
por: Tata
Quando engravidei pela primeira vez, tinha um leve desejo de que viesse uma menininha. Porque a energia do feminino é algo muito intenso para mim, e eu gostaria de dividir isso com uma filha mulher. Mas era isso, um leve desejo, não uma obsessão. Se tivéssemos descoberto que esperávamos dois menininhos, ou mesmo um casal, posso dizer com toda certeza que minha felicidade teria sido a mesma.
Acho curioso quando alguém me diz que quer ter um menino, ou que quer ter uma menina. Acho curioso, porque pra mim, sonhar um filho é sonhar receber uma nova vidinha nesse mundo, uma nova pessoinha para caminhar de mãos dadas pela vida afora. E aí, tanto faz se é um menino ou uma menina. Porque filho não vem num pacote, idealizadinho do jeito que a gente pensou que seria. Eles vêm ao mundo do jeito que tiverem de vir.
Como vocês sabem, eu sou mãe de três lindas menininhas, e hoje me surpreendo com a frequência que me perguntam coisas do tipo: "puxa, você ficou triste quando soube que não era um menino dessa vez?", ou "e aí, ainda vai tentar uma próxima vez pra ver se vem um menininho??". Não vejo lógica alguma no raciocínio... até parece que filho é conta matemática, equação, tem que equilibrar e passar a régua. Ou placar de jogo, marcou um gol do lado de lá, tem que empatar do lado de cá!
Eu não sinto falta de ser mãe de menino. Imagino que deva ser incrível, delicioso, mas ser mãe de menina também o é. Aliás, a maternidade não é sempre deliciosa? Sejam nossos filhotes meninos ou meninas, parecidos conosco ou diferentes, sorridentes ou carrancudos, tímidos ou extrovertidos, sérios ou brincalhões... recebê-los no mundo e compartilhar a caminhada da vida com eles não é sempre uma delícia imensa?
Hoje, sinto-me feliz em ser somente mãe de menina. Se decidirmos ter mais um filhote e vier um menino, vou ficar radiante. Será uma experiência nova. Se vier uma quarta menininha, ficarei igualmente feliz, e será também uma experiência nova. Porque com cada filho, seja menino ou menina, a gente constrói uma relação única, especial, incomparável. Ser do mesmo sexo não significa ser a mesma criança, cada filho é um filho.
Ser mãe de menina, ser mãe de menino... eu gosto mesmo é de ser mãe. De receber cada filhote nos braços e acolhê-lo, conhecê-lo, reconhecer suas particularidades, doar-me e abrir os braços. Construir a relação que será só nossa, minha e dele.
E no final das contas, se será menino ou menina nem de longe é o mais importante. O bacana mesmo será receber, de braços e coração aberto, essa vidinha iluminada, que chegará para completar a nossa família. Se ele virá sob essa ou aquela forma, não faz a menor diferença. O que vale é a essência.
Seja menino ou menina, seja assim ou assado, o que vale é a gente abrir os braços e acolher essa benção tão intensa que é a chegada de um novo filhote. E ser feliz, caminhar junto. Que a vida está aí pra isso.
Imagem: www.mundoeducacao.com.br