
por: Kathy
Não dá pra ficar palpitando na vida dos outros, né? Cada pessoa, cada casal, cada família, tem sua própria forma de lidar com as situações, sua própria dinâmica. Mesmo entre os pais rolam diferenças imensas de criação, de valores, de desejos e aspirações. Que dizer então de uma outra casa, de uma outra forma de enxergar a maternidade?
Ficar calada diante de certos absurdos que vejo acontecer por aí é para mim um exercício diário de controle. Mesmo porque é difícil ficar calada quando a gente tem certeza absoluta de que a nossa forma de lidar com a situação é a mais correta, a que dá melhores frutos, a menos agressiva, a mais prática, sei lá... Mas a gente tem que lembrar que essa é uma via de duas mãos. O outro lado da história, em geral, também deve estar, a sua maneira, se esforçando para fazer a coisa certa.
Eu sou uma chata, reconheço. Quantas vezes já não me coloquei em situações péssimas por abrir a boca na hora errada? Por não segurar a minha língua? Muitas! Tantas, que mesmo sendo eu a maior cabeça dura da paróquia, acabei aprendendo que em geral o melhor é apertar as mãos com força, desviar a minha atenção para o horizonte, ficar caladinha e ainda fazer a melhor cara de paisagem que eu conseguir.
Mas, porém, contudo, entretanto... A partir do momento em que a minha opinião é diretamente solicitada... Aí não tem como fugir da raia né? Tem vezes que eu já sei que é duelo perdido mesmo. Ainda mais se o interlocutor for mais velho, mais experiente, tiver mais filhos ou se for tão teimoso quanto eu. Porque quem já passou pelas situações sempre acaba achando que sabe exatamente como lidar com elas, né?
Mas mesmo nas batalhas perdidas eu sempre penso assim: quem sabe não fica uma sementinha, uma mudinha, uma pequena interrogação na cabeça dessa pessoa que tanto bate o pé, não é mesmo? De repente a muda fica por ali, esquecidinha, parada, mas acaba ganhando força e florescendo um dia desses... Esperanças, água, adubo e carinho por aqui não vão faltar!
"A vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.”
(Clarice Lispector)
Imagem: www.gettyimage.com.br
Um comentário:
adorei, querida!
tarefa difícil essa. calar-se diante do que fere nossas crenças. mas o jogo é esse mesmo, queremos respeito à nossa forma de agir, não há outra forma de consegui-lo, a não ser respeitando tb o modo alheio de agir...
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