Ficou confuso o título? Será que estou dizendo que liberdade é demais por ser algo maravilhoso ou será que estou me referindo ao sentido "ruim" da liberdade? Vou deixar que vocês decidam pra mim...
É porque a situação também é meio confusa. Explico: Na semana retrasada meu filho viajou com o avô (meu pai) e minha madrasta. Foi uma semana fora, que ele passou na piscina, andando de cavalo, passeando, brincando muito, enfim, um período delicioso pra ele, que não chorou nem estranhou estar longe de mim em nenhum momento.
Foi a primeira vez que passei tantos dias longe do Samuel. É claro que nos falávamos diariamente pelo telefone, mas obviamente não é a mesma coisa. Por um lado, claro, me sinto muito feliz porque ele está demonstrando ser uma criança muito segura e tenho certeza que isso é reflexo das minhas atitudes com ele até hoje.
Por outro lado, foi muito difícil ficar sozinha. Muito, muito difícil! Imaginem vocês como me senti, depois de quase 4 anos de maternidade autônoma, estando pela primeira vez sozinha e com liberdade para fazer o que eu quisesse. Absolutamente tudo, sabem? Sem horário, sem obrigação, sem responsabilidade de voltar pra casa. Livre! Completamente livre! Parece uma sensação maravilhosa, não é mesmo? Mas estranhamente não foi!
Pelo contrário, eu tinha a possibilidade de fazer tantas coisas, que aquilo de repente se tornou um peso pra mim. Poder fazer absolutamente tudo era poder fazer coisas demais! Minha cabeça deu pane, e eu passei esse período sozinha em casa, meio escondida, refugiada quase. Foi muito estranho e muito interessante perceber como a gente se acostuma a certas rotinas e a certas impossibilidades que a maternidade nos coloca e como é difícil retomar ao ritmo de "sem filhos" de antes, mesmo que por um curtíssimo período de tempo.
Me lembro que também foi muito confuso pra mim quando o pai do Samuel começou a passar mais tempo com ele nos dias de visita e eu consequentemente passei a ter mais tempo livre nesses dias. Foi um aprendizado meio estranho e precisou acontecer devagar. No começo eu sofria, ficava precupada, contando as horas pra que ele voltasse. Hoje em dia já me programo para fazer as coisas que me interessam nesse momento que tenho sozinha e consigo aproveitar a minha própria companhia de um jeito melhor.
Portanto, acredito que esse deve ser mais um momento de aprendizado e que em futuras viagens dele eu consiga reagir cada vez de uma forma melhor a essa sensação de vazio e de desconforto por de repente ganhar toda a liberdade do mundo.
Deixo aqui algumas questões pra vocês responderem: qual o récorde de tempo que vocês já ficaram longe de seus filhos? quais as sensações boas e ruins causadas por esse distanciamento? o que vocês gostariam de fazer se tivessem a possibilidade de passar um tempo sozinhas, sem filhos e nem marido, exclusivamente pra vocês?
Imagem: Liberdade e Paraíso (bairros da cidade de São Paulo)http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/larylove.spaceblog.com.br/images/gd/1233610396/Paraiso-ou-Liberdade.jpg
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4 comentários:
Ah, mesmo meu pequeno tendo 9 meses eu vou contar meu recorde: foi de quase 4 horas, ele ficou com a avó! Foi na semana passada...hahah...fomos eu e o pai/marido ao cinema no meio da tarde, uma fuga da rotina. E eu falava tanto do Caetano que decidi do meio do passeio pro final evitaria ficar me perguntando como ele estava e tal. Olha, bom eu não sei se foi, mas foi divertido poder estar sem filho a tiracolo, sem fraldas na bolsa, ou pensar na melhor blusa pra botar o peito pra fora e comer um mega sorvete sem se preocupar com o pequeno me escalando pra pegar minha comida. Foi diferente estar eu e meu companheiro a sós, como nos tempos de namoro. Mas o coração nunca deixa de ser um coração de mãe, né? Não via a hora de voltar e fazer as coisas com ele, por mais que isso as vezes seja enlouquecedor!!! Se eu tivesse longe de marido e filho acho que eu iria querer sair com alguma amiga/o tomar um café e papear assuntos que não a maternidade.
(que bom vc de volta =)
Como meu pequeno ainda não tem seis meses e está no leite materno exclusivo, ele está sempre grudadinho em mim. O que eu faria se tivesse um tempinho só pra mim? DORMIRIA!!! Bastantão!!! =)
Beijos!
Tenho 2 filhas, por força das dificuldades que eu criei para minha vida, eu tive que deixar minhas filhas por 2 meses! com minhas irmãs e mãe a mais de 1000 km de distância.
Foi horrível, só trabalhei, não fiz nada além disso, e quando nao estava trabalhando dormia...
Mas assim como tive que ficar longe delas por causa das dificuldades que criei, também foi criação minha as dificuldades para estar longe...
Depois que elas voltaram, e demonstraram que continuavam me amando igualmente, aliás, como eu estava muito longe dela, mas viva o skype! eu não titubeava, mandava curto e reto: "mamãe ama vcs, mamãe ama muiiiiiito" para que elas nao tivessem dúvida, não se tratava de um abandono, portanto assim que nos encontramos vou supertranquilo da parte delas, nem parece que ficaram tanto tempo longe, demonstravam a saudade, mas quando nos encontramos pronto, o resto era passado.
Agora estamos juntas de novo,o que importa é este presente.
Foi de tudo muito importante sim, pois tenho clareza que um dia, elas partirão e não voltarão e ainda assim continuaremos a nos amar e em liberdade, melhor coisa do mundo AMOR e LIBERDADE.
Aproveite tudo da vida, a solidão e a maternidade são preciosidades.
beijo,
Alexandra
Bem, o tempo record foi, quando precisei resover um problema e pra piorar meu marido se enrolou para sair do trabalho, fiquei de 6:15 da manhã às 20:30hs longe do meu pequeno...Olha, acho q o dia q eu tiver ainda q por um dia essa tal libertadade, vou ficar como vc.Amoada.rs
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