Olá!
Mudamos de endereço.
Você pode nos encontrar em www.blogmamiferas.com.br a partir de agora.
E a Dor do Parto Natural?
Com massagem, liberdade de andar, comer e beber água, usar o chuveiro e ficar na posição que desejar ajuda a enfrentar a dor com muito mais tranquilidade. A questão é que muitas mulheres que tiveram parto normal com intervenções receberam ocitocina que faz as contrações ficarem bem dolorosas (150 vezes maiores que sem o uso do hormônio artificial), além de terem que permanecer imóveis, deitadas durante o TP (que faz a dor aumentar). Isso contribui para aumentar o imaginário que somos loucas de aguentar a dor. A verdade é que com estes métodos não farmacológicos as sores ficam toleráveis.
E por que escolher um parto Natural?
Para receber seu filho sem nenhum medicamento, para que você esteja inteira para segurá-lo ao nascer e dar de mamar no primeiro momento. Afinal, a anestesia também chega até o bebê, que nasce mais molinho que um bebê nascido de parto natural. E você, sem efeito dos medicamentos, pode estar ativa para o primeiro encontro com o grande amor da sua vida. É importante também escolher um hospital ou instituição que seja aberto para este tipo de parto e pensar nos procedimentos desnecessários que o bebê passa ao nascer, que podem ser evitados. E sem a dor e efeitos de uma cesárea ou de um parto normal cheio de intervenções você estará inteira para cuidar do seu pequeno nos primeiros dias de vida.
Na sexta vou falar como saber se seu médico não vai te enganar, procedimentos padrão do recém-nascido e indicar ONGs de humanização no país para que você possa procurar e saber das possibilidades de ter um parto humanizado dentro da estrutura de sua cidade. Se tiverem indicações de sites, ONGs, doulas, escrevam nos comentários. E aproveitem para fazer perguntas específicas sobre parto humanizado para serem respondidas no fim da semana.
por: Flávia Penido (Mamífera convidada)
Está na hora do jantar. Ok! Vocês venceram. Bacon, ovos e salsichas. "Uau, Que delícia!" Exclamam as crianças, dando pulinhos em volta da mesa e fazendo som de índio em um ritual maluco cheio de euforia. Lavam suas mãos sem nem mesmo pedir. Não posso evitar um sorriso. Não consigo deixar de notar o olhar estranho de meu marido. Ou será que estou imaginado coisas?
Ufa! Estou exausta e angustiada na mesa. Sirvo as crianças e me pergunto como cheguei a esse ponto. As crianças vão comendo, se esbaldando. A mesa está um clima alegre, as crianças descontraídas conversam alegres com o pai. Mas eu fico suando a camisa só de pensar na quantidade de gordura e na falta de vitaminas que essa refeição exibe. Nem me falem de qual tipo nojeiras são feitas as salsichas!
Não é que me sinta culpada se às vezes as refeições não são saudáveis... Bom, sim, eu me sinto culpadíssima, e tenho a ligeira impressão de que tem um monte de vozes e dedos que apontam na minha direção. “Ai não enche!” Empurro com toda força esse Superego lá para o lugar desagradável de onde ele vem.
Procuro me concentrar na conversa animada das crianças. Olho para cada um deles. Observo como são bonitos. O nariz de pintinhas de minha filhinha me preenche de ternura. Meu marido escuta atentamente o que as crianças lhe contam, mesmo se tem atrás das costas um dia complicado de trabalho e um monte de problemas por resolver.
Isso me comove tanto! Logo, penso em como ele é querido, e como meu cabelo está desgrenhado. Olho envergonhada para as pantufas delirantes que estou usando, notando ainda como minhas unhas estão eternamente por fazer. “Bolas! Lá vem a culpa novamente!” Empurro com mais convicção ainda para bem longe esses pensamentos.
Sinto saudades das papinhas bem feitas, dos legumes feito no vapor, das crianças comendo toda a papa sem me perguntarem o que era. Eu estou pagando pela língua arrogante. Minha caçula nunca gostou de minhas sopinhas, e o primeiro prato que ela realmente adorou foi um espaguete à bolonhesa bem picante!
Eu que no auge de minha pretensão estava convicta que criança aprende a comer de tudo através do exemplo e da oferta que tem... Ledo engano! As crianças têm suas próprias papilas gustativas! Cada filho que eu tive veio quebrar mais alguns paradigmas me transformando em uma pessoa melhor, mais tolerante.
Para que vou contaminar o ambiente familiar com minhas frustrações quanto ao ideal de mãe e mulher que eu construí? Quero relaxar e aproveitar a refeição alegremente sem as reclamações de todo tipo: “Isso eu não como, este eu não gosto, assim é duro, assado é sem graça.”
Para que sobrecarregar as relações com expectativas ingênuas que tendem a ser impossíveis de se atender? Vou desfrutar deste momento por inteira sem me deixar acossar pela mãe que eu pretendo ser. Eu sou apenas uma mãe de carne e osso diante da aceleração do mundo moderno.
A alimentação da família é apenas uma faceta da criação dessa família, chega de rabugices! Por favor, não me entendam mal. É claro que vou continuar com a paciente tarefa de colocar brócolis no prato do meu filho para logo em seguida por acaso das circunstâncias encontrá-lo na boca do cachorro. Eu não desisto nunca, mas todo mundo precisa de descanso.
Apenas escrevi tudo isso para lembrar a mim mesma e a vocês leitores que continuaram até aqui, que a maternidade traz uma imensa liberdade para quem for capaz de ser mãe no espaço e tempo do presente, ao invés de estar nas saudades do passado ou no desejo do futuro. Se livrar das ilusões de Ego que nos amarram, para viver plenamente a vida como ela é. Para mim a maternidade trouxe a possibilidade de me sentir linda sem nem mesmo ter tido tempo de verificar se a depilação está em dia! Quanta liberdade!
Então para terminar nosso jantar em família. Todos dão uma gargalhada gostosa ao ouvir a piada que meu filho dispara. Nisso meu marido olha para mim, estende o braço e, me puxando para perto, me dá um beijo. Eu realmente vivo tudo o que preciso nessa vida!
por: Kalu