///
Por mais que minha vontade seja de sempre manter meu pequenino em uma bolha de felicidade, alegria, tranquilidade, sentimentos bons e tudo mais o que for possível para deixá-lo sempre feliz, as frustrações fazem parte da vida e eu não poderei evitar todas.
///
///
Hoje tínhamos nos programado para acompanhar a parada da Disney que aconteceu aqui em São Paulo. Claro que o Sam ficou animadíssimo e ansioso com o passeio e estava muito feliz por poder ver de perto os personagens que tanto gosta. Acontece que estamos em São Paulo, uma semana antes do Natal, um dia lindo e quente lá fora, no nosso caminho estava o centro da cidade (25 de março e região) e exatamente além disso muitas pessoas tiveram a mesma idéia que a nossa de levar os filhotes ao desfile.
Acontece que o trânsito estava caótico, o calor infernal, as ruas lotadas de gente e de carros, não havia lugar para estacionar, enfim, uma série de fatores conjugados fizeram com que a gente demorasse duas horas e meia pra fazer um percurso que completaríamos no máximo em meia hora nhum dia normal. Tudo isso conjugado fez com que chegássemos na parada a tempo de ver somente os dois últimos carros.
A expressão do Sam nos ombros do meu namorado eu nunca vou esquecer. Emocionado, ele acenou, bateu palmas e chamou animado pelo Mickey e o Pateta e os outros personagens da turma. Os olhinhos dele brilharam, uma felicidade imensa mesmo, lindo de se ver. Porém, a diversão não durou mais do que dez minutos porque realmente só chegamos a tempo de ver os últimos carros na dispersão. Tinha acabado tudo.
No começo ele não entendeu bem. Ficou triste, chorou decepcionado, e eu não pude fazer nada além de abraçá-lo e dizer que entendia a tristeza dele. Não dava pra voltar o tempo, não dava pra se programar pra sair mais cedo de casa, não dava pra fazer os personagens voltarem. Como em muitas situações que passamos em nossas vidas, não era possível fazer nada, somente lamentar o que havíamos perdido.
Minha terapeuta costuma dizer que coitadas são as crianças que não se decepcionam na vida, que não lidam com tristezas e algumas frustrações. Tenho plena consciência da importância desse processo de lidar com decepções. Mas não posso negar que é muito difícil ver nossos pequeninos chateados, mesmo que por uma coisa pequena como essa, e não poder mudar nada.
Samuel foi incrível. Choramingou um pouco, ficou triste, teve seu momento de raiva e irritação mas depois de conversarmos por um tempo acabou levando tudo numa boa, inclusive lidando com o maior bom humor com o cansaço, o calor, o trânsito e tudo o mais de chato que passamos hoje. Foi um daqueles programas "micados", literalmente, mas muito importante pra eu ver que meu pequenino vai sim passar por algumas tristezas na vida, mas que será certamente capaz de sair delas cada vez melhor.
Foi um aprendizado legal pra mim. Cheguei a pensar que não deveria ter contado pra ele sobre os personagens nem falado sobre o que íamos fazer justamente pra não decepcioná-lo se não desse certo, mas cheguei à conclusão de que ele precisa saber que por mais que pareça, a mamãe "perfeita" e "super poderosa" aqui não consegue resolver todo e qualquer problema do mundo sempre. Fiquei em paz com minha decisão e com mais bagagem pra lidar com situações parecidas no futuro.
2 comentários:
ai nem quero pensar qdo chegar minha vez... ontem pensei sobre isso qdo o antonio caiu e machucou... como lidar com as coisas ruins q acontecerão com nossos filhos?
Aurea, querida! Pensei tb em levar a Sofia na Parada da Disney e não tive a mínima coragem... Acabei indo ao Instituto Butantan, e almoço num vegetariano delicioso no Centro. Mas a volta pra casa... Nossa, que nhaca! Calor infernal, carro sem ar condicionado, trânsito... Fiquei pensando em que mundo eu vivo, porque não suporto shopping normalmente, nessa época então... trânsito me deixa cansada, exausta. Ai como eu queria hoje um sitiozinho no meio do nada, sem som alto, uma rede e uma brisa, rsrsrs.
Quanto às frustações, dói mesmo ver nossos pequenos tristes. A Sofia esperou o passeio todo para ver a aranha "grande", que estava escondida, e não rolou. O bacana é fazer como vc fez, respeitar os momentos tristes do seu pequeno, acalentá-lo e bora partir pra outra, né não?
Um beijo, querida.
Postar um comentário