por: Kalu
É tão bom ser amiga dos nossos filhos: rolar na grana, contar história, fazer uma palhaçada, inverter os papéis e ser por alguns instantes filha. Fazer farra no banho, de mangueira no quintal. Mas é muito difícil quando nossa face megera tem que entrar em cena. Eu tenho grande dificuldade em expressar minha autoridade sem autoritarismo.
Miguel se aproxima dos 3 anos e junto com meu bebê que desaparece na face do menino, nasce um ser cheio de vontades, de frases como "você é chata", que sabe fazer pirraças incríveis por nada. Eu sempre procuro fazer uma checagem das necessidades básicas : fome? sono? cansaço?
Depois tento conversar, perguntando porque ele está fazendo isso. Muitas vezes ele entra na energia da pirraça e fica lá, gritando, esperniando, as vezes sem nem mesmo saber a razão. Algumas vezes eu saio de perto, mas o que acontece é que ele vem atrás para prosseguir com sua pirraça debaixo dos meus olhos.
Para mim não é fácil colocá-lo sentado. Ele fica mal. Chora sentido, diz que quer sair. Eu digo que ele poderá sair assim que parar de chorar e permaneço ao lado dele.
Se alguém conhecer outro método, me apresente. Eu esolhi colocá-lo sentado em uma espaço aberto: como no sofá da sala e permaneço todo tempo com ele, dizendo o que ele fez de errado. Mas aquele choro doído dele me corrói.
Incrível como é difícil para mim passar por isso. Na maioria das vezes consigo manter o tom firme, noutras acabo gritando. Confesso: me sinto culpada.. Mas vou além e procuro agir de maneira diferente na próxima vez. Estou aprendendo com meus erros e acertos.
E se não fossem as mamíferas queridas, eu me sentiria só. Porque nossa sociedade acha que ameaças e imposição pelo medo através de tapas, gritos e beliscões faz seres humanos educados (eu digo que são, de fato, adestrados).
Eu gostaria de permanecer sempre na posição de amiga. Mas preciso assumir meu papel de orientar e apontar o caminho correto. Amar também é ser duro quando preciso para que o outro possa ser o ser humano incrível que é.
Eu sinto que ao assumir meu papel e mostrar minha autoridade eu permito que meu filho sinta sua própria força. Eu assumo as rédeas da situação, sem violência, com amor oferecido em uma refeição pouco apetitosa, mas necessária.
Ao fazer isso, não estou medindo forças, mas mostrando que a minha existe e está canalizada para ajudá-lo usar a sua própria força aceitando e fazendo crescer a positiva; e também acolhendo a negativa para que encontre seu ponto de mutação.
Eu acolho a força negativa do meu filho dizendo que aquilo que está fazendo não é certo e sei que pode fazer diferente e quero que faça. E que o amo, sempre.
Você pode me perguntar se deixar pensando é diferente de castigo? Eu acho que não. Porque castigo me parece tirar algo da criança, como deixar de comer ou fazer algo.Ficar sentado para pensar não é castigo, não é privar a criança de algo. Não é deixar no quarto, mas permanecer no sofá ao lado. Pelo menos foi o caminho que descobri.
Em cada crise dele, eu cresço também e vejo que tenho muito a melhorar, muito que prolongar o caminho da tolerância, capacidade de afastamento e principalmente paciência. Lembrar que isso passa, mas que é um processo vital para nossa relação para o resto da vida. Se vai passar, qua mais uma vez que seja de corpo e alma, com meu total envolvimento e consciência
Olá!
Mudamos de endereço.
Você pode nos encontrar em www.blogmamiferas.com.br a partir de agora.
4 comentários:
Kalu, o Ravi tem dias que esta mais mandao e outros dias menos. O que eu faco e acho que da certo, com o tempo, claro, falo para ele bem baixinho, filho eu te amo muito, mas isso voce tem que fazer porque estou dizendo que e o certo e digo que se nao fizer nao sairemos dali.
Nossos filhos pedem limites. Eles precisam que pontuemos suas vidas, definindo-as. E preciso liberdade para correr, mas sao preciso bracos para nos segurar. Educar com todo amor, sim, respeitar definitivamente, argumentar, ouvir, conversar.
Aqui em casa nao tem democracia, a palavra final e do papai e da mamae. Assim eles criam bases solidas para lidar com suas mentes e vontades fisicas com maior maturidade.
OLha, essa e uma questao seria para mim, pois quero que meus filhos sejam grandes pensadores, estudiosos, concentrados e contribuam para a humanidade, ao mesmo tempo que respeitam a vida no planeta e a vida dos homens.
Ou Kaly, lá na comunidade da PR no orkut tem vários tópicos legais sobre assunto, entre eles um sobre Terrible twos. Diz que essa é uma fase muito importante para a criança.
Beijos
Tati da Luana-2 meses
Oi, Kalu!!! parece que ando na mesma fase por aqui... Dan irritada, nao compartilha nada nem comigo nas brincadeiras nem com os colegas, entra numa energia estranha mesmo... e eu gravida, tentando me concentrar e ando perdendo a linha no meio de gritos e berros... eu te falo que me sinto perdida, hoje em especial...
Ler o seu post me fez pensar em me concentrar mais nas oracoes, no abraco e carinho, e deixar rolar o resto, treinar treinar e treinar a paciencia,e tenho uma tendencia tb a ser autoritaria... culpa culpa...
obrigada pelas palavras tao sabias.
Tudo de muito bom pra vcs!!!
Olá Kalu!
Adoro seus posts, como sempre! Tenho um livro que realmente abriu os meus olhos sobre como lidar melhor com crianças, espero que vai ser traduzido ao Português, se chama "Raising Our Children, Raising Ourselves" de Naomi Aldort. Temos alguns artigos dela traduzido para o site www.slingando.com, na secção de artigos. Recomendo muito.
Tenho uma filha de dois anos e as dicas do livro nós ajudaram muito. No site www.naomialdort.com tem artigos em inglês, por exemplo, "Toddlers- to tame or to trust" e "Surviving the toddler years". Muito interessantes.
Um abraço!
Tamara
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