por: Deborah
Hoje recebi a feliz notícia de que aceitaram o pedido de licença-amamentação no meu trabalho. Com os 4 meses da licença-maternidade, mais um mês que ganhei em troca do trabalho a distância e mais as férias coletivas, volto a trabalhar dois dias antes do Pietro completar seis meses. Um grande progresso para quem na primeira filha teve só vinte e nove dias para curtir a cria integralmente.
Dias difíceis mas que foram amenizados pela facilidade com que a amamentação transcorreu. As dificuldades vieram pelo esforço de manter a Isadora com o leite materno, tendo que voltar ao trabalho tão cedo, mas, sem dúvida alguma, a forma com que a amamentação aconteceu desde a primeira vez ajudou muito.
Não quero nem pensar no que poderia ter ocorrido caso, além da frustração da cesárea, do direito ao pouco tempo com ela, ainda não tivéssemos consguido nos entender na amamentação. Mas, graças a Deus, foi tudo tão natural, como se tivesse que ser daquele jeito. Lembrei do texto da Pati Merlin, quando disse que o Pedro mamou por vingança.
Será que a Isa também mamou por vingança? Pode ser, a sede dela pela mãe, depois de uma separação desnecessária de cerca de seis horas, pode ter feito com que viesse tão disposta para os meus seios... Mas, o Pietro só se separou de mim por cinco minutos, o que para ele deve ter sido uma eternidade, e veio com a mesma gana... Sempre achei que teria que ser assim...
Não venho de uma tradição feliz com a amamentação, minha mãe não me amamentou mais de um mês, o médico disse que o leite dela era "fraco". Este médico deve ter se formado na mesma universidade do outro médico que fez o parto dela quando nasci em uma cesárea de urgência pois eu tinha "passado da hora", como se eu tivesse nascido com o prazo de validade vencido... Por vingança, recusei as fórmulas e os bicos. Tomei desde sempre leite de padaria e no copo. Minha irmã teve um pouco mais de sorte, mamou até uns três meses, mas com muito esforço. Os seios da minha mãe ficaram muito machucados, sangrando, provavelmente resultado de uma pega ruim e, por isto, os três meses foram o máximo.
Diferente de todas as minhas tensões e meus medos em relação ao parto, nunca pensei que eu não poderia amamentar. Nem digo que sempre tive certeza que conseguiria, simplesmente nunca fiquei pensando no assunto. E acho que esta certeza, mesmo sem ter certeza, de que tudo daria certo, ajudou com que tudo fosse tão natural.
E costumo pensar, "ah, se tudo em minha vida fosse como a amamentação"... Para mim é tão natural, colocar o peito na boca do Pietro, como foi colocar na boca da Isa, eles pegaram e pronto, mamaram. Hoje sei que as coisas não são tão simples assim. Toda mãe é capaz de produzir leite na quantidade e qualidade suficientes para seus rebentos, mas há bebês que não sabem sugar, que não "pegam" direito, que não mamam quantidade suficiente... Então percebo que não é tudo tão natural assim e eu sou uma privilegiada por ter tido sorte, mesmo quando as evidências diriam não, no caso da Isadora. Mas, talvez por não ter questionado tanto eu tenha sido premiada com uma amamentação perfeita. A tensão pode gerar medo e até o fracasso.
E voltando ao início do texto, falo da alegria de ter esta chance de ficar mais tempo perto do Pietro e da Isa. Serão dias muito bem vividos, como os que passaram até agora, tão rapidamente. Tenho sorte de ter chefes mamíferas que estão me dando este direito. Obrigada pela conspiração dos astros e deusas e deuses que me fez estar onde estou hoje e ter um mundo ao nosso favor, por uma amamentação tranquila, prazerosa e feliz! São mais dois meses de dedicação total e quase exclusiva a este ofício maravilhoso que é ser mãe!
Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
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Um comentário:
Parabens querida!
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