
por: Kathy
Eu definitivamente não sou uma dessas mães modernas. Claro que não sou nem melhor nem pior do que elas, vocês sabem. Só diferente. Aliás, a idade moderna, segundo me lembro, acabou na Revolução Francesa. Já passamos essa fase. Portanto, sou uma mãe contemporânea e mamífera, falando daqui, diretamente do século XXI.
Porém, mesmo sendo uma mãe contemporânea, aprendi a respeitar, cultivar e manter certos hábitos pré-históricos. Sabem como é, nada melhor do que aprender com a sabedoria de outras mamíferas contemporâneas. Diante de dúvidas comuns e frequentes vindas de mães menos experientes, essas sábias mamíferas questionavam: "O que a mulher paleolítica faria???"
Esse simples questionamento já me fez repensar milhares de vezes minhas atitudes com meu filho. Afinal, se estamos aqui, sobrevivemos milhões e milhões de anos, e evoluímos (?) como espécie, essas mães da pré-história fizeram a coisa certa: agiram instintivamente. Portanto, diante de dúvidas que pareciam me consumir, eu passei a me questionar dessa forma.
Por exemplo, será que a mulher paleolítica questionaria a utilidade da amamentação. pensaria em dar para seu filho leite vindo de outros animais ou simplesmente amamentaria, sem racionalizar demais? Será que ela ficaria preocupada se seu bebê estava ergordando a cada dia ou somente colocaria seu bebê no seio, e o alimentaria, da melhor forma que conseguisse?
Como a mulher paleolítica fazia a introdução de alimentos? Sem o advento das incríveis e modernas papinhas industrializadas, dos calendários (como elas sabiam quando o bebê fazia 6 meses afinal? rs) e das panelas de pressão, muito provavelmente o bebê pré histórico se alimentava do que a mãe comia, a partir do momento que demonstrasse esse interesse pela comida. Comia com as mãos, sentindo texturas, experimentando sabores, gostando de alguns, cuspindo outros, engasgando e aprendendo sozinho, sob a supervisão da mamãe a desengasgar. Assim, sem grandes neuras.
Engraçado, né, os bebês pré-históricos não tinham os modernos complementos, nem as modernas mamadeiras e chupetas, nem os modernos pediatras intervencionistas, nem complemento de vitaminas modernas receitado por eles. Suas mães também não ficavam comparando suas crianças umas com as outras e com modernas tabelas padronizadas com pesos e alturas saudáveis... Não é impressionante termos sobrevivido até hoje sem nenhuma dessas coisas tão "indispensáveis" e modernas? rsrs... Isso sem falar na moderna cesareana, claro... Porque esse já é tema pra um outro papo.
Como esses bebês dormiam sem modernos berços e babás eletrônicas? Essa eu tenho certeza: bebês paleolíticos dormiam com suas mães. Grudados, de preferência, seguros e protegidos de predadores, com os seios da mãe ao alcance o tempo todo, afinal, chorar poderia atrair a atenção e colocar em risco todo um grupo, não é mesmo? Deixar um nenê paleolítico chorando em seu "bercinho" jamais passaria pela cabeça da dessa mamãe pré-histórica, vocês não acham?
Brincadeiras e ironias à parte, temos muito a aprender com essas mães ancestrais. Resgatar nossa intuição materna, que é extremamente forte, exercitar a empatia ao lidar com nossos pequenos, deixar que nossos instintos naturais, que ficam tão fortes quando parimos, nos dominem e guiem um pouco mais. Menos neuras, mais contato de pele, mais proximidade. Assim não tem jeito de errar, podem ter certeza queridas mamíferas contemporâneas.
Imagem: www.gettyimages.com
3 comentários:
MARAVILHOSO texto! Parabéns
bjos paleolíticos, querida!!!!
;-)
amei!!!
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