por: Kathy
Outro dia, faz um tempinho já, o Sam se machucou na creche. Abriu o supercílio batendo o rosto num brinquedo do parque. Sangrou pacas, mas nem foi caso de levar pontos (só pontos falsos). Mas foi feio o machucado, claro. Ele chorou bastante, se assustou com o sangue, fui chamada na escola, fomos pro médico, aquela coisa toda.
Me senti meio culpada por não estar lá na hora. Aquele sentimento de mãe superprotetora. Acho que todo mundo que tem filhos conhece essa sensação. Comentei com a minha terapeuta sobre isso e ela me disse algo que achei muito importante: "Ainda bem que você não estava lá!". No começo achei meio estranho, mas depois entendi completamente e pra mim fez muito sentido!
Esse tombo e esse machucado foram ensinamentos grandes, para mim e para ele. Para ele acho que foram muitos os aprendizados: causa e consequência, lidar com a dor, descobrir que cair faz parte mesmo, e que de vez em quando a gente se machuca. Certamente ele aprendeu que pode sim ousar, buscar novos desafios e testar seus limites, mas que também precisa estar atento prestar atenção em onde pisa, onde sobe e como sobe. Muitas coisas!
Para mim, o aprendizado é o de que, infelizmente, por mais que eu queira, eu não conseguirei estar presente sempre. Não a todo momento, a cada dor e a cada queda. Também meio que me "caiu a ficha" de que cada uma dessas quedas vai ajudá-lo a crescer, a se desenvolver, a entender mais sobre ele mesmo e que não posso impedí-lo de aprender essas coisas sozinho, tirando por modelo suas próprias experiências.
É claro que se puder estarei por ali, ajudando, apoiando, aconselhando, mas não dá pra isolar meu filho do mundo e de todos os perigos, não dá pra evitar que ele se machuque, que se decepcione. Esse aprendizado dói em mim também. Doeu ver aquela carinha de choro, doeu saber que ele se frustrou e que eu não estava ali no mesmo minuto para abraçá-lo, para ajudá-lo a levantar e dizer que não tinha sido nada grave, mas acho que no fim os resultados foram bem legais para os dois.
Acho que dói um pouquinho também perceber que meu bebê está crescendo, rs... Mas esse é o objetivo de tudo, né? Vê-los crescer fortes, saudáveis, felizes. Com uma cicatrizinha aqui, um roxinho ali, mas um sorrisão no rosto, rs...
4 comentários:
Acho que toda queda vai doer exatamente do mesmo jeito que essa primeira doeu. Assim como todas as decepções. Mas acho que ser mãe é dar o pedaço mais importante de si para o mundo... Quem disse que é fácil?
Olá , estou passeando por aqui vendo as novidades. Passe lá ADORO receber rsrsrs , além do que é sempre bom ter companhia! Boa semana !!! Bisous
ai, que delícia de post! tenho um molequinho também, que está se iniciando na aventura de aprender a cair e levantar... e eu também estou aprendendo a deixá-lo, cada vez mais, aprender com a vida, com o mundo... acho que esse é um eterno aprendizado de mãe... sofreremos até o fim dos dias com esse sentimento!
beijo
É pensando nesse "vê-lo crescer" que me deparo sempre com a imagem de meus tios e tias se enchendo de felicidade ao comentar sobre o meu passado que não consigo lembrar. Os anos dourados para um filho não são os mesmos para os pais.
Na próxima vez, prometo tentar um aviãozinho com ele, só preciso ficar um pouco mais forte!
Um beijo,
Tio-Sam.
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