por: Tata
Quando o assunto é parto, sempre se fala muito sobre a dor. A "dor do parto", mítica, ameaçadora, "a pior dor do mundo", aquele blábláblá todo. Sempre nos vêm à cabeça aquelas cenas de filmes, novelas, seriados, onde uma mulher parindo é sempre motivo pra por em cena uma criatura toda desesperada, uma gritaria doida, muito choro, muito desespero, muito descontrole.
Eu acredito que essa tal "dor do parto" é, antes de tudo, cultural. A gente cresce ouvindo que parir dói. Quando alguma coisa é muito dolorida, costuma-se exemplificar dizendo que "só não é pior do que dor do parto". E essas idéias vão ficando na nossa cabeça, sem que a gente se dê conta. E um belo dia, quando a gente se vê barriguda, vem o medo da tal da 'dor do parto'. Sem que a gente saiba direito que dor é essa, como ela é, sem nunca ter vivido nada parecido, a gente já sabe: o negócio é duro de aguentar.
A questão é que a gente acaba nem se dando conta do quão absurdo é a gente ter medo de algo que nem sabe direito como é. Afinal, para uma grávida de primeira viagem, que nunca pariu, como dizer: "ah, eu não aguento a dor do parto!!". Como saber se você aguenta ou não, sem ter experimentado?
Se alguém chega pra mim, numa segunda, terceira ou quarta gravidez, e diz: "ah, eu já passei por um trabalho de parto, sei bem como é, e eu não aguento a dor, não!!", eu juro que nem argumentar eu tento. Afinal, a dor é uma percepção muito pessoal, mesmo. O que é suportável pra mim pode não ser para outras.
Agora, o que eu não entendo mesmo, por mais que tente, é ouvir de uma grávida de primeira viagem, que nunca sequer viveu a experiência de um trabalho de parto, dizendo de antemão que não vai aguentar. Ué, será que tem bola de cristal?? O negócio nem começou, mas ela já sabe que não vai aguentar?
Se você tem essa sensação, de que a dor é demais, insuportável, e que você não vai dar conta, eu te diria o seguinte: dê-se uma chance. A gente não sabe como vai reagir a uma situação até passar por ela. A gente não sabe do que é capaz até que precise dar conta do recado. A gente não sabe a força que tem, até precisar usá-la.
Se você nunca passou por um trabalho de parto, você não sabe o que é essa dor. Porque dor não se explica, não se mede, não se demonstra. Dor a gente sente, e cada um sente a sua, cada um de um jeito, cada um com os seus limites. E a gente não sabe quais são, até tentar ultrapassá-los. Você pode se achar 'fraca' pra dor, e se surpreender com a própria força. Mas você nunca vai saber, se não tentar.
Além disso, existem mil maneiras de se lidar com a dor, durante o trabalho de parto. Água quente nas costas, banheira, massagens, bola de yoga, respiração, dança, tem muita coisa que ajuda.
Se na hora 'P' você achar que a dor é insuportável mesmo, e que esse papinho-de-ativista-do-parto-natural de que a dor não é tudo isso é conversinha pra boi dormir, nada te impede de pedir uma anestesia. São escolhas, e você pode fazer as suas. Só não deixe que escolham por você, sem que você tenha tido o gostinho de experimentar, pra poder decidir por si.
O que eu posso dizer, tendo vivido a experiência duas vezes, é que grande parte da dor tem a ver com o ambiente em que você se encontra, da segurança que sente, do quanto está à vontade para se entregar e vivenciar o processo, sem medos, receios, entraves. A dor, muitas vezes, é mais psicológica do que física. É aí que entra aquele círculo vicioso medo-tensão-dor. Quando a gente sente medo, fica tenso. A tensão aumenta a sensibilidade, e portanto, a dor. Mais dor faz a gente sentir mais medo, e a coisa vira uma bola de neve. Por isso é tão importante a gente ter um profissional em quem confie, que nos faça sentir seguras. Por isso é tão fundamental um ambiente de tranquilidade, onde a gente possa relaxar. Por isso sentir o apoio de quem está do nosso lado é tão imprescindível - é incrível o que uma mão amiga, ou uma palavra carinhosa pode fazer nessas horas. Por isso é essencial que a gente esteja confiante, entregue.
Aliás, vale lembrar também que a fantasia da 'cesárea salvadora e indolor' é apenas isso: fantasia. A cesareana é uma cirurgia de médio porte, onde sete camadas de tecido são cortadas. Dá pra acreditar que você vai passar por esse processo sem dor? Você pode até não sentir na hora, mas depois, no pós-parto, das duas, uma: ou você vai se encher de anti-inflamatórios, analgésicos e afins pra dar conta, ou vai ter que encarar a dor, porque aí sim, ela é inevitável. E o que é pior: você vai ter que dar conta da dor no pior momento, porque aí você já tem um bebezinho dependendo de você, precisando ter fralda trocada, tomar banho, querendo mamar no meio da noite e tudo mais.
Quando a gente encara a dor de um parto natural, por outro lado, é feito mágica: no momento exato em que o bebê nasce, a dor vai embora, e em questão de segundos a gente já nem lembra mais que dor era aquela. A gente chega quase a agradecer. Porque aquela dor amiga, que você tanto temia, te trouxe o maior presente do mundo: o teu filhote nos braços.
Imagens retiradas do livro "Nasce um Bebê... Naturalmente", de Naolí Vinaver
Quando o assunto é parto, sempre se fala muito sobre a dor. A "dor do parto", mítica, ameaçadora, "a pior dor do mundo", aquele blábláblá todo. Sempre nos vêm à cabeça aquelas cenas de filmes, novelas, seriados, onde uma mulher parindo é sempre motivo pra por em cena uma criatura toda desesperada, uma gritaria doida, muito choro, muito desespero, muito descontrole.
Eu acredito que essa tal "dor do parto" é, antes de tudo, cultural. A gente cresce ouvindo que parir dói. Quando alguma coisa é muito dolorida, costuma-se exemplificar dizendo que "só não é pior do que dor do parto". E essas idéias vão ficando na nossa cabeça, sem que a gente se dê conta. E um belo dia, quando a gente se vê barriguda, vem o medo da tal da 'dor do parto'. Sem que a gente saiba direito que dor é essa, como ela é, sem nunca ter vivido nada parecido, a gente já sabe: o negócio é duro de aguentar.
A questão é que a gente acaba nem se dando conta do quão absurdo é a gente ter medo de algo que nem sabe direito como é. Afinal, para uma grávida de primeira viagem, que nunca pariu, como dizer: "ah, eu não aguento a dor do parto!!". Como saber se você aguenta ou não, sem ter experimentado?
Se alguém chega pra mim, numa segunda, terceira ou quarta gravidez, e diz: "ah, eu já passei por um trabalho de parto, sei bem como é, e eu não aguento a dor, não!!", eu juro que nem argumentar eu tento. Afinal, a dor é uma percepção muito pessoal, mesmo. O que é suportável pra mim pode não ser para outras.
Agora, o que eu não entendo mesmo, por mais que tente, é ouvir de uma grávida de primeira viagem, que nunca sequer viveu a experiência de um trabalho de parto, dizendo de antemão que não vai aguentar. Ué, será que tem bola de cristal?? O negócio nem começou, mas ela já sabe que não vai aguentar?
Se você tem essa sensação, de que a dor é demais, insuportável, e que você não vai dar conta, eu te diria o seguinte: dê-se uma chance. A gente não sabe como vai reagir a uma situação até passar por ela. A gente não sabe do que é capaz até que precise dar conta do recado. A gente não sabe a força que tem, até precisar usá-la.
Se você nunca passou por um trabalho de parto, você não sabe o que é essa dor. Porque dor não se explica, não se mede, não se demonstra. Dor a gente sente, e cada um sente a sua, cada um de um jeito, cada um com os seus limites. E a gente não sabe quais são, até tentar ultrapassá-los. Você pode se achar 'fraca' pra dor, e se surpreender com a própria força. Mas você nunca vai saber, se não tentar.
Além disso, existem mil maneiras de se lidar com a dor, durante o trabalho de parto. Água quente nas costas, banheira, massagens, bola de yoga, respiração, dança, tem muita coisa que ajuda.
Se na hora 'P' você achar que a dor é insuportável mesmo, e que esse papinho-de-ativista-do-parto-natural de que a dor não é tudo isso é conversinha pra boi dormir, nada te impede de pedir uma anestesia. São escolhas, e você pode fazer as suas. Só não deixe que escolham por você, sem que você tenha tido o gostinho de experimentar, pra poder decidir por si.
O que eu posso dizer, tendo vivido a experiência duas vezes, é que grande parte da dor tem a ver com o ambiente em que você se encontra, da segurança que sente, do quanto está à vontade para se entregar e vivenciar o processo, sem medos, receios, entraves. A dor, muitas vezes, é mais psicológica do que física. É aí que entra aquele círculo vicioso medo-tensão-dor. Quando a gente sente medo, fica tenso. A tensão aumenta a sensibilidade, e portanto, a dor. Mais dor faz a gente sentir mais medo, e a coisa vira uma bola de neve. Por isso é tão importante a gente ter um profissional em quem confie, que nos faça sentir seguras. Por isso é tão fundamental um ambiente de tranquilidade, onde a gente possa relaxar. Por isso sentir o apoio de quem está do nosso lado é tão imprescindível - é incrível o que uma mão amiga, ou uma palavra carinhosa pode fazer nessas horas. Por isso é essencial que a gente esteja confiante, entregue.
Aliás, vale lembrar também que a fantasia da 'cesárea salvadora e indolor' é apenas isso: fantasia. A cesareana é uma cirurgia de médio porte, onde sete camadas de tecido são cortadas. Dá pra acreditar que você vai passar por esse processo sem dor? Você pode até não sentir na hora, mas depois, no pós-parto, das duas, uma: ou você vai se encher de anti-inflamatórios, analgésicos e afins pra dar conta, ou vai ter que encarar a dor, porque aí sim, ela é inevitável. E o que é pior: você vai ter que dar conta da dor no pior momento, porque aí você já tem um bebezinho dependendo de você, precisando ter fralda trocada, tomar banho, querendo mamar no meio da noite e tudo mais.
Quando a gente encara a dor de um parto natural, por outro lado, é feito mágica: no momento exato em que o bebê nasce, a dor vai embora, e em questão de segundos a gente já nem lembra mais que dor era aquela. A gente chega quase a agradecer. Porque aquela dor amiga, que você tanto temia, te trouxe o maior presente do mundo: o teu filhote nos braços.
Imagens retiradas do livro "Nasce um Bebê... Naturalmente", de Naolí Vinaver
17 comentários:
Para mim, a dor do parto foi algo muito simples que traria minha filha para mim. Nem lembrei que existia anestesia. Mas o primeiro parto foi hospitalar e teve soro, anestesia, que para mim fez pouca diferença e episio. Hoje, acho totalmente idiota a idéia de um RN receber anestesia de bobeira para nascer, como acontece em partos normais hospitalares. A mãe é quase sempre induzida a anestesia, nem sabe que pode argumentar, que pode não querer.
Conheço uma mulher que tinha alergia a anestesia e o médico fez duas cesáreas nela por isso, ela inchou totalmente nos dois pós-partos, um horror, mas o médico NUNCA cogitou parto sem anestesia.
Meu parto sem anestesia foi mágico, intenso, uma aventura, melhor que qualquer esporte radical, noite com amigos e compartilhado com meu marido e minha filha, tem coisa melhor?
Acertou em cheio na tradução literal do terrorismo acerca da tal dor do parto.
Sofri esse terror e acredito que todo mundo sofre-é cultural.
Lamentável que isso ocorra.
Mais lamentável ainda é que a maioria da população cede ao terrorismo;cesárea sem pestanejar!
Mas uma coisa eu tenho orgulho de dizer:sou osso duro de roer e gosto muito de ver pra crer(pura teimosia,eu sei,mas isso jah me valeu para algumas coisas na vida)e com todo meu jeito cabeça dura de ser quis viver o trabalho de parto;decisão acertada essa,que fez minha bebê nascer.
Viva,minha bebê nasceu e não "foi nascida"!
Teve dor?
Ô,se teve.Tudo sem anestesia,afinal,eu queria sentir tudo.Tudo mesmo.
abç aeee
valeu muito por chamar atenção pra isso!
A minha expreiência foi uma cesárea, nada tenho a dizer sobre a dor do parto natural. Não entrei em trabalho de parto, foi cesárea eletiva. Passei mal dois dias antes, fiquei com muito medo e decidi que queria fazer logo o parto. Não tive nenhum problema com a cesárea, não senti dores, não fiquei andando encurvada, subia e descia as escadas da minha casa, retirei os pontos com antes do previsto pois já estavam cicatrizados. Mas tenho muito curiosidade sobre o parto natural. Acredito que cada mulher vivencie a dor de uma forma diferente e dá significado tmb de forma diferente. No próximo bb quero poder entrar em trabalho de parto se isso for possível. Mudei de médico e vou investigar o que aconteceu comigo (sintomas de AVC transitório)pra saber se terei condições de realizar um parto natural. Agora tenho uma dúvida sobre a cicatrização da episio. Se dói e quanto tempo depois retiram-se os pontos.
Beijosssssss
Tathy,
a probabilidade de vc poder parir naturalmente é imensamente MAIOR que o contrário. Essa sensação de dúvida que está em você vem da crença da nossa cultura, de que parto seria algo muito difícil. Isso não é real, muito menos científico. Parir é a regra na natureza.
A epísio é outra deturpação do ato de parir. Todos os profissionais do parto que deixam de praticar epísio de rotina para fazer quando necessário, atingem 0% de epísios! Simplesmente porque a epísio não é um procedimento necessário! É apenas o símbolo do ato médico num processo que, sorry doctors, não prescinde de intervenções para acontecer. Parir é tão fisiológico qto respirar, digerir, reproduzir, pensar. Intervenções são necessárias apenas qdo há patologia. Nossa cultura criou a noção contrária.
Se quiser saber mais, sugiro o site da Parto do Princípio www.partodoprincipio.com.br Lá vc encontra muita informação, inclusive outros endereços com listas de discussão onde vc pode tirar todas as dúvidas que tiver sobre parto.
Te desejo um próximo parto bem prazeroso!
Eu entrei em trabalho de parto, eu queria muito ter tido um parto normal mas após 6 horas do TP entrei em pré-eclampsia e tive que sofrer uma cesárea.
Meu pós-parto não foi difícil, mas tive sim que me entupir de analgésicos e sofri mesmo é com a amamentação.
Até hoje essa cesárea ainda não me desce, eu vi todos os exames e não tinha um médico cesarista que ficou tão chateado quanto eu por não ter tido o parto como planejávamos, penso que se entrei na pre-eclampsia é pq estava com medo, desamparada e me sentindo muito sozinha.
Estou grávida de novo e estou desde já me concentrando, casulando pra encontrar em mim mesma esse apoio, esse carinho e essa força que vou precisar quando nós formos nascer.
Tenho certeza que vai ser tudo diferente!
beijos
A dor do parto deve ser ótima, pois como vc falou no fim das contas ela é que vai te trazer seu filhote.
Eu senti tudinho, um trabalho de parto de menos de 5 horas, todas as contrações, dilatação praticamente total, mas fui pra cesárea pq meu filho estava pélvico. :( Fiquei muito triste de não ter tido um parto natural, tinhamos planejado um domiciliar. Mas infelizmente não aconteceu como queriamos. Graçasadeus o pós foi super tranquilo, nenhuma dor anormal, andava sem ficar curvada, e era a única que cuidava do neném (salvo ajudinhas do papai). Não sei se foi falta de informação, mas fiquei com medo de tentar um normal com o Uriel sentadão.
Mas se houver um próximo espero que seja tudo diferente. Eu vou ser diferente! ;) (já sou!)
Beijinhos
Lívia, mamãe do Uriel
Oie! Eu acompanho esse blog tem uns dois meses... e acho muito interessante. Textos que vem de encontro com situações das quais eu vivencio, um deles a maternidade. Esse texto me fez chorar muito... pois só pudi comprovar tamanha força depois que precisei usá-la, e não me arrependo em nenhum momento por esperar com tanta ansiedade por isso, pois meu VBAC foi simplesmente maravilhoso.
Ai que delícia parir! Ai que delícia a dor!
Lembro que no meu último TP eu olhava a Vânia(doula)e falava: Eu tinha esquecido de como doiaaa! E ESQUECI DENOVO!
Como vc disse eu repito: Oq influencia muito é o local que vc está!! Simples assim!
Tive dois pn.. Um hospitalar e um domiciliar...e se Deus me desse 30 bebês, os 30 nasceriam em casa!
Ai que saudades!
MARAVILHOSO esse texto! Tenho achado muito duro ouvir de pessoas próximas (principalmente homens!!) coisas do tipo "você não vai aguentar, vai acabar pedindo uma cesárea, certeza". Será que é tão difícil assim aceitar que alguém DESEJA passar pela experiência do parto, que quer sentir dor, se preciso for? É ler coisas assim que me faz sentir menos alienígena! :)
eu descobri assim: a dor era eu mesma falando comigo! porque não é uma dor só física. é também de outra ordem: inexplicavél e divina!
Leio esse blog a muito tempo, mas nunca comento.. hoje me deparei com seu post. DOR... é o fator PRINCIPAL na minha opinião, pela qual uma mulher se desespera e acaba caindo numa Cesárea. Mas q medo é esse? Eu nos meus 20 anos de idade SEM FILHO nenhum ACREDITO q a dor alem de estar em "tudo isso q vc citou" esta tambem na falta de conhecimento... tem gente q basta ouvir uma historia mal contada e PONTO, já se decide q a dor do parto vai matar e dalhe marcar uma cesárea. Acredito que conhecimento nessas horas é fundamental ... acredito que só quem passou sabe como é.. PORÉM acredito tambem que quem cavuca, estuda cada fator, e coloca verdadeiramente lado a lado cesárea X pn .. sabe o que é melhor.. e sabe q uma dor de parto pode ser facilmente amenizada qndo o CONTROLE esta nas SUAS mãos nas sua mente, no seu coração... QNDO tudo depende de vc.. e de suas escolhas, fica mais facil.. doeu demais ANALGESIA.. OK... mas qndo vc tem pleno conhecimento de todos os metodos de alivio de dor,MENOS invasivos do que uma anestesia, e vc se sente livre para escolher.. a coisa muda de figura.
A dor pode ser BOA tudo depende da forma com que vc encara ela.
Acredito nisso.
Lindo texto, amei! Parabéns!
Tenho orgulho de ter sentido essa dor. É inacreditável, mas tenho saudades deste momento! Dor misturada com um prazer enorme, que fica maior na medida em que o bebê vem chegando...beijos!
Olá meninas!
Conheci o blog por indicação de uma amiga e hoje resolvi escrever. Tenho dois filhotes, um de 9 anos e um filhinho de 8 meses que nasceu de cesareana. Quando completei 40 semanas e nao tinha nem sinal de trabalho de que entraria em trabalho de parto, meu medico indicou a cesarea. E quando meu pequeno nasceu, o pediatra disse que ele parecia um bebe de um mes, que estava mesmo "passando da hora". O pos-parto foi super dolorido e dificil...
Eu nao tive nenhuma influencia sobre a decisao de fazer cesarea. Eu preferia parto normal e meu medico tambem, mas eu tinha muuuuito medo. Nao da dor, mas do fato da mae biologica do meu filhao mais velho ter falecido em decorrencia do trabalho de parto. Eu me considero uma pessoa esclarecida, sei que cada gravidez é única e que os problemas são raríssimos, mas foi difícil para mim. Eu segurei toda a onda, para mostrar segurança a todos, especialmente ao meu marido, que passou pela enorme perda, mas na hora do parto eu estava apavorada. Agora sou uma mãezona, feliz, realizada, amamentando meu filhote só no peito até agora... Mas, quero ter outro filho e gostaria de superar este medo. Então, decidi escrever a vocês e pedir uma ajuda, uma indicação de alguém pra conversar sobre isso.
Peço a voces que não publiquem este post, pois não quero influenciar negativamente outras mamães!
Um beijo
INcrivel mesmo esse tema. Tive um PD lindo, cheio de detalhes , mas o que todos queria saber mesmo (e me vangloriar por ter passado sem remedio)era a da tal da dor. Vc tem toda razão qdo diz que a sensação é construida psicologica e culturalmente...
Bjs! Camila
Rê,
Tô assinando esse texto com vc, ok??!!rsrsrs
bjs
Muito legal este texto.
Eu sempre quis ter meu parto sem anestesia. Mas o primeiro me ofereceram tantas vezes que acabei cedendo. Depois fiquei frustrada pois não senti o meu filho nascendo, tive dificuldades para fazer força...No segundo estava determinada, pedi para ninguém me oferecer pois queria sentir plenamente o trabalho de parto e sentir o meu filho nascendo. Foi maravilhoso! A dor foi suportável e a emoção de sentir a inteligência do corpo agindo, a força acontecendo naturalmente quando acontecia a contração, sentir e ver ele nascendo, foi indescritível.
Lídia - mãe do Ravi e do Téo.
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