por Deborah
Nos últimos meses fomos premiados com shows de horrores na televisão convencional. Na verdade, com a desculpa de que estão informando, reproduziram todas as coisas ruins que aconteceram por aí.
Não quero entrar no mérito das questões, pois foi muita coisa ruim para ficarmos recordando. O triste é ver como uma tragédia encobre outras, a substituição no imaginário popular.
Temos agora esta situação horrível do caso do sequestro das adolescentes em Santo André. Sei que muitas mamíferas optam em não ver e nem ter TV, mas imagino que muitas viram ou pelo menos sabem do que se trata.
Uma sucessão de erros das famílias, dos jovens, da polícia, do Estado, da mídia...É claro que nossas crianças precisam ficar livres de ver tanta coisa ruim. Os programas, telejornais, novelas não acrescentam mesmo nada a suas vidinhas e podem ser prejudiciais sim.
Como jornalista e interessada no assunto "mídia e crianças", sempre defendi uma postura crítica em relação às crianças e a TV. Minha opinião sempre foi a criação de cidadãos críticos, sempre questionei um pouco se deveríamos mesmo proibir ou se não seria melhor deixá-los assistir e mostrar o que é real, o que não é. Decisão difícil, já que nem nós, adultos, temos esta dimensão do mundo televisivo.
Enfim, sempre fui a favor das escolas terem disciplinas, desde os pequenos, que pudessem os ensinar a entender e a interpretar a mídia, as manipulações, a realidade. Enfim, um assunto leva a outro, comecei a falar das tragédias envolvendo famílas, jovens e crianças, de como a mídia expõe e de como proeger nossas crianças. Pois esta proteção é bem possível até os 2, 3 anos, mas, depois começamos a passar por saias justas.
E termino com uma fala da Isadora, que me fez voltar a pensar nesta educação para a mída que sempre imaginei ser possível nas escolas. Por algum momento, em casa, a televisão deve ter ficado ligada enquanto passava o horário político, que, é claro, não assisto como diversão. Confesso que já tendo trabalhado em campanhas políticas, às vezes dou uma espiada para ver o que os colegas da profissão têm feito, a linguagem etc.... Pois bem, a Isadora perguntou para a moça que nos ajuda aqui em casa para quem ela estava torcendo, entre os dois candidatos à prefeitura de São Paulo. A moça deu a opinão dela. E ela disse "Fulano mente". Eu falei, "Isadora, como você sabe que ele mente" e ela: "falou ontem na televisão mãe, você não viu...." Respondo. "filha, você não pode acreditar em tudo o que falam na televisão..."
Ai, meus sais... Chegou a hora de praticar o que sempre estudei e falei. Educá-la para saber o que é a mídia, a televisão, quais os desastres que aquela telinha, assim como um jornal, uma revista podem causar... Mais uma função da maternidade.
Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
2 comentários:
Deborah, vou discordar um pouquinho de você. acho que uma criança pequena não deve ter uma visão crítica de nada. Na verdade não é função dela desenvolver esta habilidade que naturalmente florecerá na pré-adolescência. Penso que esta é a idade da imaginação, que os membros estão em atividade e não a mente. Por isso acho a TV absolutamente maléfica. Se inevitável for, acho que deveria ser controlada. E programa de criança é de criança. Adulto é de adulto. assim como a gente não dá bebida alccólica para um bebê, cenas chocantes e violentas não cabem nem em doses homeopáticas. Esta é minha visão baseada na antroposofia.
Faz todo o sentido Kalu, pois é difícil sim explicar as coisas paras as crianças, que estão baseadas na imaginação ainda... Mas, o que fica meio difícil é controlar o acesso. Fazemo em casa, por um lado, tem a escola - que podemos controlar, de certa forma, mas tem os amigos, tem a família, tem tantos... Quando fala na formação de crianças críticas, penso não em expor ao "munco-cão" da televisão, mas a tentar explicarcomo as coisas acontecem. Por esta visão anbtroposófica e algumas outras, talvez não faça sentido mesmo, o lugar ainda é do imaginário e a melhor coisa a fazermos neste momento é protegê-los. Como já disse, é algo que me intriga, não sie bem como agir...
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