por: Tata
A gente vive dizendo o quanto cada bebê é um bebê, o quanto comparações são inúteis e vazias, o quanto a gente tem que respeitar cada criança, seu tempo e suas particularidades, não é? Eu repito isso a torto e a direito, toda vez que uma mãe vem conversar comigo e percebo caraminholas na cabeça, do tipo "meu bebê ainda não engatinha (anda/fala/come/senta), é normal??".
Mas a verdade é que com minhas filhas mais velhas, Ana Luz e Estrela, eu não precisei colocar essa crença no respeito ao tempo da criança 'à prova'. Elas sentaram, engatinharam, falaram, comeram, tudo dentro daquele período considerado o 'normal'. Agora, com a Chiara, nossa caçulinha, foi tudo diferente, e aí sim, tivemos a chance de passar do discurso para a atitude, e fazer com que nosso respeito ao tempo dela acontecesse no dia a dia.
Chiara, apesar de ter apenas um ano recém-completado, já é um pequeno indivíduo, e como tal, tem sua personalidade. É claro que muita coisa ainda vai se delinear aos poucos, conforme ela for crescendo. Mas já dá pra perceber muita coisa, e intuir outras. Uma característica que ela parece ter é uma atitude relaxada, muito tranquila, diante da vida. Sabe aquele tipo de pessoa que faz as coisas de boa, sem pressa, sem estressar, sem preocupações? Aquele tipo de pessoa que não adianta querer forçar a se encaixar nos ritmos do mundo, porque tem o seu, todo particular? Então.
Com seis meses, Ana Luz e Estrela começaram a comer e, desde o primeiro dia, encaravam um pratão com gosto. Sempre comeram bem, em qualidade e quantidade, da comida diária às frutas. Já Chiara, quando começamos a oferecer, não deu a menor bola pra comida. Frutas então, a pequena não dava nem uma bicadinha. Continuávamos oferecendo, mas a mocinha comia feito passarinho, uma pontinha de colher aqui, outra ali, às vezes nem isso. Em conversas com a pediatra, ela sugeriu que eu cortasse as mamadas pelo menos duas horas antes das refeições, para que a fome estivesse grande quando a comida fosse oferecida. Pensei em seguir a orientação.
Foi quando lembrei de como foi com as meninas, tudo naturalmente, com tranquilidade. Elas continuaram mamando em livre demanda, como acredito que é o melhor para qualquer bebê, mesmo depois da introdução de alimentos. Por que com a irmã teria que ser diferente? Por que tomar uma atitude para forçá-la a comer, ao invés de esperar que a hora dela chegasse, quando ela comeria sem que tivéssemos que usar qualquer artifício para isso? Lembrei de quantas e quantas vezes ouvi, da mesma pediatra, em quem aliás confio bastante, a frase tranquilizadora: "criança que tem comida em casa não passa fome!". Percebi que era hora de deixar que meu instinto falasse mais alto, e meu respeito ao tempo da minha filha caçula, que não era igual ao das irmãs, nem ao de qualquer outra criança, disesse-me o que fazer. Mantive a livre demanda, segui oferecendo as comidinhas feitas com todo carinho, deixando as frutas à disposição, e esperando que chegasse a hora dela.
Pois não é que agora, com pouco menos de um ano, na semana que estivemos fora de São Paulo, viajando em família, essa hora chegou? A pequena, sem que tivéssemos feito nada de diferente, demonstrou um interesse pela comida que nunca tínhamos visto nela. E mesmo depois que voltamos pra casa, e retomamos a rotina, a mocinha passou a comer com gosto. Do jeitinho dela: come em pedacinhos, nada de papinha ou alimentos amassados - gosta mesmo é da comida da casa, bem temperadinha, inclusive. E de preferência, podendo pegar os alimentos e levar à boca sem muita ajuda, espetá-los com o garfo e colocá-los na boca (acreditem ou não, ela consegue!). Com as frutas, a mesma coisa.
E algo bem semelhante aconteceu também com a hora de engatinhar. Aqui em casa, Estrela engatinhou com 7 meses, Ana Luz com 9 meses. Chiara chegou aos 7, aos 8, aos 9, aos 10 e aos 11 meses sem engatinhar, apenas ensaiando, como já ensaiava desde os 6. Cheguei a me preocupar uma vez ou outra, não nego. Perguntei para a pediatra, até, se isso era normal. A resposta positiva me tranquilizou e, mais uma vez, olhei pra dentro e busquei no meu instinto aquela verdade que, no fundo, já conhecia: ela tem o tempo dela. Não há hora certa, não há padrão pré-determinado, ela é uma bebê única e vai fazer as coisas quando for sua hora, nem antes, nem depois.
Pois também às vésperas de completar um aninho, e também na viagem de férias que fizemos (puxa, não é que tudo aconteceu nessa viagem??), Chiarinha começou a engatinhar toda serelepe, e agora vive de um lado pra outro, querendo descobrir tudo o que há pela casa. E redescobrimos novas preocupações: evitar que a pequena mexa em latas de lixo, role degraus, trepe no vaso sanitário... eita, mãe não pára!!
Depois de tudo, fico contente de, apesar de não ter podido evitar uma nuvenzinha de interrogação aqui e ali, ter conseguido manter a tranquilidade e a serenidade necessárias para não pressionar minha filhota, deixar que ela se desenvolvesse em seu tempo, que não é melhor nem pior do que o de ninguém, porque ela é única, especial e incomparável.
E muito bacana a gente se dar conta que os filhos, mesmo o terceirinho, que chega quando a gente acha que já sabe de tudo e está 'por cima da carne seca' (alguém ainda usa essa expressão?? rs), sempre vêm ao mundo com tanto para nos ensinar.
Sorte grande de quem abre o coração, e está disposto a aprender.
Mas a verdade é que com minhas filhas mais velhas, Ana Luz e Estrela, eu não precisei colocar essa crença no respeito ao tempo da criança 'à prova'. Elas sentaram, engatinharam, falaram, comeram, tudo dentro daquele período considerado o 'normal'. Agora, com a Chiara, nossa caçulinha, foi tudo diferente, e aí sim, tivemos a chance de passar do discurso para a atitude, e fazer com que nosso respeito ao tempo dela acontecesse no dia a dia.
Chiara, apesar de ter apenas um ano recém-completado, já é um pequeno indivíduo, e como tal, tem sua personalidade. É claro que muita coisa ainda vai se delinear aos poucos, conforme ela for crescendo. Mas já dá pra perceber muita coisa, e intuir outras. Uma característica que ela parece ter é uma atitude relaxada, muito tranquila, diante da vida. Sabe aquele tipo de pessoa que faz as coisas de boa, sem pressa, sem estressar, sem preocupações? Aquele tipo de pessoa que não adianta querer forçar a se encaixar nos ritmos do mundo, porque tem o seu, todo particular? Então.
Com seis meses, Ana Luz e Estrela começaram a comer e, desde o primeiro dia, encaravam um pratão com gosto. Sempre comeram bem, em qualidade e quantidade, da comida diária às frutas. Já Chiara, quando começamos a oferecer, não deu a menor bola pra comida. Frutas então, a pequena não dava nem uma bicadinha. Continuávamos oferecendo, mas a mocinha comia feito passarinho, uma pontinha de colher aqui, outra ali, às vezes nem isso. Em conversas com a pediatra, ela sugeriu que eu cortasse as mamadas pelo menos duas horas antes das refeições, para que a fome estivesse grande quando a comida fosse oferecida. Pensei em seguir a orientação.
Foi quando lembrei de como foi com as meninas, tudo naturalmente, com tranquilidade. Elas continuaram mamando em livre demanda, como acredito que é o melhor para qualquer bebê, mesmo depois da introdução de alimentos. Por que com a irmã teria que ser diferente? Por que tomar uma atitude para forçá-la a comer, ao invés de esperar que a hora dela chegasse, quando ela comeria sem que tivéssemos que usar qualquer artifício para isso? Lembrei de quantas e quantas vezes ouvi, da mesma pediatra, em quem aliás confio bastante, a frase tranquilizadora: "criança que tem comida em casa não passa fome!". Percebi que era hora de deixar que meu instinto falasse mais alto, e meu respeito ao tempo da minha filha caçula, que não era igual ao das irmãs, nem ao de qualquer outra criança, disesse-me o que fazer. Mantive a livre demanda, segui oferecendo as comidinhas feitas com todo carinho, deixando as frutas à disposição, e esperando que chegasse a hora dela.
Pois não é que agora, com pouco menos de um ano, na semana que estivemos fora de São Paulo, viajando em família, essa hora chegou? A pequena, sem que tivéssemos feito nada de diferente, demonstrou um interesse pela comida que nunca tínhamos visto nela. E mesmo depois que voltamos pra casa, e retomamos a rotina, a mocinha passou a comer com gosto. Do jeitinho dela: come em pedacinhos, nada de papinha ou alimentos amassados - gosta mesmo é da comida da casa, bem temperadinha, inclusive. E de preferência, podendo pegar os alimentos e levar à boca sem muita ajuda, espetá-los com o garfo e colocá-los na boca (acreditem ou não, ela consegue!). Com as frutas, a mesma coisa.
E algo bem semelhante aconteceu também com a hora de engatinhar. Aqui em casa, Estrela engatinhou com 7 meses, Ana Luz com 9 meses. Chiara chegou aos 7, aos 8, aos 9, aos 10 e aos 11 meses sem engatinhar, apenas ensaiando, como já ensaiava desde os 6. Cheguei a me preocupar uma vez ou outra, não nego. Perguntei para a pediatra, até, se isso era normal. A resposta positiva me tranquilizou e, mais uma vez, olhei pra dentro e busquei no meu instinto aquela verdade que, no fundo, já conhecia: ela tem o tempo dela. Não há hora certa, não há padrão pré-determinado, ela é uma bebê única e vai fazer as coisas quando for sua hora, nem antes, nem depois.
Pois também às vésperas de completar um aninho, e também na viagem de férias que fizemos (puxa, não é que tudo aconteceu nessa viagem??), Chiarinha começou a engatinhar toda serelepe, e agora vive de um lado pra outro, querendo descobrir tudo o que há pela casa. E redescobrimos novas preocupações: evitar que a pequena mexa em latas de lixo, role degraus, trepe no vaso sanitário... eita, mãe não pára!!
Depois de tudo, fico contente de, apesar de não ter podido evitar uma nuvenzinha de interrogação aqui e ali, ter conseguido manter a tranquilidade e a serenidade necessárias para não pressionar minha filhota, deixar que ela se desenvolvesse em seu tempo, que não é melhor nem pior do que o de ninguém, porque ela é única, especial e incomparável.
E muito bacana a gente se dar conta que os filhos, mesmo o terceirinho, que chega quando a gente acha que já sabe de tudo e está 'por cima da carne seca' (alguém ainda usa essa expressão?? rs), sempre vêm ao mundo com tanto para nos ensinar.
Sorte grande de quem abre o coração, e está disposto a aprender.
Imagem: eu e Chiara, a gorduchinha que vem me ensinando todos os dias que o respeito ao tempo de cada um é muito mais que apenas um discurso bonito...
5 comentários:
Olá adorei seu blog...
estou grávida e adorarei acompanha-las para aprender um pouquinho mais....
beijos
Josi
Visite o nosso blog
http://gutoejosibrich.blogspot.com/
Tata, incrível como seu post adivinhou oq eu precisava conversar com alguém e até agora tava até meio sem jeito e sem companhia para falar. Meu filho mais velho de 1 ano e 7 meses não fala nadaaaa, ouve e entede tuuudo mt bem, mas só fala ah! ah!..rss..e o priminho dele com um mês a menos fala de td já. Aí vem aquela pressão chata e os comentários mais chatos ainda do "por que" o Daniel não fala. Eu mesma não tava mt preocupada com isso pq penso que as crianças devem ser respeitadas e devemos sim ficar atentos a sinais mais sérios, mas se tá td bem não devemos ficar em cima pressionando. Porém de tanta encheção de saco fiquei até tensa com ele por uns dias por causa dessa preguiça que ele tem falar. Mas já passou e ele tá desenvolvendo e ameçando umas palavrinhas. Mesmo assim é bom saber que vc no terceiro filho consegue aprender ainda, que seja assim com meu segundo que chega em Agosto.....bjsssss
Respeitar o tempo realmente vai além do discurso. Cada nova etapa do desenvolvimento coloca à prova nosso sexto sentido. Não tenho dúvidas de que estimular sem pressionar e estar atenta a cada mudança é muito mais trabalhoso do que discursar a esse respeito.
O Nícolas está no tempo dele, demorou a comer e até hoje (1 aninho) quando passa por alguma crise não aceita comida. Mas eu não me desespero... o "mamá" dá conta do recado...
Apesar de eu achar mto cliche "tudo ao seu tempo e um passinho de cada vez", pq isso é usado como desculpa pelos adultos para nao mudarem de vida.
Mas seu post me fez pensar numa coisa que ainda nao havia pensado.
No caso em questao é obvio que faz sentido esperar. Nao da p determinar questoes que sao biologicas, mas que tb sao particulares.
As pessoas se orgulham qd uma criança anda com 9 meses, qd isso faz ate mal. E sentem vergonha qd o filho demora a falar... Vai entender.
Mas vc me fez refletir que cada um tem seu tempo, desde que isso seja uma construçao. Isso nao deveria ser usado para nos defendermos do progresso iminente, mas as crianças ainda nao tem a mesma consciencia e por este motivo, devemos deixa-las em paz para nao começarem desde cedo a viverem pressionadas a nos agradarem.
Obrigada por me ensinar uma coisa nova!
É isso aí. Estou passando pelas mesmas situações com minha princesa de 9 meses. Enquanto outras bebês que conhecemos comem loucamente e engatinham ela vai no ritmo dela. A tal da nuvenzinha já passou pepal minha cabeça, mas tb já a mandei embora. Vou respeitar o tempo da Gabi, ela é única.
Bjs
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