///por: Tata
Esses dias, Ana Luz e Estrela têm recebido muitos amiguinhos em casa, como já contei por aqui, em outro post. E eu tenho observado muito contente como elas ficam felizes em receber os coleguinhas, como se desdobram em atenções e atitudes cuidadosas, e como não têm qualquer restrição em emprestar ou dividir brinquedos, até pelo contrário. Desde antes da criança chegar, elas, já conhecendo a personalidade de cada amiguinho, escolhem e separam os brinquedos que cada amiguinho provavelmente gostará mais de brincar. Quando a criança chega, elas puxam para o quarto delas e já vão logo deixando a criança à vontade, entregando esse ou aquele brinquedo, sugerindo essa ou aquela brincadeira. Tem sido bem gostoso de observar.
E, observando, tenho pensado muito no quanto essa questão toda de dividir, sejam brinquedos ou outras coisas, é uma construção para a criança, um processo. O bebê é um ser 'egoísta' (e coloco entre aspas porque é um sentimento natural, que nem cabe rotular dessa maneira) por natureza, enxerga pouco além das próprias necessidades e desejos. Aos poucos, a criança vai aprendendo a se relacionar com o mundo, a enxergar o outro, a respeitar o seu espaço, a ceder aqui e ali. Mas esse aprendizado tem que ser vivenciado com naturalidade, sem pressa, respeitando o tempo de cada criança.
Aqui em casa acho que as coisas são um pouco mais fáceis. Afinal, pelo fato de serem gêmeas, Ana Luz e Estrela sempre dividiram tudo - aliás, começaram divindo a barriga da mamãe, hehe. Nunca tivemos, aqui, brinquedos de uma ou de outra. Tudo era coletivo. Hoje em dia, com a Chiara, continua sendo assim. Tirando uma ou outra coisinha que é mais de bebê pititico, o resto é tudo de todo mundo, todo mundo brinca, todo mundo divide. É tudo das três.
Claro que de vez em quando sai uma rusguinha aqui, uma discussão ali, um enfrentamento acolá. Coisa normal entre irmãos, coisa do dia a dia, que acontece mesmo, e faz parte. É até saudável. Não me preocupo e, na medida do possível, tento não interferir, deixar que elas se resolvam entre si, encontrem seus caminhos para conviver e dividir numa boa. E naturalmente, a atitude que elas iam aprendendo a ter dentro de casa, levavam para outros espaços de convivência, como parquinhos, festas, escola.
Mas uma coisa eu sempre achei importante, e fiz questão de estar sempre atenta e acompanhar de perto. Pra mim, esse aprendizado de dividir e ceder tem que ser algo natural, fluido. Não pode ser sofrido, forçado, problemático. Já perdi a conta de quantas vezes vi mães forçando seus filhos a emprestar um brinquedo, dividir, quando esses não tinham vontade. Brigas, gritos, punições. Não me parece respeitoso forçar assim uma criança, nem produtivo. Acho que o emprestar, o dividir com o outro, é algo que deve ser natural, algo que devemos fazer com alegria, não uma obrigação que cumprimos com raiva e sofrimento.
Por isso, eu nunca forcei minhas filhas a emprestar um brinquedo, a dividir alguma coisa com outra criança. Conversava, sim, se fosse o caso. Tentava argumentar, dialogar. Mas uma vez ou outra, acontecia de elas não quererem emprestar alguma coisa que estivessem brincando, por exemplo, e eu respeitava.
Às vezes, a mãe está tão preocupada em forçar a criança a emprestar seus brinquedos a qualquer custo, que nem enxerga o lado da criança. Um exemplo que já vi acontecer incontáveis vezes: uma criança está entretida em uma brincadeira com o brinquedo X, quando chega outra criança querendo o mesmo brinquedo. A primeira criança não quer emprestar, afinal, ela está no meio da brincadeira! A mãe da criança vai lá, interfere, briga, e obriga a criança a emprestar o brinquedo e, consequentemente, encerrar a brincadeira que estava curtindo tanto. Parece justo pra vocês? Pra mim, não.
Por opção, eu, com as minhas filhas, tento sempre deixar a coisa caminhar mais livremente. Sempre converso, tento ensinar a elas que não é legal ser egoísta nem possessivo com as nossas coisas, que é bacana dividir com o outro, cooperar, ceder e dividir. Sem passar por cima do que é importante pra nós, sem se violentar. Encontrar o equilíbrio, é o que eu espero ajudá-las a aprender a fazer. E acho importantíssimo confiar no julgamento delas, porque lidar com essas nuances é algo que elas terão que aprender, ao longo da vida.
Às vezes, tenho a impressão que na ânsia de criar filhos 'bem-comportados', 'educadinhos' aos olhos dos outros, a gente acaba atropelando os direitos e as liberdades de nossos pequenos. Uma coisa é a criança que nunca empresta nada, que não sabe dividir em momento algum e que, a despeito de não emprestar, toma dos outros sem pensar duas vezes. Outra, bem diferente, é a criança que sabe que há o momento de se colocar como prioridade, e há o momento de ceder e dividir, e vai aprendendo a lidar com cada um deles numa boa, no seu tempo.
E vocês, meninas, que experiências e opiniões têm em relação a isso, como é a vivência dessa questão com os filhotes? Problemas na hora de dividir e compartilhar?
Esses dias, Ana Luz e Estrela têm recebido muitos amiguinhos em casa, como já contei por aqui, em outro post. E eu tenho observado muito contente como elas ficam felizes em receber os coleguinhas, como se desdobram em atenções e atitudes cuidadosas, e como não têm qualquer restrição em emprestar ou dividir brinquedos, até pelo contrário. Desde antes da criança chegar, elas, já conhecendo a personalidade de cada amiguinho, escolhem e separam os brinquedos que cada amiguinho provavelmente gostará mais de brincar. Quando a criança chega, elas puxam para o quarto delas e já vão logo deixando a criança à vontade, entregando esse ou aquele brinquedo, sugerindo essa ou aquela brincadeira. Tem sido bem gostoso de observar.
E, observando, tenho pensado muito no quanto essa questão toda de dividir, sejam brinquedos ou outras coisas, é uma construção para a criança, um processo. O bebê é um ser 'egoísta' (e coloco entre aspas porque é um sentimento natural, que nem cabe rotular dessa maneira) por natureza, enxerga pouco além das próprias necessidades e desejos. Aos poucos, a criança vai aprendendo a se relacionar com o mundo, a enxergar o outro, a respeitar o seu espaço, a ceder aqui e ali. Mas esse aprendizado tem que ser vivenciado com naturalidade, sem pressa, respeitando o tempo de cada criança.
Aqui em casa acho que as coisas são um pouco mais fáceis. Afinal, pelo fato de serem gêmeas, Ana Luz e Estrela sempre dividiram tudo - aliás, começaram divindo a barriga da mamãe, hehe. Nunca tivemos, aqui, brinquedos de uma ou de outra. Tudo era coletivo. Hoje em dia, com a Chiara, continua sendo assim. Tirando uma ou outra coisinha que é mais de bebê pititico, o resto é tudo de todo mundo, todo mundo brinca, todo mundo divide. É tudo das três.
Claro que de vez em quando sai uma rusguinha aqui, uma discussão ali, um enfrentamento acolá. Coisa normal entre irmãos, coisa do dia a dia, que acontece mesmo, e faz parte. É até saudável. Não me preocupo e, na medida do possível, tento não interferir, deixar que elas se resolvam entre si, encontrem seus caminhos para conviver e dividir numa boa. E naturalmente, a atitude que elas iam aprendendo a ter dentro de casa, levavam para outros espaços de convivência, como parquinhos, festas, escola.
Mas uma coisa eu sempre achei importante, e fiz questão de estar sempre atenta e acompanhar de perto. Pra mim, esse aprendizado de dividir e ceder tem que ser algo natural, fluido. Não pode ser sofrido, forçado, problemático. Já perdi a conta de quantas vezes vi mães forçando seus filhos a emprestar um brinquedo, dividir, quando esses não tinham vontade. Brigas, gritos, punições. Não me parece respeitoso forçar assim uma criança, nem produtivo. Acho que o emprestar, o dividir com o outro, é algo que deve ser natural, algo que devemos fazer com alegria, não uma obrigação que cumprimos com raiva e sofrimento.
Por isso, eu nunca forcei minhas filhas a emprestar um brinquedo, a dividir alguma coisa com outra criança. Conversava, sim, se fosse o caso. Tentava argumentar, dialogar. Mas uma vez ou outra, acontecia de elas não quererem emprestar alguma coisa que estivessem brincando, por exemplo, e eu respeitava.
Às vezes, a mãe está tão preocupada em forçar a criança a emprestar seus brinquedos a qualquer custo, que nem enxerga o lado da criança. Um exemplo que já vi acontecer incontáveis vezes: uma criança está entretida em uma brincadeira com o brinquedo X, quando chega outra criança querendo o mesmo brinquedo. A primeira criança não quer emprestar, afinal, ela está no meio da brincadeira! A mãe da criança vai lá, interfere, briga, e obriga a criança a emprestar o brinquedo e, consequentemente, encerrar a brincadeira que estava curtindo tanto. Parece justo pra vocês? Pra mim, não.
Por opção, eu, com as minhas filhas, tento sempre deixar a coisa caminhar mais livremente. Sempre converso, tento ensinar a elas que não é legal ser egoísta nem possessivo com as nossas coisas, que é bacana dividir com o outro, cooperar, ceder e dividir. Sem passar por cima do que é importante pra nós, sem se violentar. Encontrar o equilíbrio, é o que eu espero ajudá-las a aprender a fazer. E acho importantíssimo confiar no julgamento delas, porque lidar com essas nuances é algo que elas terão que aprender, ao longo da vida.
Às vezes, tenho a impressão que na ânsia de criar filhos 'bem-comportados', 'educadinhos' aos olhos dos outros, a gente acaba atropelando os direitos e as liberdades de nossos pequenos. Uma coisa é a criança que nunca empresta nada, que não sabe dividir em momento algum e que, a despeito de não emprestar, toma dos outros sem pensar duas vezes. Outra, bem diferente, é a criança que sabe que há o momento de se colocar como prioridade, e há o momento de ceder e dividir, e vai aprendendo a lidar com cada um deles numa boa, no seu tempo.
E vocês, meninas, que experiências e opiniões têm em relação a isso, como é a vivência dessa questão com os filhotes? Problemas na hora de dividir e compartilhar?
Imagem: www.revistaescola.abril.com.br
11 comentários:
A Bruna apesar de só ter irmã agora, não teve problemas em dividir as coisas por ter ido pra escola muito cedo.
Mas recentemente com a mudança, fiquei mais perto da minha cunhada e sobrinhas e aconteceu de nas primeiras vezes da Bruna na casa da prima ela não quis deixa-la brincar com nada! Absolutamente nada! Era tudo dela, e tudo a Bruna ia estragar - essa era a justificativa.
Com toda a situação tão chata fomos embora, pq também não podia forçar a prima a emprestar as coisas. Num outro dia a tal prima apareceu por aqui, e a reação da Bruna foi a mesma: não queria emprestar nada! Chamei ela de canto e conversei, perguntei se ela gostou do que a prima fez e ela enfaticamente disse que não, então disse que ela não deveria fazer o mesmo pois ela não era assim, que não se devolve tudo assim na "mesma moeda". Acabou que a Bruna emprestou e as duas brincaram muito, sensibilizada com a situação a minha cunhada conversou com a filha dela e hoje em dia não há mais esse problema e as duas andam num grude só, dividindo tudo sem distinção.
Acho importante guiar e também não desrespeitar o espaço deles.
Beijos!
ontem fui em um jantar no condomínio (de luxo) da minha sogra... saí de lá arrasada!!! sem energia mesmo! a melhor palavra para descrever é HORRORIZADA!
Lá tem 3 crianças + ou - da mesma idade (3, 4 anos). Eles brigam o tempo todo porque n querem dividir os brinquedos. não dá um minutinho de paz! e eu fiquei quietinha observando. Mas o que me surpreendeu mesmo foi a reação das mães. Elas simplesmente incitavam mais ainda as brigas! qunado um vinha reclamando pq o outro tinha pego o brinquedo, elas perguntavam: é seu? então tome! detalhe: por causa dessas brigas o 3 acabam tendo brinquedos iguais ou muito parecidos, pois sempre que um ganha um brinquedo novo o outro quer um igual! puxa vida! n seria bem mais bacana se os brinquedos fossem diferentes e tudo fosse dividido?
Mas o pior ainda estava por começar.... é claro que a instrução da mãe gerava mais brigas né? dessa vez acompanhada de socos e ponta pés! e eu quietinha observando fiquei me perguntando como elas iam resolver aquilo! eu até hoje estou sem acreditar! elas simplesmente chamava o que tinha batido e dizia: quem bate aqui apanha. (vcs tão achando que é da mãe? NÃO) chamavam o que estava apanhando e dizia: quem apanha aqui bate se n, apanha de novo em casa! Nessa hora eu n aguentei,tive que perguntar porque isso, mas elas n tiveram nem tempo de responder, pois outra briga pipocou pertinho! e eu achando que já tinha visto o suficiente! Sabe o que uma mãe fez? segurou a outra criança para o filho bater!!!-- vai Gabi, bate nele q mamãe tá segurando. faz que nem o power rangers! Nessa hora foi mesmo que está dando uma boas bofetadas em mim, n tive dúvida, me levantei, chamei meu marido para ir embora! Não podia fazer nada naquela situação, nada que eu falasse iria mudar o pensamento daquelas mães! lembrei de um texto recente da Kathy (Palestra sobre parto: Não trabalhamos!).
Meu marido pediu para ficar mais um pouquinho pois ele estava no meio de uma conversa. Sentei na mesa novamente. E ouvi os comentários das mães que perceberam que eu havia reprovado e começaram a se justificar!
Uma começou a explicar que criava seu filho sem assistir desenhos de lutas, como se o mundo fosse perfeito, mas que eles começaram a apanhar na escola, do priminho... um belo dia ela resolveu sair e comprar dvds novos que treinasse seu filho a se defender (palavras dela)! Começou a brincar de luta em casa e explicava que quando o priminho viesse bater nele, tinha que fazer daquele jeito!
A outra disse que há vida n é nada romântica, que temos que preparar nossos filhos para o que vão enfrentar! Pois se n ensinarem agora a se defender nem que seja atacando quando necessário, como será no mercado de trabalho? vai ser aquele colega de trabalho idiota que todo mundo pisa em cima?
A primeira voltou a se justificar dizendo que assim como segurou a outra para o filho bater, segura o próprio filhos quando está errado para apanhar do "amiguinho". Nessa hora pensei: meu Deus, é o fim do mundo!
De repente minha sogra pergunta a minha opinião. e eu vos pergunto? como explicar minha opinião para mães assim? definitivamente n dá! falei, falei, falei e tudo que tive de retorno foi: tadinha n sabe o que é a vida! vc fala isso pq ainda n viu seu filho apanhando. ou ainda: deixa Sophia crescer que eu quero ver se tudo isso n muda! Tb já ouvi delas coisas do tipo quando estava grávida e mostrei que é possível fazer diferente, mas esse argumento n valeu pra elas.
foi ai que me de conta definitivamente: eu tomei a tal pilula da matrix! (mas ainda não aprendi a lhe dar com esses dois mundos.) tudo que fiz foi me levantar e ir embora, já tinha visto e ouvido demais pra uma noite! o que fariam numa situação dessas?
Vim comentando no carro com meu marido que o que me conforta é chegar em casa (ainda que seja por meio de um computador) e poder compartilhar ideias ou será ideais?
Quando acordo hj encontro esse lindo post abordando +ou- o mesmo assunto!!! OBRIGADA! poder ler textos como esses num mundo que parece está de cabeça pra baixo, tem sido maravilhoso!
mas ficam as perguntas:
o que fazer nessas situações?
é a família do meu marido, vamos ter que aprender a conviver.
Sophia vai frequentar a casa da avó e vai querer brincar com essas crianças ou com os irmãozinhos mais novos, filhos das mesmas mães.... como vou ensinar a minha filha lhe dar com essas essas crianças que estão treinadas para bater? é justo impedir que se relacionem? eu acredito que não!
como fazer nessas situações, se calar ou soltar o
verbo?
desculpem se fugir do tema, mas isso tudo n quer calar dentro de mim!!!
bjocas
Carol Lube
Carol,
Fiquei horrorizada com seu relato. Eu, diferentemente da Kathy, acredito ainda que minha opinião é relevante. Neste caso eu diria que estou criando uma criança para um futuro sem violência, porque é isso que espero do mundo e cada criança será o futuro do mundo. Eu mostraria como isso pode levar a morte, quando chegarem a adolescência. Enfim, essa sou eu...rs
Eu não tenho pudores em selecionar as crianças que meu filho vai conviver. Aqui perto de casa tem um menino de 4 anos que tem MIL e UM brinquedos e não empresta nada, bate no Miguel. Apesar de eu trabalhar para que Miguel não bata, meu menino sempre revida e eu não gosto disso. Eu e meu mardio já discutimos sobre isso. Ele acha que eu ensinar o Miguel a apanhar e não revidar é errado. Eu acho certo. Ensino ele a conversar.
Quanto a dividir os brinquedos, apesar de filho úncio, Miguel divide quase todos os brinquedos. Tem alguns que ele esconde antes das crianças chegarem. Eu respeito. No mais ele divide tudo. Mas aqui temos poucos brinquedos e o brincar sempre foi mais vaioso que o objeto.
Eu acho engraçado quando dizem que "filho único não gosta de dividir brinquedo" - parece que sempre usam o fato da criança ser filho único pra justificar o que ela não quer fazer, os mimos, os choros, etc. Sou filha única mas meus pais sempre me ensinaram que é gostoso dividir, brincar junto, e por isso sempre fui uma das crianças mais gentis da escola.
Ah! Quando eu era pequena, algumas crianças às vezes me batiam ou diziam coisas pra mim e pra outros coleguinhas. Minha mãe conversava com eles, dizia que bater não é legal, essas coisas... E funcionava, parecia que bastava só uma conversa sincera pra que a situação ficasse clara. Penso que se essa conversa tivesse sido feita em casa, esses problemas nem aconteceriam! Pq crianças não são ruins nem manipuláveis, são influenciáveis...
Carol, tb fiquei horrorizada com a história que vc contou. Apesar de não ter filhos, penso igual você, e fico ansiosa (e com um pouco de medo!) de quando terei que bater com o problema de frente, como estás tendo que fazer agora. Força, nunca deixe seus valores de lado! =)
Beijos!
Excelente texto, Re!
A Lê é filha única (ainda), mas sabe como é gostoso dividir os brinquedos: ela brinca junto com alguns amiguinhos dela e se diverte muito mesmo. Divide na boa. Tudo porque ensinamos, mostramos como é bom brincar junto, sem brigas. Claro que ela tem os brinquedos que ela não gosta de dividir (na maioria são os livrinhos, o cobertor dela e um cachorro de pelúcia) e eu respeito isso.
Quanto ao relato da Carol, fiquei horrorizada! Já passei por isso tb, mas com a Letícia... Uma amiga nossa tem uma menina 6 meses mais nova que a Lê que é muito violenta, bate nos amiguinhos, nos pais, no gato... e todos acham engraçado. No dia que ela bateu feio na Letícia (pegou um brinquedo e bateu na cabeça dela - ficou roxo, com galo e tudo) eu falei que elas duas não iam mais brincar juntas. A resposta da moça? "Quanta frescura, Fú! A Lê tem que se acostumar a apanhar pra aprender a bater. A vida é assim. A mãe de fulano traz o filho aqui todo dia, minha menina bate nele e ele tá aprendendo agora a revidar. A Letícia é muito bobinha...". Pode uma coisa dessas? Desse dia em diante elas não tem mais contato, nós tb não conversamos mais com os dois, pq são pensamentos muito diferentes dos nossos. Por causa desta menina, a Lê ficou com medo de crianças e precisamos mostrar a ela que nem todas são assim. Agora, ela curte brincar com os outros, divide e sabe que não se deve bater, porque machuca. Ensinamos que ela deve tratar os outros como gostaria de ser tratada.
Um beijo enorme e parabéns pelo site!
Fú
Eu sou mãe há quinze anos ...
E posso afirmar: nada no mundo é mais importante que isso !
por isso virei seguidora deste espaço ...
bj
Kalu,
Como eu queria acreditar que a minha opinião faria diferença na vida dessas mães! mais que isso, na vida dessas crianças! Mas me sinto impotente. Como se tudo que falasse fosse apenas considerado argumentos de uma maluquinha romântica e idealista.
Por outro lado a opção de me calar, me corrói, me angustia, me machuca.... não consigo ver, ouvir e me calar!!!
Essa situação mexeu comigo sabe? desorganizou, me fez sair de órbita! trouxe inúmeros questionamentos!
Quanto a questão de selecionar as amizades da minha filha, concordo em parte. Mas observe a situação:
Minha sogra mora em um condomínio de casas sem muros (são apenas 13 casas), as crianças brincam soltas no parquinho, na rua, inclusive frequentam a casa da minha sogra diariamente (ela guarda um potinho cheio de biscoitos de chocolates que eles vem buscar tds os dias-biscoitos que me fazem travar verdadeiras batalhas com ela). Então, Sophia vai ver eles brincando, e vai querer brincar tb, como dizer a ela que não pode brincar com eles? será que isso é certo?
Outra situação é na escola, já ouvi inúmeras situações de crianças que são assim na escola, como vou selecionar os amiguinhos dela lá?
Como preparar minha filha para essas situações? não quero ensiná-la a revidar! em algumas situações acredito que conversar com os adultos resolvem, mas e quando os adultos são pais como estes??? Difícil!!!
Oi! Sou mãe de uma menina de 11 meses. Ela vai à escola desde os 6 meses. Faz mais ou menos uns 2 meses que começou a morder e puxar o cabelo dos coleguinhas. Ela fazia isso em casa com a gente também (morder, puxar o cabelo, o rosto, etc). Eu sei que essas reações são normais da idade. Ela não quer machucar, ela quer brincar, quer tocar, essas coisas. Sempre que ela me morde eu digo que não é para morder, que morder faz dodói. E digo para ela que beijo é que é gostoso, morder só a comida! E puxar o cabelo? Também faz dodói, é carinho que se faz. Depois de 2 meses ela já quase não morde mais, agora vem com a boca aberta para beijar, e não morde. Ainda puxa cabelos e os carinhos mais parecem tapas, mas eu, que sou a mãe, sei que ela não quis de fato machucar. Infelizmente nem todos os pais tem esse cuidado de ensinar e de ter paciência em esperar o resultado. As próprias professoras da escola me falam que ela puxou o cabelo num tom que parece uma reprimenda, como se ela realmente quisesse puxar o cabelo, por maldade! Fico louca com isso! Infelizmente há muito despreparo por aí, tanto de pais, quanto de educadores. Se todos os pais ensinarem os filhos a beijar, a fazer carinho e não a bater, revidar, não haveria mais necessidade de reações violentase o mundo, daqui algumas décadas seria bem mais feliz. Eu sonho com isso! E tento fazer a minha parte!
Bom, fugi um pouco do tema, que era aprender a dividir. Gostei do seu toque quanto a respeitar o espaço do filho, tentar ver as coisas sob o ponto de vista da criança. Confesso que é uma batalha tentar explicar às pessoas que a criança tem todo o direito de querer brincar sozinha de vez em quando e não querer dividir os seus brinquedos. E que isso não fará dela um ser egoísta ao extremo! E também que se uma criança está brincando com um brinquedo e outra chega para pegar, não é a primeira que tem que dividir (se não quiser, claro); é a segunda que tem que aprender a esperar a sua vez!
Ótimo tema Renata. Sabia que esse tipo de assunto estava precisando...
Aqui, a Nicole sempre foi muito gentil. Ensimamos a ela emprestar as coisas, dividir com os amigos, compartilhar. Nicole tem 4 anos é super elogiada na escola com relação a isso. De acordo com a professora, a Nicole "sabe cuidar" dos coleguinhas (trata com carinho), e sabe dividir com todos.
Yasmim, com seus 1 ano e 9 meses, está na fase do é meu. Tudo o que ela vê e quer, ela diz: - é meu. Porém como ela já nasceu tendo que dividir, este não é um conceito muito difícil para ela. Basta usar as palavras "emprestar" ou "trocar" que ela aceita.
Aqui, também sempre respeitamos quando uma criança quer terminar a brincadeira. Yasmim e Nicole entendem bem, que precisam esperar sua vez. Temos um balanço, então "cada hora é uma". As vezes conto até 20 para cada vez.
Carol, impressionante o seu relato mas é mais comum do que a gente imagina. Não entendi quantos anos a Sophia tem, mas eu acredito que desde sempre é importante mostrar que tem algo errado alí, naquele ambiente. Com o tempo, ela mesmo vai selecionar com quem quer estar e aonde quer estar.
De uma certa forma, ver e conviver com essas situações "erradas" nos dá a oportunidade de fazer o contra ponto. Eu uso isso com as meninas. Se um colega bate, ou não divide, eu logo explico: "ele precia aprender que é necessário tratar os amigos com carinho e que dividir é bom. Se ele não aprendeu ainda, tenhamos paciência com ele." E também a ensino manifestar o seu ponto de vista. Se ela apanha ou não gosta de tal atitude, incentivo a dizer que não gostou, que está errado, que não é assim que se faz com os amigos.
Se a criança continua agressiva, ensino a elas, se afastarem, pois não está lega a convivência.
Ou seja Carol, se você educa-la corretamente, ela mesmo vai selecionar com quem quer brincar!
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