É a cara da mãe! Quantas vezes já não ouvimos esta frase? Algumas de vocês podem não ter ouvido diretamente, mas com certeza já a escuram por aí. Ou as variantes: é a cara do pai, da tia, papagaio... O que é motivo de orgulho pra muita gente, pra mim é motivo de receio e até um pouco de irritação. Vou explicar.
Eu já ouvi (e ainda ouço) esta frase 9.745.833.210 vezes na minha vida. Até de pessoas estranhas que me paravam na rua (de bairros diferentes de onde morávamos) para me perguntar se eu era mesmo filha da minha mãe, pois era “a cara dela”. Parece que realmente eu sou a cara dela. Eu ouço isto incessantemente. Não teria problema algum se eu não acabasse assumindo a identidade dela. No fim das contas eu já achava que era ela: preferência por cores, alimentos, pessoas, atitudes frente a determinadas situações. Praticamente tudo igual a minha mãe. Isso ainda criança. Depois de alguns anos de terapia consegui perceber o quanto isto afetou minha auto-estima, confiança e minha identidade.
Pois bem, por que este desabafo sobre mim? Porque aparentemente minha filha é a minha cara. Vou ser bem sincera e dizer que não acho mesmo! Mas, as pessoas (familiares, amigos, conhecidos e principalmente pessoas que nunca vi na vida) ADORAM dizer que ela é a minha cópia. Me dá até um frio na barriga quando ouço isto. Me apresso logo em dizer que ela é uma mistura dos pais e tem a cara dela.
Me preocupo demais em não deixar acontecer com ela o que aconteceu comigo. Na verdade me preocupo em não rotulá-la de forma alguma. Comentários do tipo: você é muito malcriada, ou preguiçosa, ou comilona, ou qualquer coisa dita como se fosse sentenciada, são terríveis para uma criança. E esta história de “é a cara de fulano” não deixa de ser um rótulo. E dos piores. Calcula o esforço de uma criança em tentar ser uma pessoa diferente do que ela é em essência? O pior de tudo isso é que se você comenta isto, você é logo taxada de louca, radical, de quem vê pelo em ovo. Afinal de contas, que problema tem um comentário “tão inocente?
Eu sei que sou uma figura importante na vidinha dela e que com certeza ela irá se espelhar em mim para muitas coisas. A diferença é que tento criá-la para que ela possa ter a certeza de que é uma pessoa única, com vontades, desejos e escolhas próprias, apesar de ser a cara da mãe!
Eu já ouvi (e ainda ouço) esta frase 9.745.833.210 vezes na minha vida. Até de pessoas estranhas que me paravam na rua (de bairros diferentes de onde morávamos) para me perguntar se eu era mesmo filha da minha mãe, pois era “a cara dela”. Parece que realmente eu sou a cara dela. Eu ouço isto incessantemente. Não teria problema algum se eu não acabasse assumindo a identidade dela. No fim das contas eu já achava que era ela: preferência por cores, alimentos, pessoas, atitudes frente a determinadas situações. Praticamente tudo igual a minha mãe. Isso ainda criança. Depois de alguns anos de terapia consegui perceber o quanto isto afetou minha auto-estima, confiança e minha identidade.
Pois bem, por que este desabafo sobre mim? Porque aparentemente minha filha é a minha cara. Vou ser bem sincera e dizer que não acho mesmo! Mas, as pessoas (familiares, amigos, conhecidos e principalmente pessoas que nunca vi na vida) ADORAM dizer que ela é a minha cópia. Me dá até um frio na barriga quando ouço isto. Me apresso logo em dizer que ela é uma mistura dos pais e tem a cara dela.
Me preocupo demais em não deixar acontecer com ela o que aconteceu comigo. Na verdade me preocupo em não rotulá-la de forma alguma. Comentários do tipo: você é muito malcriada, ou preguiçosa, ou comilona, ou qualquer coisa dita como se fosse sentenciada, são terríveis para uma criança. E esta história de “é a cara de fulano” não deixa de ser um rótulo. E dos piores. Calcula o esforço de uma criança em tentar ser uma pessoa diferente do que ela é em essência? O pior de tudo isso é que se você comenta isto, você é logo taxada de louca, radical, de quem vê pelo em ovo. Afinal de contas, que problema tem um comentário “tão inocente?
Eu sei que sou uma figura importante na vidinha dela e que com certeza ela irá se espelhar em mim para muitas coisas. A diferença é que tento criá-la para que ela possa ter a certeza de que é uma pessoa única, com vontades, desejos e escolhas próprias, apesar de ser a cara da mãe!
Evocê, como lida com essa questão em sua casa?
5 comentários:
Essa tb é uma grande preocupação minha, porque além de se parecer comigo, a minha filha e eu fazemos aniversário no mesmo dia, então mesmo signo, que uns já distorcem para personalidade parecida...
Procuro fortalecer as escolhas e personalidades dela, mas acredito que isso será uma questão trabalhosa por uns bons anos, porque é muito difícil saber qté onde vai a imitação normal das filhas com relação às mães e onde começa a ser prejudicial.
Beijos.
Rê, aqui em casa Dandara é "a cara do pai". Nunca esquentei com isso, que acaba virando meio que uma competição entre pai e mãe para saber quem parece mais com quem, é um saco! Sempre levamos numa boa, mas nos sentimos incomodados também! Ela é a Dandara, cara de Dandara, coração de Dandara, alma de Dandara e ponto. Ouço o "é cara do pai", faço cara de paisagem e ainda falo, pois é, só pari, né? Ela não leva nada de mim a não ser o carinho, o amor, o leite; do pai, o carinho, o amor, o abraço, pra ser a cara dela mesma!
Amei seu post e a foto linda!!!
Mil bjs!
Sempre tem alguém procurando com quem nosso filho parece né? Também acho isso extremamente chato.
Dia desses uma tia velha soltou: "Bruna não parece com a mãe, nem com o pai... com quem será que ela parece?" mandei na lata: "Com seu marido talvez?", fui tirada de mal educada e meia louca até, mas nem ligo! Eles tem o direito de ser um indivíduo, de terem a carinha deles e não "a cara de alguém", não gosto de gente que trata nosso filhos como robozinho, macaquinhos de circo, e isso de querer desesperadamente que pareca com alguém, é uma maneira de manipular. Você tá aí querida, uma prova viva disso.
Ótimo post!
Beijos!
Rena..fiquei muito impressionada com seu post...mais ainda, fiquei extremamente feliz...pois é sabendo onde estão os erros que conseguimos consertá-los, é sabendo onde estão os problemas que conseguimos resolvê-los. Sempre, em toda minha vida, te admirei como irmã, como pessoa, sempre te usei como exemplo de mulher, e agora, de mãe! Deus é maravilhoso e abençoa ricamente o seu lar e sua família!! Você está me mostrando as maravilhas de ser mãe...fico feliz de estar aprendendo com você. A Manu é a cara dela!!! Amo vcs
Renata, entendo perfeitamente o teu sentimento. Você lutou muito para se livrar de um "problema" para você e não quer que aconteça o mesmo com ela.
No geral acho que o comentário é inocente mesmo, porque o "zé povinho" tá acostumado a não pensar, falar o de sempre, comentar o de sempre, o obvio.
Eu luto para que meus filhos não carreguem traumas, e creio que muitas mães conscientes o façam, mas não acredito que isso os levará a viverem melhor, em qualidade de vida, do que nós vivemos.
O ser humano é muito complexo, acho pouco valido o "falar" no que diz respeito a criação e educação dos filhos.
Ser bons exemplos é a melhor forma de fazermos deles seres mais felizes, porque no fim das contas, como Elis cantava: SOMOS TODOS COMO NOSSOS PAIS, queiramos ou não.
beijo
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