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por: Tata
Esses dias, Ana Luz e Estrela têm recebido muitos amiguinhos em casa, como já contei por aqui, em outro post. E eu tenho observado muito contente como elas ficam felizes em receber os coleguinhas, como se desdobram em atenções e atitudes cuidadosas, e como não têm qualquer restrição em emprestar ou dividir brinquedos, até pelo contrário. Desde antes da criança chegar, elas, já conhecendo a personalidade de cada amiguinho, escolhem e separam os brinquedos que cada amiguinho provavelmente gostará mais de brincar. Quando a criança chega, elas puxam para o quarto delas e já vão logo deixando a criança à vontade, entregando esse ou aquele brinquedo, sugerindo essa ou aquela brincadeira. Tem sido bem gostoso de observar.
E, observando, tenho pensado muito no quanto essa questão toda de dividir, sejam brinquedos ou outras coisas, é uma construção para a criança, um processo. O bebê é um ser 'egoísta' (e coloco entre aspas porque é um sentimento natural, que nem cabe rotular dessa maneira) por natureza, enxerga pouco além das próprias necessidades e desejos. Aos poucos, a criança vai aprendendo a se relacionar com o mundo, a enxergar o outro, a respeitar o seu espaço, a ceder aqui e ali. Mas esse aprendizado tem que ser vivenciado com naturalidade, sem pressa, respeitando o tempo de cada criança.
Aqui em casa acho que as coisas são um pouco mais fáceis. Afinal, pelo fato de serem gêmeas, Ana Luz e Estrela sempre dividiram tudo - aliás, começaram divindo a barriga da mamãe, hehe. Nunca tivemos, aqui, brinquedos de uma ou de outra. Tudo era coletivo. Hoje em dia, com a Chiara, continua sendo assim. Tirando uma ou outra coisinha que é mais de bebê pititico, o resto é tudo de todo mundo, todo mundo brinca, todo mundo divide. É tudo das três.
Claro que de vez em quando sai uma rusguinha aqui, uma discussão ali, um enfrentamento acolá. Coisa normal entre irmãos, coisa do dia a dia, que acontece mesmo, e faz parte. É até saudável. Não me preocupo e, na medida do possível, tento não interferir, deixar que elas se resolvam entre si, encontrem seus caminhos para conviver e dividir numa boa. E naturalmente, a atitude que elas iam aprendendo a ter dentro de casa, levavam para outros espaços de convivência, como parquinhos, festas, escola.
Mas uma coisa eu sempre achei importante, e fiz questão de estar sempre atenta e acompanhar de perto. Pra mim, esse aprendizado de dividir e ceder tem que ser algo natural, fluido. Não pode ser sofrido, forçado, problemático. Já perdi a conta de quantas vezes vi mães forçando seus filhos a emprestar um brinquedo, dividir, quando esses não tinham vontade. Brigas, gritos, punições. Não me parece respeitoso forçar assim uma criança, nem produtivo. Acho que o emprestar, o dividir com o outro, é algo que deve ser natural, algo que devemos fazer com alegria, não uma obrigação que cumprimos com raiva e sofrimento.
Por isso, eu nunca forcei minhas filhas a emprestar um brinquedo, a dividir alguma coisa com outra criança. Conversava, sim, se fosse o caso. Tentava argumentar, dialogar. Mas uma vez ou outra, acontecia de elas não quererem emprestar alguma coisa que estivessem brincando, por exemplo, e eu respeitava.
Às vezes, a mãe está tão preocupada em forçar a criança a emprestar seus brinquedos a qualquer custo, que nem enxerga o lado da criança. Um exemplo que já vi acontecer incontáveis vezes: uma criança está entretida em uma brincadeira com o brinquedo X, quando chega outra criança querendo o mesmo brinquedo. A primeira criança não quer emprestar, afinal, ela está no meio da brincadeira! A mãe da criança vai lá, interfere, briga, e obriga a criança a emprestar o brinquedo e, consequentemente, encerrar a brincadeira que estava curtindo tanto. Parece justo pra vocês? Pra mim, não.
Por opção, eu, com as minhas filhas, tento sempre deixar a coisa caminhar mais livremente. Sempre converso, tento ensinar a elas que não é legal ser egoísta nem possessivo com as nossas coisas, que é bacana dividir com o outro, cooperar, ceder e dividir. Sem passar por cima do que é importante pra nós, sem se violentar. Encontrar o equilíbrio, é o que eu espero ajudá-las a aprender a fazer. E acho importantíssimo confiar no julgamento delas, porque lidar com essas nuances é algo que elas terão que aprender, ao longo da vida.
Às vezes, tenho a impressão que na ânsia de criar filhos 'bem-comportados', 'educadinhos' aos olhos dos outros, a gente acaba atropelando os direitos e as liberdades de nossos pequenos. Uma coisa é a criança que nunca empresta nada, que não sabe dividir em momento algum e que, a despeito de não emprestar, toma dos outros sem pensar duas vezes. Outra, bem diferente, é a criança que sabe que há o momento de se colocar como prioridade, e há o momento de ceder e dividir, e vai aprendendo a lidar com cada um deles numa boa, no seu tempo.
E vocês, meninas, que experiências e opiniões têm em relação a isso, como é a vivência dessa questão com os filhotes? Problemas na hora de dividir e compartilhar?

Esses dias, Ana Luz e Estrela têm recebido muitos amiguinhos em casa, como já contei por aqui, em outro post. E eu tenho observado muito contente como elas ficam felizes em receber os coleguinhas, como se desdobram em atenções e atitudes cuidadosas, e como não têm qualquer restrição em emprestar ou dividir brinquedos, até pelo contrário. Desde antes da criança chegar, elas, já conhecendo a personalidade de cada amiguinho, escolhem e separam os brinquedos que cada amiguinho provavelmente gostará mais de brincar. Quando a criança chega, elas puxam para o quarto delas e já vão logo deixando a criança à vontade, entregando esse ou aquele brinquedo, sugerindo essa ou aquela brincadeira. Tem sido bem gostoso de observar.
E, observando, tenho pensado muito no quanto essa questão toda de dividir, sejam brinquedos ou outras coisas, é uma construção para a criança, um processo. O bebê é um ser 'egoísta' (e coloco entre aspas porque é um sentimento natural, que nem cabe rotular dessa maneira) por natureza, enxerga pouco além das próprias necessidades e desejos. Aos poucos, a criança vai aprendendo a se relacionar com o mundo, a enxergar o outro, a respeitar o seu espaço, a ceder aqui e ali. Mas esse aprendizado tem que ser vivenciado com naturalidade, sem pressa, respeitando o tempo de cada criança.
Aqui em casa acho que as coisas são um pouco mais fáceis. Afinal, pelo fato de serem gêmeas, Ana Luz e Estrela sempre dividiram tudo - aliás, começaram divindo a barriga da mamãe, hehe. Nunca tivemos, aqui, brinquedos de uma ou de outra. Tudo era coletivo. Hoje em dia, com a Chiara, continua sendo assim. Tirando uma ou outra coisinha que é mais de bebê pititico, o resto é tudo de todo mundo, todo mundo brinca, todo mundo divide. É tudo das três.
Claro que de vez em quando sai uma rusguinha aqui, uma discussão ali, um enfrentamento acolá. Coisa normal entre irmãos, coisa do dia a dia, que acontece mesmo, e faz parte. É até saudável. Não me preocupo e, na medida do possível, tento não interferir, deixar que elas se resolvam entre si, encontrem seus caminhos para conviver e dividir numa boa. E naturalmente, a atitude que elas iam aprendendo a ter dentro de casa, levavam para outros espaços de convivência, como parquinhos, festas, escola.
Mas uma coisa eu sempre achei importante, e fiz questão de estar sempre atenta e acompanhar de perto. Pra mim, esse aprendizado de dividir e ceder tem que ser algo natural, fluido. Não pode ser sofrido, forçado, problemático. Já perdi a conta de quantas vezes vi mães forçando seus filhos a emprestar um brinquedo, dividir, quando esses não tinham vontade. Brigas, gritos, punições. Não me parece respeitoso forçar assim uma criança, nem produtivo. Acho que o emprestar, o dividir com o outro, é algo que deve ser natural, algo que devemos fazer com alegria, não uma obrigação que cumprimos com raiva e sofrimento.
Por isso, eu nunca forcei minhas filhas a emprestar um brinquedo, a dividir alguma coisa com outra criança. Conversava, sim, se fosse o caso. Tentava argumentar, dialogar. Mas uma vez ou outra, acontecia de elas não quererem emprestar alguma coisa que estivessem brincando, por exemplo, e eu respeitava.
Às vezes, a mãe está tão preocupada em forçar a criança a emprestar seus brinquedos a qualquer custo, que nem enxerga o lado da criança. Um exemplo que já vi acontecer incontáveis vezes: uma criança está entretida em uma brincadeira com o brinquedo X, quando chega outra criança querendo o mesmo brinquedo. A primeira criança não quer emprestar, afinal, ela está no meio da brincadeira! A mãe da criança vai lá, interfere, briga, e obriga a criança a emprestar o brinquedo e, consequentemente, encerrar a brincadeira que estava curtindo tanto. Parece justo pra vocês? Pra mim, não.
Por opção, eu, com as minhas filhas, tento sempre deixar a coisa caminhar mais livremente. Sempre converso, tento ensinar a elas que não é legal ser egoísta nem possessivo com as nossas coisas, que é bacana dividir com o outro, cooperar, ceder e dividir. Sem passar por cima do que é importante pra nós, sem se violentar. Encontrar o equilíbrio, é o que eu espero ajudá-las a aprender a fazer. E acho importantíssimo confiar no julgamento delas, porque lidar com essas nuances é algo que elas terão que aprender, ao longo da vida.
Às vezes, tenho a impressão que na ânsia de criar filhos 'bem-comportados', 'educadinhos' aos olhos dos outros, a gente acaba atropelando os direitos e as liberdades de nossos pequenos. Uma coisa é a criança que nunca empresta nada, que não sabe dividir em momento algum e que, a despeito de não emprestar, toma dos outros sem pensar duas vezes. Outra, bem diferente, é a criança que sabe que há o momento de se colocar como prioridade, e há o momento de ceder e dividir, e vai aprendendo a lidar com cada um deles numa boa, no seu tempo.
E vocês, meninas, que experiências e opiniões têm em relação a isso, como é a vivência dessa questão com os filhotes? Problemas na hora de dividir e compartilhar?
Imagem: www.revistaescola.abril.com.br