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por: Tata
Outro dia, estava com as meninas no banho quando surgiu a fatídica pergunta, temida por mães e pais ao redor do mundo:
- Mamãe, como é que os bebês vão parar na barriga das mamães???
Elas já sabiam que os bebês são frutos da junção entre uma sementinha, que vem do corpo do papai, e um ovinho, que vem do corpo da mamãe. Essa parte da história já havia sido perguntada e explicada bem antes, mas agora elas queriam saber da 'logística'. Afinal, como é que essa sementinha sai de um corpo e vai parar em outro??
Sei que muitas mães engasgariam, enrubesceriam e gaguejariam diante de uma pergunta como essa, tão certeira, tão direta, saída da boquinha miúda de uma menininha de menos de cinco anos. Mas eu fui direto ao ponto, sem rodeios e sem florear a realidade. Usei uma linguagem que sabia que elas compreenderiam, mas não inventei nada, contei a coisa como é. Foi mais ou menos assim:
- É assim, filha: como o papai e a mamãe se amam muito, eles ficam bem juntinhos fazendo carinho, aí o papai põe o pinto dele na xoxotinha da mamãe e coloca lááá dentro uma sementinha. Essa sementinha vai passeando dentro do corpo da mamãe, até que encontra um ovinho. E quando o ovinho e a sementinha se juntam, começa a se formar um neném. Aí ele vai crescendo, crescendo, crescendo, e quando ele já está bem grandinho, ele nasce pela xoxotinha da mamãe!
O interessante, além das carinhas super atentas das duas escutando cada detalhe do que eu contava, foi as conclusões que elas tiraram, sozinhas, e dividiram entre si:
- Então, quando o bebê vai crescendo, vai crescendo também a barriga da mamãe... e o bebê nasce porque tem uma hora que não cabe mais dentro da barriga, a barriga não tem mais pra onde crescer!!! E o bebê nasce pela xoxotinha, porque foi por onde ele entrou, nasce pelo mesmo lugar que entrou, que legal!!!
Aqui, optamos por dizer a verdade pra elas, tomando cuidado para não dar mais detalhes do que elas estejam preparadas para absorver, mas sem inventar, sem recorrer a cegonhas, repolhos ou outros artifícios usados pelos nossos avós, quando se viam diante da pergunta: 'e afinal, de onde vem os bebês?'.
Acho que dizer a verdade é sempre o melhor caminho. Como dizemos essa verdade é o que faz a diferença. Tem que ser com cuidado, tem que levar em conta a idade da criança, o que ela está - ou não - preparada para absorver. E acho que também é legal não dar mais detalhes do que a criança pediu. Deixar que ela vá demonstrando o quanto se interessa pelo assunto, perguntando conforme as dúvidas e curiosidades surgirem.
Aqui, conseguimos passar sem sustos pela tal perguntinha que todo pai e mãe responderá um dia. E com vocês, já surgiu o assunto? Como pensam tratar esse tema com os filhotes??
Imagem: www.areaseg.com
Olá!
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11 comentários:
Arthur ainda é pequeno, portanto não chegou a minha hora, mas penso como você, falar a verdade, sem falar mais que o necessário. Só espero ter sua desenvoltura quando for minha vez.
Beijos!
Ih! Também não sei como vou lidar com isso quando chegar a hora. Mas vou salvar esse post no arquivo mental pra ter onde me basear!
Tata, eu concordo com você. Acho que o negócio é dizer a verdade, mas também precisamos tomar cuidado para não nos enrolar e responder mais do que a criança perguntou. Eu sou meio prolixa às vezes, tenho medo de cair neste erro. Sabe aquela que quer explicar demais e se complica?
Gostei da sua resposta, bem direta, franca, objetiva. Vou guardar pra quando Benjamin me fizer esta pergunta...
Gostei da forma franca que vc contou só acho que mudaria os nomes pros orgãos sexuais, xoxotinha é tão sei lá, fico imaginando meu filho contando pra alguém que o papai colocou o pinto na xoxotinha da mamãe, é meio constrangedor.
oi Claudia, achei engraçado teu comentário, acho q isso é muito regional, e tb de cada família né? acho q o melhor é usar o nome q a criança já está acostumada, aqui em casa são esses os termos q usamos. só fiquei curiosa pra saber q termos vc usaria... rs.
Dani, Nanda e Mariana, espero que minha resposta ajude qdo chegar a hora de vcs!
bjo
hahaha Ai, foi bem isso que eu pensei: q vc usou esse nome porque de certo era como vc falava com as meninas. Ao mesmo tempo que concordo com as duas (Tata e Claudia) pq eu tbm não sei como meu filho vai chamar o dele por exemplo. Mas eu sempre falo pipi, rs. Só que não tomo banho com ele, só o pai dele. E quero muito ter uma menina ainda, daí ainda não sei como vou chamar a dela, haha.
Mas com ela eu é que vou tomar banho. Eu só não quero que seja nada no extremo, igual vc mesmo aconselha, ao falar ser direta mas com linguajar infantil. E ao separar ela comigo e o Ben com o pai, no caso do banho. É porque... nossa, não sei por quê. há há
Mas eu vejo no Ben um olhos de homem, com hormonios masculinos, tentando entender as coisas sabe. Acho que na pura verdade, não é para não me constranger, mas não quero constranger a ele. Porque já posso o ver como um lindo e educado homem que será.
Sei que somente o pai dele vai servir às vezes. Isto é lógica! hehe
bjs
Rê querida! Adorei o post. Juro que pensava no que falar quando chegasse minha hora! hahaha e olha que vai demorar, afinal o Gael só tem 4 meses! hahaha.
Arregalei os olhos quando li a palavra xoxotinha, mas entendi que é como as meninas estão acostumadas a ouvir ;)
Francieli, quando eu era pequena, eu tomava banho com minha mãe, meu pai, meus primos (até uns 5 anos) e agradeço aos meus pais por tratarem isso com naturalidade. Isso me ajudou muito quando cheguei na adolescencia :)
Rê, também vou guardar esse post nos favoritos da memória pra explicar pro Gael.
bjokas
Tata, amei a explicação!
Não achei nada de mais nas nomenclaturas...
Aqui, Letícia sabe que o papai tem pipiu, e ela e mamãe têm perereca...
Na casa da minha sogra, o nome é "perseguida"...
Um ponto importante é contar para meninos e meninas que elas têm perereca, vagina, seja lá o nome que for. Porque muita gente cresce com o conceito de falta, de que homens tem pipiu e mulheres não têm, e só. Acho isso um absurdo! Nós não temos pipiu, e eles não têm perereca! Fica tudo empatado...
que medo! estou deveras mal-preparado pra quando esse momento um dia chegar e a pequena Lucia fizer a fatídica pergunta. Acho que você se saiu muito bem.
O melhor que eu consegui até agora pra explicar isso foi o seguinte, misturando um "de onde viemos" alemão com uma tradução livre:
De onde vieram os alemães
Beijos e parabéns pelo ótimo post,
renato
aaah tata fiquei confusa, vc não acha que isso desperta uma curiodidade nas crianças de querer fazer o mesmo? lala.. não? sei lá..
me pareceu que sim...
mas não sei.. =)
mesmoa assim, adooorei a explicação... embora não consiga me ver na cena. =))) beijoo
;*
Luuua,
não acho q despertaria esse tipo de curiosidade não, até pq explicamos e deixamos claro pra elas q esse tipo de relação é algo q acontece quando a gente cresce, somente entre adultos. acho q a diferença é bem clara pra elas.
Francieli, aqui em casa as meninas tomam banho tanto comigo qto com o pai. se tivéssemos um menino, os dois tomaríamos banho com ele, e ele junto com as irmãs, sem problemas. aliás, aqui temos muito o costume de andar com pouca roupa, às vezes sem nenhuma, e isso é muito natural pra elas. acho bacana a criança conviver com essa noção, de q o corpo é algo privado, mas não vergonhoso. fui criada assim tb, vendo o corpo das pessoas de casa com naturalidade, e isso me ajudou a crescer sem neuras nesse sentido, sem tabus. é como eu penso, e como pretendo fazer com as filhotas aqui.
bjo
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