por: Kathy
Tão difícil tocar no assunto "morte" com as crianças, né? Esse livro aborda essa temática: fala de como as pessoas que não estão mais aqui com a gente podem continuar vivendo nas nossas lembranças.
Conta vários momentos felizes de um avô e de seus dois netinhos e é inspirada na história real da relação dos dois filhos da autora com seu querido vovô - chamado carinhosamente de "vovô ovo".
Meu filhote se emocionou muito com a história, que conseguiu trazer à tona um medo que ele nunca antes havia verbalizado: o medo de que eu morresse. Depois de lermos juntos esse livrinho, ele, visivelmente emocionado, me disse que não queria que eu morresse nunca.
Acredito que esse seja um medo natural das crianças, eu mesma me lembro de ter muito medo de que algo acontecesse com meus pais, mas sinceramente não me recordo de ter falado sobre isso com eles algum dia. Era um medo com o qual eu lidava sozinha, no escuro do meu quarto, geralmente na hora de dormir, vinha aquele aperto no peito e um medo que me fazia chorar.
Fiquei feliz dele conseguir conversar sobre isso comigo. É claro que nunca poderei dar a ele a certeza de que estarei sempre aqui, mas acho que a idéia do livro ficou muito clara na cabecinha dela. Algum dia, todas as pessoas morrem, mas apesar de sentirmos saudade e dessa partida ser algo triste, os momentos felizes que passamos uns com os outros nunca deixam de existir porque vivem pra sempre dentro da gente.
Também ficou claro que ele pode me procurar e comversar sobre o assunto sempre que estiver triste ou preocupado com isso, e que estarei aqui para confortá-lo e pra ajudá-lo a se sentir melhor.
Recomendadíssimo, tanto para as crianças que ja demonstraram curiosidade com a questão da morte, tanto para as crianças que, como o meu pequenino, ainda não tinham parado por alguns minutos para pensar no assunto e falar sobre seus receios.
O Ovo e o vovô
Editora: Paulinas
Imagem: http://www.livrariasaraiva.com.br/imagem/imagem.dll?L=125&qld=50&A=-1&pro_id=1974746&PIM_Id=
Imagem: http://www.livrariasaraiva.com.br/imagem/imagem.dll?L=125&qld=50&A=-1&pro_id=1974746&PIM_Id=
3 comentários:
Kathy, amei a dica, amei a abordagem dessa questão tão delicada.
Dica anotadissima para quando precisar.
Adoro teus posts.
Beijão
Oi, Kathy!
Concordo que esse tema deva ser trabalhado. Atualmente, não conheço nenhuma criança próxima que apresente essa questão de forma explícita, apesar de talvez guardarem esse medo para si. Mas tenho uma grande amiga que desde bem pequetita morre de pavor de perder a mãe. Ainda hoje, ela já tem 24 anos, esse medo é muito forte nela, talvez por não ter sido trabalhado desde a infância.
Ótima dica,bjsss, Natália.
ai, esse post me deu um aperto no coração! não sei se vcs lembram, mas qdo eu voltei pra varginha, fui morar de novo na casa dos meus pais. joaquim então conviveu muito de perto, graças a Deus, com a "vovó Lu"e o "vovô xará". e, não sei se vcs ficaram sabendo dessa parte, ano passado ele teve seu primeiro contato com a morte, qdo minha mãe (a vovó Lu) morreu. duas semanas depois, foi a vez do meu avô, o vovô Zé do joaquim, e nesse ano meu pai se juntou à eles do outro lado. pro Joaquim, apesar de parecer complicado, lidar com a perda de pessoas tão queridas e próximas, foi um processo natural. dolorido, com certeza, mas natural e leve como a infância (e a vida inteira, pq não?!) devem ser.
de repente, ele se viu sem sua segunda mãe, sem seu vovô querido e sem uma das suas grandes referências como pai (como me separei do bruno e fomos morar com meu pai, joaquim diz sempre que tem 3 pais: "o papai bruno", o "papai dedê"- meu marido, e o "papai vovô xará"), que afinal de contas, foi o primeiro homem presente conscientemente na vida dele! segundo a sua própria lógica, o céu ganhou novas estrelinhas (não sei mto bem de onde ele tirou essa referência, talvez tenha ouvido de alguém que qdo morremos vamos pro céu!), o papai e a mamãe do céu cuidam deles agora e eles cuidam de nós lá de cima! nossas orações durante a noite ganharam um acréscimo e todos os dias conversamos com meus pais e meu avô e dizemos o qto os amamos e queremos que eles estejam bem e em paz.
surpreendentemente, joaquim que é fã da piaf (sim, podem acreditar!*rs), qdo me disse que queria ir na frança conhece-la e eu contei que ela havia morrido, chegou à conclusão de que devíamos rezar pra piaf no céu tb todas as noites. e ele se sente seguro com relação à morte. ele já disse, inclusive, que não deve demorar muito pra gente começar a rezar pra vovó lygia à noite, pq afinal de contas, ela está velhinha e um dia vai morrer... e que espera que eu só morra qdo eu tb estiver velhinha! comprei um livro pra ele que tb fala sobre a morte do avô (para sempre no meu coração)e rindo com o denis, cheguei a conclusão de que quem precisava do livro, na verdade, era eu! ele se mostrou desde sempre mais bem resolvido com a morte, sem os apegos materiais e os receios que vamos, erronamente, adquirindo com o tempo. qdo, sem querer, acabo chorando de saudade perto dele, ele me abraça com força e diz q tb sente saudade, mas que "tá tudo bem, mamãe! o vovô xará e a vovó lu tão bem lá no céu! eles não estão mais dodóis e a gente pode conversar com eles se quiser que eles escutam!"
é mto bom ver nossos filhos resolvendo coisas que nós mesmos não conseguimos resolver e lidando com naturalidade com fatos que, afinal de contas, são naturais e nós acabamos complicando!
Postar um comentário