por: Kathy
Ontem eu não estava num dia muito bom. Uma daquelas TPMs bravas, sabem? Samuel também estava todo choroso. Chorou pra entrar no banho, depois pra sair, depois chorou porque não queria se trocar, enfim, reclamando por motivos cotidianos e por coisas que ele geralmente não reclama. Estava difícil, mesmo respirando, contando até 1000, a paciência estava curta.
Mais tarde, conversando com minha querida Kalu, a ficha finalmente me caiu. Samuel estava espelhando meu comportamento. Era tão óbvio, mas muitas vezes só um olhar de fora consegue nos mostrar algo que está na cara.
Levantamos juntas algumas hipóteses. Será que os hormônios alterados do período pré-menstrual afetariam os dois por passarem pelo leite de alguma forma? Seria uma questão energética mesmo? (os dois na mesma frequência "negativa") Poderia ser, por acaso, um reflexo comportamental mesmo, aquela velha história de que somos exemplos para as nossas crianças e que nossas atitudes são imitadas e repetidas por elas? Seria uma mistura disso tudo?
Não tinha respostas para o que motivava a "TPM" do meu pequeno, mas como parte adulta da dupla e resolvi que era eu quem tinha que racionalizar essa situação para que o conflito melhorasse. Deu muito certo. Expliquei pra ele que não estava num dia muito bom, que estava cansada e meio irritada. Ele foi muito fofo e disse que também estava cansado e bravo e até demonstrou a braveza com as mãozinhas fechadas e fazendo um sonoro "grrrr"... Perguntei por que ele estava bravo e ele disse que estava assim porque eu também estava.
Acho que as crianças muitas vezes tem dificuldades de entender os sentimentos, imagino que devam sentir raiva, tristeza ou cansaço por exemplo mas sem saber explicar de onde essas sensações vem e como elas aparecem. Percebi que foi importante pra ele entender que sentia raiva e de onde ela vinha e notei também que a minha ajuda pra que ele percebesse isso tudo foi fundamental.
Depois de identificarmos os sentimentos, perguntei o que ele queria fazer pra melhorar. Ele pediu pra que eu jogasse um joguinho com ele, depois pediu pra comer um lanche e no fim escolheu livrinhos para lermos antes de dormir. Procurei controlar minha irritação nesses momentos juntos e deu muito certo para os dois, ainda bem.
O dia ruim de ontem me deu várias lições: melhorar minha empatia, ajudar o Samuel a lidar com o que ele mesmo sente, lembrar que meu modo de agir sempre influencia as reações dele, refletir sobre de onde vem essa influência toda, enfim. No fim das contas, até que não foi um dia tão ruim assim, né? Rendeu até post :)
2 comentários:
adorei o post!
Nos nossos "piores" dias, nossos pequenos normalmente não colaboram.
E é justamente porque eles percebem, sentem e espelham nosso estado.
Muita paciência, esse é o nosso mantra. E cuidado pra não descontar nos pequenos.
Aurita, ia escrever sobre isso na sexta... hahahaha. Realmente, quanto menores mais ligados ao nosso emocional os nossos filhos estâo. Na TPM dupla quem sofre é quem convive com a gente. Beijos e o saldo do seu dia foi positivíssimo.
Postar um comentário