Muitas vezes escuto por aí: se pudesse voltar no meu passado faria exatamente a mesma coisa. Pois eu não. Se eu pudesse voltar em alguns momentos do meu passado com meu nível de consciência de hoje, faria algumas escolhas diferentes. E isso também em relação á maternidade.
A primeira delas seria ter escolhido um atendimento humanizado para pré-natal desde o início da gestação. Nada de um ultrassom por consulta, com um médico que me assustava com meu peso: Engordou 1 quiilo e meio? Não pode, só um quilo por mês. Não ia querer saber o sexo do bebê. Eu sempre soube e confiaria na minha intuição ou experimentaria uma doce surpresa. Não tomaria vitaminas, afinal, me alimento muito bem.
Faria a vivência musical da Isadora Canto para gestantes, a barriga de gesso. Curtiria mais cada etapa deste momento único que é a gestação.
Prepararia melhor meu períneo. Sempre trabalhei sua força, mas nunca a elasticidade. É preciso fazer uma massagem para que ele ganhe elasticidade. Isso eu não fiz e nem fui orientada a não fazer força no expulsivo.
Talvez a coisa mais chata do meu parto tenha sido uma laceração de 3º grau que me incomodou bastante na primeira semana pós-parto. Talvez esta preparação ajudasse a não lacerar. Fico devendo aqui um texto que comprova que a laceração é melhor que uma episiotomia, mas este é assunto para outro post.
Deixaria a câmera carregada e alguém encarregado para fotografar o trabalho de parto e parto. Mas para isso teria que ter sabido que aquilo era TP.
Logo depois do parto não daria banho no meu filho. Não há razão para retirar a proteção natural da pele do bebê. Eu o fiz porque fiquei com medo de não conseguir fazer sozinha. Hoje eu confiaria no meu instinto.
Não compraria berço e sim um colchão de casal que seria colocado no chão com proteções de almofadas na lateral. Afinal, como meu marido não se adaptou com a cama compartilhada, passei muitas noites dormindo num colchão de solteiro no chão.
Usaria fralda de pano. Sim, eu não usei, mas acho importante. Afinal tenho empregada diariamente e não seria trabalho a mais usar estas fraldas tão ecológicas.
Eu seria mais tranqüila com o processo alimentar do Miguel. Nossa introdução de alimentos foi tranqüila, mas no período de 8 a 24 meses, Miguel voltou a mamar praticamente só no peito e aceitar frutas e sucos. Confesso que foi a minha maior dificuldade mamífera que hoje levo com mais leveza (mas ainda é o calo no meu sapato).
Aproveitaria quando Miguel era recém-nascido para sair mais. Afinal ele era uma criança tranqüila que só ficava no peito. Tendo peito ele estava bem. Talvez fosse a mais peças de teatro, restaurantes e encontros na casa de amigos. Agora com ele maiorzinho é difícil ele dormir em qualquer lugar.
Enfim, são escolhas simples, mas que se eu voltasse atrás faria diferente. Ou terei outro filho para colocá-las em prática.
E você, o que faria diferente?
9 comentários:
Nossa, Kalu, seus post me incentivam demais! Eu passei por um maravilhoso TP em casa, mas acabei precisando de um PNH e como nao estava planejado foi totalmente desumanizado. Meu relato tá no meu blog. Tbm optei pelas fraldas de pano, mas como fico sozinha com meu Jorge de 1 mes, fica dificil lavar tudo, entao intercalo com as descartaveis. Enfim, eu mudaria o hospital onde pari e faria um plano B para meu PD. E contrataria uma empregada para me ajudar com as tarefas de casa e com as fraldas! rs
Ah, vou aproveitar a dica de seu texto: sair com Jorge sem medo sempre que eu tiver vontade, afinal, ele como o Miguel está\ sempre bem se tiver o peito por perto!
bjs e obrigada
kate - www.relampeando.blogspot.com
Pois é Kalu,
quem tem mais filhos compensa tudo o que não fez no primeiro, no segundo ou no terceiro...rssss
O quarto filho fica tão facil que praticamente se cria sozinho e a gente se torna tão mais leve, desapegada e tranquila com a vida...
=D
Legal que você esteja 'pensando' (mesmo que inconscientemente) num irmão para o Miguel...
Como sua admiradora mamifera, não te imagino com um filho só...=D
beijo
"Fico devendo aqui um texto que comprova que a laceração é melhor que uma episiotomia, mas este é assunto para outro post"
Estou aguardando ansiosa esse post.
E adorei o de hoje!!
"Fico devendo aqui um texto que comprova que a laceração é melhor que uma episiotomia, mas este é assunto para outro post"
Estou aguardando ansiosa esse post.
E adorei o de hoje!!
Não há um dia sequer que eu passe sem pensar em como eu gostaria de voltar ao dia em que entrei em TP e mudar absolutamente tudo. Eu fui pra cesárea SABENDO que era desnecessária, e isso me dói mais do que qualquer coisa. Por isso hoje fico com os dois pés atrás antes de tomar qualquer decisão em relação a meu filho, até remédio homeopático eu reluto em dá. Vou te contar, é difícil achar um meio termo nisso...
Eu teria me deixado enganar para fazer uma cesárea da minha primeira gravidez e também teria parado de trabalhar fora quando a primeira nasceu... assim ela não ficaria o dia inteiro na escolinha, mas comigo. Estou fazendo tudo diferente com o segundo bebê. E se vier o terceiro, com certeza haverá outras mudanças. Ótimo post.
Eu teria me deixado enganar para fazer uma cesárea da minha primeira gravidez e também teria parado de trabalhar fora quando a primeira nasceu... assim ela não ficaria o dia inteiro na escolinha, mas comigo. Estou fazendo tudo diferente com o segundo bebê. E se vier o terceiro, com certeza haverá outras mudanças. Ótimo post.
É muito importante se permitir e ser capaz de se refazer a cada dia, todo dia... Cada minuto é novo... Tenho uma sensação de que sempre posso melhorar e fazer o melhor pelo outro... de amar mais e com mais qualidade... de aprender sempre e que viver é se inventar a cada instante...estando quando e onde precisamos estar e ser... Estou adorando o Mamíferas!!! Dani
Maravilhoso Kalu!
A maioria das mulheres sempre dizem que se voltassem no tempo não faria nada diferente, como uma forma de dizer que não se arrependem da maneira que viveu, e principalmente como uma forma de tentar convencer a todos de que viveu da melhor maneira. Porém a minoria sabe que não é bem assim. E de que É O ARREPENDIMENTO que traz o desprendimento, e a maneira certa de se viver!
Parabéns sempre!
Fran
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