
por: Tata
Sempre me perguntam como é ter filhas gêmeas. Até aí, tudo bem. É uma situação não tão comum assim, e todo mundo fica curioso sobre as rotinas, as dificuldades, as soluções encontradas no dia-a-dia. O que eu acho engraçado é que as pessoas sempre me perguntam sobre o suposto 'lado ruim' da maternidade em dose dupla: "dá muito trabalho??", "foi muito difícil quando elas eram bebês?", "o cansaço é multiplicado por dois?", "você dormia muito pouco?", "voce não ficou com medo quando soube que eram dois?", e por aí vai.
É por isso que hoje eu resolvi falar aqui sobre as coisas boas de se ter dois bebês ao mesmo tempo. Porque é verdade que cansa, que é exigente e exaustivo, especialmente bem no comecinho, que dá um trabalho danado, que a vida vira de pernas pro ar. Sim, é verdade. Mas é verdade também que receber dois bebês nesse mundinho de uma vez só é divertido, revolucionário, apaixonante, e pode ser uma experiência muito gostosa, cheia de prazeres e delícias, desde que a gente mantenha o bom humor, saiba rir das dificuldades e curta ao máximo cada momento.
Logo que nascem, cuidar de dois bebês dá um trabalho danado. São dois pra mamar, duas fraldas pra trocar de cada vez (imaginem só quantas fraldas trocadas ao final de um dia!), dois banhos (pelo menos) por dia, dois pra vestir a cada troca de roupa, dois pra fazer dormir na hora do sono, etc, etc. Tudo dobrado.
Mas se o trabalho é dobrado, e o cansaço, as alegrias também. Tudo de gostoso, toda a poesia de receber um filhote no mundo, quem tem gêmeos vive em dose dupla. São dois primeiros sorrisos, dois primeiros sonzinhos, duas primeiras palavras, dois primeiros passinhos, dois primeiros "mamãe" e dois primeiros "papai", e por aí vai.
E a amamentação? É, amamentar gêmeos exclusivamente não é nada fácil. Exige muita vontade, muita perseverança, muita dedicação. Cansa pra burro. Mas é difícil de explicar o prazer imenso que a gente sente quando coloca um bebê em cada peito, e fica ali só curtindo a respiraçãozinha de cada um, um de um lado, outro do outro. E depois, as brincadeiras que descobrem que podem fazer um com o outro durante a mamada, estendendo as mãozinhas para alcançar o irmão. E as risadinhas cúmplices quando se tocam, se dão as mãos, se chutam, arteiros e brincalhões.
Todas as coisas que a gente faz diariamente com um bebê só, com dois são mais trabalhosas, mas também mais divertidas. O banho diário, com os dois dividindo a banheira e os brinquedinhos, achando o maior barato bater as mãozinhas na água e espirrar pra cima do irmão. A hora da papinha, um vendo a carinha suja do outro e achando o maior barato aquela bagunça toda, e as colheres confundidas, o que era pra ir pra um, vai pra outro, e tudo bem. No final das contas, sai todo mundo de barriga cheia!
E os passeios? Bota um no sling, outro no carrinho, ou um vai no colo, outro no chão, ou um em cada braço, e vamos embora! E é um corre-corre danado, e você fica feito barata tonta quando eles decidem ir cada um prum lado. Mas logo eles voltam estabanados e divertidos, cientes de que o grande barato é estar todo mundo junto.
Tem ainda a curtição imensa que é a gente ficar olhando de longe, espiando de camarote a comunicação intensa, inexplicável, que só os irmãos gêmeos tem. Porque quem é pai de múltiplos sabe, eles se compreendem além das palavras, além do visível. E se acolhem, se protegem, se completam e caminham de mãos dadas pela vida de um jeito que faz a gente se revirar por dentro, de tanta lindeza.
E conforme eles vão crescendo, a gente se diverte e se emociona vendo o mundo intenso e infinito que eles criam entre si, todo um universo mágico, fantástico, um espaço lúdico e cheio de poesia que é só deles, lindamente compartilhado e desvendado a quatro mãos. Uma imensidão colorida e barulhenta, repleta de brincadeiras, e combinados, e fantasias e bagunças.
E no final do dia, quando eles finalmente despencam de cansaço, a gente fica olhando aquelas duas criaturinhas dormindo gostoso, o sonzinho delicado da respiração tranquila, e se dá conta que não pode nem imaginar como seria ter um só.
Toda a maravilha de ver um filhote crescendo, desvendando, descobrindo o mundo, a gente saboreia dobrado.
Aliás, a grande magia de ser pais de múltiplos é que não é tudo só em dobro, não. É mais. Porque o amor não dobra somente, ele multiplica. E cresce além de todos os limites, a cada abraço que a gente estica, remolda e engrandece, pra caber todo mundo.
Imagem: arquivo pessoal (Estrela e Ana Luz num momento kodak =D )
6 comentários:
Que vontade der ter gêmeos! Dois sorrisinhos da minha pequena, imagine só!
Adorei o post.
Bju gde =*
ahhh como seus posts me deixa mais feliz!!
Bjinhus e felicidades sempre
Tata, fico feliz em saber que vc tira uma boa experiencia de ter gemeos, eu particularmente, se pudesse escolher, nao teria..
Meus irmaos sao gemeos e sao os ultimos de 4 filhos, nao acho q minha mae teve como dar atencao devida a cada um.
Prezo a qualidade do tempo junto mais do que a quantidade de carinho recebido.
Espero nao pagar a minha lingua de ter gemeos no futuro rsrsrs
bjkas
eu sempre achei lindo irmãos gêmeos, trigêmeos e por aí vai. rs
eu amo de paixão o seriadinho Jon e Kate +8. sou apaixonada por aquelas crianças. hehe
beijo
Tata, ficou muito lindo este post! Você escreve maravilhosamente bem. Parabéns!
bjokas
Fran
Que texto mais lindo. Emocionante, não deu para não chorar...
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