por: Kalu
De todas as etapas que envolvem a maternidade, a alimentação de meu filho é, sem dúvida, meu grande desafio como mãe. O parto foi fácil, a amamentação sem nenhuma fissura, dor ou problemas. Mas a alimentação diária... Aí meu Deus. Às vezes me desespero, perco meu foco, fico me sentindo péssima e fragilizada pelos palpiteiros de plantão.
Miguel está com 1 ano e 7 meses e ainda mama muito no peito em livre demanda. Acho que uma insegurança que surge é: quanto de leite sou capaz de produzir e ele mamar? No dia-a-dia ele come muita fruta (umas 5 por dia ou mais), brócolis, couve flor, alface, pepino, tomate. A salada antes das refeições vai fácil como uma brincadeira, sem sal ou tempero. Mas comida salgada de jeito nenhum.
No primeiro dia penso: não quer, tudo bem. Lá vai o jantar, a mesma saga. Começo a balançar por ver meu pequeno que é bem magrinho. Saudável, quase não adoece, mas que tem um biotipo magro. Bem diferente do que idealizava. Quando pequeno, até 7 meses ou antes de engatinhar, Miguel era uma bolinha. E repito para mim mesma: Por quê ele tem que ser gordinho? Para depois sofrer com os quilos a mais como eu? É difícil ir além dos apelos estéticos da sociedade que nos coloca que bebê gordo é saudável(e gente adulta magra é bonita).
O pediatra diz que a alimentação dele é adequada para uma criança que a antroposofia chama de neuro-sensorial. São crianças com ampla atividade mental, que saltam de uma atividade para outra. Por isso comem menos e mais vezes por dia, mostrando preferência por alimentos doces, como fruta.
Miguel não aceita nenhum outro leite que não seja o meu. Já tentei vitaminas, leite de aveia, de arroz... Nada. Ele toma suco natural e água várias vezes por dia. Assalta a fruteira pedindo para descascar laranja, mexerica, já sabe tirar a casca da banana e come sozinho, deixando a casca no lixo. Passa o dia debaixo de um pé de gabiroba, uma fruta típica da região.
Quando começamos com a introdução de alimentos, aos 6 meses, Miguel comia muita fruta. A primeira papinha de cenoura esmagadinha, com um fiozinho de óleo ele devorou com tanto gosto. Até 7 meses ele comia 2 pratos de sopa no almoço e jantar. Foi quando nasceram 4 dentes juntos e ele pegou uma virose. Depois deste episódio comer não se tornou um ato prazeroso. Talvez precise reencontrar a alegria de alimentar meu filho.
Relendo este post chego a conclusão que meu filho come, não da maneira que eu gostaria, mas da forma que sua natureza considera adequada. Cada vez que me desesperar vou voltar aqui e reler minhas próprias palavras.
Imagem: www.gettyimages.com.br
3 comentários:
Como eu ADORO o blog de vocês, deixei um presentinho lá no Vai, Carla! Ser Gauche na Vida!
Vão lá conferir!
Beijos
Nossa, Kalu
Mas seu filhinho come super bem!!!! Quem me dera ver minha pequena, de 2 anos e meio, comendo como o Miguel! E olha que não é por falta de exemplo: aqui em casa comemos muita, muita salada e frutas. Mas ela não gosta.
Fruta, só se for suco - e não pode ser amarelo. Verduras, legumes, só bem escondidinho no meio do arroz e feijão.
E ela é uma menina saudável, nunca fica doente. Mas também tem um biotipo mais magro, não é uma criança gordinha.
Acho que a gente é que é muito encanada. Temos esta cultura de que criança tem que comer um monte, e de tudo, e ficar gordinha, então achamos que nossos filhos não comem bem.
Mas se está crescendo, se é saudável, não há porque se encanar.
Tem toda razão! Nasciso acha feio o que não é espelho. Por isso disse no final do post que relendo percebo que ele come sim!
Beijos e obrigada por compartilhar
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