
por: Kathy
Quando fiquei grávida, uma das minhas maiores preocupações foi a falta de dinheiro. A gente sempre ouve por aí que parto é algo caro, e que a assistência médica pelo SUS é precária. Eu não tinha plano de saúde, tinha pouquíssimo dinheiro guardado e estava sem trabalho fixo. Fiquei completamente perdida, sem saber direito o que fazer. Onde eu ia ter meu filho? Como pagar o médico e os exames durante toda a gravidez? Que médico escolher?
Lembrando desse sufoco que passei e conversando com amigos que estão passando pelas mesmas dúvidas, tive vontade de escrever aqui sobre algumas opções e alternativas para quem esta grávida e buscando opções para ter seu bebê.
A escolha de como e onde será o parto e de quem irá acompanhá-lo, é algo muito pessoal e particular. A mulher deve se sentir segura no local escolhido e deve confiar plenamente nos profissionais que vão ampará-la. Também acho muito importante a empatia e a identificação com o trabalho das pessoas que estarão presentes nesse momento único e certamente inesquecível. O apoio do pai da criança é de grande importância, embora eu defenda que a escolha final deve ser sempre da mulher, já que é ela quem vai comandar e protagonizar o processo tudo, junto com o bebê, ou os bebês (né Rê?) rs...
Em geral, as opções são um parto hospitalar (nesse caso a equipe médica pode ser do SUS, particular ou ainda paga pelo plano de saúde); um parto domiciliar (que pode ser com equipe médica ou com parteira - enfermeira obstétrica - ambos sendo pagos de forma particular ou por reembolso nos planos de saúde - é importante se informar antes com seu plano). Existe também a opção das Casas de Parto, que são do SUS e uma ótima opção para quem pretende ter um parto natural sem pagar nada e com ótimo atendimento.
Encontrar uma parteira antigamente, há uns 60 anos, deveria ser bem fácil, algo comum em todos os bairros e pequenas cidades. Hoje em dia é algo mais raro, mas não por isso difícil de encontrar, até mesmo pela internet. Vejam por exemplo que trabalho lindo esse realizado pelas meninas da Primaluz, ou ainda essa matéria maravilhosa da revista TPM que retrata o dia-a-dia dessas parteiras contemporâneas. Em geral, as parteiras fazem todo o acompanhamento pré-natal em casa, e certamente são pessoas que estarão abertas a negociar valores e pagamentos. Vale a pena conversar, não acham?
Estando em casa, num hospital ou numa casa de parto, eu não dispensaria o apoio de uma doula. A doula é uma acompanhante da mulher durante o trabalho de parto. Basicamente tem como "função" ajudar a mulher a passar pelas dores e desconfortos do parto, apoiar, orientar, explicar procedimentos e as fases do processo, já que em geral é um momento em que nos sentimos vulneráveis, ansiosas e muitas vezes com receio do que está para acontecer.
Vejo a doula como alguém que consegue, com carinho e cuidado transmitir segurança e ajudar a mulher a relaxar e compreender melhor o que está acontecendo com seu corpo. O melhor é que nesse nosso incrível mundo globalizado essas experientes mulheres podem também ser contatadas pela internet. Muitas informações e explicações sobre elasaqui e aqui. Não acho que as doulas cobrem caro, imagino que não seja difícil encontrar algumas que fazem atendimentos voluntários e tenho certeza que sempre há como negociar os valores cobrados. Sendo bem sincera, acho que ter uma doula é um apoio que não tem preço no mundo que pague.
As Casas de Parto são opções muito seguras e gratuitas e oferecem atendimento humanizado e de qualidade para gestantes consideradas como de baixo risco (as Casas de Parto fazema avaliação de cada caso)que buscam o parto natural. Nas Casas de Parto não se usa anestesia, nem se faz episiotomia e, em caso de alguma complicação, a gestante obviamente é rapidamente transferida para um hospital. O legal da Casa de Parto é que a mãe tem liberdade para comer, andar, ficar nas posições que achar mais adequadas, a alta também é rápida, já que a recuperação tende a ser mais tranquila, e o bebê ainda fica com a mãe o tempo todo. Nada de berçário. Segue aqui um link de uma reportagem da Folha onde constam os endereços e telefones de algumas Casas de Parto espalhadas pelo país. No site da Parto do Princípio e no do Gama você também pode encontrar alguns relatos de parto de mães que tiveram seus bebês em Casas de Parto.
Como se pode ver, existem alternativas e elas podem e devem ser buscadas. Mesmo sem ter rios de dinheiro para gastar, sempre é possível negociar, conversar e procurar saídas diferentes. Importante também é deixar preconceitos de lado e procurar conhecer a fundo cada uma das opções. Uma boa hora!
Imagem: www.gettyimages.com.br
Um comentário:
Isso Aurea,
Eu não tinha condições pra nada.
Duranga kid total!!
Um plano de saúde básico, que me daria aquela cesárea esperta.....
Corri.
Fui falar com a parteira.
Conversar, trocar idéias e acertar um bom valor pra nós e pra ela.
O incrível é que qdo queremos muito, o céu e a terra conspiram ao nosso favor...
E apareceu grana de onde não esperávamos....
Foi tudo de bom!!
Vejo que muita gente fica com vergonha de conversar com as parteiras e doulas, achando que não vão poder cobrir o custo.
Nem tentam...
O que custa?
Vc tá no zero a zero, o máximo que vai acontecer é vc continuar assim...
Pessoas, perguntem !!!
Corram atrás.
O investimento vale muito a pena, e muitas vezes não é esse bicho de 7 cabeças.
bjsssssss
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