por: Tata
Hoje estou aqui, às onze horas da noite, sentada no computador para escrever meu texto. Isso, depois de um dia em que:
- acordei, dei café da manhã para as filhas mais velhas, coloquei no fogo os legumes para a papinha da caçula, subi, dei banho nas mais velhas com a pequenina olhando e brincando do lado de fora, desci, dei a papinha para a bebê, subi, ajudei as mais velhas a terminarem de se arrumar, dei banho na pequenina, vesti, arrumei as coisinhas das três para passar a tarde fora, botei a tropinha no carro, fui com as três à casa de uma amiga com duas filhas, almocei com a pequena a tiracolo enquanto as mais velhas comiam numa mesinha ao lado, brincamos todos sentados no chão, conversamos, botei as três no carro novamente, voltamos para casa, arrumei e dei a papinha da bebê, fiz a janta para as mais velhas, servi e ajudei a terminar de comer, separei uma porção de roupas da pequenininha que estavam guardadas para a empregada lavar amanhã, subi, dei banho na pequenina, dei de mamar e a coloquei para dormir, fui para o quarto das mais velhas, brinquei, dei banho nas duas e ajudei a vestir a roupa de dormir, sentei na cama com elas e contei histórias, botei as duas para dormir e depois voltei no quarto umas tantas vezes quando elas me chamavam pra dizer que estavam com sede, ou que queriam um abraço, ou que estavam com saudades do papai, dei de mamar mais umas duas ou três vezes para a pequenininha que está com o sono agitado por conta do narizinho um pouco congestionado, e entre uma mamada e outra trabalhei no computador, chequei emails, pus em dia pendências acumuladas, jantei e arrumei o escritório que tinha livros espalhados por todos os lados.
Parei pra pensar no tanto de coisas feitas durante o dia, e em como há cinco anos atrás eu não teria feito metade delas sem me jogar na cama no comecinho da noite, esgotada, e pedindo arrego. Ah, e ainda esqueci de dizer: marido viajando a trabalho, sou eu sozinha com as três 24 horas, a semana toda.
Quando vejo uma amiga que ainda não é mãe se perguntando se daria conta da rotina com um filhote, sempre respondo que eles quando chegam trazem pra gente uma disposição e uma energia que a gente nem sabe dizer de onde vêm.
Antes de ser mãe, eu não seria capaz de fazer um terço das coisas que faço hoje. E faço com um sorriso no rosto, curtindo. Bate o cansaço de vez em quando, e aquela vontade de me jogar na cama e ficar olhando pro teto. Ô, se bate. Mas basta pensar por cinco segundos, e eu logo me dou conta que não trocaria a roda-viva de hoje pelo descanso de ontem. Não, de jeito nenhum.
Mesmo com as noites de sono picado, com a correria para dar conta de tudo, com as demandas e novas necessidades pipocando a cada dia, quando eu boto a cabeça no travesseiro penso que faria o dobro disso se fosse preciso. Porque vale a pena.
Há cinco anos, se me dissessem que eu daria conta de tudo isso dali a algum tempo, eu não acreditaria. Mas os filhos fazem isso pela gente, ajudam a gente a descobrir do que é capaz, e não sabia.
Agora, já perto da meia-noite, lá vou eu me esticar na cama, dormir um sono gostoso, para acordar ainda pelo menos umas duas vezes com a caçulinha, dar o peito feliz da vida e dormir de novo, com ela grudadinha em mim, até o dia amanhecer. E amanhã, começar tudo de novo. E de novo, e de novo. E vem final de semana, e marido chegando, e programinhas gostosos em família, bagunçados e divertidos, assim do nosso jeito e com a nossa cara.
É nessas horas que eu penso: caramba, eu sou mesmo uma pessoa de sorte. Mas muita, muita sorte mesmo.
Hoje estou aqui, às onze horas da noite, sentada no computador para escrever meu texto. Isso, depois de um dia em que:
- acordei, dei café da manhã para as filhas mais velhas, coloquei no fogo os legumes para a papinha da caçula, subi, dei banho nas mais velhas com a pequenina olhando e brincando do lado de fora, desci, dei a papinha para a bebê, subi, ajudei as mais velhas a terminarem de se arrumar, dei banho na pequenina, vesti, arrumei as coisinhas das três para passar a tarde fora, botei a tropinha no carro, fui com as três à casa de uma amiga com duas filhas, almocei com a pequena a tiracolo enquanto as mais velhas comiam numa mesinha ao lado, brincamos todos sentados no chão, conversamos, botei as três no carro novamente, voltamos para casa, arrumei e dei a papinha da bebê, fiz a janta para as mais velhas, servi e ajudei a terminar de comer, separei uma porção de roupas da pequenininha que estavam guardadas para a empregada lavar amanhã, subi, dei banho na pequenina, dei de mamar e a coloquei para dormir, fui para o quarto das mais velhas, brinquei, dei banho nas duas e ajudei a vestir a roupa de dormir, sentei na cama com elas e contei histórias, botei as duas para dormir e depois voltei no quarto umas tantas vezes quando elas me chamavam pra dizer que estavam com sede, ou que queriam um abraço, ou que estavam com saudades do papai, dei de mamar mais umas duas ou três vezes para a pequenininha que está com o sono agitado por conta do narizinho um pouco congestionado, e entre uma mamada e outra trabalhei no computador, chequei emails, pus em dia pendências acumuladas, jantei e arrumei o escritório que tinha livros espalhados por todos os lados.
Parei pra pensar no tanto de coisas feitas durante o dia, e em como há cinco anos atrás eu não teria feito metade delas sem me jogar na cama no comecinho da noite, esgotada, e pedindo arrego. Ah, e ainda esqueci de dizer: marido viajando a trabalho, sou eu sozinha com as três 24 horas, a semana toda.
Quando vejo uma amiga que ainda não é mãe se perguntando se daria conta da rotina com um filhote, sempre respondo que eles quando chegam trazem pra gente uma disposição e uma energia que a gente nem sabe dizer de onde vêm.
Antes de ser mãe, eu não seria capaz de fazer um terço das coisas que faço hoje. E faço com um sorriso no rosto, curtindo. Bate o cansaço de vez em quando, e aquela vontade de me jogar na cama e ficar olhando pro teto. Ô, se bate. Mas basta pensar por cinco segundos, e eu logo me dou conta que não trocaria a roda-viva de hoje pelo descanso de ontem. Não, de jeito nenhum.
Mesmo com as noites de sono picado, com a correria para dar conta de tudo, com as demandas e novas necessidades pipocando a cada dia, quando eu boto a cabeça no travesseiro penso que faria o dobro disso se fosse preciso. Porque vale a pena.
Há cinco anos, se me dissessem que eu daria conta de tudo isso dali a algum tempo, eu não acreditaria. Mas os filhos fazem isso pela gente, ajudam a gente a descobrir do que é capaz, e não sabia.
Agora, já perto da meia-noite, lá vou eu me esticar na cama, dormir um sono gostoso, para acordar ainda pelo menos umas duas vezes com a caçulinha, dar o peito feliz da vida e dormir de novo, com ela grudadinha em mim, até o dia amanhecer. E amanhã, começar tudo de novo. E de novo, e de novo. E vem final de semana, e marido chegando, e programinhas gostosos em família, bagunçados e divertidos, assim do nosso jeito e com a nossa cara.
É nessas horas que eu penso: caramba, eu sou mesmo uma pessoa de sorte. Mas muita, muita sorte mesmo.
Imagem: arquivo pessoal (Estrela, Chiara e Ana Luz, as três mocinhas que fazem dos meus dias uma imprevisível e deliciosa loucura...)
6 comentários:
Olá. Fiquei admirada com sua disposição. Me senti uma molenga. Tenho um filho de 2 anos e 5 meses, que já dorme a noite toda na cama dele. Passo o dia cuidando dele e da casa. E sinceramente, estou ficando cansada da rotina. Tenho menos disposição do que tinha quando ele era mais dependente. Contar mil histórias, repeti-las mil vezes, inventar brincadeiras. É insaciável e feliz, como toda criança criada com respeito e liberdade. Mas, tenho desejado, com todo remorso, ter mais tempo pra mim. Sei que não sou uma mãe ruim, e sei que poderia muito melhor. Mas, acho que o que faço está no meu limite e me sinto culpada de não querer fazer mais. Usar mais da minha criatividade. Atendê-lo o tempo todo para brincar é o que mais me exaure psicologicamente, depois de ter feito todos os afazeres. Na verdade, acho que passar o dia sozinha com uma criança dessa idade, tendo que dar conta da casa é uam realidade não muito saudável, mas ainda me recuso a colocá-lo numa escola. O ideal pra mim seria ter amigas com filhos da mesma idade. Mas, quando vc é recém-chegada numa cidade, fica complicado. Com, certeza, uma mãe sozinha não dá conta de todas as demandas do filho. Será que ela tem que dar? Imagina se eu tivesse vivido na época das fraldas de pano, sem máquina de lavar.
Até sinto uma certa inveja do seu sorriso no rosto, pois tem dias que estou num mau-humor tremendo, uma indisposição terrível.
olá Aída.
menos culpa, mulher! respeite seus limites, todos temos os nossos.
você deve ter percebido pelo meu texto que eu não cuido da casa. tenho uma pessoa q trabalha aqui em casa e essa responsabilidade é dela. eu só cuido mesmo da comida sempre q possível, mas mesmo assim, deixando a cozinha em petição de miséria pra ela arrumar depois... rs. esse é o meu limite. arrumação de casa me deixa num mau humor terrível. talvez seja o seu tb... e ter um tempo pra vc é super legítimo. busque isso sem culpa, sem cobranças, é super saudável. afinal todas temos nossos interesses que não envolvem os filhos, somos 'serumanas', não é mesmo? ;-)
bjo!!
Bingo. É isso mesmo. Se tivesse que ficar só com o Arthur sem me preocupar com a casa, certamente eu seria mais feliz. Meu marido me cobra muito essa felicidade, e acha que não faço de coração. Mas, sinto mesmo que estou no limite.
Mesmo assim, três não é nada fácil. Parabéns pela sua disposição !
Felicidades com as bonecas !
Rê
Vc tem razão ao dizer que antes de um filho, a gente nem imagina como é conseguir conciliar a vida com esses seres maravilhosos que chegam para nos mostrar que podemos fazer sempre mais.
Com o seu relato, já começo a me animar, acreditar que vou conseguir fazer tudo o que faço e ainda ter o espaço garantido e reservado para a cria que está chegando!
Beijão
Ei Tata. Sempre leio seus pots mas nunca comento. Hoje não pude deixar.... rs
Você me admira. É bem firme, segura, determinada. Amamentou suas gemeas, dentre tantas outras coisas que bem sei, quando optamos por ser MAMIFERAS, parece que temos o mundo contra.
Parabéns por mais esta. Cuidar das três, na integra, sendo feliz é uma dádiva mesmo. Cansa, mas recompensa.
Eu amo cuidar das minhas filhas e também deixo o trabalho de casa para minha ajudante. Este também é meu limite. Bom, agora ela entra de férias e vou pirar aqui, mas ainda bem que logo ela volta!
Parabéns de novo!
oi Ana,
não tenho a menor dúvida que você vai conseguir, flor. vai dar conta de tudo e ainda se divertir no processo, rs.
Letícia, obrigada pelas palavras. Eu também piro aqui durante as férias da fátima, ainda bem q é só um mês por ano, hehe.
bjo!!
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