
por: Flavia Penido
“Ó abre alas, que eu quero passar”. Chegou o carnaval, e eu passo aqui para contribuir um pouquinho como Mamífera. Espero que vocês curtam. Tão difícil é a tarefa de se estar ao lado de mulheres tão especiais.
Sou Flavia, uma Mamífera em eterna construção. Acho que fui Mamífera desde que nasci porque sempre gostei de brincar com as irmãs mais novas das minhas amigas. Nunca mamei no peito por que era tempo do leite ninho fácil. Nasci de cesárea por que meu irmão quase morreu ao nascer por placenta prévia.
Deve vir daí minha veia radical. Tenho três filhos e tive três experiências diferentes de parto. O parto domiciliar da terceira me deu a chance de me reescrever. Sem chance de escreve minha história ao nascer, escrevi ao renascer.
Hoje queria contar da alegria do carnaval. Eu sou carioca embora não viva mais lá, há anos. Cresci assistindo aos desfiles na TV e indo aos bailes das matinês, tenho lembranças gostosas das fantasias e maquiagens.
Embora não curta levar as crianças na “muvuca”, sempre levo meus filhos para brincar o carnaval de algum jeito. Aliás, tenho fotos da primeira gravidez com a barriguinha no Bloco de Segunda.
Hoje eu começo levando eles a escolher o personagem e depois é só deixar a criatividade falar! Não há nada que uma maquiagem, um lenço, uma máscara ou um chapéu não resolva. O importante é a criança se sentir fantasiada, deixo elas mesma irem criando o figurino. Que seja leve por que cansa brincar cheio de adereços, que seja fresca porque sempre faz muito calor.
Se fantasiar é parte da formação da criança, eu sempre tenho em casa adereços para eles se vestirem como querem. Deixo-os manifestarem seus desejos, porque vestir a fantasia da mãe não vale né? Tem que ser a deles. Vou te contar, dá pano para manga falar de fantasia infantil!
Para pular o carnaval com as crianças e bebês tivemos que atentar para alguns detalhes importantes. Criamos o clima de animação desde em casa. Nós sempre nos vestimos também para a ocasião e aceitamos os pitacos das crianças.
Só assim eles não sentem medo dos carnavalescos mais entusiastas e suas fantasias esdrúxulas. Convido amigos de meus filhos para virem se arrumar juntos, e partimos juntos pelas ruas fazendo graça e jogando confetes. A criançada adora uma guerra de confete e bexiga de água. Prepare-se para perder feio! Bebo muita água e uma cervejinha só... Se não estou amamentando, é claro!
Como apetrecho essencial, levo sempre comigo um paninho limpo para eventuais acidentes nos olhos, às vezes podem acabar com a alegria. Eu não gosto nada, nada é daquela espuma que é a nova moda dos carnavais, fico só reclamando...
Mas, pelas crianças, se for da espuma antialérgica até dá para encarar. Para eles é só uma forma de brincar e provocar aqueles que se queixam da espuma! - acho que estou ficando velha e conservadora. Carnaval é para ir com bom humor e um pouco de espírito de porco também, que a graça é essa mesmo!
Quando a criança começa a reclamar é hora de dar de comer, sentar um pouco longe do barulho e se perguntar se não está na hora de ir embora. Para meu marido nunca é hora de ir, mas bom, nada que uma explicação detalhada do estado de humor geral não resolva rapidamente!
Assim como brincar de casinha, a fantasia de carnaval é uma forma de vivenciar emoções diferentes. Deixar-se envolver pelos personagens é uma maneira de trabalharmos questões emocionais difíceis que através deles ficam mais fáceis de aceitar e soltar.
O menino que quer ser um dinossauro cheio de dentes afiados deixa sua agressividade extravasar sem medo, e ainda pode também trabalhar o sentimento de impotência bastante presente na vida da criança pequena. Cada personagem tem sua manifestação emocional. São ótimas formas de se expressar sem ser reprovado por ninguém.
O carnaval permite, além de tudo, à criança se sentir igual aos outros, estar entre os pares, fazer parte da humanidade sem diferenciar as classes sociais, iguais diante de Deus e nas passarelas do samba, axé, frevo ou maracatu. Afinal, todos nós nascemos pelados, e isso é um aprendizado para toda vida, ninguém é melhor ou tem mais valor do que ninguém.
Claro que, vamos combinar, se a criança levar a sério que é o super-homem vocês fiquem de olho nas janelas altas! Porque como dizem: ”brincar é coisa séria!”.
Agora, caiam na folia e depois passa aqui para contar!
Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpW-kl6Ra52gFfh65gMaJMbZst1yOlLLQEMsZ6nwE6Bl5ZVRQS6Sq8myWmcxrcoJ7kWW22wpVl74IM5hzorHoWOFxAvi0WSQVqZmJg8c05hOaIjwCLn4FCC2osri189Pcu8gq6wI5DQxw/s400/mmp465_Dia12-Carnaval.gif
3 comentários:
Hahaha, esse penúltimo parágrafo me lembrou uma história (verídica, será?) que eu ouvi de um menino fantasiado de super-homem que queria se jogar da janela para voar, já estava a postos, e a mãe desesperada porque estava longe e não daria tempo, tirou a ideia da cabeça dele falando que o super-homem não poderia voar sem as botas, e o menino desceu!
Agora sobre o assunto do post, eu não sei a partir de que idade o carnaval pode ser aproveitado. Acho que bebês muito novinhos ainda não curtem, o meu ainda tem um pouco de medo da maioria das fantasias, com 10 meses... E fantasiá-lo está fora de questão, calorento como ele é. Então o meu carnaval desse ano foi em casa com ele, brincando na terra, na piscina, tudo bem tranquilo. Mas mal posso esperar a hora dele querer se fantasiar e me fantasiar, acho que vamos curtir um montão!
Mamífera nova??? Q bom!!!!
É isso gente! Estou palpitando por aqui enquanto a Kathy prepara umas coisinhas mamíferas.
Eu levai meus bebes para o carnaval sim! Eles curtiam do meu colo por que no carrinho eles ficam inseguros. Eu slingava e eles se divertia, mas por pouquinho tempo, porque cansa rapido!
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