por: Luciane Trapp, mamífera convidada
Engraçado! Esse mês faz um ano que deixei de trabalhar para cuidar dos meus filhos. E digo, não há dinheiro, carreira ou prestigio que pague o que estou vivendo!
Hoje entendo que ser mãe é deixar de viver a nossa vida para cuidar da vida desses seres divinos que escolheram vir ao mundo através de nós! É, sobretudo, não ser egoísta. Viver plenamente como mãe é curtir preparar a comidinha deles todos os dias, sentar no chão pra brincar, inventar coisas, tolerar, dividir, aprender, amar!! É tropeçar em brinquedos espalhados pela casa, é ficar descabelada o dia inteiro, é não conseguir fazer nada!!!! Mas devo dizer: é incrível mesmo assim!!!!
Já vivi a situação de colocar minha filha na escola aos seis meses para poder trabalhar, e vejo quantos momentos eu perdi! E a troco de que? Conforto, coisas materiais, eu tenho a vida inteira para conquistar, mas ter os filhos pequenos é só uma vez na vida! Este tempo não volta! A maioria das pessoas que eu conheço NÃO precisaria trabalhar!
Quando paro para pensar, lembro que desafiei todos os meus limites (psicológicos, financeiros e outros) buscando uma maneira digna e humanizada de trazê-los ao mundo, e por que não desafiar novamente estes limites cuidando deles na primeira infância??? Errei muito, sim, mas sinto-me amadurecida hoje, mudei! Como é bom mudar pra melhor!
É muito diferente meu sentimento hoje, comparado ao tempo em que trabalhava feito uma louca. Naquela época, eu achava que era preciso, que TINHA que ser assim, que eu não podia abrir mão da minha vida, dos meus esportes, e blá blá blá, que eu podia curtir minha filha de manhã e à noite, que não ia fazer diferença pois ela não iria ficar grudada em mim a vida inteira, que era bom ter os amiguinhos da mesma idade, etc.
Mas faz diferença, sim! Vejo meu filho de oito meses: ao longo do dia, ele aprende muitas coisas, e eu acompanho cada evolução já morrendo de saudades! Tirei minha filha de três anos e meio da escola, e ela “desintoxicou”: está muito mais esperta e comendo alimentos que recusava antes, fora outras coisas: mudanças comportamentais, está mais segura de si, pintando coisas com capricho. Estou RE-conhecendo minha filha.
A cada dia, eu proponho uma atividade diferente, e a estimulo a ter idéias. Não entendo porque com dois anos ela tinha que pintar o balãozinho com a letra “A” de azul, e o balãozinho com a letra “E” de vermelho! E se quisesse pintar colorido, estava errado??? Hoje, minha concepção de escola mudou muito, e minha visão crítica, muito mais.
Se não puder pagar uma escola que estimule a criatividade, então melhor ficar em casa, comprar livros incríveis, e dividir esse momento de criatividade com eles. Outro dia, dei à minha filha um cabo de vassoura, 5 cabides, e fiquei observando o que ela ia fazer. Ela fez um escorregador de cabides, e depois ficou mais de uma hora inventando coisas a partir destes dois elementos. Criança em casa aprende brincando. E mãe em casa é muito mais feliz e realizada!!!!!
Por melhor que seja a escola, não terá o carinho que só nós mães somos capazes de proporcionar! E a vida social? Ah, temos amigas maternas com seus materninhos podendo se encontrar o tempo todo para brincar!
Minha família (inteira) mora longe. Sempre tive que dar um jeito de me virar sozinha. Mesmo hoje, com dois filhos, digo que é possível viver, até sem empregada ou cozinheira! É uma loucura, mas dá! Dei um jeito de me organizar, descubro a cada dia novas maneiras de fazer coisas! Amadureci, como mulher e mãe!
Prefiro não ter muitos luxos. MAS estou certa que estou cuidando muito bem das maiores jóias que tenho neste mundo! Teve situações até que, ao olhar os dois juntos, brincando e rindo, inventando, se curtindo, sorrindo pra mim, em plena terça feira às três da tarde, que cheguei a chorar de saudades deste momento, saudades do HOJE, e quero muito sentir essas saudades!
Por isso digo: se você tem a oportunidade de ser mãe em tempo integral e cuidar dos pequenos até uns três anos, ou até sentir que eles estejam preparados para a escola, fique com eles, arrume um trabalho que dê pra fazer em casa, somos bicho-mãe, mamíferas, criativas!!!
É cansativo? Muito!!
Hoje entendo que ser mãe é deixar de viver a nossa vida para cuidar da vida desses seres divinos que escolheram vir ao mundo através de nós! É, sobretudo, não ser egoísta. Viver plenamente como mãe é curtir preparar a comidinha deles todos os dias, sentar no chão pra brincar, inventar coisas, tolerar, dividir, aprender, amar!! É tropeçar em brinquedos espalhados pela casa, é ficar descabelada o dia inteiro, é não conseguir fazer nada!!!! Mas devo dizer: é incrível mesmo assim!!!!
Já vivi a situação de colocar minha filha na escola aos seis meses para poder trabalhar, e vejo quantos momentos eu perdi! E a troco de que? Conforto, coisas materiais, eu tenho a vida inteira para conquistar, mas ter os filhos pequenos é só uma vez na vida! Este tempo não volta! A maioria das pessoas que eu conheço NÃO precisaria trabalhar!
Quando paro para pensar, lembro que desafiei todos os meus limites (psicológicos, financeiros e outros) buscando uma maneira digna e humanizada de trazê-los ao mundo, e por que não desafiar novamente estes limites cuidando deles na primeira infância??? Errei muito, sim, mas sinto-me amadurecida hoje, mudei! Como é bom mudar pra melhor!
É muito diferente meu sentimento hoje, comparado ao tempo em que trabalhava feito uma louca. Naquela época, eu achava que era preciso, que TINHA que ser assim, que eu não podia abrir mão da minha vida, dos meus esportes, e blá blá blá, que eu podia curtir minha filha de manhã e à noite, que não ia fazer diferença pois ela não iria ficar grudada em mim a vida inteira, que era bom ter os amiguinhos da mesma idade, etc.
Mas faz diferença, sim! Vejo meu filho de oito meses: ao longo do dia, ele aprende muitas coisas, e eu acompanho cada evolução já morrendo de saudades! Tirei minha filha de três anos e meio da escola, e ela “desintoxicou”: está muito mais esperta e comendo alimentos que recusava antes, fora outras coisas: mudanças comportamentais, está mais segura de si, pintando coisas com capricho. Estou RE-conhecendo minha filha.
A cada dia, eu proponho uma atividade diferente, e a estimulo a ter idéias. Não entendo porque com dois anos ela tinha que pintar o balãozinho com a letra “A” de azul, e o balãozinho com a letra “E” de vermelho! E se quisesse pintar colorido, estava errado??? Hoje, minha concepção de escola mudou muito, e minha visão crítica, muito mais.
Se não puder pagar uma escola que estimule a criatividade, então melhor ficar em casa, comprar livros incríveis, e dividir esse momento de criatividade com eles. Outro dia, dei à minha filha um cabo de vassoura, 5 cabides, e fiquei observando o que ela ia fazer. Ela fez um escorregador de cabides, e depois ficou mais de uma hora inventando coisas a partir destes dois elementos. Criança em casa aprende brincando. E mãe em casa é muito mais feliz e realizada!!!!!
Por melhor que seja a escola, não terá o carinho que só nós mães somos capazes de proporcionar! E a vida social? Ah, temos amigas maternas com seus materninhos podendo se encontrar o tempo todo para brincar!
Minha família (inteira) mora longe. Sempre tive que dar um jeito de me virar sozinha. Mesmo hoje, com dois filhos, digo que é possível viver, até sem empregada ou cozinheira! É uma loucura, mas dá! Dei um jeito de me organizar, descubro a cada dia novas maneiras de fazer coisas! Amadureci, como mulher e mãe!
Prefiro não ter muitos luxos. MAS estou certa que estou cuidando muito bem das maiores jóias que tenho neste mundo! Teve situações até que, ao olhar os dois juntos, brincando e rindo, inventando, se curtindo, sorrindo pra mim, em plena terça feira às três da tarde, que cheguei a chorar de saudades deste momento, saudades do HOJE, e quero muito sentir essas saudades!
Por isso digo: se você tem a oportunidade de ser mãe em tempo integral e cuidar dos pequenos até uns três anos, ou até sentir que eles estejam preparados para a escola, fique com eles, arrume um trabalho que dê pra fazer em casa, somos bicho-mãe, mamíferas, criativas!!!
É cansativo? Muito!!
É mais fácil trabalhar fora e designar essa tarefa a terceiros? É!!
Eu escolhi parar tudo, e viver! E você?
Eu escolhi parar tudo, e viver! E você?
Imagem: www.gettyimages.com.br
9 comentários:
Lu, parabéns pela mudança de vida. Através do seu texto consegui sentir toda a alegria que essa mudança te proporcionou. Eu também acho muito bom poder ficar integralmente com os filhos. Me sinto privilegiada por ter podido acompanhar cada fase de desenvolvimento da minha filha. Realmente não tem preço.
Bjs.
Lu, palmas, palmas e mais palmas pro teu texto!! Eu também, como você, optei por botar o pé no freio e curtir esses primeiros anos do ladinho das minhas filhotas, acompanhar cada passinho delas, cuidar do seu desenvolvimento, abraçar e beijar muito, dar toda a minha atenção e carinho. Como você disse, são momentos que não voltam. E - com o perdão do apelo mastercard - não têm preço!
bjo
Oi Lu!
Eu também me dedico integralmente às minhas duas filhas (uma canina e uma humana). Deixei de trabalhar até uma semana antes da Letícia nascer (há um ano) e não me arrependo nem um pouco! Prefiro mil vezes essa vida corrida e maluca de mãe 24 horas do que minha menina em uma escolinha, sem sabermos se estará realmente sendo bem cuidada, como a gente, mãe, cuida dos nossos rebentos.
Adorei o texto!!!
Eu sempre gosto de ler os e-mails da Lu Trapp nas listas, mas deste texto, excepcionalmente, não gostei. Achei as frases finais, principalmente, bem preconceituosas, insinuando que quem trabalha fora escolhe o mais fácil e não vive. Não concordo com isso. Eu trabalho fora e gosto muito, não me vejo largando tudo para virar dona de casa, essa é a minha forma de viver. Fiz adaptações e sacrifícios no meu trabalho (de fácil não tem nada), de forma a poder vivenciar o dia a dia da minha filha, ainda que em parte (passo as manhãs com ela), e isso para mim foi um bom equilíbrio. Para mim é importante ter independência financeira e algumas horas dedicadas a outros assuntos, assim como acho bacana passar para minha filha o exemplo de que trabalhar é legal e também traz felicidade e realização.
Leio muitos nas listas diversos e-mails nesse sentido, de quem largou tudo e está mais feliz, mas isso me soa um pouco como aquela história do "estou bem resolvida com a minha cesárea", sabe? Se está, por que gastar tempo e paciência justificando tanto? Por que tratar o assunto tanto na defensiva (ex: "fiz essa escolha e não me arrependo"), sendo que ninguém está atacando?
Sorry, meninas, adoro o blog, adoro os e-mails (pq não conheço pessoalmente) da Lu Trapp, mas deste texto vou discordar, tá? Beijos a todas.
Acredito que uns e-mails meus deram idéias para esse texto, heim Lu?
Eu não pararia de trabalhar para ficar só com Arthur, porque eu adoro trabalhar, sinto que sou mais legal e disposta com ele quando tenho um tempinho para ser a Dani e não a Dani-mãe.
Por outro lado, abri mão de ganhar mais e trabalho menos horas por dia, perto da casa da minha mãe onde ele fica, saio para amamentar e se ele precisa de mim minha mãe liga e em 3 minutos estou lá. às vezes até mais rápido que quando estou em casa tentando dar conta de tudo. hehehe
Enfim, cada um tem seu arranjo. A Lu é um exemplo para mim, mas não significa que eu faria tudo como ela.
E conheço mães que ficam em casa com os filhos, mas são muito infelizes e não parece ser uma boa opção para todas.
Só quero acrescentar que também não gostei muito da frase no final dizendo que é mais fácil trabalhar fora e designar a tarefa de cuidar dos filhos a terceiros.
Super beijo!
Esclarecendo.... tive dois filhos...vivencias totalemte opostas nos primeiros meses de vida deles.. e comparei: deixar na mao de terceiros versus cuidar eu mesma. Realmente é sofrido tal, nao quis dizer isso, deixar seu pequeno para os outros cuidar, maaaaaaaas, acaba sendo uma mao na roda. Prefiro agora. O texto foi pra chacoalhar mesmo. Tive as duas vivencias, por isso comparei mesmo, e vejo exatamente assim. Tenho uma pequena grande história de vida nesse meio, sofri horrores na vida (que nao vem ao caso agora). A questao principal é: dedicar amor e TEMPO ao seu filho nao é deixar de ser vc mesma, é fazer escolhas no agora, e no futuro.
Se pudesse voltar no tempo nao teria trabalhado quando minha filha era bebê. Digo, repito e bato o pé! Nao mesmo.
Namastê!
Lu, pode acreditar que chacoalhou!
Inclusive eu estava para tomar uma decisão e seu texto influenciou bastante para que eu continuasse meu caminho de ganhar pouquinho mas ter mais tempo e disposição para meu filhote.
Sobre ser mais fácil trabalhar fora, sei que passou pelas duas experiências e fala baseada nisso. Vai ver até tem razão, mas para mim, continuo preferindo do meu jeito. E a frase ficou meio atravessada, mas tudo bem, continuo sua fã de carteirinha.
Beijos!
Oi Lú, te conheci outro dia numa sessão do Cinematerna e papeamos rapidamente, não sei se você se recorda!
Então, como você, também parei de trabalhar fora para me dedicar à maternidade 100% e acho que foi a escolha mais certa que fiz em toda a minha vida além de ter optado pelo parto natural, amamentar em livre demanda e até qdo a minha pequena cansar (se isso acontecer...rs). Ela acorda DIVERSAS vezes à noite e mtas vzs fico esgotada e acho que trabalhando fora seria uma tarefa bem complicada, apesar de que trabalho bastante em casa tbm.
Mas fiquei muito feliz pelo o que você escreveu, pq acho que é o mais correto a se fazer qdo há possibilidades para isso e realmente vejo muita mãe que poderia se dedicar aos seus filhos ficando em casa mas que não quis abrir mão de sua carreira e "status quo"... Acho isso muito triste, pq é uma época que não tem volta e o que deve ficar é mta culpa, no mínimo. Conheço casos de bebezinhos deixados em creches em tempo integral mtas vezes e a criança sai chorando pq não quer se afastar da tia! Gente, como fica o coraçãozinho dessa criança, que referências ela vai ter qdo crescer, como vai aprender sobre o amor, ninguém pensa nisso?? Tem momentos que chego a sentir uma certa revolta, mas ao mesmo tempo me vem aquela vozinha pedindo para eu parar de criticar, pois, afinal, cada um está num nível de consciência/compreensão.
Acho que estamos seguindo o caminho mais certo, o do coração e o resto: carreira, posição social, luxos, cobranças sociais, a gente deixa aonde devem estar: muito abaixo do realmente importa, que é amar nossos filhos de coração aberto, sem medo de se entregar, sem medo de se perder nesse amor que chamo de divino, pois acredito que Deus está nessa entrega e o resto virá como consequência se precisar vir.
Beijos pra ti, Lú! Escreva sempre suas experiências e depois quero saber suas descobertas de como lidar com a casa sem empregada, cozinheira...ok?
Lu:
Acho que é isso ai, bicho... estamos em constante mutação.
Vc mudou visivelmente, de 23005 para cá.
E graças à deus não somos estanques né?
bjocas com saudades
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