também que, quando estou longe, é algo temporário. Concluindo: sem problema algum com insegurança por aqui!

Segundo mito, vamos lá: "é um apego mais da mãe, que 'não quer deixar a criança crescer', do que da própria criança." Nunca forcei um desmame, e nem pretendo, assim como ele até hoje nunca manifestou intenção de parar de mamar no peito. Amamentar, principalmente nessa demanda que o Samuel tem hoje em dia - uma vez ao dia, antes de dormir - não me incomoda, pelo contrário, acho gostoso e tranquilo, não me atrapalha em absolutamente nada e por isso não tenho a menor vontade de parar. Para ele, é um momento de aconchego e carinho, um tempo que continua sendo só nosso. Não vou obrigá-lo a largar uma coisa que é tranquila tanto pra mim quanto pra ele, só porque o mundo não acha o mais "correto". Não acho que seja questão de apego nem da minha parte, nem da parte dele. Vamos no nosso tempo, tenho certeza que ele será o primeiro a me dizer que não quer mais quando chegar o momento certo de parar de mamar e eu certamente respeitarei a vontade dele.

Terceiro mito: "o leite materno não tem tanto valor nutricional para crianças maiores de 2 anos." Vixe, que nada! Tremenda bobagem! Isso não sou eu quem está falando não, tá? Inúmeras pesquisas comprovam que o leite materno continua sendo um fonte importante de proteina, gordura, cálcio e vitaminas, mesmo após os dois anos de vida da criança. E tem mais: crianças amamentadas tendem a adoecer muito menos já que o leite materno aumenta a imunidade dos pequenos que de lambuja ainda sofrem muito menos com alergias. Teoria comprovadíssima lá em casa: meu pequenino, graças aos céus e aos peitões, tem uma saúde ótima!

Quarto mito: "amamentar faz a criança se desinteressar por outros alimentos." Rá! Mais uma teoria feita por alguém que certamente não conhece meu Samuelzinho, que come muito bem, e sem "frescuras". Não troca peito por comida, não! Cada um na sua hora, claro, mas sem prejudicar nem uma coisa nem a outra.

Quinto mito: "amamentação prolongada incentiva na criança uma sexualidade precoce". Hahaha, só posso rir, né? Primeiro, algo que repetimos sempre por aqui: a maldade e a erotização está no olhar do adulto, não no da criança. Em segundo lugar, somos animais mamíferos, sou uma mamífera humana e por isso naturalmente meus seios tem uma função específica: amamentação da cria. Culturalmente - e digo isso porque o seio certamente não é considerado erótico e ligado à sexualidade em todas as culturas do mundo - os seios também tem um importante papel na estimulação sexual, mas isso em um contexto e em uma conotação completamente diferente da amamentação e certamente é algo que passa muito longe do pensamento do meu pequeno e, obviamente, do meu também, quando estou amamentando.

Sexto mito: "meninos que são amamentados por muito tempo ficam 'obcecados' por seios." Discordo, primeiro pelo preconceito de gênero que já revela que é uma teoria baseada na maldade do olhar adulto. Por que só meninos ficariam obcecados? Por que não aconteceria também com meninas? Mais uma vez uma questão cultural: a nudez que não é tratada com a naturalidade devida, mas sempre inserida num contexto erótico, que é a base também do preconceito que muitas mulheres sofrem ao expor os seios para amamentar seus bebês, sendo convidadas a se retirarem de lugares públicos ou tachadas de exibicionistas e outras bobagens do gênero. Não acho que as crianças - tanto meninos quanto meninas - se tornem obcecados pelo seio, mas sim que relacionem o seio com o prazer (não erótico, é claro) da amamentação, da saciedade, e portanto busquem sim o peito da mãe por curtirem esse momento de aconchego e carinho. Não aconteceu aqui em casa, mas acho perfeitamente normal e, com crianças maiores é possível conversar sobre os momentos mais adequados de "buscar" o seio da mamãe sem, por exemplo, deixá-la nua no meio da rua quando ela não está preparada pra isso.

Sétimo mito: essa é mais uma dúvida mesmo, já estou acostumada a responder: "Mas afinal, depois de tanto tempo, você ainda tem leite?" Geralmente, dependendo do meu humor no momento e da pessoa que pergunta, eu respondo: "Tenho sim, quer ver?", que pode soar tanto como uma gracinha quanto como uma patada, dependendo da entonação, claro. Mas a resposta "correta" seria que tenho sim, já que o que estimula a produção de leite é o fato da criança/bebê sugar o seio. Essa sucção estimula a liberação de um hormônio chamado prolactina, que faz com que o leite seja produzido, e de outro hormônio bastante nosso conhecido, a ocitocina, que também auxilia da produção e liberação do leite. Tudo isso acontece em questão de segundos, claro. Uma verdadeira "mágica" da natureza. Eu não tenho leite vazando do peito como em geral acontece com uma "ocitocinada" mãe de recém nascido. É que depois de tantos anos o meu corpo foi se ajustando gradualmente à demanda do Samuel - cada vez menor. Mas nunca faltou leite, não, já que ele é produzido na hora em que é solicitado. Perfeitinho, né? Também acho.

Oitavo mito: "Amamentar por muito tempo deixa o peito caído". Essa é uma questão bem particular porque depende muito do tipo de corpo, da musculatura da pessoa, da pele, de como o peito era antes da amamentação. A minha resposta pra essa questão é praticamente a mesma acima: "Quer ver?" rsrs, que pode ser ao mesmo tempo recebido de forma engraçada como uma patada. Outra coisa que costumo dizer assim meio que de brincadeira é que não tenho recebido reclamações nesse sentido - falar com o senhor namorado para mais detalhes :). O resumo é que na MINHA experiência não ficaram caídos, não. Na gravidez e começo da amamentação o que aconteceu é que meus seios ficaram grandes e lindos - confesso que adorei - depois voltaram ao tamanho normal - sempre tive seios pequenos - sem grandes diferenças no antes e depois (o formato do bico mudou, mas achei que ficou mais bonito, na verdade). Não tenho o mesmo peito de quando tinha 20 aninhos, mas pesa mais aí o fator idade do que a amamentação, podem ter certeza. Pode até ser que tive sorte, vocês vão dizer, mas essa é a minha experiência. Quatro anos depois e nada de peito caído, somente mais um mito derrubado! To me sentindo no Mythbusters, ahahaha

Nono mito: não é bem um mito, são aquelas explicações de sempre: "Ah, acho lindo sua história, mas comigo não deu certo porque eu não tive leite suficiente/meu leite secou/tive que voltar a trabalhar/tinha muita dor na hora da amamentação/meu bebê tinha muita fome/acrescente aqui mais explicações do gênero". Ok, isso dava um post, mas vamos lá: o segredo para amamentar é... amamentar! Como lemos na explicação acima sobre como o leite é produzido: quanto mais estimulação/sucção do bebê ou criança, mais leite é produzido. Leite não seca sozinho, mas se você ceder à complementação, a falta de estímulo das glândulas vai sim diminuir gradativamente seu leite. Leite não seca do dia pra noite, é um processo gradual. Resista aos complementos, procure ajuda especializada para as dores e problemas na hora da amamentação. Sugestões aqui, aqui e aqui. Amamentar não pode doer ou causar desconforto, se isso acontece, algo está errado. Insistindo na amamentação seu corpo voltará a produzir leite suficiente para matar a fome do seu bebê. Ah, e não se esqueçam, eu voltei a trabalhar quando o Sam tinha 5 meses, ele ficou exclusivo no peito até 6 meses e eu nunca parei de amamentar. Estocava leite, ia amamentar na escola, e mantive a rotina de amamentação em casa. Quando a gente quer de verdade, a gente dá um jeito!

Sobre essa experiência de amamentar por tanto tempo e desde sempre em livre demanda, tenho a dizer que foi para mim algo extremamente natural. Samuel mama desde os primeiros minutos de vida. Não tive problemas sérios de amamentação fora uma pequena dificuldade na pega logo quando ele nasceu, mas que foi logo resolvida. Sempre desejei amamentar e me mantive firme nesse desejo, mesmo em épocas mais difíceis como na volta ao trabalho ou quando ele acordava inúmeras vezes durante a noite. Em alguns momentos de cansaço pensei sim em parar, mas logo voltei atrás e segui o que sempre considerei o certo pra meu filho e pra mim, coisa que continuo fazendo até hoje na maior alegria, confesso.

Bom, acho que consegui responder as questões mais comuns relacionadas à amamentação prolongada, mas se faltou alguma coisa é só escrever aí nos comentários que vou procurar responder com o maior carinho. Se eu não souber, certamente procurarei alguém que saiba. E quem amamenta criança maior de 2 anos, me faça um grande favor, deixe aí um comentário com o nome e idade da criança, pra gente ter uma idéia de quantas somos, e tenho certeza que somos várias. Tá combinado?

Imagem: http://iamachild.files.wordpress.com/2009/10/keralite-mother-and-child-breastfeeding.jpg

Exercitando a ironia

por: Kathy

"Quero mais é marcar a hora do parto junto com o meu astrólogo! Escolher dia, hora, minuto e segundo, ascendente, lua e todos os planetas favoráveis. Meu bebê vai ser um sucesso!"
- Vai na fé, nêga!

"O negócio é começar a comprar logo o Nan desde os primeiros meses, estocar mesmo. Mucilon, leite Ninho, aproveitar preço mesmo, sabe?"
- Claro, não tem coisa melhor.

"Você não acredita que coisa mais fofa! Achei um kit com sete tipos de mamadeiras diferentes, uma pra cada dia da semana, coisa mais lindinha do mundo! Agora só falta encomendar as chupetinhas com Swarovsky que eu vi com a filha da minha amiga. Fofo demais, minha neném não pode ficar sem!"
- Nossa, dou a maior força!

"Daí o lustre vai combinar com o papel de parede, que estará no mesmo tom do jogo de berço, que por sua vez combina com o edredon da cama da babá! Lindinho demais! Claro que ela vai dormir no quarto do bebê desde a primeira noite, né? Imagina, só vou querer descansar depois de toda essa coisa de hospital, visitas, ufa!
- Menina, vai com tudo!

"Quero mesmo é alugar um aparelho de ultrassom e chamar a família inteira pra conhecer o seu bebê em 3D, 4D, 5D, sei lá o que D. Você não acredita, o pacote dá direito com direito a óculos, pipoca e lembrancinha pra todo mundo!"
- Nossa, que legaaaal!

"Affe, essa história de tipo de parto é bobagem porque, afinal, minha família inteira nasceu de cesária e está todo mundo aí vivinho da silva e sem nenhum trauma! Aliás, você também nasceu de cesárea, não foi não?
- Foi, foi sim! Tá certíííssima...

"Amamentar deixa o peito caído..." "colo deixa bebê mal acostumado" "a melhor forma de fazer a criança acostumar a dormir a noite inteira e largá-la chorando" "ah, uns tapinhas de vez em quando não são nada demais, né? Um tapinha na mãozinha pra aprender a respeitar!"
- Pô, super te apóio!

"Fala a verdade... Criança tem mesmo que começar a comer com uns 2, 3 meses, assim a gente tem mais liberdade, pode sair e deixar a molecada com quem a gente quiser que não fica nessa dependência de peito, peito, peito, né??"
- AHAM!

"Ninguém merece ficar carregando criança enrolada em pano, coisa mais esquisita, deve fazer mal pras costinhas, pras perninhas, coitados dos bebês, bem coisa de gente bicho grilo isso, não acha não? Carrinho serve pra que?"
- Né?

"Homeopatia é coisa de quem gosta de sofrer, imagina só, deixar a criança ardendo em febre quando poderia cortar com um antitérmico rapidinho? Coisa de doido, né?"
- De maluco!

"Imagina se eu perco a minha liberdade com meu marido dividindo cama com criança? E a intimidade do casal, como é que fica? Filho meu vai pro quartinho dele desde a primeira noite! Não acha não!?"
- Claro, claro...

Vocês tem sim todo o direito de escolherem fazer o que acharem melhor, com certeza! Mas façam só um grande favor pra mim? Nem vai doer, eu prometo... Peguem todas as suas certezas e convicções que certamente são o oposto completo de tudo o que a gente aqui acredita e prega diariamente e vão pra bem longe, mas bem longe MESMO daqui do Mamíferas? Meio cansadinha de ser irônica e de debater com quem simplesmente não acompanha a conversa, saca?

Pela atenção, MUITO OBRIGADA!
adieu!

Imagem: http://www.ideiaseartes.com.br/images/pinguim001_madagascar.gif (O popular sorria e acene)

O ovo e o vovô

por: Kathy

Tão difícil tocar no assunto "morte" com as crianças, né? Esse livro aborda essa temática: fala de como as pessoas que não estão mais aqui com a gente podem continuar vivendo nas nossas lembranças.

Conta vários momentos felizes de um avô e de seus dois netinhos e é inspirada na história real da relação dos dois filhos da autora com seu querido vovô - chamado carinhosamente de "vovô ovo".

Meu filhote se emocionou muito com a história, que conseguiu trazer à tona um medo que ele nunca antes havia verbalizado: o medo de que eu morresse. Depois de lermos juntos esse livrinho, ele, visivelmente emocionado, me disse que não queria que eu morresse nunca.

Acredito que esse seja um medo natural das crianças, eu mesma me lembro de ter muito medo de que algo acontecesse com meus pais, mas sinceramente não me recordo de ter falado sobre isso com eles algum dia. Era um medo com o qual eu lidava sozinha, no escuro do meu quarto, geralmente na hora de dormir, vinha aquele aperto no peito e um medo que me fazia chorar.

Fiquei feliz dele conseguir conversar sobre isso comigo. É claro que nunca poderei dar a ele a certeza de que estarei sempre aqui, mas acho que a idéia do livro ficou muito clara na cabecinha dela. Algum dia, todas as pessoas morrem, mas apesar de sentirmos saudade e dessa partida ser algo triste, os momentos felizes que passamos uns com os outros nunca deixam de existir porque vivem pra sempre dentro da gente.

Também ficou claro que ele pode me procurar e comversar sobre o assunto sempre que estiver triste ou preocupado com isso, e que estarei aqui para confortá-lo e pra ajudá-lo a se sentir melhor.

Recomendadíssimo, tanto para as crianças que ja demonstraram curiosidade com a questão da morte, tanto para as crianças que, como o meu pequenino, ainda não tinham parado por alguns minutos para pensar no assunto e falar sobre seus receios.

O Ovo e o vovô

Autors: Simone Schapira

Editora: Paulinas

Imagem: http://www.livrariasaraiva.com.br/imagem/imagem.dll?L=125&qld=50&A=-1&pro_id=1974746&PIM_Id=

Futuro Jedi

por: Kathy

Confesso que entre todas as milhares de opções de entretenimento oferecidos pela vasta e deliciosamente interessante "cultura nerd", a que menos me atrai é Star Wars. Que os deuses nerds me perdoem, mas a temática espacial nunca foi a minha favorita, mesmo. Me lembro de tentar assistir aos filmes várias vezes e sempre perder o interesse no meio do caminho. Nunca assisti um deles inteiro, sem parar. Sempre foi de picadinho, só pra não dizer que não larguei filme pela metade, sabem? Sabres de luz? Batalhas espaciais? Não, não, obrigada! Nunca foi minha praia.

Mas adivinhem vocês qual, entre essas mesmas variadas opções de entretenimento, chama mais a atenção do meu filhote? Sim, Star Wars, é claro! Ele adora, desde a primeira vez que viu bonequinhos de Jedis ficou alucinado. Escolheu como tema do aniversário dele, pediu um sabre de luz de presente, adora brincar que é um "Jedi".

Não deixei que ele assistisse aos filmes completos porque são realmente impróprios pra idade dele. A temática é complicada (muita política, diálogos muito complexos), algumas cenas de lutas são bem violentas e alguns dos personagens são, digamos, meio assustadores para crianças, como o Darth Maul, Palpatine, ou o próprio Darth Vader.

Ainda assim, ele já assistiu ao desenho Clone Wars, e também já viu algumas cenas dos filmes que eu vi antes pelo Youtube e "liberei" pra ele. E não tem medo do Vader não, viu? Pelo contrário, é alucinado por ele. Na Virada Cultural levei o rapazinho para a parada estelar, onde fãs desfilaram vestidos de personagens de Star Wars, e ele só queria saber do tal Darth Vader.

Mas estou falando tudo isso pra chegar num ponto importante e sobre o qual já falamos antes aqui: nossos filhos são pessoinhas incríveis, com seus gostos tão particulares, suas preferências próprias, suas vontades e interesses, e isso é lindo demais. Claro que é legal saber que ele adora super heróis como eu, e que curte ler histórias em quadrinhos, por exemplo, que temos gostos comuns e compartilhados.

Mas por outro lado, tambem acho um barato ver que ele gosta demais de uma coisa que descobriu sozinho e da qual eu mesma nunca fui muito fã. Muito legal ver que ele me instiga a aprender mais e conhecer coisas novas junto dele, rever conceitos e voltar atras em algumas coisas que pra mim ja estavam determinadas na minha mente.

Uma coisa simples como a paixão do meu pequeno por Jedis me fez refletir pacas sobre o quanto pode ser legal ver uma pessoa crescer diante da gente, formando opinião, aprendendo sobre o que gosta e o que não gosta, escolhendo, demonstrando vontade propria. Delicioso ver esses carinhas criando um mundo todinho deles, mesmo que seja totalmente diferente do que a gente espera e imagina.

Fico aqui so babando no meu Padawan (aprendiz de jedi, aprendi mais essa =op)

UImagem? http://rlv.zcache.com/yoda_future_jedi_apparel_tshirt-p235712456685817813q4ng_210.jpg

Doces lembranças

por: Kathy

- Manhê, trouxe "lição"
- LIçããããããoooo??????

Fique assustadaça, afinal, nessa idade, pelo menos pra mim, escola é lugar de brincar, ter experiências novas, conhecer coisas diferentes e fazer amigos, não de ter obrigação de aprender e de "estudar". Com 4 anos? Sem chances...

Bom, antes de ligar pra coordenadora (rsrs) resolvi pelo menos dar uma olhada na "lição". Ufa, que alívio! Achei bem legal, na verdade era um pedido pra gente conversar com as crianças sobre a copas do mundo. Falar sobre lembranças que a copa nos traz, como estava a nossa vida na última copa, conversar sobre jogadores que gostamos, e assim por diante. Assunto do momento também na escolinha, por que não, né?

Adorei a proposta, o Samuel simplesmente ama quando eu conto pra ele histórias da minha infância, quando mostro fotos de quando eu era criança, falo de brincadeiras que eu fazia, da escola e de passeios que eu gostava. Acho que relacionar essas conversas que temos em casa com as discussões e atividades da escola trazem significado e importância ao que ele vê por lá, além de aproximar a gente e proporcionar momentos divertidos de conversa em família.

Contei várias coisas: da pipoca doce verde e amarela que a minha mãe fazia pra gente comer enquanto assistia aos jogos da seleção (alguém lembra disso????), dos jornais que eu picava com meus primos pra jogar pela janela quando o Brasil ganhava, falei dos jogadores que eu lembrava (até mostrei umas imagens no Youtube pra ele), principalmente de 1994, quando o Brasil foi Tetra, porque é minha lembrança mais forte de Copas do Mundo.

Contei também que ele nasceu poucos dias antes de começar a Copa do Mundo de 2006 e que mesmo ele sendo bem bebezinho comprei pra ele uma roupinha verde e amarela do Brasil. Mostrei as fotos e a própria roupinha, que guardei de recordação. Muito divertido mesmo!

Já que a mobilização para a Copa do Mundo é inevitável, que tal entrar na onda, incentivar a torcida-mirim e aproveitar pra resgatar suas próprias lembranças de outros carnavais, quer dizer, outros mundiais?

Imagem: http://www.shockya.com/catalog/images/green_apple_popcorn.jpg

A festa do ultrassom

por: Kathy

A Kalu falou um pouco sobre isso recentemente aqui, mas tive vontade de complementar e explicar mais coisas. Nem cheguei a ver a reportagem inteira, mas li outro dia na capa da Folha de S. Paulo uma chamada para uma matéria sobre mães que alugam aparelhos de ultrassom pra mostrar o bebê que está na barriga pra toda família. Jesus, até me arrepiou essa história, sabiam? O título da matéria era "Ultrassom agora é festa". Procurei a versão on line, mas é fechada pra assinantes.

Mas devo dizer que fiquei chocada! Imaginem só, já acho um absurdo as grávidas que fazem ultrassonografias em todas as consultas de pré-natal, acho um crime médicos que mantém aparelhos de ultrassom em seus consultórios, imaginem só vocês o que eu penso de alguém que aluga um aparelho pra fazer isso em casa!? Assim, só pela graça de mostrar o bebê mesmo, sem finalidade alguma. Isso ao custo de 1500 a 2 mil reais!

Fazer o exame duas ou três vezes durante a gravidez é muito mais do que suficiente. Conheço algumas mães que fizeram até menos. Conheço outras que não fizeram nenhum. Entendo e compartilho da vontade de saber como o bebê está, de repente saber também o sexo da criança. Acho legal guardar o vídeo do ultra e algumas "fotos" de recordação. Sei o quanto é lindo ver nosso bebezinho perfeitinho pela tela, saber que ele está crescendo e se desenvolvendo, mas pra que esse exagero todo?

Fazer exames demais sem necessidade é um desperdício de tempo e de dinheiro. É também uma mão na roda pra médicos intervencionistas, que começam a enxergar nas imagens do ultrassom "problemas" e mais "problemas" como pouco líquido, baixo peso, peso alto, cordões enrolados, possívels "má formações" e mais uma imensidão de motivos para uma cesárea "emergencial" marcada para o dia seguinte (ué, não era emergencial?). Fora que qualquer probleminha "detectado" no ultrassom já tira o sono da mãe, deixa os pais preocupados, atrapalha a gravidez mesmo.

2D, 3D, 4D, daqui a pouco estaremos entrando na barriga com uma câmera pra ver o bebê! Além de ser caro, desconfortável - a posição do ultra para mamães com barrigas já grandinhas é terrível, dolorida, só perde mesmo pra posição tradicional de parto vaginal (irônico, não) - não há certeza absoluta de que ultrassons sejam inócuos para os bebês, e o risco pode se agravar dianta da repetição excessiva desse tipo de exame.

Acho engraçado ver algumas mulheres grávidas completamente paranóicas, com medo de pintar o cabelo, medo de passar creme hidratante, de passar esmalte na unha, de sei lá mais o que, e divulgando felizes da vida que o obstetra é Ó-TI-MO, tem "até aparelho de ultrassom no próprio consultório, imagina, que beleza?"... Pffff... Pois sim, viu? Falta de noção mandou um abraço!

Imagem: http://blogdolele.blog.uol.com.br/images/Ultrassom.JPG

Maternidade na mídia

por: Kathy

Em pleno domingo de dia das mães os jornais, revistas e programas de televisão pegaram forte no tema maternidade. O editorial da Folha de S. Paulo falou sobre a quantidade de cesareanas no país, chamando o fenômeno, com toda razão, de epidemia.

Gostei, leiam trechos: "A média nacional apurada pelo IBGE alcançou 46,6% em 2007, último dado compilado. É mais que o triplo da proporção recomendada pela Organização Mundial da Saúde, 15%. (...) O Estado de São Paulo, segundo pesquisa de 2008 da Seade, atingiu 56,7%. O fenômeno suscita preocupação, pois cesarianas acarretam risco maior para a mãe e o bebê. A mortalidade materna é 3,5 vezes maior na cirurgia. Crianças que nascem antes do prazo, por erros de agendamento, têm risco 120 vezes aumentado de desenvolver problemas respiratórios agudos. (...)"

Melhor ainda o final, ressaltando que a palavra final é da mulher, mas que para que ela possa tomar uma decisão consciente de riscos, deve ser devidamente orientada por seu médico: "O excesso de cesarianas não será contido com acessos de moralismo. A decisão, em última instância, deve ser da mulher. Mas é importante garantir o acesso a informações, papel educativo a ser exercido antes de mais nada pelos médicos. Cabe a seus órgãos representativos zelar para que os profissionais não ponham conveniências pessoais à frente dos interesses dos pacientes."

No Uol (obrigada pela dica, Dhan! :*), uma matéria sobre parto normal começa o texto falando de Gisele Bündchen, insinuando que o parto domiciliar dela fez o parto em casa voltar "à moda"... Triste esse negócio de "modinha", mas enfim, apesar de alguns (muitos)exageros sobre os perigos do parto domiciliar, a matéria conta com entrevista do obstetra Ric Jones, com depoimentos sobre parto humanizado, informações interessantes sobre doulas e casas de parto e com m quadro bem interessante de comparação entre mortes em partos normais e cesáreas em 2009, vejam:

Parto normal X cesárea no Brasil em 2009

Fonte: Ministério da Saúde

Total de partos normais: 1.293.993
Mortes em partos normais: 188
Total de cesáreas: 687.400
Mortes em cesáreas: 336

Para ler a matéria completa, clique aqui

Como nem tudo são flores, uma matéria terrível na revista do Jornal da Tarde detonava a opção por parto domiciliar (não achei o link, mas também, acreditem, nem vale a pena). A Veja não falou sobre parto mas trouxe uma matéria na área de maternidade sobre ajudar o sono dos bebês com algumas declarações tenebrosas de um pediatra sobre bebês se "acostumarem mal" no colo. Péssimo. A única coisa que vale a pena são as fotos lindas que ilustram a matéria. Link aqui

Não venham me dizer que não tenho humor, mas detestei a Ingrid Guimarães encarnando aquela top model sem graça que imita a Gisele Bündchen. Ok, assumo que a imitação é boa e tem tiradas engraçadas, mas a forma como fala da gravidez e maternidade é terrível, futilidade sem fim... Uma pena... Link aqui

E vocês aí, que andam lendo na mídia sobre parto, maternidade e afins? Alguma coisa que preste? Linkem pra gente! E aproveitem para reclamar das atrocidades sem fim que somos obrigadas a ver por aí... Beijo!

Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQot2dSv-r85LGF4r3oMXf_2ws3epFfim1EDCgiTMTl3JcnlV1eKpyNQg2eI5pisGkPVfVIVc2EHuvw2U8XDlbwqRkbI6XpjDUDQx7Y7NxfBviq5LlkVAjTaMI_TynZuHDQe9DilLXMoc/s400/Bebe+lendo+JORNAL+-+LINDO!!!.jpg

A mais dolorosa das perdas

por: Kathy

Eu não tenho como mensurar a dor de perder um bebê. Eu sei, eu sei, esse assunto é pesado, denso, e dá arrepios ler essa frase: perder um bebê. Mas acho que podemos e devemos falar sobre esse tema aqui, principalmente se nossa abordagem puder de alguma forma ajudar alguém que esteja passando por esse tipo de experiência, seja na própria pele ou vivenciando a perda de alguém próximo e querido.

Nunca é confortável lidar com a morte. A gente se sente impotente e pequenininho diante dela. Lidar com a morte de um bebê que ainda nem nasceu ou que acaba de nascer causa um desconforto terrível porque significa ter de lidar com o vazio, mesmo. O vazio da barriga, o vazio do berço, o vazio das roupinhas compradas e não usadas, o vazio dos planos. Significa uma dor muito forte e solitária pois é preciso lidar com o fim de algo que talvez para os outros ainda não havia sequer começado, mas para quem carregava aquele ser na barriga já era uma realidade, uma vivência e convivência diária. Um amor já forte e incomparável.

O que dizer para uma mãe que passa por essa situação? É preciso dizer algo? Eu responderia que depende. O fundamental mesmo é respeitar o tempo de cada mãe. Demonstrar seu sentimento e colocar-se à disposição para que ela possa falar sobre o tema quando e se desejar, no momento em que desejar me parece das atitudes mais razoáveis. O luto é algo muito particular, e funciona diferente pra cada pessoa, afinal. O ideal para mim é dar tempo ao tempo e se mostrar disposto para apoiar no que for preciso.

Já vi muitas pessoas tentando consolar quem passa por um aborto dizendo coisas como "Você é nova, ainda pode ter muitos filhos". Acho que essa é a pior coisa que se pode falar numa situação dessas, pois na minha opinião desmerece a perda e dá a idéia de que aquele bebê é substituível, quando na verdade cada perda é única e traz uma dor única, que certamente a pessoa carregará com ela para sempre, como parte integrante de sua história de vida mesmo.

Enquanto pensava nesse post lembrei de uma mensagem escrita por uma enfermeira americana que passou por um aborto e que foi enviada há tempos na lista de discussões Materna, entitulada "Carta de uma mãe que perdeu seu bebê", cujo trecho dizia o seguinte: "Não diga: Você pode ter outro. Este bebê nunca foi descartável. Se tivesse a escolha entre perder esta criança ou furar meu olho com um garfo, eu teria dito: Onde está o garfo? Eu morreria por esta criança, assim como você morreria por seu filho. Uma mãe pode ter dez filhos, mas sempre sentirá falta daquele que se foi."

Essa carta foi publicada no ano passado no blog Materna Japão e poder ser acessada na íntegra aqui.

E o que fazer quando acontece com a gente? Nunca passei por essa experiência, não consigo sequer imaginar o tamanho da dor, da tristeza e da saudade. Sentir as contrações, vivenciar o trabalho de parto e o nascimento daquele bebê sem tê-lo depois nos braços pronto para começarem uma nova vida juntos é terrível, desesperador.

Mas, se é que posso me arriscar a dizer algo, eu diria: viva essa dor. Viva com toda sua intensidade o seu luto, para que o processo possa ter começo, meio e fim. As cicatrizes sempre ficam, visíveis ou invisíveis, e é bom que elas estejam ali, pois significa que de uma forma ou de outra superamos aquela etapa. E por superar não entendam, por favor, como esquecer, mas sim lembrar sem sentir uma dor dilacerante e impeditiva. Lembre-se também que você não está sozinha, e que muitas mães podem compartilhar com você seus aprendizados e desafios diante desse vazio.

(Texto em homenagem ao arrozinho, como eu carinhosamente o chamava, bebê de uma amiga querida, que virou anjinho nesse fim de semana de dia das mães deixando essa tia aqui meio sem palavras)

A paranóia da balança

por: Kathy

- E aí, quanto ele tem?
- tem seis quilos e 300 gramas
- ãh?
- O peso, oras...
- Não, eu estava perguntando quanto TEMPO ele tem!

Principalmente no primeiro ano do bebê a paranóia de comparação é tão grande que a gente só enxerga esse tipo de número na nossa frente: O bendito peso! Pegamos aquele diabo de tabela de percentil de crescimento infantil para cada idade e se qualquer valor não atinge o esperado em peso ou altura a gente já encana. E agora? Será que meu filho é normal? Será que minha filha está magra demais?

Esquecemos completamente que se a criança vem de uma família de pessoas baixas e magras, por exemplo, dificilmente vai ser um bebê grande e pesado. Esquecemos completamente que aquele é apenas um valor de referência, e não uma regra a ser seguida e cumprida à risca. Esquecemos que somos seres humanos com ritmos e organismos diferentes. Esquecemos que bebês amamentados no peito tem um ritmo de crescimento diferente dos amamentados com mamadeira. Esquecemos que cada bebê é diferente do outro e se desenvolve de maneira diferente também.

O que é realmente importante avaliar é se a criança está crescendo e se desenvolvendo, sem pirar nessas comparações alucinadas com outros bebês da mesma idade ou com essas tabelas malucas. O padrão de ganho de peso de um bebê não serve para outro. Não leve em consideração somente o peso ganho a cada mês, o número da curva que ele alcançou, mas também quantos centímetros o bebê cresceu naquele período. Isso porque em alguns meses eles podem engordar menos e crescer mais. Em outros meses, eles podem crescer menos e engordar mais, e assim vamos.

Se a criança está saudável, esperta, mamando no peito em livre demanda, fazendo xixi e cocô direitinho, crescendo e se desenvolvendo, mesmo que seja em seu próprio ritmo, está tudo certo, acredite! Gordura não é necessariamente um sinal de saúde. O desenvolvimento de uma criança não é medido somente com réguas e balanças. Essa idéia de que bebês gordinhos são bebês saudáveis é ultrapassada, é um mito enfiado em nossas cabeças por uma cultura que prega mamadeiras e leites artificiais como os salvadores da planeta.

Um pediatra que não apóia a amamentação certamente utilizará qualquer variação no ganho de peso do bebê como desculpa para introduzir o complemento de mamadeira com leite artificial. Essa atitude que parece simples, que tem como objetivo "resolver" o "problema de peso" acaba fazendo a mãe entrar num ciclo vicioso: ela oferece a mamadeira com leite artificial, o bebê então deixa de mamar no peito. Com a diminuição da estimulação do peito, diminui também a quantidade de leite produzida, o que aumenta a quantidade de mamadeiras, e assim a coisa caminha até o desmame completo. Terrível.

Essa mãe que tanto se preocupa com o crescimento de seu bebê deixa então de oferecer pra ele o melhor alimento que ela poderia, o leite materno, para então vê-lo "engordar" com mamadeiras e mais mamadeiras de leite artificial. Pra mim não faz sentido algum, de verdade.

Vamos parar de uma vez por todas de fazer essas comparações toscas de pesos e tamanhos de bebês? Vamos entender que números isolados não dizem nada e tratar de olhar para nossos filhos enxergando indivíduos e não curvas de crescimento? Então tá combinado!

Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMvWGhOwLMVQpBd7xXrGOMhbkYvecLV9riF8_OCVb2UAs5nYlXRKBbb3y4D5TXoybHC2cVCUkkH2hX-pwI0AEz_nxHsNIYAArqc5Ns-F55CqkC-dASHahfqA4INMqINqtt-NMrttsGCFQ/s1600/bb+balan%C3%A7a.jpg

Músicas infantis dos anos 80

por: Kathy

Eu quando pequena AMAVA Balão Mágico. Ouvia na minha vitrolinha amarela um disco após o outro, por horas e horas. Fazia o frasco de shampoo de microfone e dançava sozinha pela sala. Claro que as músicas do Balão Mágico estavam entre as primeiras que eu passei a cantar pro meu filho, desde a barriga. Elas mexem comigo mesmo, trazem lembranças gostosas, me fazem cantar junto e me lembrar da minha infância.

Geralmente não curto muito versões, sou meio tradicionalista, até com Balão Mágico, rs, mas quando um amigo me mostrou essa versão da Tiê pra "Se Enamora", eu me apaixonei. Daí resolvi vir dividir com vocês. O ritmo é tão gostoso que as crianças também vão curtir, com certeza. Quem foi criança na década de oitenta vai cantar junto, pode apostar.

Quer mais opções para resgatar sua infância oitentista e se divertir junto com as crianças com outras músicas infantis da época, além de Balão Mágico? Tente Brazilian Genghis Khan - Comer Comer - que é muito engraçado e os pequenos curtem, Trem da Alegria, Chispitas, O Carimbador Maluco de Raul Seixas, as letras deliciosas do especial Pirlimpimpim e, por que não, Vovó Mafalda atacando com um Tumbalacatumba.

Que mais? No lado mais trash da coisa eu gosto de ouvir com o Sam músicas do Menudo, Dominó e New Kids on the Block, que já são dos anos 90 mas que são meus grandes amores da pré-adolescência. O ritmo é legal, ele dança e a gente se diverte juntos. Falando em trash, prefiro deixar a Xuxa quietinha (basta dela, né?), mas, glup, confesso que fico nostálgica ao ouvir as paquitas cantando É tão bom, hahaha. Mas vê se não espalhem, héim?

Vídeo: Youtube

Palavras-chave

por: Kathy

Tô sempre de olho no Analytics do Google pra ver como anda nosso blog, quantas pessoas passam por aqui todos os dias, o que essas pessoas mais andam acessando, como elas chegam no Mamíferas, para onde vão quando saem daqui, enfim, coisas que todo mundo que mantém um site precisa saber.

Uma das coisas mais interessantes (e às vezes engraçadas) são as palavras-chave ou frases que trazem as pessoas até aqui por buscadores como o Google, Yahoo e afins.

Obviamente que a palavra que mais faz as pessoas chegarem até aqui é "Mamíferas" ou ainda "Mamiferas", sem acento, mas vocês imaginam qual palavra fica em terceiro lugar? Pois acreditem, para terror da Tata, que escreveu esse post aqui, essa palavra é "Barbie"! hahahaha...
Outra palavra que rende muitos acessos e pesquisas aqui é a maledeta (toc toc toc, isola, três vezes) "Candidíase", que foi tema desse post, chamado "Sai pra lá, candidíase!" escrito por essa mesma aqui que vos tecla.

E o povo sofre mesmo com a tal da cândida, viu? Impressionante! Porque várias pessoas entram aqui buscando por "banho de assento candidíase", "banho de assento com bicarbonato", "banho de assento com vinagre", "banho de assento com alho", "como aliviar coceira da candidíase" (ui!!).

Mulherada sofrendo MESMO, héim? Em breve vou convidar algumas amigas queridas aqui para falarem sobre como conseguiram se livrar dessa chatice de candidíase com ajuda de Kefir, um alimento funcional poderosíssimo. Aguardem!

Claro que tem algumas pessoas que chegam aqui procurando um tal de "banho de acento", hihi... Acento, meninas? Acho que tirando os agudos e as crases, esses banhos a gente não tem por aqui não, viu? hihi...

Febre é outra palavrinha bastante procurada, inclusive vejo lá muitas pesquisas sobre não medicar a febre, como por exemplo: "antitérmico - dar ou não dar?", "febre é uma boa", e outras combinações de palavras dentro dessa temática. Tanto a Tata como a Kalu já escreveram sobre esses temas: aqui e aqui.

Muitas questões sobre leite materno: "leite materno secando", "leite secando, que fazer?" "leite secou"... Calma, meninas, eu mesma já escrevi aqui sobre isso, assim como a Tata também abordou o tema nesse texto aqui, chamado "Mulher de peito, ou: Mulher, dê peito! Infelizmente tambem tem muita gente que cai aqui tentando descobrir "como secar leite materno". Sabemos não, viu? Aqui só trabalhamos com leite jorrando do peito, tá? :)

Falando em peito e em buscas engraçadas, não é que um bando de gente já apareceu por aqui procurando por "peitos de fora" "fotos de pererecas" e, pasmem, "mães gostosas"!!? hahaha... Só rindo mesmo... Gostosas nós somos mesmo, muito obrigada! Peitos de fora, e pererecas, favor buscar em outros brejos, ops, em outras freguesias, tá? Agradecidas.

Mas a gente sabe que essa história de chegarem aqui procurando pererecas é por conta do super polêmico post da Kalu: "Perereca frouxa - mito ou verdade?", que ainda teve uma continuação: "Perereca Frouxa e a vida sexual pós parto". É perereca pra tudo que é lado, assim o povo aparece procurando mesmo!

Ainda dentro desse tema de pererecas e afins, chega gente de todo lado aqui querendo saber sobre períneo, lacerações de períneo, operações de períneo, tudo relacionado ao nosso amigo. A Kaluzinha, especialista no tema, ao que parece, também já falou sobre isso nesse post aqui.

Mas, como em qualquer lugar, sempre tem um povo meio perdido, né? Cara chega no Mamíferas procurando o "cabelo da Gisele em 2010", "calcinha rosa com xixi" (héim?!), ou fazendo umas perguntas estranhas: "bob marley morreu?", "bacon com ovos faz mal?", ou ainda: "águias são mamíferas?"... Eu héim, pessoal!

Particularmente, a que eu mais gostei até agora foi "Aurea rima com?...", sempre quis saber essa resposta, se alguém souber, por favor, vê se me conta, tá? Beijos!

IMagem: http://www.apoiort.com/wp/wp-content/uploads/2009/08/lupa.jpg

De repente trinta... e um!

por: Kathy

Hoje é meu aniversário, tá na hora de ir até a barrinha lateral ali e apagar os 30 aninhos e trocar por 31. Cara, 31 anos, e eu aqui, me sentindo com uns 18 ainda, hahaha... Tem horas que eu olho em volta e meio que fico assustada. Cara, eu tenho um filho que está prestes a fazer 4 anos, um danadinho lindo demais, inteligente demais, carinhoso demais, que me surpreende todos os dias com palavras, gestos, olhares e escolhas.

Um serzinho que nasceu de mim e tá aí ganhando esse mundão e me estendendo a mãozinha, me puxando pra caminhar junto com ele. Que sorte, que sorte ser mãe desse carinha loiro e sapeca! É engraçado falar assim, mas tem horas que esses pensamentos estranhos tomam conta da minha cabeça mesmo. Me pego olhando pra ele e pensando... É meu! É meu filho, esse aí... Será possível? Eu sou MÃE! Mãe dele! rs...

Me assusto ao pensar que tô com 31 anos, já. Os anos passam e a gente nem percebe, e no fim aquela história que o Renato Russo dizia era verdade mesmo... "(seus pais) são crianças como você... o que você vai ser quando você crescer"... rs... Tô eu aqui, mãe, e ainda me sentindo tão menininha em tantos aspectos.

Claro, claro, menos inocente, mais vivida, mais experiente em muitas coisas, com mil e uma responsabilidades, trabalhando pacas, tomando chapuletada (ainda) em outras muitas coisas, com uns cabelinhos brancos a mais e talz (sim, eu tenho vários!!) mas na essência, eu ainda sou a mesma menina de sempre. E, quer saber, acho que isso não vai mudar não, ainda bem!

Perdoem o post meio reflexivo, afinal, meu ano tá começando hoje, é sempre um momento de dar uma pensada do que anda acontecendo, parar pra olhar pro que tá pegando, no que dá pra melhorar, então me peguei aqui justamente pensando no quanto essa idade todinha aí parece não combinar comigo ainda, hahaha... Será que algum dia vai combinar?

E vocês, queridonas companheiras balzaquianas? Ainda se sentem umas "garotinhas"? (As com menos de 25, favor não responder, ou haverão retaliações das "tias"! E parabéns pra mim, né? :)

Imagem: http://rlv.zcache.com/31_year_old_birthday_cake_mousepad-p144580953670202194trak_400.jpg

Quando o parto ainda dói

por: Kathy

Nos comentários desse post aqui surgiram questões das nossas leitoras sobre partos traumáticos e como superá-los. Como já falei um pouco aqui antes nesse post, eu também passei por um parto normal hospitalar cheio de intervenções chatas e que poderiam ter sido evitadas. Reescrevo abaixo um trecho:

"O que aconteceu comigo no meu parto foi o chamado "efeito-cascata" de intervenções. Por estar num lugar onde não me sentia a vontade (hospital), estava insegura, sem uma doula (uma acompanhante de parto), e com o pai do meu filho, que estava tão apavorado quanto eu.

Num certo momento do meu parto a dor das contrações estava insuportável. Eu então pedi a anestesia, o que não era minha idéia inicial (o plano era parir naturalmente). O problema foi que, por estar anestesiada, quando chegou a hora de fazer força para o bebê nascer, eu morria de medo pois não sentia nada! Não conseguia saber se estava fazendo força demais ou de menos, não controlava mais meu corpo e me travava com medo de "rasgar"...

Então me foi sugerida a episio, que eu aceitei prontamente. Poderia ter tido outra opção? Com toda certeza! Talvez o médico pudesse ter amparado meu períneo, talvez a anestesia pudesse ter sido um pouco mais fraca, a ponto de que eu conseguisse controlar minha própria força. Talvez até se eu estivesse melhor amparada, não tivesse nem chegado a pedir a anestesia."

Não tive o parto completamente natural que pretendia, sofri pacas com a recuperação da episiotomia, fiquei super magoada com o médico que subiu em cima de mim e empurrou minha barriga com o cotovelo para ajudar o nenê a sair (um procedimento antiquado, condenado, grosseiro, que pode machucar a gestante E o bebê, chamado manobra de Kristeller). Mas apesar de tudo isso, eu sei sim que fiz uma coisa muito difícil: consegui parir meu filho de parto normal num hospital de convênio e com equipe de plantonistas.

Não digo que tive um trauma com meu parto, mas foi sim complicado digerir algumas coisas dele. Mas, de coração, preferi transformar essas pequenas tristezas em aprendizado, em crescimento mesmo. Não tive o parto dos sonhos, mas aprendi muito com essa experiência, cresci demais, ganhei forças, e hoje me sinto uma mulher muito mais forte, poderosa e confiante no meu corpo e em mim.

Eu tinha vontade de parir em casa, mas acabei desistindo da idéia porque a família não ia concordar, porque iam me achar maluca, porque se acontecesse alguma coisa eu ia me culpar, etc, etc, mais mil desculpas desse tipo. Não banquei, mesmo. Fiquei querendo querer e colocando a culpa nos outros. Que os outros vão achar? Que vão pensar?

Só que na hora do parto, a dor quem sentiu fui eu e não a família. Quem teve que se recuperar da episio fui eu e não os vizinhos que iam me achar maluca. Quem teve que ficar 3 dias no hospital internada mesmo estando super saudável e doida pra ir pra casa só porque "era rotina" fui eu e não os outros. E mais um bando de coisas que me submeti porque resolvi colocar os outros na frente e deixar minhas vontades pra trás.

Acho que o que mais me doía era perceber que não poderia nunca voltar atrás e fazer de novo, aquela foi a única chance, não tem como recuperar. Me lembro de escrever para algumas amigas em listas de discussão: não façam como eu e tantas outras que tem o primeiro parto no hospital para depois de verem como é algo simples terem o segundo em casa. Fiquem direto em suas casas, comecem acertando, rs... Ah, se eu pudesse voltar no tempo!

Mas não posso, ninguém pode! Então, restam os aprendizados. Aprendi que a protagonista do parto é a mulher, e o que ela quer, mas quer de verdade, deseja mesmo, do fundo do coração, tem que ser a prioridade. A única pessoa que tem algum direito a opinar sobre o parto é o pai da criança. Mas ele deve entender que o filho é também dele, mas o corpo é nosso, o processo é nosso, a dor é nossa, e por isso quem tem que se sentir segura é a mulher. Eu acredito verdadeiramente que se a gente quer mesmo alguma coisa, de coração, se acredita mesmo em algo e confia que é a melhor escolha, a gente consegue fazer com que as pessoas entendam isso.

Hoje em dia não estaria nem aí pra família, pra vizinhos, pra nada, só mesmo pra o que EU quero, e sem a minha experiência de parto, isso não aconteceria, eu não teria essa força que sinto em mim hoje. Portanto, como eu respondi para as meninas que nos contaram histórias de partos traumáticos, façam limonadas de seus limões, aprendam e cresçam com as experiências ruins, para conseguirem fazer diferente numa próxima vez.

Se a dor for muito forte, busquem ajuda terapêutica. Um psicólogo, um terapeuta, alguém com quem dividir o que aconteceu de ruim. Conhecer e conversar com outras mães que passaram pelas mesmas experiências doloridas também pode ser interessante. Escrever um relato de parto também pode ser extremamente doloroso, mas curador ao mesmo tempo. Eu mesma escrevi duas versões do meu relato de parto. Um mais "ocitocinado", romântico, e outro, um ano depois, mais realista, colocando o dedo em algumas feridas, sabem? Me fez muito bem encarar a realidade sem fantasias, sem retoques.

Essas são as minhas sugestões, queridas. Boa sorte e que a tansformação de lembrança ruim em aprendizado venha rápido para vocês. Boas limonadas!

Imagem: Getty Images

Sonhando com a barriga

por: Kathy

Toda menina sonha com um casamento de conto de fadas, com direito a um vestido branco de princesa, centenas de convidados, entrada triunfal na igreja e... Ãhm? Peraí, não é bem assim não! Engraçado que quando eu era pequena, sempre que me falavam em casamento eu fazia uma careta bem feia e dizia: "Casar? Credo! Eu não!"

O meu sonho era bem diferente, eu sonhava em ficar grávida. Ter aquela barrigona enorme, depois amamentar o nenê, ver aquela criaturinha crescendo do meu lado. Planejava nomes, tinha as datas certas de quando ficaria grávida, tudo esquematizado, e vivia ensaiando com as bonequinhas a hora de embalar o nenê.

Coincidência ou não, acabei realizando o sonho como eu planejei. Não casei do modo tradicional, e tive meu sonhado bebê e a tão desejada gravidez. Não tenho mais a mesma repulsa de antes contra casamentos, não faço mais a careta de antes quando falam no tema. Só acho que cada casal sabe de si, de seus desejos e vontades. Se um dia resolver casar novamente, decidirei se quero comemorar ou não essa nova fase da vida e como será essa celebração.

Sinceramente, meu maior sonho agora é parir. De preferência, em casa! E quando vejo toda a grana que o povo por aí gasta em casamentos cinematográficos, eu penso, meio que imediatamente: hummmm, com essa grana daria pra fazer uns 3, 4 partos, hahaha... Tô ficando doidinha ou não?

E vocês, já casaram? Sonhavam com isso? Como foi o casamento? Uma cerimônia tradicional ou algo mais íntimo? Será que alguém no mundo também fazia careta pra casamento e sonhava em ter bebês? rs...

Imagem: http://www.naniferraz.blogspot.com/

Palestras sobre parto: não trabalhamos!

por: Kathy

"Essa história de ser enganada pelo médico é coisa de gente ignorante". Quem disse isso é uma pessoa que eu adoro e que está grávida. O papo sobre parto rolava solto entre amigas e colegas de trabalho, e eu me peguei aqui meio escondida atrás do meu computador, rezando pra ninguém me chamar pra conversa, tentando desesperadamente segurar a minha língua dentro da boca.

Mas vocês podem pensar em me perguntar: Por que diabos você fica tentando se recusar a falar sobre um assunto que você gosta tanto, entende, sente prazer em compartilhar? Por que? Desistiu da causa?

Nãããooo... Nunca! Desistir, jamais! Mas desisti das tais "palestras", sim. Porque, em primeiro lugar, as pessoas que não estão inseridas nesse meio da humanização se espantam com minhas opiniões. Eu ando meio cansada disso, sabem? De ter que ficar dando seminário, embasando, tirando artigos científicos da manga pra comprovar o que eu tô falando, receber olhares de descrédito, enfim, aquela coisa chata toda.

Em segundo lugar, porque cria um mal estar imenso. Quem já tentou explicar certas coisas pra alguém que não tá afim de entender já sentiu isso, com certeza: Todo mundo fica pensando que eu acho que quem fez cesárea não é mãe, que eu me acho a gostosona da parada porque pari meu filho de parto normal ou ainda que eu sou uma desequilibrada que coloco a vida de um bebê em risco pra comprovar minhas teorias naturebas malucas. Daí depois neguinho me vê na lanchonete tomando coca-cola e fala: aí, tá vendo? De natureba não tem nada, essa aí. Ah, não, brigada pessoal, cansei! Cansei, cansei cansei! Tô aqui pra isso não.

Mas não posso negar que o tema mexe demais comigo, que algumas frases ditas me dão coceira e que, principalmente, quando a gente gosta das pessoas a gente quer desesperadamente trazê-las para o lado de cá da força, quer abrir a cabeça delas e enfiar tudo o que a gente sabe lá dentro. E aí, eu ia deixar passar? Não dava. Mas a abordagem teve que ser diferente, definitivamente.

Antes de mais nada, expliquei pra pessoa que não queria mais falar sobre isso na frente de todos e que se ela quisesse saber algo específico, que me perguntasse. Diante da resposta positiva, partirei a partir de hoje para uma tática mais homeopática. Aquela coisa básica: relatos de parto natural, normal e cesárea, passando depois pelo empréstimo daquele livro maravilhoso "Parto Ativo" e chegando finalmente nas evidências mesmo, papo sério, do tipo: "você e seu médico querem a mesma coisa pro nascimento do seu bebê?" "você confia no seu médico?" e por aí vai. Talvez, vejam bem, TALVEZ, até indique um certo blog aí que fala sobre maternidade. Um tal de Mamíferas, vocês conhecem? rs

Queria muito tentar mostrar que não é só quem é "ignorante" que é enganado. Muitas mulheres, infelizmente, são enganadas por seus médicos diariamente. São "cordões assassinos que se enrolam nos pescoços dos bebês e os sufocam", são "mulheres que não dilatam", que "tem a bacia estreita demais para seus bebês muito grandes", são crianças que "passam da hora" como pães no forno, são centenas de "sofrimentos fetais" com justificativas duvidosas, enfim...

Só as ignorantes acreditam nessas justificativas? Claro que não! Mulheres inteligentes, informadas, preparadas, que desejam com fervor seus partos normais acabam na faca quando seus médicos chegam com esses diagnósticos na hora do parto. Eles estão certos? Estão errados? Essas mulheres foram enganadas? Na dúvida, o que você faria? Arriscaria? Eu não. Por isso, é importante demais ler, se informar, aprender, mas também ter certeza que seu médico não vai te enganar, que ele quer o melhor pra você, e não o melhor pra ele.

Bom, já divaguei demais, né?! Se me plano de doutrinação homeopática vai funcionar eu não sei. Respeito de coração as escolhas e os caminhos que cada um decide percorrer. Faz parte da história de cada pessoa, é uma escolha particular. Mas estarei sempre disposta a dividir com quem quer que seja o que aprendi nesses 5 anos de listas de discussão, 4 de mãe e 2 de Mamíferas, que podem ser pouca coisa, mas são o que eu tenho para oferecer agora. Mas não quero mais me expor demais, me desgastar por conta de uma causa. Quem quer aprender, que venha perguntar, por favor! Um de cada vez, tá? Mas fiquem à vontade! :)

Querem ler mais mitos e fatos sobre parto? Clique aqui (artigo maravilhoso da Ana Cristina Duarte no site da Parto do Princípio)

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