No meu post passado falei sobre o mitos de quem acha que a perereca fica frouxa depois de um parto normal. Para encerrar este assunto coloco aqui a opinião de Antônio Manuel Ferreira, 45 anos, enfermeiro obstetra de Coimbra - Portugal. Ele diz que homens certamente avaliam a mulher através do seu todo e não pela perereca que tem.
"O prazer de um ato sexual está na cabeça e não no pinto ou na perereca. A grande atracção de um homem numa mulher não é nem nunca será na perereca mas sim como ela se mostra, como age, como se movimenta e como ela é. Lembrem-se dos grandes fetiches do homem, os olhos, as pernas, o busto ou peito, o sorriso, os lábios e os cabelos e nunca a perereca. Caso fosse a grande obsessão do homem a perereca, então vocês mulheres andariam todas nuas e não punham pinturas, manicures, batons e cabelos arrumados. Não faziam streap particular, dança da vara ou dança do ventre. E não faziam aquela comidinha gostosa capaz de hipnotizar cada um. A vagina sofre se for manipulada no parto por episiotomias longas e profundas, forceps e/ou ventosas. Caso contrario, tem a tendência a normalisar de igual forma que todas as outras estruturas da mulher no pós-parto".
O que quero abordar aqui hoje é algo que chamou minha atenção: o número de mensagens falando que o sexo ficou mais gostoso e pleno depois de um parto redentor. Nunca tinha pensado no sexo como uma faceta da sexualidade feminina. Mas pensando desta forma posso entender como estes "poderes" nos foram tomados: a capacidade de sentir prazer e parir sem dor.
Embora exista muita discussão, desde a década de 80 cientistas provaram a relação profunda entre sexo e o parto. Fatores afetivos, emocionais e hormonais relativos ao nascimento se assemelhavam de maneira impressionante à atividade sexual: a mesma ausência cognitiva, o apagamento neocortical, a necessidade de privacidade, a atividade circulatória para os genitais e os mesmos hormônios envolvidos.
A ocitocina surgiu como a chave para a compreensão do fenômeno do parto. Michel Odent, obstetra francês radicado em Londres batizou-o com o nome de a hormônio do amor, por estar presente sempre que um momento amoroso se expressa, como no parto e no encontro sexual.
Por outro lado, de maneira oposta, a adrenalina, fundamental para o orgasmo, é a mesma observada no reflexo de saída do bebê. Para Odent o nascimento é fruto das forças sexuais de uma mulher. Com esta visão do nascimento conseguimos entender porque o parto quando deixa de respeitar as vontades do corpo e alma da mulher pode deixar cicatrizes que se expressarão na sexualidade.
A dor do parto na verdade, pode ser visto como o prazer que nos negamos. Mas quando estamos tranqüilas e harmônicas, curtindo o bailar da dança dos hormônios e atentas aos desejos de nosso corpo, criamos um ambiente físico e psicológico para experimentar prazer no nascimento.
Quando estava aqui em casa, antes do nascimento do Miguel, senti muito desejo e liberdade. Pouco antes do início do trabalho de parto eu e meu marido fizemos amor. Em todo meu trabalho de parto não sentia dor, só uma vonatde de permanecer só, agachada ou rebolando. Algo que hoje vejo como uma máxima expressão de sensualidade.
Quando a bolsa rompeu e imediatamente Miguel começou a nascer, meu marido chamou as enfermeiras. Foram três contrações que pareciam uma força da alma que fizeram o bebê coroar. A enfermeira chegou, caminhei até o quarto e quando uma nova contração surgiu senti aquele corpo deslizar por minhas intimidades e tocar lugares intocados.
A dor do círculo de fogo foi infinitamente menor do que senti com aquele ato de vida e morte. Ali jazia uma mulher com profundas questões com a auto-estima e nascia uma fêmea que fez as pazes com sua feminilidade.
Assim como muitos relatos que recebi das listas Parto Nosso, Parto do Princípio, Bem Nascer MG e Materna_Sp , o sexo aqui em casa ficou muito melhor depois do parto. Agora podemos seguir os rastros e saber os motivos.
Imagem: www.gettyimages.com.br
2 comentários:
Kalu perfeito! é isso mesmo!
No dia do nascimento da Ana, só eu e o marido juntos, num ritual de amor, ocorreu o redescobrimento da nossa sexualidade.
Um mes e meio depois do parto, eu pensando q havia algum trauma por ele ter pego a nene, mas q nada!
Teve foi festa!!! hehehe
Perereca frouxa??? Conversa pra boi dormir...huahuahua
bjo
Que bom ler isso! Minha sogra já me encheu tanto a cabeça com isso, dizendo q vou ficar toda "frouxa" q já cansei...rs
Ela acha q meu bebê vai ser mto gde por causa do meu marido e como sou pequena não vou dar conta do recado...o negócio é abstrair né?
Beijo grande!
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