"Nunca se deve dizer a uma criança que seus sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria um tragédia se ela acreditasse nisso." - Shakespeare
Acostumamos a "educar" nossas crianças pelo medo. Destruímos seus sonhos e fantasias com palavras e atos, como se não fossem nada, como se não valessem nada.
Tapas, gritos e todo tipo de violência são justificadas e taxadas como "educação". Não estamos construindo nada assim!
O futuro é incerto demais para qualquer fim querer justificar esses meios. E o tempo passa tão rápido... A verdade mais pura é que temos esquecido o que é AMAR. E o que é amar?
Não sei! E em verdade creio que não temos como definir algo tão grande. O que apenas podemos fazer é senti-lo. Quem sou eu para falar sobre o que é o amor? Por que escolher um tema tão difícil de discorrer?
E a resposta é simples: porque quando penso em maternidade inevitavelmente penso em amor!
Achava que ter um filho era muito legal. Mas nunca, em meus devaneios da adolescência, cheguei nem perto da verdade.
Aos 24 anos, já casada, engravidei. Um grande sonho realizado. E nós, que costumamos fazer escolhas baseadas em sonhos, optamos por um lindo um parto normal humanizado domiciliar. Eu sonhava em ter meu filho em casa, na água, tudo bem naturalmente, só a equipe e meu maridopresentes, bem aconchegante. Mas infelizmente tive meu filho de cesárea.
Não sei se fui enganada ou era realmente preciso faze-lo nascer por esse modo. Não foi um médico que ganharia no meu parto quem me disse que seria daquele jeito. Tive todas as contrações, todo o trabalho de parto e uma das enfermeiras amigas que fariam meu parto domiciliar disse que tínhamos que ir para o hospital. E me disse também para ter meu parto, mesmo que cesáreo, normal!
Foi o que fiz, mesmo não sentindo meu corpo da cintura para baixo, me imaginei parindo naturalmente, imaginei meu filho sendo pressionado pelas minhas entranhas, seus pequenos pulmões expelindo todo líquido naturalmente. Imaginei ele se integrando com os elementos da natureza ao chegar aomundo. Imaginei tudo como eu imaginava que tivesse que ser.
E meu filho não chorou ao "ser nascido", e foi colocado junto de mim, rostinho encostado ao meu, e naquele momento eu soube realmente o que é ser mãe: ser mãe é receber o dom de amar! Amar sem esperar nada em troca. Amar e se doar inteira. Amar e simplesmente amar.
O tempo foi passando e esse amor só aumentando. Engraçado, a gente pensa que nosso amor por nossos filhos é imenso, mas a cada instante ele consegue ser ainda maior!
Outro sonho que eu tinha era amamentar. E foi outra coisa que não saiu como eu imaginava. No pós parto meus peitões lá, vazando leite adoidado. Uma das meninas que faria meu parto em casa até se espantou com a quantidade de leite porque disse que quando o parto é cesáreo o leite costuma demorar mais a descer. E eu lá, tomando banhos e banhos de leite. Rsrs.
Mas aos 9 dias meu filho apresentou febre. Levei no pediatra e o veredito: "esse menino não tá mamando!". Nascido com 3375kg, com 9 dias estava com 2800kg. O médico disse para eu dar meu leite numa seringa e se em 5 dias ele não ganhasse peso teríamos que dar um complemento (NAN).
Procuro explicar as coisa para ele, com carinho, às vezes com firmeza, mas nunca com agressividade ou com palmadas, mesmo quando estou no meu limite (aí seguro a respiração por alguns segundos e a nuvem negra saí de cima da minha cabeça). Aprendi que as crianças não fazem as coisas para nos irritar e sim para conhecerem, para aprenderem, para descobrirem e explorarem esse mundão que se apresenta para elas. Procuro educá-lo pela doutrina do amor. Para que aprenda a amar e espalhe isso.
E acima de tudo não ouço palpiteiros. Sei que muitas vezes existe muita boa intenção no que dizem, mas acredito muito que ninguém é igual, o que é bom para um pode não ser para o outro, o que aconteceu com um pode não acontecer com o outro. Sigo apenas meu coração. Sou inteiramente guiada por ele e assim vivemos muito bem.
Às vezes confesso que é difícil, mas não é impossível! A questão primordial é querer. Traço meu caminho e sigo em frente, aconteça o que acontecer, fale quem falar. Por que no fim das contas quem vai viver a minha vida sou eu. "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos." - Saint-Exupéry
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6 comentários:
Obrigada pelo texto Livia!
Veio de coração para coração!
E fez meu coração de mãe quase parando voltar a pulsar...
Quase como que uma "reanimação".
=D
Beijo
Foi de coração mesmo, Rosana!
Fico muito feliz de ter atingido um ponto tão importante como é o coração... certas palavras não são só para a mente! ;)
Beijinhos
Lívia do Uriel
ola, adorei o blog, foi indicacao de uma amiga, carla de araraquara, mais nao sei se nao procurei direito, mais nao achei nd sobre depressao pos-parto, pq eu tive e gostaria de saber se é mais comum do q se pensa ou eu fui a sorteada... obrigada e bjs p tdas
=) lindo texto e super tocante.
Parabens!
bjinhus
Ola, eu achei o blog de vcs pelo Twitter!
Adorei!
ja esta na lista dos meus preferidos..
Ainda nao sou mamae, mas to na fila de espera e desde ja, penso muito em como educarei meus pequenos.
obrigada por dividir suas palavras!
Renata
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