por: Kalu
Aos 27 anos ela recebeu o diagnóstico de que perderia o útero. Seu sonho era ser mãe. Congelou seus óvulos. Casou-se e logo sentiu aquele conhecido desejo de ser mãe. A cunhada ofereceu o ventre. Óvulos fecundados com o esperma do marido e depositado na barriga da tia que se ofereceu de barriga de aluguel. O bebê nasceu prematuro e desde o início foi maternado pela dona do óvulo.
Eu conheço esta família de perto e essa história é verdadeira. Eu não consigo me imaginar em nenhum dos dois papéis. Nem aquela que oferece o ventre e aceita ser tia, muito menos daquela que gastou uma pequena fortuna para ter um filho geneticamente seu.
Acredito que todas as doenças que manifestamos no nosso corpo são uma benção. Elas nos colocam no eixo, nos fazem mergulhar e saltar para novas esferas de consciência. Se eu não tivcesse sido internada com uma dor de garganta, nunca teria conhecido a homeopatia. Se eu não tivesse quase perdido os olhos, jamais conheceria o reiki. Por isso se algum dia tivesse que sacrificar meu ventre para viver, eu buscaria respostas profundas e viveria feliz minha vida buscando outras formas de ser mãe.
Não estou aqui julgando ninguém. Apenas dividindo o que penso sobre o assunto dentro do meu repertório cultural e espiritual. Acredito também que cada doença tem uma razão psicológica para ser. Enquato esse impulso eletromagnético não for trabalhado, a doença se manifestará muitas e muitas vezes no corpo físico. Cada dia vejo mais e mais mulheres com problemas ginecológicos: ovários policisticos, TPM, variações nos ciclos femininos, entre outros problemas mais graves. E muitas e muitas entregando o corpo para uma fecundação artificial. Não posdemos esquecer que há uma indútria se beneficiando da crença de que somos imperfeitos a oferecer a falsa perfeição.
Ao meu ver estas mulheres, sejam pelo uso de pílulas ou posturas pessoais, estão, na verdade, afastadas da natureza do feminino, desconectadas dos ciclos lunares, das estações do ano, da natureza interior e exterior, da sexualidade, de um sentido espiritual para a vida. Mulheres que não tem tempo de fazer xixi (e ganham de brinde inecções urinárias), nem param por minutos suas vidas para fazer coco. Se estão tão distantes dos processos metabólicos e orgânicos é elementar que tenham dificuldades em abrigar uma vida no ventre, gestar, parir e amamentar.
Eu tenho medo da tecnologia que escolhe óvulos saudáveis e implanta no útero de uma mulher. Eu tenho medo porque quando a tecnologia vence a natureza, acontece o desequilíbrio. O homem tem um desejo pela perfeição. Quando um grande número de mulheres se submetem a este tipo de intervenção, começo a pensar que o homem, aquele que já criou a salvação alienante da cesárea, em breve, vai querer escolher óvulos saudáveis para gerar uma vida perfeita. vejo se aproximar o dia que crianças só poderão ser feitas em laboratório, com a seleção de óvulos perfeitos, para uma humanidade perfeita. E será tão caro que o dinheiro será um diferencial daqueles que poderão perpetuar a espécie.
Há um outro ponto nesta indústria da fertilização que me aterroriza: quando a maternidade se torna um negócio, um filho passa a ser um objeto. Pode até ser um objeto de amor, depósito de sonhos e expectativas. Mas quando perdemos a capacidade de ver a dança da vida, com seus rodopios perfeitos e tropeços necessários, tudo passa a ser uma mercadoria.
Para mim, ser mãe é algo espiritual. Por isso eu sempre digo que eu nunca quis ter um filho. Ele veio até mim, mudou minha vida, colocou meu mundo de pernas para o ar, numa perfeição não planejada mas que me trouxe tantas cosias boas que nem posso mensurar. Assim como nunca quis casar, apenas reconheci meu companheiro e vivo junto com ele.
Tenho absoluta certeza de que se algum dia, quisesse engravidar e não conseguisse, buscaria as respostas para isso dentro de mim. Iria resgatar esse feminbino adormecido, trabalha-lo com coragem. E se ainda sim meu corpo não pudesse gestar, parir, amamentar, eu adotaria uma criança. Me abriria para a possibilidade de receber uma alma para orientar.
Ser mãe não se resume a gestar, a via de parto escolhida, a amamnetação. Ser mãe é antes de tudo a nossa capacidade de caminhar ao lado de outra alma, orientando-a neste louco mundo com a força de nosso coração. E não ter um filho, sustentá-lo com recursos finaceiros " dando do bom e do melhor".
Certeza eu tenho que nunca seria barriga de aluguel de outrém, porque sou romântica demais. Acho que um filho é uma alma que chama e dança por perto antes de chegar. E aproveita aguele momento de amor sagrado e se instala no ventre com a força do semên masculino a despejar energia para que o óvulo satisfeito seja fecundado com o poder do feminino. E desta união sagrada, mística e plena, se faz a vida. Vida que cresce no ventre, nasce por onde entrou, mama nos seios, cresce ao lado de quem gestou. Esta mulher que emprestou o ventre foi de um altruísmo imensurável. Mas, que nunca conseguiria fazer, nem para uma filha minha. Não pela minha incapacidade de desapegar, mas pela minha crença naquilo que é natural.
Há muitas formas igualmente naturais de maternar. Pois ser mãe não é o mesmo que ter um filho. Eu sou romântica demais e assim continuarei a ser, lutando todos os dias para mostrar que devemos Ser ao invés de Ter.
Olá!
Mudamos de endereço.
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18 comentários:
Boa argumentação, porém seu eu não pudesse gerar um filho, tentaria todas as opções tecnológicas para isso, com certeza.
Por outro lado, se uma pessoa muito amada não pudesse ter os seus, eu dividiria meu útero para esse bebê.
Mas entendo sua posição e a respeito.
Muito bonito o seu texto, Kalu. E, interessante a sua posição. Eu concordo com há uma indústria poderiosa e perigosa aí, mas eu acho que o avanço da tecnologia também tem muita coisa boa para nos oferecer. Se eu não pudesse ter filhos, eu iria buscar ajuda da tecnologia, sim. Mas, não sei qual seria o meu limite emocional e ($$ tb). Adotar uma criança é um gesto lindo e não te torna menos ou mais mãe por isso. Por outro lado, existe toda uma aura contemplativa de perpetuar a espécie, ter os gens repassados, gerar um fruto da aliança entre você e a pessoa que você ama.São muitos aspectos e eu não julgo quem toma uma decisão de ir até o fim ou de adotar.
Eu concordo com a Kalu,quando eu pensava que era estéril não pensava em tratamentos para engravidar, FIV etc... Pensava em adotar, processos de adoção e etc...Também acho que ser mãe não tem nada a ver com a gestação, parto etc, esses atos são lindos e são processos do corpo feminino importantes para a mulher se reconhecer como mulher, mas a maternidade mesmo começa na relação mãe e criança e é construída todo dia então é igualzinha para a mãe adotiva ou a biológica,até hoje sonho em adotar mais um e sei que seria mãe igualzinho sou do Gui
Respeito a sua posição. Porém, já pensou que tem mulheres que, além do sonho de ser mãe (que pode-se alcançar com a adoção tb), tem o sonho de engravidar, sentir aquela vida dentro de si? Além de ter aquelas expectativas de que o filho possa ter traços seus genéticos, e não só comportamentais? Eu tive, sim, problemas para engravidar. E reconheço que podem ter sido devido a um tempo anterior, quando tive depressão. Acredito nisso tudo. Não cheguei até a FIV, graças a Deus, mas fui atrás da medicina, atrás de ajuda para poder engravidar. Era um sonho muito forte, algo muito além que apenas o desejo de ter um filho. Fui abençoada com uma gravidez tranquila, com minha filha linda e saudável. Gostaria de ter ao menos mais um, mas meus problemas seguem. Hj não tenho vontade de ir até a medicina de novo; prefiro esperar um milagre ou daqui um tempo pensarei em adotar. A gravidez é algo que me deixa fascinada, amei passar por isso e passaria de novo - mas nunca conseguiria passar para entregar o bb a outra pessoa, como no caso que relatou acima. Mas, como já passei por isso uma vez e pude sentir toda essa fase mágica, aceitaria não poder uma segunda. Acho que para algumas mães, esse desejo não é maior que o fato de ser mãe, mas para outras não sentir seu filho em sua barriga deixa um sentimento de que faltou algo na vida...
Por isso pessoas são únicas, cada qual com uma visão, um sentimento, um sonho...
Um abraço!
Adorei o texto e me fez refletir bastante no sentido descrito ao final: "ser ao invés de ter"
Isso é muito forte, compreensível, mas muitas mulheres nutrem o desejo da maternidade em seu sentido pleno, curtir barriga, enjoar, fazer US's, sentir a vida mexendo ali dentro (e tem sensaçao melhor?) assim penso que infelizmente a medicina e a sociedade apela demais e acaba "vendendo" esses sonhos a $$$ absurdos.
Conheco uma historia de um casal de mulheres queriam muito filhos, optaram pela FIV so que pra serem considerados filhos das 2, optaram por pegar o ovulo de uma, fertilizar e implantar na outra... bem louca a historia, mas tudo com o objetivo unico: serem maes! E nao adiantava falar em adoçao pq isso era considerado "carta fora do baralho" tinha toda aquela coisa da hereditariedade, etc, etc, etc...
Tb nao quero julgar e quem sou eu pra dizer sobre adoçao pq no meu mais intimo sentimento ainda caminho a passos bem pequenos em relacao a isso pq nao vejo em mim tamanho despreendimento, mas eu nao venho ao caso... mas em relacao a elas, sera que é preciso tanto pra conseguir a maternidade?
Tanto em todos os sentidos pq hj essas ccas nasceram (e um casal), nasceram antes do tempo, estao em UTI, maes sofrendo, ccas sofrendo, familiares sofrendo e sinceramente a coisa é bem pesada, é um fardo muito pesado a ser carregado.
Bom, mas cada um sabe de si.... vale a reflexao
bjs
Eu também pensava que, se não engravidasse, adotaria. Mas, depois de engravidar, de sentir aquela vidinha dentro de mim, passei a entender as mulheres que sonham em gestar. Hoje, se eu não conseguisse engravidar, com certeza eu adotaria. Sentiria uma falta enorme em não gestar um bebê, com certeza, mas adotaria.
Quanto a barriga de aluguel, eu não sei se conseguiria "emprestar" meu útero, viver 9 meses com aquele bebezico e depois, entregá-lo pra mãe de verdade...
Coisas complexas... risos
Kalu,
vc é romantica demais sim... e que bom.
Eu tb.
Tb nao csg assimilar ter meu filho gerado em outra barriga, em outro lugar. Nem "emprestar meu utero" a uma mulher que deseja ter alguem com sua cara, seu sangue.
Nao sei pq estas pessoas nao adotam.
Adotar é lindo, é necessario.
No entanto gasta-se rios de dinheiro e de gasto emocional com uma inseminação.
Eu entendo querer um filho a todo custo. O que nao entendo é a falta de reflexao.
Nao acho que as crianças vindas assim sejam geneticamente melhores. Nao mesmo. Mas acho que é uma concepção em preto e branco, manipulada e sem calor, apesar do desejo verdadeiro.
Tb acredto que os espiritos das crianças nos escolham e penso no tamanho da bagunça que é ter a genetica de uma, a placenta de outra, estar gravida do irmao como neste caso.
Mais valia deixar a vida ser espontanea... Pedir e saber escutar nao da vida. Descobrir que uma criança sem nossa cara pode ser o melhor presente de nossa vida.
Bjks e adorei, minha "gema"!
Muito complicado isso.
Acho que toda mulher tem o direito de lutar para ter um filho seu, realizar o sonho de gestar e parir. Até porque todos sabemos que adotar no Brasil não é tão simples como parece, não é nada romântico, pelo contrário.
Eu farei uma inseminação ou FIV pois não posso ter um filho biológico com minha parceira, e não me imagino sem poder engravidar, sentir meu filho crescer dentro de mim, dar a luz de forma natural, amamentar, etc... sonho com isso desde que nasci e agradeço à medicina por poder realizar esse sonho junto com a mulher que eu amo, de poder "engravidar" junto com ela e gerar nosso filho como sempre sonhamos, mesmo que isso não seja natural biologicamente falando. Mas, para nós 2, é natural, pois será o fruto do nosso amor, dos nossos sonhos, será algo que faremos juntas.
Desculpa, Kalu, eu adoro seus textos, quase sempre concordo com você, mas nesse ponto eu discordo muito. Acho que só quem passa mesmo por uma situação dessas é que sabe como é difícil. Não condeno as pessoas que doam seus ventres para gerar o filho de outra pessoa que amam, que doam seus óvulos, porque para mim isso tudo é amor, e uma família não precisa ser de uma mãe que gera e dá à luz e um pai biológico, família pode ser formada de pessoas que se amam e que se uniram para doarem-se uns aos outros.
Mas, cada um tem o direito de ter sua opinião, claro. Respeito a sua.
Beijos
kaluzinha,
Adorei o texto. Somo minha voz a sua voz dissonante, e também me assusto com a indústria da fertilidade, e com tantas outras artificialidades tecnológicas que temos hoje, em todos os campos da vida.
Só discordo num ponto. Não vejo essa posição como romântica. Nem um pouco. Acho uma posição sensata, centrada na espiritualidade e no desejo de viver da forma mais natural possível. E, também, no desejo de entender as nossas doenças como processos de transformação. Como feridas que tem que ser enfrentadas na alma, para que possam melhorar o corpo.
Acho que esse é o melhor caminho, sem dúvida, para ser ao invés de ter.
Mas, é um longo caminho. E o mundo contemporâneo tem pressa.
Beijos!
eu tenho medo que a inseminação artificial vire regra sublimando o sexo e no futuro a própria gestação, assim como a cesárea virou regra sublimando o parto. tenho medo da crença na tecnologia como se religião, do ser humano precisar da tecnologia para religar-se consigo mesmo.
mas produzir conhecimento e lidar com esse conhecimento também é natural, também faz parte da natureza humana. por isso eu não dispensaria uma cesárea de verdade, ainda que o curso natural das coisas fosse a minha morte. e eu, que já convivi de perto com mulheres que recorreram ao conhecimento humano, que produziu a técnica da inseminação para que elas pudessem ser mães, eu, que convivo com essas crianças, não posso apartá-las das outras, concebidas naturalmente.
entendo o que vc sente ao escrever este post, kalu, e sou simpática a esse sentimento, mas do meu modo de ver, a coisa não precisa ser OU, subtraída.
a coisa é "E", de soma.
quem sabe os fatores dessa soma pudessem ser algo como... 80,5% de concepção natural + 19% de adotados + 0,5% de concepção de emergência?
;)
Kalu,
Há muito eu aguardo um texto seu sobre o assunto.
Aqui eu tenho conhecimento de causa. Eu sempre soube que teria dificuldades para engravidar. Em parte pq meu instinto dizia e em parte pq a medicina sugeria.
Acho que nunca ovulei normalmente e após quase um ano esperando algo acontecer, fui procurar ajuda especializada.
Em uma clínica particular encontrei um comércio frio e calculista. Aquilo me assustou!
Já me doía o fato de saber que não teria aquela mágica do sexo que gera uma vida, do momento à dois; eu sou romântica tbm e não queria me sentir comprando um bebê.
Procurei a USP e lá tive um atendimento extremamente humanizado, nada desse comércio, digamos que encontrei a Ric Jones da medicina reprodutiva.
Passei por uma FIV, mas não engravidei. Fiz do momento da transferência do embriões o momento mágico. Senti as duas vidinhas entrando no meu ventre e conversei com elas para que ficassem, para que me aceitassem como mãe. Por algum motivo não deu certo. Eu sabia que precisava tentar. Meu sentimento era de que se eu tinha um problema e as chances para tentar resolvê-lo, eu deveria. Se não desse certo era pq não era pra ser msm. E assim eu fiz. Não deu certo e eu parei por ali.
Ainda sinto mta vontade de ser mãe. Mas minha parte eu já fiz, me sinto aliviada. Agora acontecerá qdo Deus quiser. E não acontecer, adotarei com o mesmo amor que gestaria.
Sinto desejo de maternar mas tbm de gestar, embora hj eu compreenda que se isto não ocorrer é por algum motivo.
Não emprestaria meu útero, nem meus óvulos e não aceitaria que alguém gestasse por mim. Mais por um egoísmo meu talvez, do que por romantismo mesmo.
Adorei o seu texto Kalu, adorei como vc abordou o tema. Mesmo não tendo a mesmíssima opinião que a sua, concordo em vários aspectos e onde discordo acho extremamente interessante a sua pespectiva.
Beijos,
Carla
Maira,
apesar de ainda sim achar a FIV mto mto complicada, seu caso é diferente.
Biologicamente é impossivel e ponto final, pq a relaçao é de igual (ou maior amor), mas nao é convencional.
Acho que a FIV é uma possibildiade exatamente para situaçoes como a sua, onde existe um desejo e uma disposiçao imensos, mas possibilidade zero.
A natureza tem uma razao para duas mulheres nao poderem ter filhos, mas a sua natureza tb tem uma boa razao de querer tanto assim.
Existem razoes que a propria razao desconhece rs.
Nao que seja simples, mas conhecendo um pouco vcs, td isso faz sentido.
Acho que o problema com a FIV é a banalizaçao. Nao conseguiu, vai la e faz. O seu caso é beeeeem diferente.
E torço ansiosa o dia em que te verei parir naturalmente, em casa, sob o amor da sua amiga, amada companheira.
Sou romantica, mas nao sou quadrada rs.
Bjks
Kalu, gosto muito dos seus textos e da maneira poética como você os escreve.
Acredito que entendi o que você quis transmitir ao dizer que a indústria da fertilização te aterroriza, pois há muitos anos assisti a uma palestra em Direito de Família em que foi abordado o tema “barriga de aluguel” e suas implicações de acordo com a legislação vigente. Entre outras coisas, o palestrante afirmou que cientistas estariam viabilizando uma “chocadeira humana”, para substituir a barriga de aluguel e, também, para aquelas mulheres que querem ser mães, mas não desejam (pasmem) “estragar” o corpo com uma gestação. Essa banalização me assustou muito.
Por outro lado, penso que não podemos generalizar as coisas e acreditar que toda evolução da medicina ou da tecnologia estão fadadas ao descaso da naturalidade.
Comungo do mesmo pensamento da Maíra e acredito que todas as mulheres têm direito de querer gerar um filho com suas características e as de seu parceiro e, principalmente, de esgotar todos os meios antes de partir para uma adoção, que é bem mais desgastante e, realmente, não é nada romântico.
Meu marido e eu não podíamos ter filhos de forma natural, mas nosso desejo de ter e poder criar nosso próprio filho, fruto do nosso amor, com as nossas características, fez com que recorrêssemos a uma clínica de fertilização. Depois de visitar algumas, escolhemos uma equipe de profissionais maravilhosos que nos deu apoio e em momento algum sentimos que estávamos comprando um filho, mas sim viabilizando a vinda dele para junto de nós. Fizemos a FIV e para nossa felicidade fomos agraciados com duas crianças maravilhosas, amadas, bem-vidas, desejadas ao extremo. Com muito esforço e paciência – que muitas mães que concebem naturalmente não tem – pude também amamentá-las e sou muito feliz em poder ter tido a oportunidade de realizar meu sonho de poder gerar vidas e passar meus valores adiante.
Respeito seu ponto de vista e concordo que se deve ter cuidado com a banalização, assim como em todos os setores da vida, mas com relação ao caso que você citou, vejo duas mulheres, uma impulsionada por amor e a outra por compaixão. Existe algo mais natural que o amor e a compaixão?
Acredito cegamente que o amor move o mundo, supera todas as diferenças, todas as dificuldades, todas as crenças e, principalmente, quebra todo tipo de preconceito.
Grande beijo
Kalu, seu texto reflete uma opinião romântica, imagino vc uma pessoa muito querida e sonhadora(o que eu considero muito bom); mas vc fala de uma maneira bastante generalizada, com alguns tabus velados. Fala da perspectiva de uma pessoa que não faz a menor idéia do que é passar pelas nuances da infertilidade, menos ainda por uma FIV.
Em certo momento do texto vc diz que não está para julgar ninguém, mas vc não só julgou como condenou todas as mulheres e casais que se submetem a tratamentos de fertilidade. Como menos espirituais, talvez...
Entendo as questões colocadas por vc a respeito de aceitar as debilidades do corpo, assim como tb me assusto com indústria da (in)fertilidade.
Só que quero apontar uma contradição no texto. Vc diz que conheceu a homeopatia em consequência de uma dor na garganta, o reiki pq teve problema com os olhos. Vejo que vc buscou alternativas em ciências da terra. Não aceitou apenas como coisas espirituais. São tratamentos alternativos, mas são caminhos para sanar suas debilidades. Ou não?
Não entendo, então, pq um homem ou mulher inférteis (ou estéris) não podem tb buscar alternativas para gerar filhos biológicos?
Antes de me deparar com a necessidade de um tratamento especializado em fertilidade, pensava como vc: do lado de fora, sem conhecimento de causa, a partir de tabus, e até com preconceito.
Tratamentos para fertilização são um mergulho profundo, cheio de limites éticos e questões espirituais tb. E mto pessoais.
Como mãe sei que a fertilização artificial pode ser tão boa quanto à adoção ou à gravidez espontânea. E falo isso com o meu espírito cheio de paz. E vc sabe que qualquer uma das alternativas anteriores podem ser precedentes para as boas mães, assim como parto normal, natural, doméstico ou hospitalar, ou a cesária, necessária ou desnecessária, não determinam o tipo de mãe que uma mulher será. E vc sabe disso.
Um beijo, Ana Lúcia.
Kalu, seu texto reflete uma opinião romântica, imagino vc uma pessoa muito querida e sonhadora(o que eu considero muito bom); mas vc fala de uma maneira bastante generalizada, com alguns tabus velados. Fala da perspectiva de uma pessoa que não faz a menor idéia do que é passar pelas nuances da infertilidade, menos ainda por uma FIV.
Em certo momento do texto vc diz que não está para julgar ninguém, mas vc não só julgou como condenou todas as mulheres e casais que se submetem a tratamentos de fertilidade. Como menos espirituais, talvez...
Entendo as questões colocadas por vc a respeito de aceitar as debilidades do corpo, assim como tb me assusto com indústria da (in)fertilidade.
Só que quero apontar uma contradição no texto. Vc diz que conheceu a homeopatia em consequência de uma dor na garganta, o reiki pq teve problema com os olhos. Vejo que vc buscou alternativas em ciências da terra. Não aceitou apenas como coisas espirituais. São tratamentos alternativos, mas são caminhos para sanar suas debilidades. Ou não?
Não entendo, então, pq um homem ou mulher inférteis (ou estéris) não podem tb buscar alternativas para gerar filhos biológicos?
Antes de me deparar com a necessidade de um tratamento especializado em fertilidade, pensava como vc: do lado de fora, sem conhecimento de causa, a partir de tabus, e até com preconceito.
Tratamentos para fertilização são um mergulho profundo, cheio de limites éticos e questões espirituais tb. E mto pessoais.
Como mãe sei que a fertilização artificial pode ser tão boa quanto à adoção ou à gravidez espontânea. E falo isso com o meu espírito cheio de paz. E vc sabe que qualquer uma das alternativas anteriores podem ser precedentes para as boas mães, assim como parto normal, natural, doméstico ou hospitalar, ou a cesária, necessária ou desnecessária, não determinam o tipo de mãe que uma mulher será. E vc sabe disso.
Um beijo, Ana Lúcia.
Meninas,
Talvez meu texto náo tenha ficado claro. Quero dizer que sou contra a banalização da FIV, assim como sou contra a banalização da cesárea. Casais que rapidamente partem para esta tentativa sem buscar outros caminhos, sem uma investigação psicológica.Um casal de 26 anos que estavam tentando engravidar há 6 meses, fizeram FIV e tiveram trigêmeos. Será que eles realmente precisavam?
Confesso que não tinha pensado no caso de casais de mulheres. Neste caso também acho válido, assim como o caso de quem se realiza na gestação, parto, amamnetação quando de fato há necessidade. O ponto que talvez não tenha ficado claro é a banalização.
O que eu quis dizer, é que no MEU caso, só meu, é que mesmo comprovada esta infertilidade, minha ou do meu companheiro, EU não faria.
Obrigada a todos os comentários. Vcs me ajudaram a ver outros pontos de vista
Mto antes de sequer imaginar q um dia eu poderia ser mae, de uma coisa eu jah tinha certeza: nao recorreria a tecnologia. Nao sei o porque mas isso nunca coube na minha cabeça. Eh como se o homem estivesse brincando de ser Deus. Tb nunca imaginei ou cogitei a hipotese de barriga de aluguel nem pra mim nem pra outrem. Acho q tenho incapacidade de desapegar. Sobre adotar, acho lindo quem o faz mas eh outra coisa q eu nw teria coragem de fazer. Acredito que se eu nw pudesse gestar de forma alguma, simplesmente aceitaria minha natureza e ponto. Conheci mtas mulheres q d alguma forma lutaram, gastaram $$, gestaram, pariram e... simplesmente 'deixaram' o filho de lado pra cuidar do pessoal. Isso me revolta tanto! Nao estou generalizando, mas infelizmente sao coisas q acontecem - e muito! - por ai. Ta certo q aquela q engravida facinho tb faz isso, mas eh certo vc usar de todos os artificios para trazer uma criança a vida pra fazer isso? Pode ser q eu tenha parado no tempo mas esse pensamento moderno nao entra na minha cabeça de jeito nenhum.
Belo texto Kalu!
Beijos
Olha eu não imaginava que adoção ainda era algo tão complicado na cabeça de tantas pessoas,eu acho que nasci sem esse chip porque desde pequena eu sempre achei a adoção a coisa mais natural do mundo e nunca liguei a maternidade à gestação propriamente dita, ou o sentimento de ser filho a seu filho ter a cor dos seus olhos e tal, tenho três primas adotadas uma de cada tia diferente, adotadas uma com cada idade, recém nascida, dois anos e oito anos (e não são irmãs entre elas não) e são as melhores filhas do mundo, amorosas, responsáveis,equilibradas, boas profissionais, talvez por eu ter crescido com essa realidade para mim adotar é natural (tão natural que até os bichos fazem poxa)Sei que a adoção não é tão simples, que não existem tantas crianças assim para adotar como se pensa, passa-se anos na fila, mesmo quando não se exige idade e cor da pele, mas enfim acho que vale a pena, não condeno quem faz FIV ou barriga de aluguel, quem sou eu para condenar alguém, apenas EU NÃO FARIA, porque vai contra a postura anti invasiva e anti hormônios que eu adotei depois de perder meu ovário!!
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