por: Kalu
O que vou relatar abaixo é minha experiência com a agressividade repentina do Miguel (2 anos e 5 meses). Quem me conhece sabe que sou super reticente em relação ao uso de TV por crianças menores de 3 anos. Eu sou jornalista, fiz diversos cursos ligados a educação e tenho afinidades com a antroposofia. E qual a relação entre a TV e agressividade? Vou primeiro relatar o que estava acontecendo aqui em casa.
Eu sempre busquei muitas alternativas para a TV aqui em casa. Até um ano e pouco, Miguel nunca tinha assistido (com exceção quando íamos para São Paulo). Mas Miguel é uma criança muito difícil para sentar e comer. Ele é muito ativo, não quer parar por mais de 5 minutos para comer e eu estava bem cansada de, em todas as refeições, ficar atrás dele. Houve dias em que eu simplemente conseguia aplicar o mantra: quer come. Mas depois de 2 dias percebendo que ele estava comendo pouco nas refeições eu apelava, e lá estava eu novamente inventando mil e uma brincadeiras para fazê-lo comer.
Eu sempre busquei muitas alternativas para a TV aqui em casa. Até um ano e pouco, Miguel nunca tinha assistido (com exceção quando íamos para São Paulo). Mas Miguel é uma criança muito difícil para sentar e comer. Ele é muito ativo, não quer parar por mais de 5 minutos para comer e eu estava bem cansada de, em todas as refeições, ficar atrás dele. Houve dias em que eu simplemente conseguia aplicar o mantra: quer come. Mas depois de 2 dias percebendo que ele estava comendo pouco nas refeições eu apelava, e lá estava eu novamente inventando mil e uma brincadeiras para fazê-lo comer.
Sei que é uma fase, mas este lance da comida do Miguel é um calo no meu sapato, minha grande dificuldade Mamífera. Um dia lá em São Paulo, vi o Miguel batendo um pratão de comida assistindo a um filme (porque não o deixo ver TV paga ou aberta por conta dos intervalos comerciais).
Quando voltamos para casa sempre tentava dar comida sem TV. Depois eu cedi para V~e-lo comer, primeiramente só o almoço. Quando caí na real ele estava fazendo todas as refeições em frente aquela caixa preta.
Aquilo me corria por dentro, ao mesmo tempo que satisfazia minha necessidade de vê-lo comendo muito. Foi então que um dia me vi convencendo meu filho a jogar bola, empinar pipa, passear na rua e ele fazendo birra para ficar assistindo TV.
Sem contar que, dia a dia, aquele menino doce, obediente, começou a ficar agressivo, birrento. Resolvi fazer o teste e há 20 semana ele não assiste NADA de TV. Resultado: a agressividade dele reduziu absurdamente. Ele está mais tranqüilo, gentil, obediente... coincidência? Não acho.
A médica Raquel Soifer afirma que a TV cria problemas de dislalia, dislexia e disgrafia nas crianças. E mais:a TV narcotiza essas crianças, predispondo- as ao consumo posterior de drogas.
Usando a referência antroposófica podemos entender como a TV influencia no desenvolvimento dos pequenos. Para a Antroposofia, até os 7 anos de idade, os membros (braços e pernas) da criança estão mais ativos e ainda não há maturidade fpisica e psicológica para o desenvolvimento de estímulos mentais.
A médica Raquel Soifer afirma que a TV cria problemas de dislalia, dislexia e disgrafia nas crianças. E mais:a TV narcotiza essas crianças, predispondo- as ao consumo posterior de drogas.
Usando a referência antroposófica podemos entender como a TV influencia no desenvolvimento dos pequenos. Para a Antroposofia, até os 7 anos de idade, os membros (braços e pernas) da criança estão mais ativos e ainda não há maturidade fpisica e psicológica para o desenvolvimento de estímulos mentais.
Já a televisão é veículo de comunicação que fica parado em algum lugar da casa, com sua tela a bombardear em nossas retinas milhares de mudanças por minuto. Sem contar que para manter nossa atenção é necessário que os programas tenham um ritmo sempre maior do que nossa capacidade de percepção. Um último ponto é perceber que os programas de televisão são um produto pronto, acabado e sem nenhuma interatividade.
Outro ponto relevante é que nesta fase uma das características mais marcantes será sua fantasia, ou seja, com alguns toquinhos de madeira a criança pode passar horas brincando e imaginando toda tipo de situações.
Outro ponto relevante é que nesta fase uma das características mais marcantes será sua fantasia, ou seja, com alguns toquinhos de madeira a criança pode passar horas brincando e imaginando toda tipo de situações.
Outro fator que estudei num curso maravilhoso de Yoga para Educação é que as crianças que assistem muita TV vibram em uma freqüência cerebral (beta) que libera adrenalina em excesso e ativa o cérebro reptiliano por mais tempo. Este cérebro ancestral está ligado à caça, a luta ou fuga. Eu passei a deixar,como fazia antes, mantras e músicas clássicas tocando o dia inteiro aqui. Este tipo de música, com as cantigas de roda e infantis fazem com que a freqüência cerebral se modifique para alfa, que facilita o aprendizado, o relaxamento a liberação de endorfina.
Acho que, também, meu estresse em relação a comida tendo diminuído pode ter gerado um impacto positivo na nossa relação.
É preciso entender que nesta fase, os pequenos estão desencolvendo suas opiniões e buscam formas para impor suas vontades. É a fase das birras, da negação de atividades(como tomar banho, escovar os dentes). Eu fiz uma coisa bem legal que foi de fazer cartazes, junto com ele, com as atividades que fazemos todos os dias. Isso o ajudou a internalizar e ele tem colaborado bastante com tudo.
Outra ferramente que adotei aqui em casa, é um ursinho marionete que solicita que ele faça as atividades e o ajuda nelas. quando digo para ele: é hora de escovar os dentes, ele corre e pega o ursinho azul.
Na minha leiga opinião, baseada tão somente em minhas experiências, várias coisas “estimulam” esta agressividade na criança. É uma opinião leiga de uma jornalista e:
- Espaço pequeno – Crianças que ficam durante muito tempo em espaços pequenos sem atividade física livre tendem a “extravasar” a energia em um comportamento dito agressivo. Por isso é importante que a criança possa ir para um parque, uma praça brincar diariamente ou sempre que possível.
- Agressão e ambiente familiar “violento” – Acho que este é outro ponto determinante. Crianças cujos pais brigam muito ou são submetidas constantemente a uma violência física e verbal tendem a ser mais violentas.
- Dieta com excesso de açúcares e carboidratos.
Essa fase entre 2 e 3 anos é um período de desenvolvimento muito rápido e o que consideramos negativo, na verdade é positivo. Uma criança condescendente demais poderá ter problemas futuros para lutar por suas vontades e desejos. Cabe a nós, pais e mães, olhar bem de perto para nossos filhos e procurar ensiná-los a manifestação de suas vonatdes de uuma forma socialmente aceita, sem, contudo, usar a violência, que causaá apenas humilhação e opressão, com impactos ruins para toda a vida.
Mas o que me chamou atenção aqui em casa é que o fator TV despertou algo que era muito mais tranqüilo de lidar. Pode ser coincidência, mas podemos ao menos refletir e observar qual o impacto da TV no comportamento das crianças.
Como é a relação aí na casa de vocês com a TV? E a agressividade, como vocês lidam ou lidaram?
Imagem: www.gettyimages.com.br
10 comentários:
Escrevi sobre isso a bem pouco tempo!
http://mamaecintia.blogspot.com/2009/06/televisao.html
Vc vai morar na nossa ecovila!
esta confirmado!
Olha, as pessoas adora nos chamar de radicais ne? Pois é: sou radical sim. Aqui em casa nao tem TV nenhuma, qd mto, DVD de desenhos selecionados.
Ben 10 é uma aberraçao. Importados japoneses sao um lixo, sem exagero.
Tb nao gosto de bonecos que imitem esses personagens, jogos com estas marcas, tanques de guerra em miniatura ou "armas de brinquedo".
"Ensine seu filho a matar, brincando!" Jamais.
Educo cidadãos, nao membros de uma boiada. para isso, reflito mto sobre tudo. Erro, mas acerto mto mais desta forma.
Meu primogenito (que é um hominho) nao é agressivo, so é agitado. Fico mto em duvida qt ao que fzr. Mas aqui temos o horario do silencio, onde reservamos alguns minutos a reflexao. Tem o "cantinho do pensa" que é onde ele vai pensar sobre o que ele fez e sai qd tiver uma conclusao sobre o que aconteceu. Damos brinquedos educativos e uma alimentaçao vegetariana, ou seja, nem na comida deles tem adrenalina, só ocitocina do leite materno pra caçula e do carinho pro resto da familia.
Tem mtas coisas legais que fazemos pq eu e meu amrido tb estamos aprendendo.
Acho que estamos nos saindo bem, pq eles estao se tornando um homem e uma mulher mto integros, idealistas e amorosos.
E eu nao vou desistir de educar dois transformadores de mundo...
Nossa! Este post foi lindo! E ler o comentário da Mamae Dydy, foi excepcional! Parabéns sempre!
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Olha, concordo 100% com tudo!
Vou falar um pouquinho do que eu acho:
Detesto novela, detesto notícias (eu não quero saber nunca o que tem de ruim, pra mim basta!), detesto tudo que é ruim e estimula violência.
Mas gosto de discovery channel, gosto de planeta animal, gosto de baby tv (foi o canal mais puro que já conheci até hoje! nem discovery kids é assim!).
Vamos ficar sem ter televisão?
Bom, acho que não é bem assim!
***
Eu ainda sou uma daquelas mulheres à moda antiga. Quando o dia parecia ter outro sabor quando assistindo Charlies Angel's dos anos 70! Gosto muito daquele clima sereno! :)
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Tudo nesta vida existe o bom e o ruim, o bem e o mal!
Podemos ter alguns aparelhos eletrônicos, algumas dessas 'parafernálias' oferecidas daqui do Japão (que faz brilhar os olhinhos da gente). Mas por que não escolher então aquelas que gastam menos energia, aquela que poderá durar a vida toda (compre um rolex, hehe), ou aquela que é menos invasiva? Não é?!
Então eu creio assim: tudo nesta vida são escolhas!
E eu não posso ir contra este meu pensamento nem mesmo agora concordando com tudo aqui! Pois sou aquela que descobriu como ainda tem gente que pensa tão lindo em como fazer programas tão fiéis e maravilhoso para crianças! Como ainda pensaram em não fazer aqueles comerciais feios que vejo por aqui!
Sim, eu sou uma dessas! Que já viu algumas coisas que ainda me fazem pensar: dentro de TODAS as coisas existem as coisas BOAS e MÁS!
O mais engraçado é que moro dentro do Japão e meu filho não tem um robozinho, um dvd japonês de desenho, um, sequer, estilo japonês de viver. Há não ser as fraldas de pano. Que por aqui está anos à frente (ou atrás) do Brasil com relação a isto!
***
bjs mil
Fran com carin
Amo tudo isto!
Kalu, querida, meninas, eu sinceramente acredito que muito mais do que um brinquedo ou um programa de televisão, são nossas atitudes e exemplos que refletem no comportamento das crianças. Claro que não largo meu filho assistindo TV aberta, mas seria bem hipócrita que a fã de animes, de video games, de quadrinhos e RPG aqui proibísse o filho de assistir desenhos pelos quais eu mesma sou apaixonada. Claro que por enquanto tem alguns que ainda ele não pode ver, porque são violentos em alguns momentos, mas acho natural ele gostar de super heróis, acho super normal ele amar se vestir de Batman, por exemplo, fantasiar sobre essa história de ter super poderes, de combater o "mal" e etc, ele também ama piratas, tem um navio pirata e os piratas tem espadinhas nas mãos, e ele promove lá seus duelos entre seus piratas... Não vejo como isso possa estimulara agressividade, não é uma brincadeira cruel ou algo violento, feito para machucar os outros, é apenas mais uma entre as tantas e tantas brincadeiras do Samueç. Meu filho tem sim seus momentos de agressividade, mas acho isso normal, esperado, acho que ele tem todo o direito de manifestar raiva assim como tem todo o direito de manifestar alegria, tristeza, sei lá... Cabe a mim ajudá-lo a entender o que acontece, o que ele sente, explicar o que eu aceito e o que não aceito, enfim... Como já disse aqui antes, sem liberar geral, e também sem proibir completamente, assim como faço com açúcar por exemplo, assim como faço com tantas outras coisas... Respeito o posicionamento de vocês, acho que isso vem muito também do estilo de vida de vocês, mas aqui, na minha casa, no meu jeito de viver, não há como eliminar completamente alguns desses "estímuladores de agressividade", como vocês dizem. Diminuir, é claro, mas eliminar não faria sentido, nem pra mim. Beijos beijos de carinho!
A pediatra do meu filho acredita que a televisão estaria ligada à hiperatividade infantil. A revista Time publicou um artico recente sobre o tema televisão x bebês. Recentemente falei sobre isso no meu blog: http://sermaenaamerica.blogspot.com/2009/07/tv-for-babies-does-it-help-or-hurt.html#links
Estou no barco da Kathy, de acordo com o meu estilo de vida seria muita hipocrisia da minha parte abstrair completamente a TV das nossas vidas.
Como tudo na vida da Bruninha eu me preocupo, analiso e pesquiso muito antes de inserir tal coisa na vida dela e com os programas de tv não é diferente. Ela assiste principalmente o canal Ra Tim Bum e o Disney Channel, ambos não tem publicidade externa, só dos programas do próprio canal. Acho importante que ela conheça e até "torça" por alguém nos desenhos, se identifique.
Não acho que a TV (com uso moderado) barre a criatividade, pelo contrário, eu também tive acesso a TV quando pequena e me lembro dela contribuir muito pro cenários que imaginava, personagens, histórias e etc.
Deixar as crianças em frente a TV o dia inteiro não faz sentido mesmo, mas acredito que abstrair completamente também não faz.
beijos!
É o que sempre digo: ser radical no que é bom, nao ha problema.
Nao acho normal mesmo Dar brinquedos agressivos. Certamente a criaçao de heróis e criminosos hediondos é diferente. Isto esta mais do que comprovado.
As brincadeiras sao um treinamento para o futuro, entao elas precisam ser saudaveis.
Nosso comportamento influi e tb precisamos nos policiar qt aos nossos habitos. realmente seria hipocrita praticar na frente das crianças e proibir que eles façam.
Fran,
vc esta certa. Asssitir um discovery, não é mal.
O problema na maior parte das vezes é que a TV substitui um tempo valioso que é o de estar em familia. Quase td mundo que conheço assiste novela e nao da pra assistir novela brincando com as crianças. Acho que a novela e os "desenhos" sao grandes meios da matrix se manter. Das coisas continuarem como estao.
O estilo de vida é a gnt que faz. No meio do mato ou na cidade. Nao da pra mudar completamente, mas da pra fazer diferente.
Bjs
Dydy, não é porque eu assisto a um programa de meia-hora que deixo de brincar com a minha filha o dia inteiro. Uma coisa não anula a outra.
A hora de ver desenho é inclusive uma hora em que fico deitada, toda enroscada com a minha filha fazendo cafuné e sempre se divertindo, comentando sobre, discutindo os assuntos...
Acho que já faço diferente sim, pelo menos da maioria das mães que conheço que deixam a criança horas e horas na frente da tv assistindo toda e qualquer porcaria. Selecionar, acompanhar e moderar é uma forma de fazer diferente.
Acho que estar no meio do mato ou na cidade também influencia bastante, por exemplo eu não tenho a disponibilidade de levar minha filha a um parque ou área verde TODOS os dias, faço o máximo que posso e procuro aproveitar os finais de semana, mas durante a semana vivo dentro de horários e compromissos e é dentro de casa que tenho que fazer as coisas acontecerem.
A TV faz parte mas não comanda nossa vida.
Pelo que li agora vc parece fzr as mesmas coisas que eu. Seu comentário anterior não havia claro.
Pessoal, só tomem cuidado com frases feitas por ai do tipo "Não sou radical, tem que haver um equilibro" ou "a verdade de cada um".
1. Dá pra ser equilibrada fazendo sempre o que decidimos que é certo, sob reflexão e informaçao, claro. O mundo por aí afora quer fzr parecer que a criança que nunca assiste tv aberta e dorme com os pais vai crescer e ficar maluca. Vcs que tem uma postura diferenciada, sabem que não é assim.
2. a verdade universal jamais será suprimida pela "verdade" individual. Óbvio que alguns insistirão nisso (a maioria) para não sair de sua zona de conforto.
A verdade esta lá, em algum lugar, apenas esperando que cheguemos ate ela, não o contrário. O tempo sim é de cada um, “a verdade não depende de nós para existir”.
Soube que a gnose apregoa o seguinte lema: "qd reconheço um defeito ou um medo, sigo para ele e o elimino. No lugar de cada defeito eliminado surge então uma virtude."
Não se esqueçam que para um grupo dominante, a matrix é onde desejam que fiquemos.
Somos deuses. O futuro, e o presente, só depende de nós.
Meninas,
Eu relatei uma experiência aqui de casa. Eu era contra a televisão e de repente me vi conivente com ela. Aquilo me corroia, sabe? Existem muitas "drogas" por aí: o hormonio das carnes, o veneno do vegetais, o açúcar branco etc. Não dá para privar nossos filhos de todos, mas é preciso ter conciência.
Aurea, sobre a TV não acho que ela cause a gressividadde, comum nesta fase. Mas aqui em casa ela fez uma diferença a mais. Miguel continua agitado (cheio de energia) e de vez enquando manifesta suas vontades com o corpo. Mas com a TV estava mais. MAs acho que a postura de vocês também é certa e coerente com a realidade de vocês. Conceitos devem nascer de dentro, não é?
Beijos
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