por Deborah
Engraçado como a a maioria das pessoas acredita e prega que não podemos "acostumar mal" nossos filhotes.
"Não dê muito colo, não atenda ao primeiro choro, não deixe que durma no colo ou na sua cama, não balance o carrinho", é uma infinidade de "nãos". E o pior é que as mães que, instintivamente, fazem algumas destas ações se culpam achando que estão fazendo mal aos seus filhos, os mimando.
Acho que o princípio de tudo vem até da maioria dos médicos que adoram se centrar nestas coisas, onde dorme, quantas horas, sem se preocupar com coisas muito mais importantes.
"Não dê muito colo, não atenda ao primeiro choro, não deixe que durma no colo ou na sua cama, não balance o carrinho", é uma infinidade de "nãos". E o pior é que as mães que, instintivamente, fazem algumas destas ações se culpam achando que estão fazendo mal aos seus filhos, os mimando.
Acho que o princípio de tudo vem até da maioria dos médicos que adoram se centrar nestas coisas, onde dorme, quantas horas, sem se preocupar com coisas muito mais importantes.
Com a Isadora, mesmo sem ter lido teorias que dissessem que "mimar" pudesse ser correto, sempre deixamos as coisas correrem muito livre, sem neuroses. Ela dormia no berço, mas ficava na nossa cama sempre que queria e sempre foi uma delícia ouvir seus passinhos em direção ao nosso quarto pela manhã. Dormia ninada ou, pelo menos, com alguém ao seu lado. Nunca foi sofrido.
Desde que o pai foi trabalhar em outro estado, há quatro meses, se mudou para a minha cama e agora não há o que a faça sair de lá. Também nem tenho tentado, para ser bem sincera. Por conta desta mudança, o irmão de 3 meses dorme sozinho no berço e em outro quarto, desde que nasceu e só dorme na minha cama quando a irmã não está, pois, logisticamente, não dá certo com os três na mesma cama. Mas, ele fica super bem, por isto está lá, dorme no colo ou no slig e só depois vai para o berço. Temos também uma poltrona onde tiramos vários cochilos, juntos, ao longo do dia. Tentei um dia fazer uma mudança de camas para ficarem todos no meu quarto, mas não deu certo, todos acordavam ao mesmo tempo, queriam a mesma mãe e resolvi voltar como era antes.
Com um em cada quarto, consigo acordar de madrugada ou no início da manhã e cuidar dele, enquanto a irmã dorme e, daí, não há crises de ciúmes. E também podemos, eu e a Isa, dormir abraçadinhas a noite toda.
O Pietro foi muito tranquilo até uns dois meses e meio, depois disto parece que despertou e se deu conta de que nasceu e começou a ter uns acessos de choro, daqueles que desesperam algumas mães, que só pasam quando o balanço, com muito, muito vigor. Na maioria das vezes, nem o mamá acalma. Várias pessoas vendo ou ouvindo quando conto que faço passos de dança com ele no colo, já logo falam "é você quem está acostumando ele assim". Mas, será que um bebê tão pequenininho tem esta capacidade de se acostumar a alguma coisa? Em primeiro lugar, se acostumou é porque é bom para ele e, só por isto, já vale continuar agindo assim.
Outra tática que tem funcionado e exige bem menos vigor físico é colocá-lo pra mamar deitadinho comigo, barriga com barriga. E neste caso tem a vantagem de ter a Isadora na cama também com a gente. Enfim, geralmente são dois acessos de choro, um depois do banho e outro de noite. Super normal e que demonstram que são momentos de extremos cansaço por parte dele.
Coincidentemente, neste momento em que o Pietro já não é o bebê mais tão tranquilo do pedaço, estou lendo o livro O bebê mais feliz do pedaço, do pediatra nortem-americano Harvey Karp. Estou ainda no começo, mas vejo que a teoria da falta do quarto trimestre para os bebês abre nossos olhos para o misterioso e fascinante mundo dos recém-nascidos.
Esta teoria do Dr. Karp diz que os bebês precisariam ficar um trimestre a mais dentro do útero, mas para evitar as complicações nos nascimentos, por conta da relação da tamanho da cabeça do bebê e a bacia da mãe, nascem antes, e, por isto, imaturos. Como alguns bebês são mais sensíveis do que outros, estes, mais sensíveis sentem muita falta do ambiente uterino e precisam que os pais reproduzam o ambiente para que se sintam mais calmos. E muitas vezes, na minha opinião, na maioria, chamamos estes acessos de desconforto de cólicas.
Desde que a Isadora naceu, passei a questionar a tal neurose da cólica, não desconsiderando, é claro, as mães que sofrem com os bebês que têm muita cólica, mas sempre achamos que há um mito muito grande, um certo pânico, a "conspiração da cólica". A Isa não teve, ou, pelo menos não entendíamos assim as suas poucas crises de choro. E o doutor Karp relaciona a cólica a este desconforto, à saudade do ambiente uterino e que pode passar ou sem bem amenizada quando reproduzimos o que existia ali, de barulhos a balanços. E ele defende a teoria dos 5 passos para acalmar bebês sensíveis: embrulhar, colocar de lado ou de bruço, fazer shhhh, balançar e sugar.
Acho perfeito. No meu caso, o sling funciona bem no lugar de embrulhar o Pietro, como aquele charutinho de bebê, que se fazia antigamente. O balanço são os pulos que dou com ele no colo, o barulho é o do aquecedor no quarto dele, e quando ele acalma, consigo amamentar, que é a sucção. Agora ele descobriu as mãos e coloca, as duas ao mesmo tempo, na boca e se acalma até sozinho.
Recomendo o livro e tem o vídeo tembém, mas o livro, como são todos os livros, é mais delicioso ainda
O bebê mais feliz do pedaço. Dr. Harvey Karp. Editora Planeta
Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
Um comentário:
Deborah,
Virei leitora assídua de vocês! Adoro o blog e já até postei uma indicação no meu (http://zdezebra.blogspot.com/2008/09/novidades-na-rede.html).
Eu também não concordo com estas teorias que dizem que vamos "acostumar mal" os bebês - quando na verdade estamos simplesmente confortando os pequenos e cuidando para que sintam seguros e felizes! As pessoas esquecem que os bebês já vêm ninados de dentro da barriga!!! Porque quando a gente está grávida, eles são acalentados todo o tempo com o calor do nosso corpo, com o balanço do nosso andar! Porque então dizer que vou "acostumar mal", se ele já nasceu acostumado com isso?
Tenho uma princesa de 2 anos e meio e um príncipe de 3 meses. Os choros das cólicas do pequeno - ou da adptação a este mundo - eu acalmava com barulho de secador de cabelo, porque muitas vezes o shshshshs no ouvido não funcionava! E como eu gosto muito de música e sempre ouvi quando estava grávida, coloco as mesmas músicas pra acalmá-lo agora - só que o volume tem que ser mais alto que o choro, se não o bebê não escuta (depois que ele se acalma, eu abaixo o volume). Tem funcionado muito bem.
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