
por: Kathy
Quem me conhece fora do mundo virtual não imagina, mas eu tinha uma certa fama de encrenqueira nas listas de discussão que participo - todas elas sobre maternidade, diga-se de passagem. Encrenqueira porque, digamos, era muito passional para defender o que acredito. E meio que parecia "cega" às vezes, saía defendendo o que acho e atropelando um pouco as pessoas.
Mas estou aprendendo. De verdade. Tenho escrito mensagens mais tranquilas, arrumado menos problemas, pensado mais nas pessoas e entendendo que cada um tem seus motivos, suas razões, suas convicções. Hoje em dia já consigo respirar três vezes antes de responder impulsivamente as mensagens que recebo e com as quais não concordo. Consigo dar risada e levar para um lado bem humorado alguém que pensa de uma forma completamente diferente da minha...
Meu idealismo continua aqui, inabalável. Aliás, sinto que ele se fortalece a cada dia. Minhas certezas vão se sedimentando, vou ficando mais segura, e não tenho mais aquela necessidade que tinha antes de defender com unhas e dentes o que acho. Parece que tomei como minhas, as minhas verdades de tal forma, que não preciso mais discutir com quem pensa diferente. E quando preciso, o faço de forma leve.
Amadurecimento, talvez. Fiquei pensando hoje, talvez minha forma de defender o que penso tenha ficado mais "humanizada", rs... Nada mais pertinente, aliás. Suavemente, delicadamente, naturalmente, consigo me colocar sem agredir, sem precisar chocar pelo ser diferente, e sem bater de frente com quem não é igual a mim também... É como ter passado pela adolescência rebelde, e agora poder curtir mais tranquila a minha juventude como ativista, rs...
Tem sido mais fácil chegar nas pessoas assim, obviamente. Querer enfiar algo na cabeça de alguém com pauladas nunca dá muito certo, é claro. Porque quando dói as pessoas recuam e ficam machucadas depois. É agressivo. Sendo delicada, as pessoas sentam, te ouvem, e mesmo discordando, a proximidade permanece. Dá até pra tentar tocar no assunto de novo mais tarde que a receptividade permanece. É engraçado, por que será que eu ainda não tinha me dado conta disso antes?
Com delicadeza e suavidade, tudo fica definitivamente muito mais simples.
Imagem: www.gettyimages.com.br
Um comentário:
Kathy, acho que tenho um probleminha parecido (risos envergonhados). E olha que nem me acho agressiva, mas às vezes eu perco a mão na hora de tocar em feridas.
O engraçado é que às vezes recebo retornos agradecidos, me dizendo que sou um doce, ou que falei exatamente o que queriam/precisavam ouvir.
Outras vezes, tem quem se ofenda, fique bravo, não responda e até me exclua como amigo do orkut!!!
E às vezes isso acontece no mesmo ato, mas com respostas diferentes conforme a pessoa.
Tenho concluído e refletido que preciso que preciso melhorar minha comunicação, especialmente em momentos tensos. Mas também vejo que depende muito da abertura de quem escuta. E do quanto algumas palavras podem ferir algumas pessoas e ajudar outras ao mesmo tempo.
Acho que quando eu conseguir equilibrar tudo isso chegarei à comunicação e ativismo humanizado.
Beijos!
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