
Por: Tatiana Tardioli - Mamífera convidada
Durante a gravidez da Nina, eu trabalhei muito. Eram mais ou menos 12 horas por dia entre ensaios, aulas de dança e produção cultural. Ficava muito cansada, mas conseguia aproveitar cada momento dançando como se fosse uma prece, uma declaração de amor e cumplicidade à minha filha e de gratidão a Deus por tê-la na minha barriga.
Era como se enquanto dançávamos, nossa ligação ficasse mais reluzente, como agora quando ela me dá um sorriso daqueles ou quando me abraça e me beija com amor e espontaneidade.
Eu confiava no meu corpo e sabia que aquilo só nos fazia bem. E eu estava certa. Ainda durante a gestação, pensei: depois que a Nina nascer eu quero propiciar essa experiência para outras mães!
Fui conversar sobre isso com a Ana Cris, a doula que acompanhou meu parto e ela me incentivou a desenvolver também as aulas de dança para mães e bebês.
Era como se enquanto dançávamos, nossa ligação ficasse mais reluzente, como agora quando ela me dá um sorriso daqueles ou quando me abraça e me beija com amor e espontaneidade.
Eu confiava no meu corpo e sabia que aquilo só nos fazia bem. E eu estava certa. Ainda durante a gestação, pensei: depois que a Nina nascer eu quero propiciar essa experiência para outras mães!
Fui conversar sobre isso com a Ana Cris, a doula que acompanhou meu parto e ela me incentivou a desenvolver também as aulas de dança para mães e bebês.
Fiquei maravilhada com a idéia e desenvolvi a Dança Materna para Gestantes e para Mães e Bebês, que tem uma aula especial por mês para os pais dançarem também. Afinal sabemos o quanto é importante incluí-los e formar uma verdadeira tríade, não é?
Dançar sempre foi pra mim um caminho de autoconhecimento, autoeducação, expressão, troca e empoderamento. E isso pra mim tem tudo a ver com maternidade, pois não imagino o que seja assumir a responsabilidade de educar uma criança sem educar a mim mesma, vendo e revendo minha forma de atuar no mundo. A busca por me tornar uma pessoa melhor está intimamente ligada ao que busco ensinar para Nina e àquilo que aprendo com ela.
O fato é que a alegria de dançar grávida se perpetuou quando comecei a dançar com ela no sling, bem pertinho de mim.
E fico imensamente feliz quando vejo entre minhas alunas, algumas que chegam sem ainda saber muito bem como usar o sling e às vezes, sem muita segurança para sair de casa com o bebê e rapidamente se apropriam disso tudo e saem por aí super seguras com seus pequenos. Nas aulas, sempre tem cenas lindas, como um dia inesquecível quando um bebê no sling com o pai, alcançou a mãe que estava ali pertinho e começou a mamar. Essa imagem traz um pouco da dimensão da atmosfera amorosa que há nas aulas.
Outra coisa que eu acho muito importante é que vamos formando uma rede de troca de experiências, onde acabamos refletindo sobre parto, amamentação, educação e todos esses assuntos dos quais precisamos tanto falar.
As aulas para as grávidas trazem elementos de preparação física, emocional e espiritual para o parto. Quem teve um parto normal ou natural sabe que estar preparada para deixar fluir é fundamental.
Eu tive um parto normal que me deixou muito feliz, mas com algumas intervenções que eu não desejei. Hoje olho para ele e vejo quais foram meus acertos e meus erros e com tudo o que venho pesquisando e vivendo, venho ensinando e aprendendo sobre isso com minhas alunas e planejando um próximo parto diferente em alguns aspectos, quando for a hora do meu próximo bebê chegar.
Para encerrar, quero dizer que a Dança Materna é pra mim uma instância deliciosa de maternagem ativa, uma multiplicadora de amor, saúde e felicidade para as mulheres que embarcam nessa incrível missão e para seus filhos e famílias.