por: Tata
Uma dúvida recorrente, especialmente entre mães de primeira viagem, é como cuidar dos dentinhos do bebê. São perguntas e mais perguntas sobre a necessidade - ou não - de escovar os dentinhos depois da mamada, quando começar a escovação, com o quê, que tipo de pasta usar, etc, etc, etc.
Bem, eu não sou especialista em odontologia, apenas mãe. O que posso fazer é dividir minha - não tão vasta assim, admito - experiência com vocês. Talvez ajude.
Quando as meninas ainda não tinham dentinhos, eu nem pensava em hábitos de escovação, confesso. Enquanto mamaram exclusivamente leite materno, ou seja, até os seis meses de vida, nem gazezinha, nem dedeira, massageador, nada disso. A preocupação com a higiene bucal era nula.
Depois dos seis meses, quando começaram a experimentar coisinhas novas, e veio a fase das papinhas, como as meninas ainda não tinham nenhum dentinho, comecei a dar uma limpadinha nas gengivas, para tirar os restos de comida que pudessem ficar ali escondidinhos. Mas não era depois de toda refeição, não. Uma vez por dia, e estava bom demais. Compramos aquelas dedeiras de silicone, mas o negócio ficava saindo do dedo e não era nada prático, então acabamos apelando para os velhos e bons quadradinhos de gaze enrolados no dedo. Cumpriam sua função com louvor.
Aí, vieram os dentinhos. E lá fomos nós atrás das primeiras escovinhas. No começo, é difícil mesmo. A criança fica meio "cabreira" com aquele negócio comprido, de formato estranho, que vem lhe sendo enfiado na boca assim, sem mais nem menos. Mas eu acredito que, mesmo que a higiene em si acabe não sendo lá essas coisas - tentem, e verão como é difícil escovar adequadamente os dentinhos de uma criança de um ano e pouco!! - , é importante manter o ritual da escovação, para que a criança se acostume e crie o hábito da higiene bucal, que vai ser importantíssimo para a vida inteira.
Vale lembrar que transformar a escovação diária em sessão de tortura está longe de valer a pena. Se seu filhote não curte mesmo a hora da escovinha, talvez forçar a barra não seja um bom caminho. Mais vale ir fazendo tudo de uma forma lúdica, divertida, ensinar pelo exemplo. Dar a escovinha na mão dele na hora em que você mesma for escovar seus dentes, deixar que ele experimente, tente. É claro que ele não vai fazer tudo certinho logo de cara. Mas talvez a diversão da tentativa o deixe mais aberto, e você até mesmo consiga completar o serviço depois. A velha e boa tática da estorinha, contando sobre o bichinho comedor de dentes, que adora roer um dentinho e tem medo de pasta - numa boa, sem terrorismo, como quem conta um conto de fadas! - também costuma dar bons resultados.
A pasta é outro ponto importante. Com as meninas, sempre usei creme dental sem flúor. As crianças não necessitam de fluor - nem mesmo nas consultas com o odontopediatra há necessidade de aplicá-lo - , e utilizá-lo sem indicação pode causar fluorose.
O momento ideal para levar os pequenos pela primeira vez ao consultório do dentista, creio, é algo bem pessoal. A menos que haja algum problema ou dúvida urgente, acho que lá pelos 3 anos, 3 anos e meio, é uma data boa para a primeira consulta. Eu levei as pimentas pela primeira vez com 3 anos e meio, e foi ótimo. Elas já tinham um mínimo de entendimento para que eu pudesse explicar antes o que ia acontecer, e como levei em um profissional escolhido a dedo (antroposófico, aliás), que já sabia ter muito jeito, paciência e carinho com os pequeninos, a consulta foi agradável, divertida e tranquila.
Nessa consulta, aliás, em uma hora de conversa fiquei sabendo de algumas particularidades interessantes da odontopediatria, que desconhecia até então. Por exemplo, eu nem desconfiava que os problemas com a dentição de leite estão muito mais ligados à gravidez e às experiências intra-uterinas do que aos hábitos de alimentação ou higiene bucal nos primeiros anos da criança. Achei interessantíssimo, assim como saber da importância desse espacinho que os pequenos costumam ter entre os dentes de leite, espaço esse que garantirá a acomodação correta dos dentes permanentes. Por sinal, os paralelos que a antroposofia traça entre a dentição da criança e seu estado emocional sua personalidade e seus traços mais particulares, são interessantíssimos. Eu, que acredito firmemente em uma visão holística e integrada de saúde, fiquei bem contente ao encontrar um dentista que não enxergue o paciente como "uma boca escancarada cheia de dentes", e nada mais.
É bacana sempre lembrar disso: que nossos dentes, como tudo em nosso organismo, refletem cada pedacinho do que somos, sentimos, vivemos. E tratá-los bem, com carinho e cuidado, significa, em última instância, cuidar bem de nós mesmos. Mais do que a necessidade de uma higiene disciplinadíssima e corrretinha, é esse conceito que pretendo passar às minhas filhas, em nossas sessões de escovação familiar no banheiro de casa...
Imagem: www.gettyimages.com.br
5 comentários:
"eu nem desconfiava que os problemas com a dentição de leite estão muito mais ligados à gravidez e às experiências intra-uterinas do que aos hábitos de alimentação ou higiene bucal nos primeiros anos da criança."
Hummmm... Que interessasnte... Bem que vc poderia dsr mais detalhes sobre isso.
Uma coisa que acho legal colocar é a relaçao com o fio dental. Eu dixo o Miguel brincando, passo nos dentinhos dele. é uma atitude que depois fará diferença, um hábito que deve ser cultivado sempre, com essa leveza que vc descreveu.
Marcia, vou tentar explicar pelo que me lembro da explicação dada pelo odontopediatra das meninas. Ele explicou que a dentição de leite tem a ver com a alimentação e hábitos da mãe durante a gravidez, e também com o estado emocional que o bb vivenciou dentro do útero materno. Por exemplo, crianças com os dentinhos muito apertados, sem espaçamento, podem ter vivido stress e agitação excessivas durante a gestação. Cáries nos dentes de leite, em geral, também estão ligadas tanto a questões emocionais quanto à alimentação da mãe na getação. Assim como outros problemas, escurecimento de dentes (a não ser com batidas, porque aí a causa é externa), e outros. Eu não entrei em detalhes com ele de que tipo de problema pode causar as cáries, por exemplo, porque as meninas não têm, e a dentição delas é ótima... então não posso te dar mais detalhes do que essa noção geral. Mas esse odontopediatra é muito bacana, se você quiser o contato me avisa. E vou tentar dar uma pesquisadinha mais a fundo sobre o tema, o que eu achar, coloco aqui, ok?
bjo!
Eu tenho muita sorte nesse aspecto, minha baixinha SEMPRE adorou escovar os dentinhos. Antes massagem nas gengivas com gase e água, os dentinhos só foram aparecer com quase 1 aninho e ela sempre adorou!
Hoje em dia eu escovo e passo o fio dental e depois a deixo escovar sozinha enquanto escovo os meus. Ela simplesmente ADORA e quando vai terminando de comer alguma coisa já vai me avisando que precisa escovar os dentes! rs uma linda!
beijos!
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