
por: Kathy
É, pois é, eu realmente nunca fui a mais apegada das criaturas. Virava e mexia, lá estava eu arrumando, separando, rasgando e jogando coisas no lixo. Doando, passando pra frente, deixando a energia circular mesmo. Nunca gostei de armazenar coisas, de guardar lembranças demais, de acumular nada. Mas me fala como é que eu ia jogar fora o primeiro sapatinho do Samuel? E aquela manta hiper fofinha? E a toalha de banho de toquinha que ainda por cima ele herdou do pai?
A gente vira mãe e fica bobona mesmo, rs... Comecei a guardar as roupinhas, aquelas coisinhas lindas todas pensando num segundinho, num terceirinho (e eles virão, certamente, mas não agora, e nem nos próximos anos). Então resolvi que era hora de deixar a energia circular. Guardei uma ou outra roupinha mais bonitinha/significativa, um ou outro sapatinho, um brinquedo mais fofo e tchau! Doei todo o resto! Foi ótimo, abriu espaço no armário, ajudei quem estava precisando e trouxe movimento pra minha vida.
Isso é algo que acredito muito. Quando há muitas coisas entulhadas, acumuladas, muitos objetos que poderiam ser jogados fora ou doados, bagunça mesmo, parece que isso reflete em nós. Ou será, pensando agora, que é a nossa bagunça interna que reflete na nossa casa e nos "guardados", rs? Faxina já!
Afora que esse lance de posse atrapalha um pouco a vida, né? Eu sei lá, viver apegada a objetos, pensamentos, ao passado, tudo isso acaba de uma forma ou de outra nos fazendo mal, impedindo avanços, inovações. Claro que aqui estamos falando do exagero, mas todo exagero tem que começar de alguma forma, né? Um grande acúmulo começa com um pequeno acúmulo, assim como uma grande mudança começa com pequenas atitudes.
Ensinar isso aos filhos também é importante, explicar que podemos doar coisas que não usamos mais, que precisamos cuidar do que temos e gostamos (limpar, cuidar, manter em bom funcionamento, essas coisas). Lembro que vi uma vez num programa sobre limpeza e arrumação um desses "organizadores profissionais" dando uma dica que eu guardei (rá!) pra mim: Se uma coisa é assim tão importante, por que mantê-la guardada? Devemos colocar em uso, expôr, organizar de forma a ser possível manipular e utilizar, além de tratar com respeito algo que nos traz boas recordações e que significa muito. Se não é possível fazer nada disso, pra que guardar?
Outro valor interessante que podemos passar pras crianças é sobre consumo consciente. Afinal, se estamos entulhando coisas que não usamos, talvez seja hora de rever o consumo também. Será que também não estamos comprando demais? Ou comprando coisas que não nos servem como deveriam?
A melhor saída, como sempre, é o equilíbrio. Guardar o que nos faz bem, o que tem significado, o que nos é útil e querido. Mandar embora o que não serve mais, seja vendendo, doando ou mesmo jogando no lixo. Cuidar do que temos, dando valor e mantendo. Ah, sim, e pensando sempre em reduzir o consumo! Ufa, tá achando que é fácil? Mas acho que a leveza que conseguimos em contrapartida pode valer muito a pena. Que tal começar hoje um processo de limpeza por aí? Vamos desapegar?
Imagem: www.gettyimages.com.br
7 comentários:
Realmente "circular" o que não nos serve mais é a melhor coisa.
Aqui em casa, toda semana, tem coisa separada para "circular"
Vou deixar uma dica para quem tem coisas e acha que é melhor jogar fora, que ninguém vai querer.
Existe um grupo chamado Freecycle no mundo todo, inclusive no Brasil e nele pode-se vender, doar, solicitar.
Muito bacana, é só buscar no google.
bjo
A maioria das coisas da Bruna eu guardei por quase 1 ano, por puro apego mesmo, por não querer passar coisas que eram tão especiais, mas aí minha prima-irmã ficou grávida de uma menina e eu passei tudo pra ela com muito gosto, é uma delicia ver a baixinha dela com as coisinhas que eram da Bruna, pois as coisas ficaram ainda mais especiais.
Agora que ela tá maiorzinha eu já circulo mais as coisas sem tanto apego, mas também tenho um sapatinho e um macacão por aqui!
Post ótimo!
beijos!
Esta carícia de fresca brisa
Transporta a beleza de Oriente
Uma voz doce cede ao silêncio
Esta aurora acorda finalmente
A sombra perdeu-se na luz
Escuto o pranto e o riso na bruma
Palavras fugindo ao sentido
Lembranças perdidas na espuma
Boa semana
Mágico beijo
Eu tenho dificuldades de guardar coisas. Desde que o Miguel nasceu só fiquei com a primeira roupinha que ele usou. O restante doei tudo, geralmente para pessoas muito carentes. Aliás, eu sou assim com as minhas coisas também. Não consigo ter muita roupa, sapatos. É a medida e quando preciso trocar, me desfaço das velhas. Isso deixa a vida mais leve.
E essa idéia de que as coisas tem que circular é mto profunda, um dos pontos mais importantes da vida. Dar é receber, só possuo aquilo que compartilho, é o movimento do Suprimento Divino, que nunca falha se o seguimos.
bjs!
Estou num profundo processo de desapego, nunca mudar de casa foi tão difícil para mim, pois este apartamento é o local de nascimento do meu filho. Olho para a sala em que ele nasceu e, não é fácil... Enfim, a lembrança sempre levarei comigo.
Falar em desapego agora foi certeiro.
Beijos!
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