Um dia de domingo

por: Kathy

Hoje foi um dia daqueles... Samzinho amanheceu com um febrão todo chorosinho, pedindo colinho, afago, chamego, e eu passei quase que o dia todo em função dele, e sem possibilidade de dividir com ninguém, né, afinal, aqui somos eu e eu mesma. Mas deu tudo certo e foi um dia tranquilo no final...

De manhã entrei direto com a homeopatia e a resposta, ainda bem, foi bem rápida. Depois de uma hora e pouco de medicação ele sentiu bastante cansaço e dormiu duas horas seguidas. Quando acordou a febre já estava mais baixa. Tomou uma bela canjinha (meu santo remédio pra essas febres), e dormiu de novo. Duas horas de sono e ele já estava sem febre, mas ainda meio enjoadinho.

Acordou com fome e pedindo pão, que eu não tinha mais em casa. Resolvi o problema com uma brincadeira que o animou e terminou num lanche gostoso: fizemos pãozinho caseiro. Não sou especialista em culinária, não tinha fermento biológico, mas não é que ficou gostoso? Resolvi dar a receitinha pra vocês aproveitarem. É ótimo pra fazer com as crianças porque é uma massa não muito grudenta e dá pra modelar fácil.

Pão de minuto

4 xícaras de farinha de trigo (pode usar a integral)
uma pitada de sal
6 colheres de manteiga ou margarina
2 xícaras de leite
4 colheres de fermento em pó
sementes de gergelim
uma gema para pincelar

Misture até desgrudar a massa das mãos (se necessário acrescente mais um pouco de farinha), faça bolinhas pequenas, pincele as gemas e espalhe o gergelin por cima. Asse até ficarem douradinhos e está pronto. Delícia!

Depois do lanche assistimos um DVD juntos e mais tarde ele recebeu a visita do pai, que jogou alguns joguinhos com ele. (só atividades calmas pra não cansar o doentinho)... Terminamos o dia com mais sopinha, um bom livro e mais uma dose da medicação.

Ele está melhor, dormiu logo, mas o dia foi mega cansativo, agora eu é quem estou precisando de uma sopa e uma caminha... E lá se foi o domingo! E vamos, que amanhã é outro dia!

Imagem: http://phobosedeimos.files.wordpress.com/2009/09/calendario1.jpg

Pra Melhorar, Casa e Colo de Mãe!!

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por: Tata

Ontem, começamos o dia aqui em casa com duas pimentinhas convalescentes. Estrela pôs o almoço pra fora na quinta-feira, na escola. Ana Luz resolveu copiar a irmã ao chegar em casa, e ficou vomitando até a noite, tadinha.

Acabou que hoje, quando acordamos no horário de sempre, Ana Luz já foi logo dizendo que não queria ir pra escola. Estrela até queria, mas também não insistiu muito e logo se rendeu à proposta da irmã. Então, concluímos que era melhor mesmo deixar as duas curtirem um dia debaixo das asas da mamãe, tranquilinhas em casa, pra ficarem boas de vez.

Essa é uma 'regra' que temos aqui em casa: criança doente não vai pra escola, fica em casa. Já cheguei até a mandar uma das duas com febrinha baixa, mas somente em ocasiões muito específicas, quando elas teriam naquele dia algo que tinham esperado por muito tempo, como alguma atividade especial, ou o aniversário de algum amiguinho. Elas pediam e insistiam pra ir, eu deixava, sempre com a ressalva feita às professoras de que, se se sentissem mal ou tivessem qualquer alteração no estado geral, entrassem em contato comigo e eu iria buscá-las imediatamente. Mas essas situações foram exceçõs, porque pra gente a regra é: se não está 100%, fica em casa, 'de molho', como diriam nossos avós.

Sempre fico morrendo de pena, quando vejo na escola alguma criança caidinha, com aquele arzinho derrubado das doenças infantis, encostadinha em um canto sem querer brincar, sem ter vontade pra nada. Fico pensando que lugar de criança caidinha é em casa, ganhando colo, aconchego. Não que elas não ganhem carinho e atenção extra na escola, tenho certeza que ganham. Mas não é a mesma coisa. Eu mesma me lembro de, quando criança, nas vezes em que ficava doente, só querer o colo da minha mãe. Nenhum outro servia, e só a presença e o cuidado dela já me faziam sentir melhor. Parecia mágica, e de certa forma era mesmo, porque colo de mãe tem algo de mágico e misterioso, não tem?

Sim, entendo que muitas mães, quando se vêem às voltas com uma doencinha dos filhotes, não têm muita opção a não ser mandar a criança para a escola. Para mim é mais fácil, porque trabalho em casa, faço meu próprio horário, sou 'o meu próprio chefe'. Para quem trabalha fora, imagino que seja bem mais complicado ter que faltar ao trabalho, rearranjar horários e compromissos, ou encontrar alguém de confiança para ficar com a cria, evitando mandar para a escola. Solidarizo-me com essas mães, sinceramente. Imagino a dor no coração de ter que deixar na porta da escola um filhote doentinho, sem vontade de ficar por lá.

Mas acreditem ou não, também já vi muita mãe que acha que saudável ou doentinha (claro, dentro de um certo limite), se é dia de escola, é para a escola que a criança deve ir. Que é uma questão de disciplina, de manter a rotina, de saber que o que tem que ser feito, tem que ser feito, mesmo que nem sempre seja fácil, ou gostoso. Que obrigações estão aí para serem cumpridas, e devemos ensinar isso aos nossos filhos desde cedo, em situações como essa.

Eu já penso bem diferente. Acho que a vida adulta não tarda a chegar, e a criança tem anos e anos pela frente para se ver cercada de obrigações impreteríveis e compromissos inadiáveis. Para mim, a infância é a época de flexibilizar, permitir-se um respiro. Acho super legítimo que uma criança queira ficar em casa, curtindo o seu cantinho de amor e segurança, quando não se sente bem. Não vejo problemas em deixá-la descansar e sair um pouco da rotina, não acredito que isso vá fazer dela um adulto indisciplinado ou preguiçoso, que não sabe cumprir seus compromissos. Na verdade, acho que isso lhe ensinará que a gente tem que levar a vida mais leve, e que rigidez em demasia não traz nada de bom.

Aliás, sejamos sinceros... quem já não teve vontade de matar o trabalho em um dia de gripe daqueles?? Se nossos filhos podem fazê-lo, que bom, deixemos que eles aproveitem enquanto é possível flexibilizar e relaxar de vez em quando!

Aqui em casa, nosso dia de 'gazeta' (alguém ainda usa essa palavra? rs) foi bem gostoso. Ficamos as quatro juntinhas (e Chiara também adorou a idéia de ter as irmãs por perto o tempo todo, brincou e se divertiu pra valer!), cozinhamos nosso delicioso almoço a seis mãos, fizemos bolo integral, jogamos dominó, vimos desenho... enfim, fizemos do limão uma limonada, e tiramos um dia para estar juntas e deixar o tempo passar, sem pressa e sem pressão.

E vocês? O que fazem quando os filhotes estão doentinhos? Têm condições de sair um pouco da rotina, ou acabam tendo que passar por cima e fazer como todos os dias??

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Imagem: http://blogdaalergia.blogspot.com

Febre é uma Boa

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por: Tata

Nos últimos dias, estivemos aqui em casa com as três filhotas doentes. Uma virose (ai, as tais...) que pegou uma, depois a outra, e em seguida a outra, feito caminho montado com dominó. Febre, nariz escorrendo, dor de cabeça, dores no corpo, sonolência, o quadro completo.

As três fizeram febres altas. Certamente, cada uma em um momento, todas passaram dos 39 graus. Não vou saber exatamente quanto, porque o termômetro aqui em casa quebrou em plena crise, e eu não me dei ao trabalho de comprar outro. Simplesmente parei de medir.

Aí, vem a pergunta: 'mas e se a febre subisse mais, você não ia medicar???'. E a resposta: não. Aqui em casa, de comum acordo com a pediatra homeopata das meninas, não medicamos febre, seja de quanto for. E nessas últimas noites de sono picado, velando o sono de pequeninas ardendo em febre no travesseiro ao lado, pensei muito sobre essa questão, sobre como a febre é vista como uma vilã, quando deveria ser exatamente o contrário.

Nós, ocidentais, temos muito medo da febre. Basta a marquinha do termômetro começar a subir e já pensamos logo nos relatos que todos já ouviram, sobre convulsões febris, sequelas e tudo mais. E no meio de tanto temor, acabamos nos esquecendo de que a febre é uma aliada do organismo. Ela vem para ajudar, não atrapalhar. Somente organismos saudáveis, que estão combatendo adequadamente o processo infeccioso, fazem febres altas. A febre é um sinal positivo, uma mostra de que o organismo está lutando contra a doença, para curar a si mesmo.

Aliás, sempre prefiro, ao invés de dizer "minha filha teve febre", ou "minha filha esteve com febre", dizer "minha filha fez uma febre". Porque a febre não é uma ameaça externa, não é um agente invasor do qual somos vítimas. A febre é nosso papel ativo no combate à doença, ela representa nossa capacidade de autocura.

Nas crianças, então, apesar de muitas vezes serem desesperadoras para os pais, que se assustam e angustiam quando a criança começa a ficar quentinha, a febre é importantíssima. As febres infantis são momentos de crescimento, de amadurecimento, de descoberta. É como se, a cada episódio de febre, o organismo dos pequenos recebesse de presente a oportunidade de se reinventar, de amadurecer e se fortalecer para seguir crescendo e descobrindo o mundo, como as crianças adoram fazer.

Além disso, o organismo é sábio, e quando prestamos atenção no que quer nos dizer, as coisas sempre caminham melhor. Não raro, ouço mães dizendo que dão antitérmico para os filhos quando a febre está 'judiando' demais da criança, quando os pequenos ficam muito caidinhos e desanimados. Pois é nessa hora que a febre é mais importante! Se a febre tira a energia da criança, é porque precisa canalizá-la para o processo de cura, para a luta contra a doença. A criança que, no auge da febre, toma um antitérmico e fica 'animadinha' de novo pra sair pulando e brincando como de costume, vai gastar na brincadeira a energia que o organismo deveria estar usando para se reestabelecer.

É por isso que aqui, nossa receita para superar os episódios de febre é bem básica, bem caseira: muito carinho, muito colo, muita hidratação e tempo. Tempo para que elas superem mais esse obstáculo e cresçam, subam mais esse degrau, tão importante na vidinha delas, no lindo processo de amadurecimento que elas experimentam todos os dias.

Pra quem quiser ler um pouco mais sobre o assunto, recomendo esse artigo, bem interessante, que fala da visão que a antroposofia tem da febre. Vale a pena guardar para ler e reler sempre que a marquinha do termômetro subir e bater aquela angústia: "antitérmico, dar ou não dar??".

E agora com licença, que tenho aqui uma bebê fazendo uma bela febre e querendo tudo o que tem direito: muito aconchego, muito peito e muito colo de mãe... precisa mais??


Imagem: www.gettyimages.com.br

Sobre Doenças

por: Kalu

Desde que comecei a me tratar com homeopatia e antroposofia, desenvolvi um olhar diferente sobre as doenças. Nos pequenos, as doenças benignas e febris como as infantis (catapora, caxumba etc) e as corriqueiras (dores de garganta, viroses, gripes) são o meio com o qual o corpo encontra para criar seu mapa imunológico que evitará as doenças escleróticas quando envelhecermos.

Mas também penso que as doenças são formas como nosso organismo aponta percepções psicológicas e energéticas, mostrando um desequilíbrio. Aqui em casa, desde agosto do ano passado, Miguel (com 2 anos) vem engrenando em uma séries de doencinhas sem relação clara entre elas: agosto - dor de garganta; setembro- gripe; outubro - dor de garganta; novembro/dezembro - tosse; janeiro- infecção intestinal e fevereiro- virose.

Miguel tem uma vida saudável junto à natureza. Ainda não vai á escolhinha, mama no peito e tem pouco contato com outras crianças. É bem verdade que sou super tranquila: deixo-o andar descalço nos dias quentes e brincar de mangueira no quintal. A alimentação dele é rica, com muitas frutas, sucos, verduras, legumes, carne branca e preferencialmente orgânica. O consumo de açúcar branco é baixíssimo.

A única coisa em nossa vida que sinto trazer um grande desconforto para ele é o fato de precisar ir sempre para São Paulo e ficar algumas semanas em um esquema muito diferente do nosso. A ausência do pai, a troca de cuidadores, a meu ver, podem gerar este desequilíbrio. Ele costuma ficar muito bem lá, curtindo o amor da Vovó.

Mas percebo que, ao retornar para casa, ele costuma adoecer. Fico aqui pensando se existe uma correlação e me vejo em um beco sem saída. Agora mesmo voltamos de São Paulo, depois de uma temporada mais longa e ele apresentou uma gripe, que está sendo tratada, como sempre, com chazinhos e homeopatia.

Enfim, vou quetionar, meditar e procurar um caminho para que eu possa fortalecer o sistema imunológico do meu pequeno.

Fugindo do PS

por: Kathy

Tem coisa pior para uma mãe do que ver seu filho doente? Acredito que não! E tem coisa pior para se fazer com um filho doente do que encarar um pronto socorro? Sem condições, né?

O pronto socorro é um terror mesmo. Palavra de quem já passou por eles (e também já desistiu deles). Várias crianças doentes, algumas prostradas e chorando, outras espoletas, saltitando pela sala de espera com olhinhos caídos e queimando em febre mas ainda assim cheias de energia pra brincar. É um festival de tosses, espirros, pais e mães nervosos e, infelizmente, sem pretender generalizar e já generalizando, médicos desmotivados, cansados e atendendo os pacientes no esquema "linha de montagem".

E assim todo mundo tem virose, todo mundo acaba sendo "obrigado" a tirar raio X, todo mundo tem que tomar antitérmico de tantas em tantas horas e todo mundo precisa ficarem observação. No fim das contas, a gente acaba expondo a criança a um ambiente cansativo, muito pouco saudável e ainda sai de lá com uma receita de nada e um diagnóstico que não leva a lugar nenhum.

Por isso, uma lição que aprendi logo nessa minha jornada de maternidade é que legal mesmo é ter um pediatra de confiança e que esteja sempre "localizável", ou seja, que disponibilize celular, telefone residencial, de consultórios, e-mails, pagers, qualquer forma de localizá-lo com rapidez diante de uma necessidade.

Então, na hora do aperto, é com ele que você verifica o que precisa ser feito, qual a necessidade real de ir para um pronto atendimento, é com ele que você se acalma e até mesmo confirma um diagnóstico de virose, com indicação de antitérmico e raio-x. Quem pode contar com um pediatra assim ganhou na loteria e já pode começar a fugir do pronto socorro com mais segurança!

Achei legal destacar aqui que é óbvio que algumas situações são realmente emergências e precisam do socorro médico adequado e rápido, como por exemplo: queimaduras, afogamentos, quedas ou batidas na cabeça, principalmente aquelas em que a criança depois fica sonolenta ou mesmo desacordada, ferimentos e cortes que não param de sangrar, ingestão ou aspiração de objetos, ingestão de produtos químicos ou venenos, picadas de insetos que podem causar alergia, e outras emergências como essas etc, etc...

Sai Pra Lá, Mosquito!!!

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por: Tata

Não tem jeito. Todo ano, chega o calor, e com ele, os mosquitos. Afe, que chatice!

Mosquitos - pernilongos, borrachudos, muriçocas, seja qual variedade for - são um saco em qualquer situação, mas pra quem tem criança, é uma chateação à parte. Parece que os danados sabem quem é mais indefeso na casa, e vão direto nas perninhas e bracinhos dos nossos pequenos, sem dó nem piedade.

Aqui em casa, as duas ficam inteiras picadinhas nessa época do ano. Uma delas, inclusive, tem uma leve alergia, e cada picadinha vira um inchadão com muita facilidade. O bom é que não inflama, nem causa outras consequências mais graves que às vezes vêm com as alergias. Mesmo assim, é chato.

Pra tratar as picadas, eu costumo usar creme de calêndula, muito bom. Uma boa tática de emergência para aliviar a coceira é um banho de maizena. Já fiz muito disso com a Estrela, a que é mais suscetível às picadas. Ultimamente me indicaram outras duas opções: pomada de Ledum Palustre (compra-se em farmácias homeopáticas, ou em lojas de produtos naturais) e Combudorom, um remédio da Welleda - esse, acredito que só se encontre mesmo nas lojas próprias da Welleda.

O Combudorom ainda não experimentei, mas a pomada de Ledum Palustre é mesmo muito boa. Andei usando na Estrela, e se não resolveu o problema por completo, aliviou bastante. As picadas passaram a desaparecer bem mais rápido, ao invés de ficar incomodando por dias.

Agora, e para afastar os bichinhos e prevenir as picadas? Para isso, confesso que ainda não encontrei uma solução satisfatória!

Repelentes eu não costumo passar porque não conheço um que não tenha químicas indesejáveis. Alguém por aí conhece um repelente natural, menos agressivo? Velas de citronela espalhadas pela casa sempre são uma solução simples e natural, mas pelo menos pela minha experiência, não tão eficaz quanto gostaria. Há um tempo comprei, em uma farmácia homeopática, um repelente de citronela em spray. Era para borrifar no ambiente, não para passar na pele. Esse sim, era muito bom. Era só borrifar nas portas e janelas, e não aparecia um mosquitinho para contar a história. Mas como nem tudo é perfeito, o tal repelente, que era à base de óleo de citronela, melecava todo o ambiente. Com o tempo, as janelas, portas, paredes, tudo ficava com aquelas horríveis manchas de gordura. E não adiantava limpar depois, que nem com reza braba a sujeira saía. Estou tentando encontrar uma solução que não emporcalhe tudo, mas se não encontrar, acho que vou me ver obrigada a recorrer ao spray mais uma vez, mesmo ficando com tudo engordurado pela casa...

Duas dicas que me deram recentemente, mas ainda não experimentei: comprar aqueles aparelhinhos de se colocar na tomada mas, ao invés do tabletinho de veneno, encaixar naquele espacinho folhas de louro. O inconveniente parece ser a rapidez com que a folha queima e você precisa trocar, mas o resultado parece ser eficiente. Outra tática que me pareceu interessante - vai ser a próxima a ser experimentada aqui em casa - foi, no comecinho da noite, passar no chão um pano umidecido em água com algumas gotas de óleo de citronela. Diz que os bichinhos ficam tão tontos que caem sozinhos. Será? Assim que experimentar, eu conto.

E vocês? Também sofrem com os mosquitos nessa época do ano? Que táticas naturais usam pra afastar os bichinhos, ou para tratar das picadas?

Imagem: http://lugardoconhecimento.wordpress.com/category/medicina/

Receitas Caseiras de uma Mãemífera

por: Kalu

Há mais de 12 anos deixei de lado a alopatia e abracei a fitoterapia, florais, antroposofia e Homeopatia. Desde de então sigo receitas caseiras para resolver os mais diversos problemas de saúde, pautada na certeza que a doença tem um fundo psicológico e o caminho é fortalecer o sistema imunológico.

Com meu filhote não poderia ser diferente. Logo que ele nasceu, teve uma conjuntivite, que foi curada com leite de peito, soro fisiológico e água filtrada com arruda orgânica (deixar de um dia para o outro e pigar nos olhos).

Tenho um canteirinho de ervas que cuido com todo carinho. Nos desconfortos intestinais do Miguel, depois de 6 meses de idade, chá de camomila (sem adoçar). Nas dores de barriga, carvão vegetal. Dores de garganta, mel com acafrão. Tosse, chá de guaco, puejo, talo de agrião e mel.

Própolis diluído em água, diariamente, para deixar o organismo forte e saudável e doses reforçadas em caso de gripe. Assim como umas gotinhas de geléia real, ao acordar. Quando o clima está muito seco, nebulizador de ambiente e soro fisiológico no nariz (feito em casa).

Quando há queda, gelo, limpeza com tintura de calêndula e aplicação de pomada de arnica. Para cicatrização, arnica líquida. Aliás, gelo é excelente para estancar sangue e evitar inchaço.

Para febre, gotas de limão na água morna e rodelas nas solas dos pés, para fazer com que o calor se dirija para as extremidades. E pitadas extras de paciência e peito.

Para tudinho, leitinho da mamãe: ele é calmante, anestésico, cicatrizante e recuperador de humor.

E você, quais são suas receitinhas secretas?

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Cólicas: Será que existe solução?

por: Yuri (mamífera convidada)

A Yasmin teve cólicas terríveis após cada mamada e que só terminaram quando ela completou 3 meses e 2 dias. Dei homeopatia e alopatia e ficávamos horas caminhando, cantando, fazendo massagens e nada funcionou.

Muito mais tarde descobri que ela tem intolerância à lactose e eu bebia muito leite, cerca de 1 litro por dia, além de consumir muitos derivados também. Concluí que isso deveria passar pra ela, causando tanto desconforto.

O Hugo também teve muitas cólicas, mas estas duravam exatas duas horas, entre 19 e 21h, todos os dias até os 4 meses. Lancei mão de todas as técnicas e recursos naturais acessíveis pra amenizá-las, só não recorri à alopatia.

Primeiro de tudo tratava de me preparar para o momento. Umas 4 da tarde tomava um banho longo, uma boa xícara de chá de camomila e cochilava um pouco. Como se estivesse me preparando pra uma guerra mesmo, pra reunir todas as forças e não passar estresse para o bebê, o que piora tudo.

Depois dava um longo banho nele com chá de camomila. Enchia bastante a banheira, pra ele ficar com água até o pescoço mesmo, e colocava nesta água chá de camomila concentrado, feito com as florzinhas. Media a temperatura para ficar a 36º e deixava ele dentro da banheira até a água ficar morninha, por 20 a 25 minutos. Ele já saía de lá quase dormindo. Enrolava na toalha e dava peito assim mesmo, pra ele não despertar. Depois ia colocando a roupinha devagar.

Após o término da mamada, deixava-o mais uma meia hora dormindo em cima de mim, com a barriguinha dele virada pra mim, esquentando. Em geral, eu também cochilava.
Depois deixava que ele deslizasse pra cama, me virava de lado, tudo pra não acordar.

Mas muitas vezes isso também não evitava que ele acordasse e se isso acontecesse neste período, as cólicas apareciam com força mesmo!

Aí eu colocava no sling e saía caminhando. Funcionava quase sempre, mas em geral tinha mais efeito se fosse fora de casa. Mas era só tirar do sling que a cólica voltava.

Então a gente acabou desistindo de não ficar com ele e deixávamos ele grudado na gente o tempo todo entre 19 e 21-22h. Se eu tivesse que sair da cama por exemplo, eu o passava pro colo do meu marido. Acho que o calor do nosso corpo ajuda nisso.

Também tomei muito banho de chuveiro com o Hugo, o barulho e a água caindo no corpinho deles acalma muito. Quando nada resolvia, entrávamos os dois no chuveiro e ele saía de lá dormindo. Acostumou tanto que algumas vezes só de abrir o chuveiro ele dormia.

Dei homeopatia que funcionou alguns dias e depois piorou. Parece que ele tinha uma certa sensibilidade.

Terapia floral, amenizou muito, mas ele seguia apresentando sinais de irritação no horário fatídico. Para confessar, até hoje ele fica meio nervoso neste período.

Eu já ouvi várias explicações pra cólica:

Você já ouviu falar da síndrome do adormecer? Pois é, é quando o metabolismo dos bebês já está avisando que o dia acabou pra eles e começam a ficar nervosos. Também é um horário que reúne um certo stress da casa... maridos chegando do trabalho, outros filhos da escola, mamãe cansada do dia....

Outra é uma que uma homeopata me deu, disse que estava inclusive fazendo um estudo sobre isso. Disse que achava que não era cólica o que os bebês tinham ao cair da noite, mas sim fome. Porque como a mãe já está cansada e amamentou o dia todo, não é mais capaz de produzir o leite gordo, então o bebê mama, mama, mama e não se satisfaz, por isso chora. Eu particularmente achei a teoria meio estranha, dá margem pra justificar a entrada do NAN por exemplo, mas aí ela arrematou dizendo que estava sugerindo às mães que dormissem pelo menos uma hora e meia antes do horário das cólicas pra produzir o leite gordo. Disse que pela sua pesquisa estava dando certo.

Tem uma explicação mais espiritualista, que tem a ver com a aceitação do bebê sobre sua missão.

E tem outra sobre leitura corporal que seria que problemas relacionados ao aparelho digestivo da criança teriam a ver com a impossibilidade de expressar seus sentimentos no ambiente onde está.

Outra clássica, a fisiológica. Tem a ver com o amadurecimento do sistema digestivo do pequeno que não funcionava na barriga da mãe.

Enfim, minha experiência me mostrou algumas coisas fundamentais: o estado emocional/físico/ psíquico interfere totalmente na intensidade (e até na existência) das cólicas. A alimentação também interfere, mas é uma equação dificílima de se montar porque a gente nunca come uma só coisa de cada vez para saber o que tirar.

E a última é que você está disponível para se conectar com seu bebê pode experimentar algo mágico. Vocês estão se conhecendo e estabelecendo uma relação que será única e ele certamente irá te mostrar o caminho. Confie!

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A primeira dor

por: Deborah

Não preciso nem dizer o quanto dói a dor de nossos filhos. Mas, a primeira dor, aquela que a gente identifica pela primeira vez é marcante. Pelo menos para mim foi esta semana.

O Pietro não teve cólica, não que me chamasse a atenção, teve algum desconforto, talvez, mas dor, dor, não teve. Com a Isadora também foi assim. Mas, meus filhos têm o péssimo hábito de ter dentes muito cedo...

Com a Isadora foi aos 4 meses, me lembro como se fosse hoje de ver o dentinho dela apontando, saindo, lembro até do local onde eu estava, na cozinha da casa onde morávamos, eu vi o dentinho crescendo, crescendo... uma loucura!

E agora o Pietro, com 3 meses, quase 4... Há uma semana, achei que o Pietro estava um pouco mais agitado, sem conseguir dormir. O calor estava mesmo insuportáel, mas eu sentia que não era só isto e coração de mãe não se engana.

Hoje ele tem 3 meses e 25 dias, e desde os 2 está babando muito e levando tudo à boca. Venho falando que poderia ser dente chegando por aí e todos dizendo que não, que é muito cedo. Pois bem, eu cismei que tinha dente nascendo. Eu sentia algo diferente nas vezes em que ele chupava o meu dedo (ele adora desde que nasceu, ao contrário da chupeta, que odeia, as mãos dele ele também ama, colocar os dedos e as duas mãos inteiras).

Eu tentava ver, mas ele não deixava não. Mas, não teve jeito, na última quarta-feira eu vi e senti, está lá o dente lindo, lindo... um outro apontava do lado. Hoje, já estão os dois e parece que vem mais dois.

Além da agitação e do intestino um pouco mais solto, ele não teve febre e nem uma mudança de comportamento. Mas, às vezes solta uns choros agudos, sofridos que é de cortar o o coração. Choro de dor. E é desta dor que quero falar. Nestas horas, ele me olha com aqueles olhinhos como se pedissem socorro, com lagriminhas nos cantos. E caiu a ficha... Nem sempre vou poder evitar as dores dele, nem sempre eu saberei como curar. E como dói saber isto.

É só um dente que nasce, mas depois vêm muitas outras coisas, pelo que vivi agora com a Isa, e sei que virão muito mais. Tudo o que tentamos evitar dando a eles um nascimento mais tranquilo, sem o susto de uma cesárea eletiva e de todas as intervenções, a amamentação em livre demanda, o "não" para as vacinas que achamos desnecessárias , o colo em livre demanda, fazemos tudo o que podemos, mas têm coisas que eles terão que resolver sozinhos.

Não posso ajudar aquele dentinho a nascer sem dor. E quantas dores virão por aí..

E não posso falar do primeiro dentinho do Pietro sem falar do primeiro dentinho mole da Isa. Ela também tem pressa, acabou de fazer 5 anos e já vai perder um dente. O legal é que aconteceu junto com o dente do irmão e quando vou contar pra alguém que ele já tem dente, ela logo fala, "e o meu tá mole"... Não ficou para trás. Mas, para ela, nenhum motivo para a dor e sim uma alegria imensa, ela quer o que o dente caia, há tempos queria. É o sinal de que ela está crescendo... e ainda tem a espera pela "fada dos dentes".

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É isto, meus pequenos crescendo... E eu vivendo tudo de novo, como se fosse a primeira vez!

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Imagem: arquivo pessoal

Carinho e canja de galinha

por: Kathy

Nessa semana, o Samuel ficou doentinho. Nariz entupido, escorrendo, tosse e aquela carinha meio abatida, inconfundível. Não dormiu bem durante a noite, ficou chorão e manhoso na escolinha durante o dia...

Fiquei preocupada. Então, na quarta-feira, resolvi não ir trabalhar. Tirei o dia pra gente, pra ficar com meu pequeno.

Dormimos até mais de 10 horas da manhã. Começamos o dia com florais, um suco fresquinho de laranja e uns pães de queijo (que ele adora). Depois, fomos tomar banho. Aproveitei pra deixar fazer bastante vapor no banheiro, o que ajudou e muito a melhorar o nariz entupido. Enchi a banheira dele e deixei que ele brincasse ainda um tempo no vapor quentinho.

Saindo do banho, muito bem agasalhado e cheiroso, ele ficou com soninho e pediu pra mamar no peito. Mamou nos dois, até revirar os olhinhos de sono igual um bebezinho, rs... Dormiu uns 40 minutos no meu colo. Fiquei ali, fazendo carinho, olhando meu pequenino bem de pertinho, sentindo o cheirinho gostoso da pele dele.

Quando acordou, liguei o DVD do Cocoricó, que ele ficou assistindo na cama mesmo, deitado e enrolado no edredon, e fui fazer uma sopinha pra gente. Fiz um caldo bem gostoso de galinha, com muita salsa, cebolinha, cebola e alho, um ovo batidinho, umas batatas, um bom azeite, sal e milho verde (outra das paixões de Sam Sam). Ficou tão deliciosa que ele comeu dois pratões acompanhados de uma fatia generosa de pão integral. Também fiz uma jarra de limonada, que o Sam Sam tomou quase sozinho!

Com a barriguinha cheia e depois de tomar mais umas gotinhas de floral, ele dormiu quase 3 horas! Aproveitei pra ligar o vaporizador com uma essência de eucalipto, o que liberou de vez o narizinho. Senti que ele estava precisando relaxar o corpo e descansar! O bichinho acordou revigorado e pedindo mais papá! rs...

Comemos um pouco de macarrão com atum e uma gostosa saladinha de tomates no jantar. Esolhemos alguns livrinhos e brincamos juntos até a hora de dormir, quando ele passou quase uma hora no peito antes de capotar de vez.

Não preciso nem dizer que no dia seguinte ele estava ótimo né? Brincando, alegre, com o nariz bem descongestionado e tossindo bem pouco. Eu também me senti muito bem, feliz, tranquila e segura por saber que não há nada como colinho de mãe, atenção, carinho, amor, florais e um bom leite materno pra acabar com qualquer doencinha.

Ah, claro, como já dizia a vovó e o Benjor, uma canjinha de galinha também não faz mal pra ninguém! rs...

Imagem: www.gettyimages.com.br

Crianças e Flores

por: Kathy

Sou apaixonada por terapia floral. Me impressiona ver como algo tão simples, suave e sutil possa trazer resultados tão bons, principalmente para as crianças.

As essências florais foram descobertas por um médico inglês chamado Edward Bach. Ele se formou cirurgião, mas depois voltou-se para o estudo da homeopatia. É que o Dr. Bach era dos nossos, ou seja, ele remava contra a maré e acreditava que as doenças eram resultados de conflitos da alma e que manter o equilíbrio e a harmonia mental poderia nos ajudar a levar uma vida mais saudável. O que ele buscava era um sistema de cura que se baseasse na natureza, que fosse simples, natural e acessível.

Assim, baseado em seus estudos sobre as diluições da homeopatia, Dr. Bach descobriu o alto poder curativo das flores e percebeu também que a água energizada por elas mantinha esse poder curativo. Surgiram então os 38 Florais de Bach. Pelo mundo, outras pessoas seguiram os passos do Dr. Bach e criaram também sistemas florais locais, como os florais Australianos, do Deserto e Californianos, por exemplo.

Aqui no Brasil também temos ótimos pesquisadores e sistemas florais brasileiros como os Florais de Saint Germain, os Florais de Minas, Florais da Amazônia e os Florais Filhas de Gaia, entre outros.

Como adoro o assunto e já fiz alguns cursos sobre florais, escolho eu mesma as essências para mim e para o Samuel desde que ele estava na minha barriga, sempre com ótimos resultados. As crianças reagem muito rápido aos florais e a explicação para isso é que o acúmulo de sentimentos negativos nos pequenos é muito menor do que em nós adultos.

Apesar dos florais não terem contra-indicações nem efeitos colaterais, é sempre interessante procurar um bom teraputa floral para ajudar na indicação das essências, já que os florais não tratam especificamente das doenças ou de seus sintomas, mas sim do equilíbrio emocional de cada um.

Isso quer dizer que duas pessoas diferentes que estão resfriadas, por exemplo, podem tomar florais diferentes para ajudar nessa recuperação, pois reagem a essa doença de formas diferentes. Por isso não acho muito legais aquelas tabelinhas que a gente encontra com facilidade na internet dizendo que tal floral é bom para tal sintoma. É mais acertado analisar cada caso separadamente, porque cada pessoa reage de forma diferente a uma mesma situação e exatamente por isso vai precisar de uma essência diferente.

Livros legais sobre florais:

Os Remédios Florais do Dr. Bach, incluindo Cura-te a ti mesmo e os doze remédios (Edward Bach - Editora Pensamento) - esse é um clássico, um livro básico para entender a filosofia do Dr. Bach e para entrar em contato com as essências florais. Obrigatório para quem quer entender melhor como funcionam os florais.

Aprenda a ser feliz com os florais de Bach (Mara e Celso Paroni - publicação própria) - Um livro simples e bem prático, recomendo para quem está começando a aprender. Fácil de ler e com ótimas orientações sobre como escolher os florais para as crianças. Para quem já conhece as essências, pode parecer meio superficial.

Participando da Vida com Florais de Bach - uma visão mitológica e prática (Carmem Monari - Editora Roca) - um livro lindo, pena que é tão caro! Cheio de simbologias que nos ajudam a entender a atuação de cada flor e de cada essência.

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Saltos de Desenvolvimento

por: Kalu

Imagine um salto: a gente se encolhe todo para depois conseguir alcançar uma altura bem maior que a de nosso corpo. Em nossa visão cartesiana pensamos no crescimento como uma linha ascendente. Mas se olharmos de perto vamos perceber que em nossas vidas o crescimento se dá como um salto, uma espiral que se contrai e expande.

Quem tem filho já ouviu falar dos tais saltos de desenvolvimento. É um período crítico em que os pequenos só querem saber de colo. Se desfraldaram, voltam a fazer xixi na calça; se comem, voltam a querer só peito. É uma ligeira regressão e encolhimento, como se voltassem ao estágio conhecido, à chamada zona de conforto, para conseguirem ir além.

Hetty Vanderijt e Frans Plooij autores do livro " As Maravilhosas Semanas", dizem que no período que atecedem os saltos de desenvolvimento, o bebê de repente sente-se perdido no mundo, pois seu sistema perceptivo e cognitivo mudou, mas ele ainda não se acostumou.

O que acaba acontecendo é a necessidade de voltar a base, ao conhecido. em resumo: eles só querem a MAMÃE. E qual o remédio para os pequenos carentes? Muito colo, paciência, porque costumam comer e dormir com dificuldade.

Segundo os autores, depois de algumas semanas essa fase difícil passa e tudo volta a normalidade. Existe uma certa variação entre bebês, inclusive de intensidade dos episódios de acordo com a característica pessoal das crianças. Mas em geral os saltos de desenvolvimento ocorrem nos seguintes períodos:

• 5 semanas
• 1 mês quase
• 2 meses
• quase 3 meses
• 4 meses e meio
• 6 meses
• 7 meses
• 8 meses e meio
• quase 11 meses
• quase 13 meses
• quase 15 meses
• 17 meses

Ainda segundo os autores, depois de uma crise o bebê ‘de repente’ começa a fazer coisas que não fazia antes. A dica mamífera para esta e outras fases da maternidade é repetir o mantra: Isso passa. Uma boa dose de paciência e saber que, por mais loucura que possa parecer, a gente vai sentir saudades.

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febre, e agora?

por: Tata

Poucas coisas angustiam tanto uma mãe quanto a primeira febre de um filho. Bom, a primeira, a segunda, a terceira, a quarta. É duro ver os nossos pequenos amuadinhos, com as bochechinhas vermelhas, os olhos caídos, jogados num canto do sofá sem disposição pra brincar, bagunçar, divertir.

Isso, além da preocupação que vem das informações desencontradas (e muitas vezes equivocadas) que sempre ouvimos por aí e ficam rondando a mente nessas horas mais complicadas: que febre é perigoso, que tem que baixar, que pode dar convulsão, etc, etc, etc.

A gente vive em uma sociedade que cultiva noções um tanto traiçoeiras de saúde. Como se a doença fosse um monstro que se deve combater a qualquer custo, e os incômodos provocados por ela, meros inconvenientes que, quanto mais rápido se puder superar, melhor.

Às vezes a gente se esquece que o corpo humano é um sistema harmônico, integrado, inteiro. Nada acontece por acaso. As doenças não nascem do nada, não chegam sem nenhuma razão, sem qualquer propósito. Eu sempre tive em mente que organismos equilibrados não adoecem, e que se houve condições para que uma doença se instalasse, foi porque um desequilíbrio (mental, emocional, físico, tudo está interligado, as coisas acontecem em conjunto) fez com que o organismo se tornasse mais suscetível. E que essa doença seria uma oportunidade de tratar não apenas o sintoma pontual, mas o doente: reequilibrar meu organismo e torná-lo mais harmônico, integrado e resistente.

Esse, pra mim, sempre foi o grande furo da alopatia, e a razão principal pela qual nunca acreditei nela como meio de tratamento: a crença alopática disseca o paciente, enxerga-o como um amontoado de partes desconexas, não como um todo integrado e interligado, onde nada acontece de forma independente.

As febres infantis são, na maioria das vezes, oportunidades para a criança amadurecer, para debater-se consigo mesma a fim de conhecer-se melhor, e sair fortalecida. Eu, com as minhas meninas, comprovo isso o tempo todo. A cada episódio de febre, passada a crise, elas saem transformadas. É como se tivessem 'passado de fase', subido um degrau.

Minhas filhas tiveram poucos episódios de febre até hoje. Algumas febrinhas bobas, acompanhando processos de gripe ou semelhantes, e poucos episódios de febrão, daqueles de derrubar. Em nenhum deles tomaram antitérmico, nem mesmo medidas mecânicas para baixar a febre, como banhos frios por exemplo. Eu tenho como filosofia deixar a natureza atuar, deixar que o corpo defenda-se sozinho, porque é o que ele precisa para tornar-se mais forte. A gente ajuda com uma homeopatia aqui, com um chazinho acolá, e acima de tudo com muita presença, muito aconchego e muito carinho. E deixa que o organismo faça o papel principal.

Vejo muitas mães dizendo: "ah, mas quando a febre aumenta muito, eu dou antitérmico... não suporto ver meu filho caidinho, é muita judiação!". O problema desse raciocínio é não levar em conta a sabedoria do organismo: se seu filhote está amuadinho, em um ritmo mais lento do que o seu normal, talvez seja porque, naquele momento, isso é tudo o que ele precisa. Talvez seu corpo esteja pedindo uma pausa na agitação cotidiana para reunir forças, superar as dificuldades e seguir em frente, sempre mais fortalecido que antes.

Não, não é nada fácil ver a nossa cria ardendo em febre e resistir à tentação do antitérmico salvador. O sofrimento deles dói mais na gente do que o nosso próprio, disso não há dúvidas.

Mas são oportunidades para um aprendizado nosso também, como mães e pais. Eu, sempre que passo por uma situação dessas e cogito uma atitude mais intervencionista, tento me centrar, tranquilizar e, sobretudo, lembrar de uma frase dita certa vez pela pediatra das meninas, homeopata que não medica febre. Eu disse pra ela que era muito difícil ver as meninas sofrendo e não fazer nada. A resposta: "elas têm toda uma vida pela frente, e nem sempre você vai poder impedir que elas sofram. e não é esse o seu papel. o seu papel é estar do lado, dar carinho, estar presente. mas as dores que elas tiverem que passar na vida são delas, e elas vão ter que vivê-las por si, você goste ou não".

É nessas horas que eu lembro que elas não vieram ao mundo somente para crescer. Vieram para fazer crescer também.

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Pés na cabeça

por: Kathy

Daí que a notícia veio pelo telefone, me atingindo como um rojão e explodindo bem na minha mão:

- Er... Mamãe, o Samuel não vai poder ficar na creche mais nessa tarde!
- Por que não????!!!
- Porque ele... Está com piolho!

Que??!!
Piolho? A resposta foi assim mesmo, com várias exclamações e interrogações... MEU filhinho, limpinho, cheirosinho, cuidadinho, amamentadinho, com PIOLHO????

Difícil de aceitar, né? Mas é a realidade. Obviamente já me informei sobre o assunto, pedi um help pras amigas experientes, falei com a pediatra e estou bem mais tranquila... Pegar, todo mundo pega... O grande problema é não tratar, não cuidar. Porque aí vira aquela infestação e fica difícil de controlar.

Pra mim, que nunca tinha visto piolho na vida, foi impossível perceber. São miudinhos e da cor do cabelo. Já as educadoras da creche, mais acostumadas, né, se ligaram rapidinho.

Remédio passado, medidas preventivas tomadas, piolhos devidamente apresentados a essa mamãe aqui que ficou se sentindo meio relapsa, mas já melhorou, bichinhos eliminados, ovinhos exterminados, cabelos limpinhos e sem nenhumzinho pra contar história...

O saldo final é positivo. Sempre é, né? Aprendi mais uma... E depois eu conto se os danados dos piolhos se foram de vez mesmo! Ai ai... É cada uma...

"Quando eu dou criança
O meu nome é lêndia
Mas a minha infância
Dura pouco demais...
Logo, logo eu cresço,
Pra infernizar tudo,
E faço minha casa
No teu coro cabeludo.
Não escolho cabeça nem classe social,
Pra mim rico ou podre,
É tudo igual!"

(O piolho - Bia Bedran)

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