por: Deborah
Na minha vida tive pouco contato com perdas, com sofrimento, com mortes de pessoas próximas. Na verdade, estes fatos aconteceram, mas de certa forma foram bem digeridos, pelo que ficou guardado. Meus pais se separaram qando eu tinha 3 anos e cresci aprendendo a viver com os dois, assim, separados, nunca senti que tinha perdido algo ou alguém ou sentia a falta de forma muito forte. Meu avô materno, com o qual eu era muito apegada, morreu quando eu tinha 8 anos. Lembro até hoje de como foi, do dia, mas não lembro de um sentimento muito ruim, de sofrimento... Talvez as crianças lidem mesmo de forma diferente com estas situações...
Estou tocando neste assunto pois estamos vivendo um momento difícil de doença na família. De uma pessoa muito próxima, principalmente das crianças da família, incluindo a Isadora. Além de todo o sofrimento e preocupação com esta pessoa, toda a dor da família, o que tem me preocupado muito é com as crianças, que apesar de estarem vivenciando, de longe, toda a movimentação de idas e vindas de hospital, todos chorando, ainda não estão levantando questões, mas sei que logo irão... E, além disto, terá a saudade, enquanto houver a internação e todo olongo tratamento.
Temos fé que o desfecho será feliz, mas será um longo caminho a ser percorrido, de cirurgia, tratamentos... e não sei muito bem o que e como devemos explicar para os pequenos. Até que ponto eles têm entendimento de que adoecemos, de que podemos morrer, do que é a doença e a morte...
É algo novo demais para mim, no sentido de lidar como mãe... Talvez eu mesma tenha um entendimento complicado de tudo isto e, por este motivo, sinta tanta dificuldade na abordagem. Gostaria de saber de mamíferas que já lidaram com situações parecidas e de como trataram do assunto com as crianças...
Desculpem o tema tão "para baixo", mas faz parte da vida e de nossa caminhada com mãe, né...
Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
2 comentários:
Querida,
Força e luz neste momento! Um beijo no seu coraçao.
Debora, eu lido com as coisas dificeis como lido com as facil: sorrindo e aproveitando cada momento!
Porque a gente sempre pensa no que está por vir ne?
Já percebeu que as crianças nunca encaram o "futuro", a não ser quando a gente gera expectativa neles?
Quem disse que uma doença ou futura perda vai ser isso ou aquilo?
E se a gente for primeiro? Nunca se sabe não é?
Eu acredito que a melhor forma de passar isso para os filhos é ensinar o DESAPEGO material e buscar sempre ALIMENTAR o espiritual.
Para nós, acho que vale imitá-los na forma como encaram os problemas, porque ai tudo fica mais leve...
Beijo grande e vou rezar por vc!
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