por: Tata
A notícia de uma nova gravidez é sempre um momento memorável. Pode acontecer de várias formas, desde o casal que tentava engravidar há meses e comemora efusivamente o resultado positivo do teste caseiro, a aqueles momentos em que a gente é pego de surpresa por uma gravidez que não estava no script e fica meio perdido, precisando de um tempinho pra assimilar a novidade e colocar as idéias em ordem.
Comigo, já aconteceu das duas formas. Da primeira vez, a gravidez foi toda planejadinha: decidimos o melhor momento, comecei a tomar o ácido fólido meses antes por indicação da ginecologista, fizemos milhares de planos, organizamos a nossa vida e a nossa família para receber mais um(a) integrante. E demorou um tantinho, nem tanto assim, mas quando a gente está na expectativa de uma notícia boa, incrível como um mês pode demorar um ano para passar. Mas nem foi tão demorado assim: engravidamos no quarto mês de tentativas.
Já nessa segunda gravidez, foi tudo ao contrário. Não estávamos planejando para o momento, a ovulação veio numa data completamente improvável, contrariando todas as expectativas, nada na nossa vida estava preparado pra receber mais um filhote. Mesmo assim, a alegria com o 'x' cor de rosa no exame de farmácia foi a mesma. O susto não durou mais que um minuto. No minuto seguinte, já era pura alegria.
Sei que nem sempre é tão fácil. No nosso caso, temos condições de adaptar nossa vida à realidade de mais um filho, coisa que não acontece com todos os casais. Mesmo assim, acho que a notícia de que uma vida está a caminho é algo tão especial e único, que esse momento deve ser curtido sem deixar passar. Contas a pagar, espaço físico em casa, planos a reorganizar, tudo isso se ajeita. Um filho é sempre uma benção, seja como for. E por mais que a gente não se dê conta, eles sempre vêm na hora certa.
Aliás, essa é uma idéia que acho bacana ter em mente quando se está vivendo esse momento de espera por uma gravidez: o tempo de vir ao mundo é deles, não nosso. Eu acredito muito nisso. Quando essa vidinha estiver pronta pra vir habitar o ventre daquela que escolheu como mãe, ele(a) virá. Desafiando as probabilidades, os planejamentos, até mesmo a lógica. A concepção, a meu ver, tem algo de inexplicável, um tanto de poesia. Não se trata apenas de um espermatozóide fecundando um óvulo, mas de um novo universo sendo criado. E isso há de acontecer quando tiver que ser. Nem antes, nem depois. Apenas, na hora certa.
Claro que há um limite para isso. Se o casal tenta repetidamente engravidar sem sucesso, é interessante procurar auxílio médico para pesquisar possíveis problemas. Mas essas são as exceções, não a regra. E antes de um ano tentando engravidar, é desnecessário preocupar-se com isso.
É legal também lembrar que a ansiedade pode ser uma grande inimiga da mulher nessa hora. Muitas vezes, o fator psicológico acaba pesando e, de tanto que se quer engravidar, a coisa não acontece. Pelo que tenho ouvido falar, isso é bem comum. Vêm daí as histórias que a gente escuta - eu conheço pelo menos umas cinco assim - de mulheres que tentaram engravidar por muito tempo sem sucesso, não descobriam qualquer problema físico, tomavam a decisão de adotar um bebê e, quando acabavam de efetivar a adoção, a gravidez vinha. Acho que a pressão, a expectativa que a gente coloca em cima - nós, e os outros, muitas vezes quase tão desejosos de uma gravidez quanto nós - pode atrapalhar, e muito, o processo.
Como em quase todos os momentos na vida, a melhor atitude é entregar-se e confiar. Acreditar que nada acontece por acaso, e que tudo vem na hora que tem de vir.
* trecho de "Vieste", de Ivan Lins / Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
5 comentários:
Concordo plenamente com vc querida!
Beijos!!
É exatamente o que eu digo quando perguntam se planjei a gravidez, sempre respondo: eu não, mas ela sim!
Acredito piamente nisso, que tudo acontece na hora que tem de acontecer com a pessoa certa.
Realmente é um grande privilégio ser mãe e me arrisco a dizer que esse primeiro susto é até gostoso de relembrar depois, é ali, naquele momento que nos tornamos mãe e passamos a pensar só no filhote o tempo todo e fazer tudo por ele.
A vida materna com certeza começa naquele momento.
Beijos Rê e tudo de mais lindo pra esse novo bebê e essa nova gravidez!
Renata,
Eu fui como você: planejei a primeira gravidez, tudo direitinho e veio meu filho. A segunda, veio sem planejamento, mas era muito desejada em meu íntimo, apesar de eu ter me separado de meu marido apenas 3 meses e meio após o nascimento de nossa filha.
Beijos
Ai, Renata, perfeita essa história de que uma vida nova é muito mais do que um óvulo e um espermatozóide se encontrando: é puro milagre. E acho que não é a toa que a gente passa a se sentir tão poderosa e tão temerosa ao mesmo tempo, pois fica claro o pouco controle que temos sobre essa coisa que é a vida - pura correnteza! Adorei, como sempre. Beijos.
Realmente é como você disse. Eu estou na fase da tentativa há dois meses, mas para mim parece que é uma eternidade. Segurar a ansiedade é muito díficil, mas estou tentando. Parabéns pelo blog. Adorei!!! Também tenho um bloguinho (www.odespertardeumanjo.blogspot.com) onde estou postando minhas experiências como futura mamãe e posteriormente, se Deus quiser, como mamãe. Quando puder me faça uma visita adoraria poder trocar experiências com você.
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