Tenho muito orgulho deste blog e todos este espaço de diálogo que ao longo de um ano construímos. Somos mais que mães que discutem maternidade. Estamos além do rótulo de mães alternativas e naturebas. Esculpimos um novo feminismo, com as conquistas das feministas e o resgate da mulher tradicional.
De nós foi tirado o direiro de parir da maneira mais orgânica: de cócoras. Foi lá no iluminismo francês quando a Rainha Vitória foi deitada para que o rei assitisse a seu parto. Logo depois as mulheres começaram a precisar de anestésicos e os imãos de sobrenome fórceps fizeram história com seu aparelho de extrair bebês.
Deitamos com as entranhas limpas, os pelos raspados para que um homem fizesse nosso parto de maneira mais higiênica e visível. Para facilitar a saída do bebê fomos multiladas em nosso órgão mais sensível. Perdemos a conexão com a Terra, com sua gravidade e a força dos nossos pés plantados no chão. Desconectamos com Deus quando nossas cabeças se deitaram em uma postura de passividade. Historicamente perdemos o sagrado direiro de parir.
E as feministas nas ruas na década de 60, pregaram a nossa liberdade sexual e direitos iguais que nos fizeram iguais aos homens em seus defeitos. Fomos para o mercado de trabalho e com a pílula perdemos a conexão com nossos ciclos naturais e toda a intuição que nos dava poderes especiais. Nossos filhos foram para escolas e começamos a padecer do mal da TPM, da menopausa precoce, da vida desconectada da grande mãe Gaia.
Nós mulheres, as grandes responsáveis pela mudança de cultura, ensinamos nossos filhos a serem precocemente independentes. A lacuna da separação da hora do parto, às vezes, penso ser a síndrome do pânico, grande mal desta era. Não fomos abraçados pelas entranhas de nossas mães, não vencemos nossa primeira batalha e fomos separados do colo materno em nosso primeiro choro solitário e frio, calado às vezes por um bico artificial.
Nosso peito e presença foram trocados por similares de borracha e silicone, gerando mais lixo para nossa mãe Terra. O perfeito alimento de nossas mamas, abandonado por um pó artificial de outro animal, enriquecido com mil vitaminas e desprovido de amor.
Os panos que prendíamos nossos filhos junto do corpo trocados por carrinhos que viram o olhar da criança para longe de suas mães, o universo mais lindo que precisam olhar. E as histórias contadas por aquela melodiosa voz conhecida trocada por um aparelho que coloca imagens prontas e histórias com vozes esganiçadas e frenéticas. Trocamos nossas presenças por presentes que geram ainda mais lixo para o planeta.
Aquela deliciosa comida substituída por papas processadas e esquentadas em um aparelho que gera ondas altamente maléficas. Nossos filhos não conhecem vacas, galinhas, macacos, que não sejam em zoológico ou documentários e poucos sabem os nomes das frutas naturais e que não nascem em caixinhas.
O que fazemos aqui é resgatar este feminismo oprimido, a consciência de nossa responsabilidade enquanto mães de estar presentes, de participar da educação e oferecer um desenvolvimento mais natural e harmônico. Resgatamos a união com Terra e Céus na hora do parto, a ecologia da dança sagrada dos hormônios sem intervir com forças externas, de permitr que nossos filhos não fiquem com a lacuna do não acalanto de seu primeiro choro e não sofram as terríveis invasões de seus corpos pequenos e indefesos.
Somos o que se pode chamar de paleolíticas modernas, mulheres que reinventam a profissão para ficar mais tempo com os pequenos, que reinventam a vida para oferecer um dia-a-dia mais natural. Mulheres que lutam por uma amamentação prolongada deixando de usar chupetas e mamadeiras.
Somos loucas questionadoras em um mundo de gente que segue a corrente mecanicista. Resgatamos nosso adjetivo mais belo: mamíferas!
Eu amo vocês que me inspiram e despertam meu orgulho de fazer parte de uma nova era.
21 comentários:
uau!
dos textos mais densos e necessários que li na era mamífera da minha vida.
salve kalu!
Kalu o texto está incrível !
Intenso.
Beijos
Lê ("Eu amo vocês que me inspiram e orgulham de fazer parte de uma nova era."
Sem palavras e com lágrimas nos olhos.
Emoção por me sentir representada no texto.
Admiração por cada mamífera que me ensina e ajuda a seguir neste caminho, mesmo quando está difícil e o mundo tenta me levar.
Beijos agradecidos!
Sublime!!
Viva as mamíferas!
Abração de um mamífero,
Gabriel Dread
Nossa, Kalu... tão lindo... "sem palavras e com lágrimas nos olhos" como disse a Dani.
Permita-me mandar esse texto para um grupo que parcticipo de mães que tiveram seus bebês em casa???
Por favor, continue sempre nos presenteando com essas palavras magníficas de luz!
Beijinhos,
Lívia, mamãe do Uriel (completando 11 meses no domingo)
Kalu,
lindo e intesno.
Obrigada pelas palavras.
Carol
Oi meninas, muito obrigada pelos elogios. Esta semana eu fui a um encontro sobre sustentabilidade e comecei a falar de meus projetos ecológicos. Até aquele momento parecia que eu não tinha percebido o quanto este blog está na raiz da ecologia. O que disse na minha apresentação foi mais ou menos o que escrevi aqui. Sabe aquelas coisas que estão prontas dentro de vc? Cheguei em casa e escrevi. Fico feliz por ter conseguido transmitir toda emoção que senti ao falar deste lindo projeto chamado mamiferas.
Querida Lívia, pode divulgar o texto sim. Aproveite e convide-as para conhecer nosso site.
Beijos emocionados
Kalu, me emocionei em cada linha de seu texto. Estou com lágrimas nos olhos.
Me senti um pouco representada nele, pois também nado contra a maré, algumas vezes me sinto sozinha. Mas, tudo isso passa ao ver a felicidade da minha menina; de ver como ela é saudável tranquila; de saber, no meu íntimo, que faço de tudo por ela (desde usar sling até comidas e sucos naturais).
Cada dia mais me sinto mais mamífera e me orgulho muito disso. Obrigada pelo blog, que é onde me sinto mais normal no meio de tanto maluco.
Kaluuuuuu!!! Que texto BÁRBARO!!!! Tocante, vivo, histórico e belíssimo!
Carol Ratton
Maravilhoso o texto!! De palavras de simples entendimento mas com grande significado. Nos faz mulheres mamíferas que somos nos espelhar em cada paragráfo e vírgula. Me vi em todo o contexto dessa formosura!! Parabéns! =)
Muito grata, Kalu!
Mandei o texto e, como são mães-mamíferas, tenho certeza que se emocionarão e com certeza visitarão o blog (e se apaixonarão com cada linha que vcs escrevem... é impossível ser diferente! E juro que não tô puxando o saco... heuehueheu)
Beijinhos!
Lívia e Uriel
Uau, Kalu, que lindo!!! perfeito, sintetizou nossa luta diária em um texto maravilhoso. Tive que segurar as lágrimas aqui...
bjs querida!
Tou com lágrimas nos olhos...obrigada Kalu!
Hj mesmo estava pensando nas minhas 36 semanas completas de uma gravidez linda... no quanto acredito na nossa natureza feminina e no quanto boto fé em mim e na minha filha que vai nascer. E que tudo vai dar certo, de forma natural.
lindo kalu!
posso postar no MATERNASP?
bjkz
Meninas
Fico feliz com tantos comentários lindos e emocionantes.... aiai, como amo este mundo mamifero.
Oi Elly,Pode postar na materna sim!
Lindo!
Obrigada pelas palavras sábias e simples!!!
Vou imprimir e distribuir para todos que me questionam e questionam minhas escolhas...
Beijos!
Pertfeito amada! Texto lindo, completo. Parabéns!!
Solteiro ainda eu li "Mulheres que correm com Lobos" e ficava pensando....será que ainda existem mulheres com esta sintonia?Ou que a busquem?
Graças a Deus eu descobrí que sim.
Obrigado, meu amor, foi tocante seu texto
Kalu!
Depois de ter descoberto esta ONG (Bem Nascer) e este Blog (Mamiferas) tenho sentido mais coragem para não aceitar esse sistema que quer nos tormar mais uma mão de obra da máquina capitalista e nos tirar o direito de ser mulher!! Fantástica postagem!
Quésia
Lindo demais!! Sem palavras!!
Muito lindo, Kalu! Você expressa a maternidade com perfeição!
beijo grande, querida!
Bella Libero
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