Lembro-me da minha primeira aula de yoga. Comecei a contorcer meu corpo rígido e sentir uma dor insuportável. Imediatamente desisti. Até que, depois de inúmeras tentativas e desistências, a professora sugeriu que eu permanecesse na postura e respirasse, levando a atenção para aquele ponto de dor. E como num passe de mágica, a dor se tornou suportável.
Até este momento de minha vida sempre busquei amenizar as minhas dores corporais e espirituais sem procurar entendê-las: analgésicos para cabeça, medicamentos para estômago e o que quer mais que fosse. Foi naquele instante que algo mudou e passei a buscar a raiz do problema em vez de mascarar a dor.
Quando engravidei, a referência que tinha de parto e relatos é que se tratava da maior dor do mundo. Depois de viver minha experiência, permito-me fazer algumas análises sobre o tema:
1. As contrações do Trabalhode Parto são como ondas, que vem e vão. Não adianta temê-las. O melhor é compreendê-las como a preparação do útero para o grande final. Elas passam e só ficarão insuportáveis no momento de parir. Entregar-se a este momento único, concentrando-se e usando a respiração para aliviar o incômodo é uma sugestão valiosa.
2. Acredito que grande parte das mulheres que afirmam ter sentido uma dor insuportável, tenham tido seus partos induzidos. O uso da ocitocina no soro, para acelerar o trabalho de parto, faz com que estas suaves ondas se tornem um maremoto. A contração intensa do útero, uma após a outra, pode levar a uma queda de batimentos cardíacos do feto e a necessidade de anestesia.
3.Com o soro a mulher perde a mobilidade de seguir os instintos de seu corpo. Precisa ficar deitada e esta posição aumenta ainda mais a dor.
E porque devemos evitar o uso de anestesia? Acredito que este recurso tem sido usado indiscriminadamente e em raríssimas ocasiões, auxilia no trabalho de parto. Anestesiada, a mulher perde a capacidade de fazer força na hora correta, podendo ocorrer laceração do períneo e a chance de vivenciar plenamente a chegada de seu filho ao mundo.
Existem alternativas não farmacológicas para aliviar a dor: massagem com óleo morno na lombar, imersão na água morna, chuveiro quente, bolsa de água. Sentar e rebolar na bola, ficar de cócoras, concentrar-se na respiração.
A anestesia também acaba afetando o bebê e essa é mais uma das razões para você fugir dela. Em um ambiente tranqüilo, em que a mulher se sinta segura, cercada de profissionais dos quais ela tem vínculo e confiança, certamente as dores serão suportáveis e transformadoras.
Lembro que quando estava em consulta com meu antigo ginecologista e disse que não iria querer anestesia ele me disse:
Até este momento de minha vida sempre busquei amenizar as minhas dores corporais e espirituais sem procurar entendê-las: analgésicos para cabeça, medicamentos para estômago e o que quer mais que fosse. Foi naquele instante que algo mudou e passei a buscar a raiz do problema em vez de mascarar a dor.
Quando engravidei, a referência que tinha de parto e relatos é que se tratava da maior dor do mundo. Depois de viver minha experiência, permito-me fazer algumas análises sobre o tema:
1. As contrações do Trabalhode Parto são como ondas, que vem e vão. Não adianta temê-las. O melhor é compreendê-las como a preparação do útero para o grande final. Elas passam e só ficarão insuportáveis no momento de parir. Entregar-se a este momento único, concentrando-se e usando a respiração para aliviar o incômodo é uma sugestão valiosa.
2. Acredito que grande parte das mulheres que afirmam ter sentido uma dor insuportável, tenham tido seus partos induzidos. O uso da ocitocina no soro, para acelerar o trabalho de parto, faz com que estas suaves ondas se tornem um maremoto. A contração intensa do útero, uma após a outra, pode levar a uma queda de batimentos cardíacos do feto e a necessidade de anestesia.
3.Com o soro a mulher perde a mobilidade de seguir os instintos de seu corpo. Precisa ficar deitada e esta posição aumenta ainda mais a dor.
E porque devemos evitar o uso de anestesia? Acredito que este recurso tem sido usado indiscriminadamente e em raríssimas ocasiões, auxilia no trabalho de parto. Anestesiada, a mulher perde a capacidade de fazer força na hora correta, podendo ocorrer laceração do períneo e a chance de vivenciar plenamente a chegada de seu filho ao mundo.
Existem alternativas não farmacológicas para aliviar a dor: massagem com óleo morno na lombar, imersão na água morna, chuveiro quente, bolsa de água. Sentar e rebolar na bola, ficar de cócoras, concentrar-se na respiração.
A anestesia também acaba afetando o bebê e essa é mais uma das razões para você fugir dela. Em um ambiente tranqüilo, em que a mulher se sinta segura, cercada de profissionais dos quais ela tem vínculo e confiança, certamente as dores serão suportáveis e transformadoras.
Lembro que quando estava em consulta com meu antigo ginecologista e disse que não iria querer anestesia ele me disse:
- Para quê sentir dor? Nunca fiz um parto sem dar anestesia. Não gosto de fazer minhas pacientes sofrerem.
O fato é que o corpo do paciente é do médico, assim como o poder de decisão sobre ele. Eu não estava disposta a ser uma paciente. Era uma parturiente em busca de um parto ativo.
O fato é que o corpo do paciente é do médico, assim como o poder de decisão sobre ele. Eu não estava disposta a ser uma paciente. Era uma parturiente em busca de um parto ativo.
Certamente em um hospital, com uso da ocitocina (procedimento recorrente em todos os hospitais), poderia até conseguir meu Parto Normal, mas seria com anestesia, episiotomia e todo pacote de um parto tradicional.
Temos que entender o parto como uma cadeia de acontecimentos, como uma dança hormonal. Ao abalar com um dos hormônios há a necessidade de interferir em todo processo.
Para viver um parto pleno o ideal é ter a presença de uma doula, acompanhante de parto, para fazer valer suas decisões; um médico verdadeiramente disposto a um parto natural; um ambiente tranqüilo. Se optar por um parto hospitalar, passar a maior parte do tempo em casa, para não correr o risco de ter o parto induzido. Aguentar a dor com a certeza de que vale a pena.
Temos que entender o parto como uma cadeia de acontecimentos, como uma dança hormonal. Ao abalar com um dos hormônios há a necessidade de interferir em todo processo.
Para viver um parto pleno o ideal é ter a presença de uma doula, acompanhante de parto, para fazer valer suas decisões; um médico verdadeiramente disposto a um parto natural; um ambiente tranqüilo. Se optar por um parto hospitalar, passar a maior parte do tempo em casa, para não correr o risco de ter o parto induzido. Aguentar a dor com a certeza de que vale a pena.
4 comentários:
Kalu, mamífera querida
Permita-me um comentário: as contrações do parto não ficam insuportáveis no momento de parir. Afinal, a gente as suporta, não é mesmo?
Meu segundo parto foi natural, sem analgesia, sem episiotomia. As contrações finais foram fortíssimas, eu até achei que nem ia dar conta... Mas no final, achei muito melhor que o primeiro parto (normal, com analgesia e episio): recuperação super hiper rápida, e uma sensação de força e esplendor inimagináveis! Só passando por um parto natural pra saber como é.
Contei do meu parto em:
http://www.zdezebra.caixadepandora.com.br/?p=89
Oi Andréa,
Obrigada pela dica. Quis dizer que quando elas parecem insuportáveis o bebê já está nascendo... rs. No meu caso eu não senti dor alguma, só os puxos do expulsivo. Vou ler seu relato sim que eu amo!
Kalu, eu sou de Cuiabá e meu desejo é fazer Parto Normal Hospitala. Mesmo depois de muito procurar, não encontrei um ginecologista engajado no parto normal. Daí, você tem dicas para me ajudar a contra-argumentar com médico quando ele tentar me induzir ao parto normal? Abraçao, Mariana
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