por: Ana Basaglia, mamífera convidada
Dentre tantos assuntos que eu poderia [tentar] desenvolver, essa questão, que me é cara, foi a escolhida: na vida, como cada um reage de maneira distinta perante a mesma dificuldade, não?
Assim como o parto (que teve um alto ibope recentemente aqui, com os inúmeros posts acerca de cesárea ser ou não ser parto), amamentação é um assunto que sucita críticas e defesas apaixonadas.
De um lado, mulheres que não conseguiram amamentar como queriam, e reclamam que as campanhas são inadequadas, que as informações são desencontradas e poucas, que elas bem que queriam mas não iriam deixar seus filhos passar fome por causa de um "capricho" ou "modismo" e, por fim, que elas não são menos mães por dar leite artificial a seus bebês desde a mais tenra idade.
Por outro lado, mulheres que superaram as (pequenas ou grandes) dificuldades iniciais, que se sentem plenas e satisfeitas com essa conquista, e que defendem a amamentação com unhas e dentes, muitas vezes sendo taxadas de xiitas.
Eu participo (também sou uma das moderadoras) de uma lista de discussão na internet que conversa sobre esse tema, e vejo mulheres dos dois tipos, claro. E sempre me pergunto qual é a grande diferença entre a mulher que tentou e não conseguiu da mulher que tentou e conseguiu... qual é esse "pulo do gato", qual foi o fator determinante, o que teve de distinto, oposto até, entre essas duas mulheres?
Não pode ser o "tipo" de dificuldade. Quantas relatam bico rachado e dor nos primeiros dias? Quase todas. Quantas superam esse mesmo problema depois de algumas semanas ou meses? nem todas... Cansaço: quantas não estão cansadas no começo, muito cansadas, nervosas, inseguras, isso tudo influenciando sua amamentação? Quase todas. Depois de alguns meses, quantas relatam segurança e confiança de que sua amamentação está no caminho certo? Nem todas... Quantidade de leite suficiente: quantas, principalmente as mães de primeira viagem, têm dúvidas de que seu suprimento é suficiente para seu bebê? No início, quase todas. Depois de algum tempo, quantas têm certeza de que são capazes de produzir todo o leite de que seu filho necessita? nem todas...
Se o ponto não é, portanto, o tipo de dificuldade, porque vejo com muita frequência que essas questões (com algumas pequenas variações, vá lá!) são comuns à maioria de nós, o que então faz com que algumas mulheres consigam superar esses problemas e outras não?
Eu, cada vez mais, me convenço de que a resposta é que algumas mulheres encaram a situação de maneira mais positiva, e outras mulheres são mais pessimistas... e isso fará toda a diferença!
Para algumas mulheres, o copo estará meio cheio. Para outras mulheres, o copo estará meio vazio. A partir dessa maneira de enxergar sua situação, cada mulher vai ter uma trajetória distinta.
Não estou menosprezando as dificuldades de ninguém. Não estou generalizando e/ou nivelando os problemas de ninguém. Só estou dizendo que faz uma diferença enoooorme a maneira como cada uma de nós encara seu desafio: positiva ou negativamente.
Então me diga: na sua história de amamentação, você enxergou um copo meio cheio ou meio vazio?
Em tempo: PRA MIM, amamentar (pelos 6 meses iniciais exclusivamente e depois por mais de 2 anos) é fundamental e imprescindível; não existe leite fraco/insuficiente nunca; existem pouquíssimas mulheres que não conseguirão amamentar (ou seja, toda mulher saudável é capaz de dar o peito ao seu bebê); os profissionais que acompanham as mulheres e seus filhos são, na sua maioria, mal-preparados/mal-informados. Qualquer que seja sua história, eu não acho que você seja mais mãe ou menos mãe em razão do tempo que você amamentou. Talvez seja mais mal-informada ou mais mal-orientada, mas nunca mais-mãe ou menos-mãe. Ok?
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21 comentários:
Adorei a reflexão... vejo desta mesma fortma, tato com relação à amamentação quanto com as dificuldades do parto.
Mas na minha opinião, o que me ajudou a superar as -enormes - dificuldades iniciais foi o apoio da minha mão, que me trazia um copo de leite de madrugada pra confortar a imensa dor que eu sentia, do meu marido, que ficava do meu lado, em silêncio, e do banco de leite, que me deu as orientações para superar a má fase... Apoio é fundamental!
Eu tb gostei muito da reflexão. Minha história de amamentação é super tranquila, não tive problema algum, amamentei exclusivamente minha filha até os seis meses, apesar dela ser super magra, abaixo da curva, ganhar pouco peso no começo etc. Ela tem 13 meses e mama em livre demanda. Sempre tive muito claro que iria amamentar prolongadamente e tive o cuidado de escolher um pediatra que apoiasse a amamentação e me orientasse corretamente. Sempre vi um copo meio cheio.
Já em relação à minha gestação e parto, infelizmente eu sempre vi um copo meio vazio e escolhi um profissional ruim, que acabou me levando a ter uma cesárea, que eu tenho certeza que foi super desnecessária. É uma tristeza e um arrependimento que vou carregar para o resto da vida.
Perfeita sua colocação, Ana. Eu acho que tem um outro fator: o parto. Esta é a minha opinião, OK? Quando a mulher se permite vivenciar o parto com a menor quantidade de intervenções medicamentosas, o leite tende a descer com mais facilidade, fazendo com que este início de amamentação seja mais tranquilo. Na maioria dos hospitais eles dão NAN para o bebê no berçário e amamnetação após o parto não é possível muitas vezes porque o bebê é levado e afastado da mãe. Tanto é que quem faz cesárea sabe que o leite costuma descer mais tarde do que em quem teve parto normal.
Sem contar que o baby blues atinge grande parte das mulheres e pode ser um momento que dificulta a amamentaão. E quem vê o copo meio cheio tem mais facilidade para sair dessa.
A minha experiencia com amamentação, hoje percebo, foi um pouco diferente.
Nao tive problemas com as mamas, fiz cesariana, mas o leite desceu bem. Na parte medica, ainda no hospital fui muito bem orientada, na questao da pega, tive alojamento conjunto, a pediatra do hospital foi um amor, dizendo que tudo estava normal. Ate me elogiou.
Mas uma semana depois do parto, tive uma infeccao e fique na casa da minha mae. Ai as coisas complicaram, minha mae so conseguia ver o copo vazio. Para ela, se o nene chorava (e o Zeze é chorao até hoje) era fome e o meu leite era fraco ou insuficiente. Se eu tivesse que tomar antibiotico ia passar para o leite e eu nao poderia amamentar. Ela nao teve leite suficiente (pelo menos foi o que disseram para ela) entao eu tambem nao poderia ter.
Quem me apoiou foi o pediatra que so dizia que ele estava ganhando peso normalmente e entao nao indicaria nenhum leite complementar. Outras "ajudas" foram na internet (pelo site das Amigas do Peito) e quando conheci voces e vi que era natural e desejavel amamentar.
Hoje o Zeze esta com um ano e quatro meses e mama no peito. Mas novamente começa a campanha contraria, dizem que o leite fraco em calcio para esta idade (isso quem disse foi um pediatra). A sorte que ele é bem espertinho e nao aceita nenhum leite alem do meu
No post anterior contei como AMO amamentar meu filho. Mas, infelizmente, sempre tive problemas. :/
Já amamentei chorando de dor, já tive os seios sangrando quando ele mamava, atualmente estou com o seio esquerdo machucado de novo, mas mesmo assim sou perseverante e continuo a amamentar, pois por maior que seja a dor o prazer sempre ganha!
O Uriel nunca tomou mamadeira ou outro tipo de leite que não o meu. Sempre vi o copo meio cheio! ;)
Como a Kalu disse, também acho que o parto influencia. Infelizmente tive uma cesárea, não foi marcada, tive todo o trabalho de parto e fiquei o tempo todo imaginando que meu filho estivesse nascendo de um parto normal. Mesmo não sentindo meu corpo da cintura pra baixo por causa da anestesia imaginei-me pressionando meu filho de uma foma como se ele realmente estivesse nascendo de forma normal, como se estivesse sendo pressionado para tirar o líquido dos pulmões, como se estivesse se integrando com os elementos no momento de ser recebido neste mundo.
Meu leite desceu super rápido, como se o parto realmente tivesse sido normal. ;)
O psicológico é o que mais conta!
Beijinhos
Lívia, mamãe do Uriel
Oi Ana
Eu fui uma mãe de primeira viagem mal preparada, no hospital depois de todo o sofrimento e descobertas na hora do parto, que foi cesárea necessária, vc conhece a minha história.
Eu tinha muito leite, muito e logo depois que eu sai da uti meu leite já estava descendo, era demais, e ele não pegou, elas não me ensinaram a fazer o certo, eu me lembro de ter sido motivo de piada varias vezes por outras coisas, quando said e lá, já triste e doente, eu chorava demais, eu sofria muito por ver meu leite escorrendo no rostod ele e ele nem olhava para mim, eu tive leite por 3 meses, e nesses 3 meses ele mamou o meu leite que era ordenhado de uma em uma hora. Mais não era assim que eu tinha sonhado.
Com a Hel, eu estava mais preparada para a cirurgia, estava conformada, tinha me tratado para me curar da depre pós parto que eu achava uma puta frescura, mais depois que eu senti como é, nunca mais vou duvidar de ninguem, é a sensação mais pertubadora que existe, eu tentei me matar varias vezes, a ele eu não fiz nada fisico, mais abandonei ele a própria sorte quando não insisti mais.
Com ela assim que eu sai da uti, meu leite era levado para ela de tres em tres horas, e ela mamava por sonda.
Quando eu sai e pude conhece-la, um sutia de tam 54 não servia, de tanto leite, e doia muito, a cabeça dela era menor que meu peito rsrsrs, mais tinha uma pessoa para me ensinar e me incentivar, todos os dias durante uma semana, de 3 em 3 horas, e com dor, com dificuldade ela foi aprendendo, eu ordenhava 300ml, 4 vezes por dia, porque era muito dolorido e ela não conseguia mamar muito.
Em casa ela parou de tentar, chorando eu consegui colocar e esperar que ela pegasse, e o que era demais eu tirava com a mão e colocava na geladeira com medo de que acontecesse de novo, mais ela pegou, por uma semana eu tremia a cada vez que ela sentia fome, o que era de uma em uma hora, sangrou, rachou, deu febre, mais eu insisti, eu queria sentir aquilo pelo menos.
Eu cheguei a dar mama para 3 bbs de tanto leite.
quando ela completou 4 meses, eu estava derrubando copos, tropeçando, e mal me levantava da cama de dor, ( reumatismo) e a minha médica pediu para que eu parasse e pensasse se eu queria correr o risco de derruba-la, eu parei de amamentar, hoje ela tem um ano e eu ainda tenho leite, a dois meses não tomo mais remédio, faço acunpuntura, mais ela não pega mais, como eu queria poder ter procurado por isso antes. Eu amava dar de mama.
É a sensação mais gostosa, mais rica de sentimentos e mais gratificante que eu senti.
Parece que só amamenta quem nao tem problemas. Tb chorei, gritei pra dentro, as evzes torcia para o bebe demorar a acordar so para ter um alivio.
Realmente há pressao social. "Dei mamadeira e nunca matei meu filho", dizem algumas maes e sogras.
Amamentar é como parir. Tem que se informar, tem que acreditar, tem que mergulhar, senao hj em dia, nao consegue.
Uma mulher preparada e segura para a maternidade sofre mto menos.
Essa nóia de "menos mae" vem do nosso orgulho de termos conseguido ultrapassar barreiras dificeis hj em dia. E depois que passa, nao tem mais jeito, mas é sempre possivel melhorar o quadro!
Amamento por tanto tempo e quero ter tantos filhos para, sei la, ficar em êxtase mais tempo. rs
Bjs
Acho que nessa história toda tem muito do posicionamento da mãe diante dos desafios, em que entra sim essa parte de como vê a vida no geral. Se é copo cheio ou vazio.
Geralmente depende mesmo da perspectiva de quem olha, vê, enxerga...
Mas tem um outro fato que deve ser levado em consideração: o contexto social e cultural no qual essa pessoa está inserida e o seu grau de criticidade diante da pressão que o ambiente exerce sobre ela.
Ela pode querer amamentar, em seu íntimo vê o copo meio cheio, mas não consegue se posicionar diante da pressão de mãe, avó, marido, pediatra, etc e desiste.
Ela pode querere amamentar e não acredita em si mesma e desiste crendo que fez o melhor. Daí geralmente aparecem as "menos mãe x mais mãe" que no fundo é mais um argumento vazio e defensivo.
E existem àquelas que querem, enfrentam dificuldades e desafiam o ambiente externo que pressiona.
Acho que muitas variáveis entram nessa equação: informação, segurança, peito (literalmente), garra, etc...Claro que se a perspectiva de onde parte for na direção do pessimismo todo o contexto vai favorecer o desmame.
Por isso acredito que a mulher precisa se fortalecer para peitar todo mundo e botar fé de que é capaz.
Seria tão mais fácil se as indústrias de leite artificial, as maternidades, os pediatras não atrapalhassem...
Gostei do post! Valeu Ana [sagaz] B.
Beijos!
Muito legal o texto da Ana. Super completo, esclarecedor, sutil... Ana eu te amo!!! Ai que saudades!!!
Pra mim é uma questão de crer! Seja lá em que, mas em alguma coisa tem que crer.
Eu acreditei que podia, apesar de tudo e de todos. Fui atrás da informação que eu queria ver (opa! mais um segredo aqui!!!) e deu tudo muito certo.
Beijos!!!
Carla
Faltava uma AnaB por aqui!
Que saudades do jeito que vc fala... parabéns, mamíferas, pelo blog, pelas escolhas!
Adorei o post, e o comentário da Peróla foi maravilhoso, pelo menos pra mim foi totalmente condizente.
Passei exatamente por tudo isso que ela falou, fui fraca e não soube administrar a pressão externa, e isso do começo ao fim. Na gravidez inteira, o parto e a amamentação, meu copo estava completamente vazio, nem sei se dava pra dizer que havia um copo!
Eu fui conhecer o universo mamífero através de uma amiga muito querida no dia que minha filha nasceu, estava hiper deprimida e dependente de pessoas que não me davam a miníma bola e só me criticavam. Talvez pra tentar agradar ou ser querida eu acabei cedendo mesmo querendo que fosse diferente, foi uma grande confusão nesse período e pensava que nunca mais ia ser capaz de ter outro filho, justamente por me achar muito menos mãe por não ter conseguido enfrentar as dificuldades da amamentação principalmente.
Mas depois de entrar cada vez mais nesse mundo fui me envolvendo e criando minha filha da forma mais mamífera possível e sei o quanto é gratificante e como as recompensas vem a todo momento, tanto no comportamento dela como com a minha consciência.
Ainda acho importante a forma como sou julgada como mãe e isso é algo que ou me felicita ou me incomoda muito (dependendo do que é dito), mas já não deixo que isso tome conta dos meus pensamentos e da minha forma de agir.
Tenho as minhas crenças e agora 3 anos depois que estou grávida novamente já estou fazendo tudo diferente e vivendo a gravidez do jeito que eu quero, mesmo que receba criticas e que não receba apoio, aprendi a encontrar forças dentro de mim uma vez que sou capaz de matar um leão por dia pra educar minha filha do jeito que acredito.
Beijos, ótimo post Ana.
Otimo comentário Pérola, você é de uma sensibilidade incrível!
Justificativas e pesquisa existem para todos os lados.
A minha vivência de amamentaçaõ com as dificuldades que passei infelizmente é bem comum. Mas o que me diferenciou, ou o que difrenecia a Ana B, ou a Analy ou a Flávia ou a Heather é o que fazemos com a nossa experiência. Ou seja, como disse a ana b depende se o copo esta meio vazio ou meio cheio. Me empodera pegar a minha atrapalhada amamentação inicial e transforma-la na Matrice! Sorte a minha que trabalho com essas mulheres e essa mulher!
bjocas E PARABENS Mamifera pela escolha!
Oi Ana B,
gostei muito do seu escrito e da sua leveza e facilidade em encontrar palavras objetivas para expressar seu olhar do mundo de dentro fora, fora dentro.
O meu é assim, eu gosto de leite, adoro leite. Minha mãe nos amamentou (somos três meninas e nos pariu pela vagina, com dor e nenhuma atenção em hospital público).
E eu tomei muito leite de vaca, aliás, tomo até hoje, tomava leite de vaca direto da tetona da vaca para meu copo, é delicioso, sai quentinho espumante inesquecível.
E quando grávida, estava certa, pariria em casa, tá louca de ir para o hospital, de jeito nenhum, em casa tive minhas duas filhas, no peito amamentei minha duas filhas, e após os dentes surgirem também usei mamadeira para as meninas e todos os tipos de líquidos que eu gosto: leite de VACA, leite de soja, sucos, água, NUNCA refrigerante, etc.
E muito peito tantas vezes eu queria dar, nem todas as vezes que elas queriam, mas SIM todas as vezes que EU queria dar, até 1 e meio para cada (mais ou menos).
Bico rachado, por alguns dias, dor absurda, morder travesseiro para conseguir dar o peito, muita vezes com a primeira filha, na segunda, pô áí já era tranquilo, tudo eu sabia que ia passar que ia dar certo.
E leite eu continuo dando tomando bebendo de VACA, que eu gosto tanto quanto gostei de amamentar.
Meu copo é bem cheio, tanto quando eu amamentava, tanto quando eu fui amamentada pela minha mãe e pelas minhas vacas.
continua...
continuando...
Somos tão únicos né, eu já sofri por muitas coisas, hoje acho que nem mal-informada ou bem-informada é cada pessoa, cada pessoa é o que quer ser, e se alguém quiser ser coisa diferente sempre vai buscar ser, hj são 90% de cesáreas em hospital, então para mim, hj são 90% de mulheres que querem ser assim, se outras depois delas quiserem ser diferente serão.
Não quero mais me incomodar com a diferença, as vezes, uma amiga nem troca idéia comigo quando fica grávida, afinal, eu sou aquela que SÓ PARE EM CASA, mas as vezes, uma amiga distante entra em contato para me contar feliz que está grávida, porque sabe que eu ficarei muito feliz junto com ela, e as vezes, ela quer saber se eu gostei se eu sou feliz com o parto que eu tive...aí a gente conversa, se a gente quiser conversar.
beijos,
Alexandra
Oi pessoal! Adorei o post, como sempre esclarecedor. Só acho que ñ dá para ficarmos pensando no que passou, ficarmos nos cruxificando se ñ conseguimos ter parto normal ou se ñ conseguimos amamentar adequadamente, etc e tal. Acho que devemos pensar que dá proxima vez tudo será diferente, satisfatório e que o copo vai estar sempre meio cheio.
bjos para todas
Sheila
meninas, A-DO-REI o retorno e o comentário de vcs!
o assunto não se esgota aqui, claro, mas é bom saber que vcs entenderam meu pt de vista, parte de um todo!
bjs e longa vida ao blog mamíferas!!!
anab, amiga querida de ativismo, cada mulher é um universo de complexidade, já sabemos. acho que otimismo e pessimismo são variáveis importantes na equação, e será a história de cada mulher que irá determinar um ou outro comportamento diante da amamentação. haverá para cada mulher o seu pulo do gato: para mim foi o e-mail do (possivelmente) Marcus Renato do aleitamento.org, nos idos de 1998, numa internet que engatinhava. Ele disse: "o que estimula a produção do leite é exclusivamente a sucção do bb". E aquilo destravou minha crença construída inconscientemente ao longo da vida, pelas infos e imagens que entram pelo canto do olho, de que é preciso tomar isto ou aquilo pra fazer leite. E eu pude largar os chás pelo abismo e a coisa engrenou. E, vc sabe e eu sempre gosto de contar, isto depois da consultora de amamentação do Einstein sair da minha casa dizendo que eu não tinha leite... E ilustrando o que vc diz no post, esta mesma chave não abriu outras portas, não fez o clic para que outras mulheres conseguissem, não porque elas fossem mais pessimistas em relação à vida, mas porque a história de vida delas, o conjunto das informações que construiu os conceitos dela foi outra, totalmente diversa da minha. O que nos move, na Matrice e na vida, é a certeza de termos informações importantes, decisivas, que podem fazer a diferença para que muitas mulheres tenham sucesso na amamentação. E depende muito, mas muito mais de nós encontrar a palavra mágica que fará com que elas olhem para o copo de forma diferente, do que delas propriamente, que vivem num contexto adverso à mamiferice. É preciso, como vc faz, como a Matrice acredita, amar essas mulheres num primeiro momento, para em seguida conectar-se a elas, e então sentir, mais do que saber, qual chave abrirá os caminhos límbicos para o copo sempre pleno de ocitocina e leite. Superabraaaaaço.
Eu tenho uma história de amamentação que envolve todas as dificuldades que existem, eu procurei ajuda, no começo enxerguei o copo meio cheio, mas depois as coisas vão mudando de figura, todos tratam de todas as dificuldades iniciais, mas as dificuldades remotas (após os 3 primeiros meses) SEMPRE são ignoradas, afinal é uma minoria(eu procurei ajuda novamente e não encontrei NENHUM lugar, nem NINGUÉM, que pudesse auxiliar) então qdo você se vê sozinha, lutando por uma causa que parece que é só com você, o copo passa a estar meio vazio. Depois de superada a frustração eu enviei meu relato a todos os grupos de discussão sobre o tema, e nunca obtive resposta, nunca publicaram meu relato, então penso (posso estar errada, mas...) que é possivel incentivar, auxiliar, quando trata-se de um problema "quase" generalizado (como é rachaduras, dor, leite fraco, pouco leite etc), mas quando o problema ultrapassa esse limite, ficam todos perdidos.
Esclarecendo, eu tive bebê sem guanho de peso, pedido de complementação aos 15 dias de vida, bolhas, rachaduras por 2 meses, bebê vomitando jatos pq mamou muito sangue, bebê com meningite aos 45 dias de vida e médicos querendo entrar com leite artificial para segurar a diarréia provocada pelos medicamentos e eu resisti a tudo isso, após 1 mês de estabelecida a amamentação (sem sofrimentos) a minha filha (então com 4 meses) simplesmente passou a recusar o peito, copinho, bico, qualquer coisa que contesse leite materno dentro, perca de peso novamente, volta ao trabalho batendo na porta, vamos atrás de ajuda...não existe!!!ninguém sabe, ninguém viu, tudo que se escuta é "meu filho sempre amou o peito, foi terrível para tirar, se eu deixasse mamava até hoje".
Aos trancos e barrancos, com baixo peso amamentei exclusivamente até os 5 meses, qdo iniciei a papinha salgada que ela aceitava muitissímo bem, ordenhei durante 1 mês no trabalho, mas ela não tomava o que eu deixava, chegaram ao cúmulo de me dizer que meu leite azedava, aos 6 meses, minha filha fazia cara de nojo quando eu a colocava no peito, eu tomava banho antes de amamenta-la, usava sabonete neutro e blá, blá, blá...
Aos 8 meses, desisti, estava prejudicando meu vinculo com a minha filha, afinal as mamadas eram uma guerra, ela chorava e eu tentava a todo custo que ela pegasse o peito, juntou o leite diminuindo pq ela não mamava enfim é tanta coisa que não dá para escrever.
Fica o desabafo e o pedido de que alguém que tenha interesse me ajude a encontrar informações sobre esse tipo de dificuldade, faz 2 anos que busco uma resposta.
Obrigada.
Meu e-mail priscila.gomes@quattro.ind.br
Eu resumiria em paciência, quer dizer, a falta dela...
Caso ñ haja alguém apoiando 100% piora ainda mais...
Todas querem a mais simples desculpa p darem leite artificial.
Bico invertido, leite fraco, pouca quantidade, enfim.
No meu caso meu bico não rachou e sim rasgou, na realidade, passei um tempo tendo dois bicos... Graças a Deus voltaram ao normal.
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