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por: Tata
Nos últimos dias, estivemos aqui em casa com as três filhotas doentes. Uma virose (ai, as tais...) que pegou uma, depois a outra, e em seguida a outra, feito caminho montado com dominó. Febre, nariz escorrendo, dor de cabeça, dores no corpo, sonolência, o quadro completo.
As três fizeram febres altas. Certamente, cada uma em um momento, todas passaram dos 39 graus. Não vou saber exatamente quanto, porque o termômetro aqui em casa quebrou em plena crise, e eu não me dei ao trabalho de comprar outro. Simplesmente parei de medir.
Aí, vem a pergunta: 'mas e se a febre subisse mais, você não ia medicar???'. E a resposta: não. Aqui em casa, de comum acordo com a pediatra homeopata das meninas, não medicamos febre, seja de quanto for. E nessas últimas noites de sono picado, velando o sono de pequeninas ardendo em febre no travesseiro ao lado, pensei muito sobre essa questão, sobre como a febre é vista como uma vilã, quando deveria ser exatamente o contrário.
Nós, ocidentais, temos muito medo da febre. Basta a marquinha do termômetro começar a subir e já pensamos logo nos relatos que todos já ouviram, sobre convulsões febris, sequelas e tudo mais. E no meio de tanto temor, acabamos nos esquecendo de que a febre é uma aliada do organismo. Ela vem para ajudar, não atrapalhar. Somente organismos saudáveis, que estão combatendo adequadamente o processo infeccioso, fazem febres altas. A febre é um sinal positivo, uma mostra de que o organismo está lutando contra a doença, para curar a si mesmo.
Aliás, sempre prefiro, ao invés de dizer "minha filha teve febre", ou "minha filha esteve com febre", dizer "minha filha fez uma febre". Porque a febre não é uma ameaça externa, não é um agente invasor do qual somos vítimas. A febre é nosso papel ativo no combate à doença, ela representa nossa capacidade de autocura.
Nas crianças, então, apesar de muitas vezes serem desesperadoras para os pais, que se assustam e angustiam quando a criança começa a ficar quentinha, a febre é importantíssima. As febres infantis são momentos de crescimento, de amadurecimento, de descoberta. É como se, a cada episódio de febre, o organismo dos pequenos recebesse de presente a oportunidade de se reinventar, de amadurecer e se fortalecer para seguir crescendo e descobrindo o mundo, como as crianças adoram fazer.
Além disso, o organismo é sábio, e quando prestamos atenção no que quer nos dizer, as coisas sempre caminham melhor. Não raro, ouço mães dizendo que dão antitérmico para os filhos quando a febre está 'judiando' demais da criança, quando os pequenos ficam muito caidinhos e desanimados. Pois é nessa hora que a febre é mais importante! Se a febre tira a energia da criança, é porque precisa canalizá-la para o processo de cura, para a luta contra a doença. A criança que, no auge da febre, toma um antitérmico e fica 'animadinha' de novo pra sair pulando e brincando como de costume, vai gastar na brincadeira a energia que o organismo deveria estar usando para se reestabelecer.
É por isso que aqui, nossa receita para superar os episódios de febre é bem básica, bem caseira: muito carinho, muito colo, muita hidratação e tempo. Tempo para que elas superem mais esse obstáculo e cresçam, subam mais esse degrau, tão importante na vidinha delas, no lindo processo de amadurecimento que elas experimentam todos os dias.
Pra quem quiser ler um pouco mais sobre o assunto, recomendo esse artigo, bem interessante, que fala da visão que a antroposofia tem da febre. Vale a pena guardar para ler e reler sempre que a marquinha do termômetro subir e bater aquela angústia: "antitérmico, dar ou não dar??".
E agora com licença, que tenho aqui uma bebê fazendo uma bela febre e querendo tudo o que tem direito: muito aconchego, muito peito e muito colo de mãe... precisa mais??
Imagem: www.gettyimages.com.br
Olá!
Mudamos de endereço.
Você pode nos encontrar em www.blogmamiferas.com.br a partir de agora.
19 comentários:
Tata, são escolhas que vem desde a gravidez, começa com pré-natal, parto (lá vou eu!), amamentação, alimentação... a mãe que faz cesa eletiva (ou não contesta, não pede uma segunda opinião), que não se importa em complementar, em medicar, vai medicr febre, e vai achar que a gente é louca por não medicar febre (ou nada, acho que sua homeoapta é a minha tb, Dra S).
Fora desse círculo, td mundo me acha estranha por só dar homeopatia e fitoterápicos chineses, acupuntura...
Ainda bem que nós somos mamíferas e maternas!
eu também nem uso termômetro...!
A febre cura!
Minha pequenininha nunca tomou remédio, só febre e mama.
Rapidinho, passa.
Tata, eu comecei seguir "por esse caminho" fazem 4 anos, mas recentemente levei uma rasteira...
Meu filho apresentou febre, diarreia, vomito...
Eu não mediquei e tentei controlar a suposta virose com alimentação e muito liquido e soro caseiro...
Ele apresentou sinais de melhora, mas a febre não ia embora...
Cindo dias depois ele piorou novamente e quando finalmente levei ao pronto socorro descobrimos uma apendicite supurada.
Sei que é um caso em muitos, mas as vezes os sintomas enganam-nos.
Não medicar febre tudo bem, mas investigar as causas é sempre necessário, eu acho.
beijo
Sempre fui a favor da homeopatia, porem, sempre tem um porem, ne....dois anos atras minha filha teve a primeira convulsao febril, depois de seis meses outra seguida de internacao, o quadro foi primeiro influenza, na segunda vez rotavirus...agora o medo me tornou dependente do termometro!!!um beijo chris
oi Cath, nossa pediatra é a mesma, sim. e concordo contigo, são escolhas 'outside the box' que já começam na gravidez, qdo nos questionamos sobre a qtdade de ultrassons, sobre vitaminas, exames... e segue até a criação dos filhotes. nadar contra a corrente não é fácil, mas exercita! rs.
Carol, é isso aí, a febre cura!
Rosana, acho q um quadro de febre q se arrasta por cinco dias deve ser acompanhado de perto por um pediatra, q certamente detectará outros problemas...
Deni, acho q o medo é o nosso pior conselheiro. Imagino q deve ser terrível ver um filho convulsionando, mas pelo q eu sei convulsões febris não têm a ver com o grau da febre, mas com uma pré-disponibilidade da criança. Ou seja, crianças q têm essa pré-disponibilidade vão convulsionar mesmo com febre baixa. Espero q vcs encontrem o melhor caminho pra vcs aí...
bjo a todas!
Queridas mamiferas!
Meu filhote nunca foi muito falador, sempre quietinho, observando tudo, falava todas as palavras, mas só quando queria sabe?Nunca foi de papo furado... Pois bem, em Dez. passado ele teve um gripe, mas gripe mesmo! dessas que derruba qq um, ele ficou molinho, uma semana em casa com dengo de mãe e muita água. Olhavamos sempre o estado geral dele e como estava tranquilo(na medida do possivel) não medicamos, eis que quando a febre passou e a gripe também meu menino virou um tagarela!!!! Conversa com todos que passam, faz comentários TUDO! Foi uma mudança impressionante! A homeopata explicou todo o passo a passo que tem no artigo que a Tata colocou o link, e pra quem não acredita na homeopatia eu digo que não sabe o que está perdendo... O amadurecimento dele foi algo impressionante, e pra mim só mostra o quanto aquela febre foi necessária, ele passou a se conhecer melhor, com certeza, e ser capaz de evoluir como um ser humano lindo que é.
Depois de conversar com a homeopata percebi que meu filhote não era o único ela tem uma lista de relatos impressionantes que se forem levados a um pediatra convencional serão com certeza descartados, mas eu vi e senti a força que esta febre teve no desenvolvimento de meu filhote, e se agora já tinha critérios rigidos na hora de medicar, então agora nem se fala! Observar nosso filhote é TUDO!!!
Um grande beijo!
Adorei o seu post. Minha filha tem 2 anos e só agora aprendi a lição.
Juju quando tinha qualquer febre eu medicava e corria para a emergencia, coisa de mae de primeria viagem.....até que a homeopata dela me fez uma bela lavagem cerebral e agora com muito orgulho (hehehehe) eu digo que tb não medico contra a febre,só fico mais atenta se junto com a febre eu noto que ela tem dor ou fica muito indisposta.
Mas isso, só com o tempo a maioria das mamaes aprendem :)
bjs
ah, claro...febre persistente por mais de 3 dias indica que o pediatra tem que ser visitado!!!!!
Cecília já esteve febril duas vezes, e nenhuma das duas eu mediquei. Só colo, carinho, peito, peito e peito!
Acho que há um extremo exagero na forma como as crianças são medicadas.
Cecília tem 2 meses e até hoje não provou nada além do leite da mamãe, e os outros se assustam. Perguntam se nunca dei tylenol, luftal, funchicórea... aiai!
Também nem cheguei a pegar no termometro (coisa de mãe de 2ª viagem) pq sabia que estava "fraca", mas me fica uma dúvida...
No caso da Deni, como a gente sabe se a criança tem essa pré-disposição a convulsionar? Se ela nunca tiver convulsionado antes?
Dependendo do grau da febre (sendo muito alto) não medicar não é extremo demais? Não seria "pagar pra ver"?
Pergunto isso pq não entendi mesmo...
Beijos!
Barbara, quando a gente presta atenção, é realmente impressionante o qto eles crescem depois de um episódio febril. é como se subissem um degrau, mesmo. muito interessante...
Adriana, acho q às vezes com o primeiro filho a gente tem mais medos, é o medo do desconhecido. Comigo não foi assim pq eu mesma nunca tomei alopatia, fui tratada com homeopatia desde bb, então já tinha muito claro na minha cabeça as vantagens desse caminho... o importante é q vc teve a oportunidade de rever conceitos, questionar verdades cristalizadas e encontrar um caminho q serve melhor pra vc, agora mãe de segunda viagem!
Cacau, não tem como saber. Se a criança tem pré-disposição, a gente fica sabendo qdo convulsiona. aí entra a questão: vale o custo/benefício de encher todas as crianças de antitérmico com qualquer febrinha pra evitar convulsão naquelas poucas q têm pré-disposição?
A minha pitoca toma homeopatia... Mas o homeopata dela é a favor de um alopático quando o quadro envolve muita dor ou desconforto (desde que, lógico, já utilizados os homeopáticos e do-in). Felizmente não froam muitas vezes.
Mesmo com anti-térmico a febre vai subir até o seu pico máximo e isso varia de organismo pra organismo. O médico antroposófico que nos acompanha disse para medicar Alice a partir de 38° e é isso que eu faço. A febre ajuda a formar o "carácter" da criança. "Queima" a parte dos pais e a torna um ser independente.
Tata,mto interessante o texto. Nao deixe de ler tb o que escrevi sobre Febre http://amaezona.blogspot.com/2010/01/por-que-nao-ceder.html
Tem td a ver com seu texto.
Acho que é mais dificil pra gnt do que pra eles. Ja fui no limite da minha sanidade, mas realmente vi a força e a saude ressurgir daquele estado febril.
Estou preparando outro texto, so explicando o que é a febre e te aviso qd estiver pronto. Quero inclusive um parecer de uma medica tradicional, mas racional sobre o meu texto para finaliza-lo.
Um grande beijo e parabens.
Ju, às vezes me incomoda um pouco essa conversa de "quando há muita dor ou desconforto", sabe? acho q um grande aprendizado da nossa caminhada de mãe é saber q não poderemos curar todos os males de nossos filhotes, evitar q eles sofram, acabar com todas as dores. às vezes o desconforto é necessário para q eles atinjam o crescimento que aquele desequilíbrio veio trazer...
Tathyana, o antitérmico corta a febre. Em um ou outro indivíduo, o antitérmico não cortará o processo, apenas o suavizará, mas não é regra. A função do antitérmico é trazer a temperatura corporal de volta ao normal, por isso ele tem esse nome. queria entender melhor essa indicação do seu pediatra... pq dar antitérmico com uma febre tão baixa?
Dydy, vou ler sim teu texto, e não deixe mesmo de me avisar qdo o próximo estiver pronto... acho esse um assunto interessantíssimo, bem polêmico e que deve ser discutido e repensado sempre!
bjo bjo bjo
Ah esqueci!
Como fiquei sob mta reflexao nos dias em que ela estava assim, perdendo peso e apatica, escrevi mais sobre A febre.
http://amaezona.blogspot.com/2010/01/febre.html
E gostaria que outras mamiferas lessem sobre isso no momento em precisassem, pois existem outras maes que realmente pensam.
É um bom apoio.
Eita assunto que dá pano pra manga,esse,neh!
Medico febre acima de 38,5ºC,um pouco por medo das possíveis convulsões e outro tanto mais como analgésico,tipo,se é garganta,com dor fica difícil comer e beber líquidos,então melhor medicar e garantir uma boa hidratação,eu acho.
Em tempo,alguém ainda sabe porque a tal dipirona ainda é permitida aqui no Brasil?
Ela é proibida em alguns países,mas aki continua sendo largamente utilizada.
bjks
Mercado...
Paracetamol tb provoca hepatite toxica e esta td bem. Escutei que morreram mais epssoas por hepatite toxica por paracetamol do que por dengue na epoca da epiemia...
Medicar é sempre o mais facil pra nós. Acreditamos q qd interrompemos este ciclo sagrado, estamos nos confortanto e sem querer atrapalhando uma coisa mt maior.
Compreende-se mas n justifica-se.
Amei o texto do pediatra antroposofico que indicou. Sempre acreditamos nessas coisas e agora temos uma explicaçao formal sobre algo que sempre sentimos.
Parabens pela escolha do tema. Nao deixe de ler sobre esses assuntos no meu blog.
Bjks
Menina...! Você consegue pôr poesia até em febre... Amei! =)
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