por: Dani Cuccia - Mamífera convidada
Faz um tempo tenho percebido a necessidade e a comodidade das pessoas em “querer” ter um mestre vivo para seguir. Uma sacerdotisa disso, o mestre daquilo, o guia espiritual. E, talvez por conviver muito neste meio de buscadores, muitas histórias e fatos chegam aos meus ouvidos, além de ter vivido pessoalmente questões delicadas a este respeito.
Muitos estão delegando sua maestria e divindade interior a outros seres tão humanos quanto eles. Investem quantias consideráveis em workshops e vivências que pregam levá-los ao ser interior, mas que na verdade levam a uma dependência psicológica e espiritual do guru da vez.
Será que não deveríamos investir mais em nós? Será que não podemos chegar lá com nossos pés?
Por que não investir mais no autoconhecimento através de técnicas simples que estão à nossa disposição? Pode ser uma prática freqüente de Yoga, para trabalhar o corpo com o intuito de chegar à união do ser total e abrir o caminho para a meditação. Ou procurar receber energias restaurativas e curadoras em sessões de Reiki, massagens, entoar mantras sagrados, ouvir melodias harmônicas, ver imagens belas da natureza, estando integrado-se a ela, sentir a Terra, a Água, a Lua, o Sol, o cheiro do mato, cuidar de nosso ser interior e não só do exterior.
De nada adianta tentar sair de momentos difíceis e depressão comprando todos os sapatos, lingeries e roupas que houver pela frente, fazendo plásticas desnecessárias e coisas do tipo. Ao investir no “embelezamento” interno, com certeza temos resultados bem melhores e ficamos lindas e curadas da depressão!
Claro que precisamos de alguém para nos dar a mão no começo, assim como fazemos com nossos filhos quando começam a andar, para que tomemos segurança para continuar sozinhos. Há várias pessoas que podem nos ajudar nisso, sem precisarmos nos endividar para tal. Na verdade essa melhor “pessoa” é a nossa divindade interior, nosso EU DIVINO. Basta que o despertemos dentro de nós. Podem ter certeza que todos o temos pronto para ser despertado. Talvez ele esteja num sono mais profundo e demore mais a acordar, ou então já esteja até se espreguiçando e pronto para pular da cama. Cada um está numa fase do sono, mas todos despertarão em algum momento.
Passei por um susto no fim do ano e percebi que a responsabilidade foi toda minha, pois me larguei ao cuidar só dos outros e não de mim. Resgatei-me a tempo e agora retorno com força total: vou sim buscar o Deus que está em mim! Ele é meu mestre, é meu guia. Ouvir o coração com sinceridade sempre será a melhor forma de caminhar pelo caminho de cristais, com pontinhas que pinicam os pés, mas que ao mesmo tempo dão uma energia fabulosa, despertam nosso prana e nos alimentam.
Desde o dia 27 de fevereiro de 2009, só tenho um mestre além do meu Deus interior que me guia, me ensina e me mostra o caminho. Nele invisto a quantia que for. Meu mestre é meu filho Pedro e a sua pureza de ser. Desde o dia em que chegou, à sua maneira diferente e xereta de ser, mostrou-me que nessa história o guia é ele! Assim tem sido e que assim seja! Chegou varrendo de nossas vidas os “mestres” que não nos guiavam até a felicidade, ensinou-me a importância de viver o presente, de me amar para poder amá-lo, de estar segura para dar-lhe segurança, de ter equilíbrio para dar-lhe paz!
Que as mamíferas despertem seus Eu’s Divinos e sejam felizes sempre, mesmo no sofrimento. Paz aos corações.
7 comentários:
Ei Dani, linda sua mensagem.
Eu concordo muito. Não precisa inventar demais, basta seguir o simples.
Outro dia, buscando informações sobre este assunto, li um texto que dizia que, para buscarmos nossa espiritualização interior, basta fazermos duas coisas:
- fazer tudo com amor, muito amor
- refletir em suas mudanças, prestar atenção e mudar para melhor, sempre.
Desde então, a minha fixa caiu e eu procuro fazer tudo com amor. Presto atenção nisso o dia todo: desde colocar comida para o cachorro até amamentar minha filha.
E sempre que não consigo me dedicar a algo eu começo a pensar no porque não e logo vem mais uma mudança interior.
Sem dúvida, minhas filhas são minhas guias pois são com elas, que mais aprendo! E vivo!
Oi Dani, o Ravi também é do dia 27 de fevereiro, só que de 2007...
Meu maior guia também, esse menino...
um beijo
Mas a grande questáo, Danni, é como despertar esse eu divino? Se as pessoas querem um mestre vivo para terem pouco esforço atribuindo tudo ao outro, um verdadeiro mestre vbivo ensina caminhos para despertar interior. Minha Guru uym dia disse para um devoto que a olhava durante a meditação: Pq vc não olha para dentro de vc? Não é isso que estou lhe ensinando?
Com seus tropeços e decepções vc descobriu uma forma de conectar-se com seu mestre interior. Não fica aí querendo controlar tudo e bradando aos 4 ventos que não precisa de caminho espiritual. Com a sabedoria de mestres como Saint Germain, Usue vc encontrou seu caminho de maestria. Eu penso que verdadeiros mestres são como verdadeiros obstetras: nos ensinam a despertar para nosso poder interior. Por isso as crianças são garndes mestres.
Oi Dani, gostei muito do que você escreveu e uma boa parte lhe dou razão. Nessa época de valores vazios, degenerados em que as pessoas buscam algo em que se agarrarem ao verem em si mesmas um imenso buraco, surgem cada vez mais os tais "mestres". No entanto, é preciso dizer que existe sim caminhos espirituais autênticos, com mestres verdadeiros. Mas é preciso olhar com muita atenção e aprender, sobretudo, conectar-se a esse mestre interior (o qual você fala) para que ele nos ajude a discernir quem é um mestre verdadeiro do que não é. Como falei, não tiro a ideia do mestre interno, mas como estamos mergulhados nesse mundo samsárico, dicotômico, fica muito difícil nos conectarmos a essa sabedoria essencial que todos nós possuímos; é muito fácil nos perdermos, e, por isso, é preciso ter um mestre "externo" que nos ajude a encontrar novamente essa chama, chispa Divina que habita em todos nós, desde sempre. Ele não nos dará, isso deverá ser conquistado com muito esforço (quem sabe um dia chego lá!), mas ele, se for um mestre verdadeiro, ligado a uma tradição de mestres realizados, nos fornecerá o caminho e as ferramentas mais seguras para chegarmos até a essa Essência Última, livres da ignorância, do apego, do ego e, consequentemente, do sofrimento.
Digo tudo isso e com tanta certeza porque, de fato, encontrei o meu mestre, o meu guru e, sem dúvida, sei que ele é verdadeiro, autêntico. A minha motivação principal é de que você não desista de encontrá-lo, ainda mais agora que hoje você parece ter muito mais discernimento que antes, pelo que você nos relatou.
Li um livro que me ajudou muito e talvez te interesse: "Livro Tibetano do Viver e do Morrer". Lá, Sogyal Rinpoche, diz o quanto é preciosíssimo encontrar um mestre nessa vida, já que o nascimento humano já é algo muito difícil. A partir daí a minha busca se tornou ainda mais intensa e, contando com essa vontade, intenção e intuição genuínas de querer encontrar um mestre para o benefícios de todos os seres, fui trilhando um caminho que depois descobri que foi o mais certo para mim, até encontrá-lo. Não desista!
Beijos!
Cris
Esqueci de dizer que a minha filhinha também é minha guruzinha! Afinal, sendo criança, está muito mais em contato com essa pureza essencial do que nós, adultos, cheios de condicionamentos! Sem dúvida nossos filhos nos ensinam muito!!!
E se tornar mãe, ter um parto natural, amamentar muito, nos permitir ser mulheres de verdade também nos faz mais próximas a essa pureza, além de qualquer confusão...
Desculpe por escrever tanto!!!!
Oi Meninas,
adorei ler os pontos de vista de todas. Acho realmente que cada um tem um caminho, eu digo aqui que não tenho mestres vivos, tenho professores e pessoas sábias que me guiam com seus ensinamentos, essas pessoas podem ser diferentes em cada momento (um amigo que diz algo que te dá um click), longe de mim julgar alguém ou dizer que o meu "jeito" de caminhar é o melhor, ele é o melhor para mim. O que desejo do fundo do coração é que todos encotrem a Paz e felicidade que há em seu interior, sem "achar" que para isso precisem de alguém ou caminho pré-determinado ou pré-pago, que todos se permitam a aventura de buscar-se, de alguma forma!
Bjs à todas vc´s!
Oi Dani,
Belas reflexões... O pedro realmente é um presente dos céus. Um tesouro muito especial. Você e o Ká são merecedores dessa benção! O reconhcimento do quanto ele tem a lhes ensinar e do quanto vocês aprenderão com ele, torna essa relação de amor e afeto muito mais sacrada e respeitosa.
Desejo lhes felicidade plena e sabedoria.
Um grande abraço,
Juliana Ribas Sathler
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