Amor ao Cubo

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por: Tata

Outro dia me pediram nos comentários um post sobre a relação das nossas três pimentinhas, a Ana Luz e a Estrela, gêmeas de 4 anos, e a nossa caçulinha, Chiara, que acaba de completar 2 meses de vida.

Eu já disse aqui o quanto eu acho que ter irmãos é um barato dos grandes, uma experiência que todo mundo deveria ter. Tem um ditado que diz que ninguém é mais parente que irmão. Eu acho que é verdade. Porque irmão é aquela pessoa com quem você divide e dividiu tudo, desde sempre. Uma vida em comum, uma história compartilhada. É algo que a gente carrega pra sempre.

E poder acompanhar, como observadora, o nascimento dessa relação entre as minhas primogênitas e a irmãzinha recém-chegada tem sido um barato imenso, também. Tenho aprendido demais vendo os passinhos cuidadosos que elas dão, cada uma de seu lado, tentando se conhecer, descobrir-se, desvendar-se.

Ana Luz e Estrela têm fascinação pela Chiara. Isso, desde os primeiros minutinhos de vida da pequena, quando ela mamava tranquila sob os olhares atentos e curiosos das irmãs mais velhas. Chega a ser engraçado, e a gente tem inclusive que estar sempre de olho, porque se bobear, elas querem levar a Chiara pro quarto, fechar a gente do lado de fora e ficar lá, contentes da vida, curtindo a delícia de ter uma irmã caçula.

São carinhosas, que dá gosto de ver. É só a irmã estar sozinha no meio da cama, ou sentadinha no bebê conforto, ou seja lá onde for que a pequena estiver longe dos delírios controladores de papai e mamãe, que as duas correm, vão chegando pertinho, estendendo as mãozinhas, acariciando o cabelinho da pequena, suas bochechinhas, pegando na mãozinha, falando com vozinha adocicada.

Falam da irmã, pra nós e para os outros, com uma ternura de fazer aquecer o coração. Contam o que a irmã já faz ou deixa de fazer, sempre com aquela propriedade de irmãs mais velhas. Uma delícia.

Não podem ouvir a irmã dar um resmunguinho, que já saem desesperada: "mamãããããe, a Kiki tá chorando!". Se eu não atendo ao primeiro chamado, a ladainha não pára: "mamãããããe, mamããããe, mamãããããããããããe!!! vem ver a Kikiiiiii!!".

Querem me ajudar em tudo, acompanham o banho, a troca de fraldas, opinam na hora de escolher a roupinha, dizem o que combina e o que não, fiscalizam a mamada, controlam tudo, participam de tudo, querem saber de tudo, curtem tudo.

Se sentem importantíssimas quando peço pra distrair a irmazinha, quando digo que ela está gostando de algo que estão fazendo, quando recebem um sorriso de orelha a orelha que a pequenina lhes presenteia.

Aliás, assim acontece do outro lado: a Chiara, tão pequenina, tão bebezinha, já demonstra uma felicidade desconcertante quando as irmãs chegam perto. Sorri com as brincadeiras, os olhinhos brilham, as perninhas e bracinhos não páram, entregando a excitação. Parece mesmo que quer sair correndo de uma vez, e ir contente participar das brincadeiras. O que logo logo vai estar acontecendo. Certamente, mais rápido do que eu poderei assimilar.

Tudo isso, e eu ali, só de longe, só olhando, só curtindo. Olhos rasos d'água, sempre. Com o coração transbordando ternura, tanta. Essa poesia mais linda do mundo de ver minhas três filhotas desvendando-se mutuamente.

Tudo bem que mãe é bicho besta, mesmo. Chora por qualquer coisa, se derrete sem mais nem menos.

Mas ternura desse jeito, carinho a seis mãos, arrisco dizer que derreteria até a mais gelada das criaturas. Porque é doçura pra ninguém botar defeito.


Imagem: arquivo pessoal (Estrela, Chiara e Ana Luz, se curtindo e se descobrindo)