por: Ana Thomaz, mamífera convidada
Planejar nunca foi o meu forte, desde cedo aprendi que o futuro pode ser mais interessante do que os meus planos, foram muitas as surpresas da vida, mas com a idade e a experiência, o caminho já parecia construido, então era só seguir vivendo.
Até uma gravidez inesperada me invadir.
O primeiro momento foi de dúvida, confusão, vertigem. Aos poucos, fui percebendo que não fiquei gravida de um bebê somente. Fiquei gravida de futuro, de presença de vida, de coragem; não fazia mais sentido seguir o rumo esperado. Era preciso transmutar, ter gosto pela aventura, confiar na vida; abrir-me para essa gravidez e tudo que viria junto com ela.
A mudança no campo virtual foi imediata, já era real. O dia a dia foi mudando aos poucos, constantemente, sem pressa; a vida tem ritmos diferentes em suas distintas dimensões.
Eu era mãe há 14 anos, duas vezes desde então. Mãe assumida, pra valer, mas foi nesta terceira gestação, a não esperada, que a maternagem subiu à flor da pele. Provavelmente não era só essa gravidez em si, mas a soma das três maternidades, e de todo modo de vida.
A revolução começou.
Segundo parto domiciliar, mas desta vez, trabalho de parto orgasmático. Enquanto eu transbordava amor por esse novo bebê, o amor pelos outros dois filhos crescia em ritmo acelerado.
O amor foi tanto que consegui forças para realizar um desejo de sempre: tirei meu filho da escola.
Até uma gravidez inesperada me invadir.
O primeiro momento foi de dúvida, confusão, vertigem. Aos poucos, fui percebendo que não fiquei gravida de um bebê somente. Fiquei gravida de futuro, de presença de vida, de coragem; não fazia mais sentido seguir o rumo esperado. Era preciso transmutar, ter gosto pela aventura, confiar na vida; abrir-me para essa gravidez e tudo que viria junto com ela.
A mudança no campo virtual foi imediata, já era real. O dia a dia foi mudando aos poucos, constantemente, sem pressa; a vida tem ritmos diferentes em suas distintas dimensões.
Eu era mãe há 14 anos, duas vezes desde então. Mãe assumida, pra valer, mas foi nesta terceira gestação, a não esperada, que a maternagem subiu à flor da pele. Provavelmente não era só essa gravidez em si, mas a soma das três maternidades, e de todo modo de vida.
A revolução começou.
Segundo parto domiciliar, mas desta vez, trabalho de parto orgasmático. Enquanto eu transbordava amor por esse novo bebê, o amor pelos outros dois filhos crescia em ritmo acelerado.
O amor foi tanto que consegui forças para realizar um desejo de sempre: tirei meu filho da escola.
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Sempre tive fortes críticas ao sistema escolar. Depois do meu terceiro parto, tive coragem de tirar meu filho da escola formal assim que ele terminou o ensino fundamental, e iniciamos um processo do ensino médio fora das instituições. Sou educadora há 20 anos, então aproveitei para iniciar um doutorado propondo uma nova maneira de pensar o ensino, e meu filho é minha tese.
Reduzi minha jornada de trabalho fora de casa, menos entrada de dinheiro, mas com a economia da escola, ficamos no lucro.
Sempre tive fortes críticas ao sistema escolar. Depois do meu terceiro parto, tive coragem de tirar meu filho da escola formal assim que ele terminou o ensino fundamental, e iniciamos um processo do ensino médio fora das instituições. Sou educadora há 20 anos, então aproveitei para iniciar um doutorado propondo uma nova maneira de pensar o ensino, e meu filho é minha tese.
Reduzi minha jornada de trabalho fora de casa, menos entrada de dinheiro, mas com a economia da escola, ficamos no lucro.
Estamos nesse processo há quase três meses, e já deu certo. A atmosfera da casa ficou mais leve. Como a rotina escolar estressa o dia a dia da casa! Levantar muito cedo, preparar correndo o café da manhã, preparar o lanche, levar para escola, buscar da escola, pedir para fazer lição de casa, para estudar para prova, para preparar o uniforme, pedir para dormir cedo para acordar cedo, reunião de pais, boletim, mensalidade, e o pior, perceber o filho não desenvolver gosto pelo estudo, pela leitura, pela própria formação.
Agora estudamos juntos, entre outras atividades dele. Que delícia estudar física quântica, biologia molecular, etnologia com filho adolescente! Pesquisamos, discutimos, experienciamos juntos, tão juntos que as vezes nos surpreendemos de mãos dadas durante a leitura.
Agora estudamos juntos, entre outras atividades dele. Que delícia estudar física quântica, biologia molecular, etnologia com filho adolescente! Pesquisamos, discutimos, experienciamos juntos, tão juntos que as vezes nos surpreendemos de mãos dadas durante a leitura.
Em nossos encontros diários, as duas pequenas nos acompanham, ficam por perto, brincam, nos inspiram e trazem ainda mais leveza para o ambiente.
Em outros momentos, dou aulas na faculdade de teatro, vou à aula de doutorado, sempre com a caçula a tiracolo. Quando as aulas são em casa, para os alunos da técnica Alexander, as duas me acompanham, às vezes dentro da sala, outras brincando pela casa.
Meus filhos me liberaram da esquizofrenia que me dividia entre vida profissional e vida pessoal. Claro que cada momento tem seu foco e suas prioridades, mas sempre com um, dois ou três filhos me acompanhando nessa jornada.
Eu nunca fui tão feliz!
Em outros momentos, dou aulas na faculdade de teatro, vou à aula de doutorado, sempre com a caçula a tiracolo. Quando as aulas são em casa, para os alunos da técnica Alexander, as duas me acompanham, às vezes dentro da sala, outras brincando pela casa.
Meus filhos me liberaram da esquizofrenia que me dividia entre vida profissional e vida pessoal. Claro que cada momento tem seu foco e suas prioridades, mas sempre com um, dois ou três filhos me acompanhando nessa jornada.
Eu nunca fui tão feliz!
Imagem: www.gettyimages.com.br
5 comentários:
Eita mulher porreta!
Não acho que seu modo de vida seja exemplo a ser seguido por todos, afinal, cada um deve ter seu próprio modo de ser feliz. Mas todos deveríamos ter coragem de fazer o que realmente desejamos, nos libertar de amarras sociais, convencionais e viver como queremos, desejamos em nosso íntimo.
Tenho muito a aprender...
Beijos e obrigada por compartilhar sua história inspiradora!
Sempre vi (principalmente na tv) mães que tiram filhos da escola e optam pela educação domiciliar.
Eu continuo tendo uma opinião contrária, acho que a escola é importante na formação da pessoa, independente do sistema de ensino. Digo pelo ambito pessoal, o convívio com outros, o aprendizado geral da vida e etc.
MAS lendo o seu post, e vendo que você dá aulas em faculdade e faz doutorado e é feliz com isso, não entendo sua idéia de querer restringir o acesso do seu filho a essas experiências?
Confesso que não sou muito informada nessa parte, mas trabalho numa instituição grande de ensino e sei de todo o processo burocrático que existe para fazer uma matrícula numa faculdade, pós ou etc. É possível que ele tenha acesso a isso sem ter uma formação escolar comprovada?
beijos
oi Cacau,
eu não estou optando pelo ensino domiciliar, mas pela educação para a potencia ao inves da educação para obediencia vigente no sistema brasileiro.
A maioria das aulas que estou criando para meu filho são feitas fora de casa e em grupo.
Diferente do que se pensa eu tenho certeza que na escola não se desenvolve vida social real, mas restringida por formas pre estabelecidas.
O assunto vai longe, digno de uma tese de doutorado!!!
Mas caso voce tenha mais interesse podemos conversar mais, meu e-mail é anathomaz@terra.com.br
Quanto ao certificado de conclusão, o governo e o senai oferecem prova anual para os auto didatas, podendo ingressar normalmente no ensino superior.
beijo
Ana
Que decisao linda! Parabens por sua coragem em assumir aquilo que entende ser o melhor para sua familia!!
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