
por: Kathy
Vivem me perguntando como é o relacionamento do Sam com meu namorado. Várias vezes também já me pediram para falar um pouco sobre isso aqui no Mamíferas.
A grande questão é que eu não acho que exista propriamente uma receita de bolo a ser seguida pelos namorados das mamães e pelas namoradas dos papais. Cada situação é tão única, cada história tão cheia de detalhes, que fica complicado generalizar demais. Corro o risco de ser superficial, na verdade. Ainda assim, juro que vou tentar!
Em primeiro lugar, o óbvio: crianças são sempre extremamente espontâneas e agem com muita naturalidade. Com elas simplesmente não dá pra forçar. As mais novinhas, principalmente, não fazem média. Isso é muito legal porque dá muita verdade pra qualquer tipo de relacionamento.
É um termômetro mesmo, tudo fica muito nítido e claro. Mãe, pai e seus respectivos namorados devem estar atentos às reações: ciúmes, tristeza, indiferença, raiva, alegria, curiosidade, confusão. Como seu filho reage à pessoa nova que está chegando na vida dela? Essa reação é momentânea, acontece somente quando a pessoa está por perto, se mantém por algumas horas ou alguns dias?
É preciso paciência e carinho. Uma criança não e "conquistada" assim, de uma hora para outra. Nem de um mês para outro. É um processo demorado e constante. Aqui em casa vivi nitidamente esse processo e continuo acompanhando as evoluções do relacionamento do meu filho com meu namorado. É algo construído no dia-a-dia mesmo, com direito a tudo: conflitos, afeto, cumplicidade, brigas, amizade, aprendizado... Ih, se for aqui enumerar aqui o tanto de emoções e sentimentos vivenciados, a lista vai longe!
Acho importante sempre conversar. Mesmo com os menorzinhos, mesmo quando parece que eles não conseguem nos entender ou quando parecer sem sentido explicar qualquer coisa. Desde quando comecei a namorar converso muito com o Samuel sobre isso. Sempre repeti que o amava muito e que nada nunca iria modificar o que sentia por ele, por exemplo. Também costumo avisá-lo quando meu namorado vai aparecer na nossa casa e sempre falo sobre o que vamos fazer juntos ou para onde vamos, por exemplo. Acho que esse posicionamento ajuda a preparar os ânimos e demonstra respeito pela criança.
Estar junto é a forma que a gente encontrou por aqui de mostrar que estamos construindo algo e não separando mais a família que já temos. É claro que vez ou outra faço programas só com o Sam ou só com meu namorado, mas na maioria das vezes estamos juntos. Acho que isso demonstra pro meu filho que a idéia é compartilhar, não dividir.
Lidar com o ciúmes é essencial. O Samuel até hoje às vezes implica quando me vê de mãos dadas com meu namorado. A impressão que eu tenho é que vez ou outra ele ainda me "testa", como se quisesse saber se eu ainda gosto dele, se está tudo bem entre nós, rs. Portanto, é preciso calma para lidar com esse tipo de reação. Normalmente a criança está pedindo atenção de alguma forma para ter essa confirmação.
Com o tempo, ele passou a demonstrar ciúmes também do meu namorado e não só de mim. Pasou a pedir "confirmações" dos sentimentos que meu namorado tem por ele, o que prova que o entendimento dos dois tem sido cada vez maior e a ligação mais forte também.
Bom, não sei se citei aqui grandes novidades, mas acho que matei um pouco algumas curiosidades e dei alguns exemplos das experiências que rolam por aqui. Quem tiver boas dicas e boas histórias para dividir, por favor, nossos comentários estão aí pra isso sempre!
Imagem: www.gettyimages.com.br
3 comentários:
Poxa Kathy, q legal a historia de vcs!
vou mostrar pra minha irma, q é separada mas tem um filha, apesar da minha sobrinha ser grandinha, rola ciume quando minha irma fala em namorado.
Bjinhus e obrigada por compartilhar um pedaço da sua historia com a gente!
bjus
Muito legal o que vc escreveu.
Vc consegue passar tudo isso para o seu filho de uma forma mto saudável e sem traumas.
Beijos
Kathy, gosto muito da sua leveza consciente :)
Minha mãe foi uma jovem viúva aos 21 anos, e convivi com seu namorado antes dela se casar com o meu pai-não-genético aos 26. Eu adorava passear com eles, ir ao cinema, "passear na cidade"... Seu post me lembra essa fase.
Acho importante a clareza de que papai é uma pessoa, o namorado ou novo marido da mamãe é outra pessoa. Não há substituição, mas adição de pessoas à vida da cç.
Beijos com muito carinho :o))
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