por: Kalu
A psicologia clássica diz que por volta dos 14 anos matamos ideologicamente nossos pais para construir nossa própria maneira de ver e experimentar o mundo. Esta fase conturbada é bastante benéfica para as mudanças de atitudes dos indivíduos para as próximas gerações.
De fato a geração da década de 80, da qual faço parte, foi a primeira a receber a influência mais intensa da televisão, agora colorida com uma programação voltada para as crianças. Esta babá eletrônica foi a salvação de muitas mães (e a glória dos anunciantes) que tinham jornadas duplas ou triplas em um período de profundas mudanças econômicas em nosso país.
Foi nessa época também que os alimentos industralizados ficaram mais baratos e ganharam as mesas dos braisleiros. Danones, chocolates, molhos prontos, pratos congelados ajudavam na rotina apertada dos lares.
Na década de 90 chegou o videogame e todo seu apelo emocional com as crianças: a TV que se mexe com seu comando e transforma-se no seu personagem preferido. Os eletrônicos, eletrodomésticos, celulares começaram a fazer parte da rotina das pessoas.
Aos 14 anos comecei a questionar este caminho que a sociedade estava tomando e pensava que se as pessoas continuassem assim esgotaríamos os recursos do planeta. Me tornei vegetariana (anos mais tarde voltei a comer carne branca), comecei a me preocupar com a reciclagem, com a redução do consumo de produtos. Estava profundamente influenciada pea Eco 92.
Anos mais tarde fiz jornalismo e me especializei em Educação Ambiental. Entendi a questão do consumo, do excesso de resíduos que produzimos. Hoje faço reciclagem, tenho uma casa com energia solar, me preocupo com a origem dos produtos que consumo, opto sempre que possível pelo orgânicos. Meu filho toma banho de bacia para economizar água do chuveiro corrente, mama no peito para evitar os leites artificiais, evitamos as papinhas processadas, os alimentos industrializados.
Procuro que ele assista o mínimo de TV possível para evitar uma hiperatividade cerebral e o estímulo ao consumo. Estimulo o consumo de frutas naturais, legumes e verduras em alimentos crus e sucos preferencialmente orgânicos. Vivemos no meio do mato e seus contato com a natureza é pleno
Um tapinha não dói também passa longe daqui. As palmadas são trocadas por muita conversa e o eterno ampliar da paciência, muito diferente da criação que tive. Mas se não decobrisse o quanto ruins são estas palmadas, jamais poderia fazer diferente para meu filho.
Ofereço uma vida ao meu filho com as mesclas do que considero ter sido importante para minha formação e mudança em relação do que diagnostico que atrapalhou. Uma vida mais natural e ecológica acredito ter sido mostrada por meu pai que sempre me proporcionou contato com a natureza, seja em parques ou férias na praia. A dedicação às brincadeiras também foi um legado que meu pai deixou como uma referência benéfica para meu desenvolvimento.
Sentia falta da espiritualidade, que sempre foi ausente aqui em casa, e esta relação com Deus procuro oferecer meu pequeno de maneira natural, fazendo-o reconhecer Deus em todas as coisas e pessoas.
O método educacional e orientação medicinal que dou ao meu filho é o oposto que recebi dos meus pais, que sempre usaram alopatia e optaram por um colégio de freiras por ser mais perto de casa. Mas o conhecimento de fitoterápicos que minha mãe sempre usou para ajudar numa tosse ou gripe, fazem parte do conhecimnto que transmito para meu filho.
Minha mãe optou ficar em casa conosco até meus 10 anos de idade. Eu me inspiro em sua dedicação e procuro equilibrar vida profissional e maternidade com equilíbrio, ciente na necessidade do tempo de qualidade e quantidade que crianças exigem.
Toda mãe quer o melhor para seu filho e a gente sempre aprimora a fórmula. Tenho certeza que meu filho fará as adequações pertimentes para a família que irá construir. Eu nasci de cesárea, assim como minha mãe. Meu filho de Parto Domiciliar. Quem sabe daqui 30 anos cesáreas serão realmente só em emergências, parto domicialiares comuns e ser ecológico obrigação. Reciclagem fundamental, alimentos orgânicos, regionais e de época os disponíveis, o consumo reduzido. Eu procuro ser a mudança que quero para o mundo e este é o legado que tento deixar para meu filho.
E vocês, o que fizeram igual a seus pais e o que tomaram de rumos diferentes?
Imagem: Paula Lyn - http://www.paulalyn.com.br/
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