
por: Tata
Uma das coisas que acho bacana na maternidade é o dinamismo. Ser mãe não é monótono, nunca. Porque a todo momento, tudo muda, e é preciso estar presente e atenta para tomar as melhores decisões, a cada passo.
A gente pode ter toda a teoria do mundo, saber muito bem o que a gente pensa disso e daquilo, ter tudo formatadinho na cabeça, por onde quer ir e como quer agir. Mas na hora do vamos ver, tem que estar com os dois pés no aqui e agora. Sentindo, percebendo, observando. Com o coração aberto, com a sensibilidade aguçada, para deixar que nossos filhos, seres tão absolutamente conscientes do momento presente, nos mostrem para onde é que se deve ir.
E a gente não pode ter medo de mudar de idéia. Um caminho pode parecer muito bom na teoria, enquanto a gente pensa e imagina como é que vai ser. Mas quando a coisa acontece de verdade, pode não ser bem assim. Afinal, estamos lidando com seres humanos, e seres humanos são únicos, individuais, e dinâmicos. Quando a gente lida com gente, com sentimento, tudo muda o tempo todo. E essa é a graça do negócio.
Eu acabei de viver, com as minhas meninas mais velhas, uma situação curiosa, que me fez lembrar do quanto é importante a gente se desapegar dos planos e conceitos pré-concebidos, e tomar decisões levando em conta o momento presente, sempre. Quando coloquei as duas na escola, elas estavam para completar 4 anos. O período padrão da turminha delas era de 7 horas. E eu achei que sete horas diárias eram um período comprido demais, que elas eram ainda muito pequenas para passar tanto tempo na escola. Então, conversei com a coordenadora e combinamos que elas ficariam apenas cinco das sete horas diárias. Todos os dias, elas chegavam duas horas depois dos amiguinhos, e saíam no mesmo horário.
Pois não é que as mocinhas gostaram tanto da escola, e curtem tanto o tempo que passam lá, que começaram a questionar o porquê de chegar mais tarde do que os outros, o porquê de não participar da culinária (é uma das atividades que acontece no horário em que elas ainda não chegaram), e a pedir repetidamente para entrar no mesmo horário do resto da turma?
E eu? Bom, estou respeitando a vontade delas. Esse ano, elas chegarão e sairão da escola junto com os amiguinhos. Bem, pelo menos tentaremos. Agora no primeiro mês de aula, faremos a experiência. Se elas gostarem, passam a ficar as sete horas diárias. Se não gostarem, voltamos ao arranjo antigo.
E fiquei pensando o quanto é importante, no dia-a-dia com os filhotes, desapegar-se dos conceitos e preconceitos, das idéias pré-concebidas e das teorias cristalizadas, para olhar de fato para eles, que sempre estarão ali, abertos e disponíveis, prontos a nos sinalizar por que caminho devemos ir, juntos.
Pra alguém como eu, que ama o instante e acredita do fundo do coração que o melhor lugar do mundo é, de fato, o aqui e agora, mais uma das incontáveis delícias da maternidade.
imagem: http://aliceprina.wordpress.com
2 comentários:
Ai Rê,
Eu sempre digo que esses batutinhas ensinam a gente mais do que a gente a eles!
Já tive tantos realinhamentos de rotas por aqui. Sempre me deixam maluca, questionando, etc...
Temos respeitado muito as vontades deles e tentado escolher o melhor caminho...
Quando comecei a ficar em casa, várias vezes o Fê pediu para ficar na escola o dia todo...Vai entender. Respeitamos a vontade e assim vamos caminhando.
Acho que realinhar é pressuposto de educar né?!
O bom é que sempre podemos mudar né?!
Beijo grande!
Nossa Tata, amei este post! Parece que foi escrito para mim!!!
Essa semana me vi tendo que projetar uma nova rota para minha filha e isso me deixou maluca. Leio tanto, pesquiso tanto que as vezes acho que a teoria vai se encaixar certinho nela, e ai dou com os burros n'água. Dessa vez tive que tirar ela da escolinha que eu achava que seria o melhor para ela para ceder à creche.... A babá nos abandonou e tive que escolher entre escolinha dos MEUS sonhos e uma rotina maluca que viria junto ou uma creche legal pertinho de casa que facilitaria nossa vida e a deixaria com uma rotina certa e pertinho de mim!! Ai como teorizei que td seria diferente e como sofri para aprnder a ser maleável com meus sonhos....Muito obrigada pelo seu post, fechou com chave de ouro a semana.
Bjs, Gabi
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