por: Deborah
Ontem voltei ao trabalho, depois de mais de 6 meses. Entrei de licença no dia 27 de junho, por conta de um probleminha que tive no tornozelo. O Pietro nasceu no dia 07 de julho. Foram mais de 6 meses em casa. Quase seis meses de dedicação exclusiva a ele.
Imaginei uma volta muito sofrida. Minha recordação era do retorno depois da nascimento da Isadora, apenas 29 dias depois. Meu desespero para ordenhar, manter a amamentação, a dor da separação. Imaginava que desta vez seria pior, por passar tanto tempo com ele, tanto colo, tanto peito... Era o que diziam, "este menino vai dar trabalho", "está muito acostumado com você", "não pega mamadeira", "vai até ficar doente". Eu imaginava que também sofreria, com a mudança de um dia para o outro. Preferi, ouvindo opinião das listas de discussão, não fazer um "test drive" da separação. Fiquei com ele nos dias que antecederam meu retorno ao trabalho, como sempre fiquei.
Por conta das coisas que foram acontecendo dia a dia, não consegui fazer estoque nenhum de leite. Voltei pro trabalho deixando apenas o que eu acreditava ser suficiente para uma mamada. E foi assim. O dia amanheceu, tive que acordá-lo e do jeito que estava, sem trocar nem nada, pois já estava no meu horário, o levei na minha mãe, que é onde ele vai ficar neste começo.
E... surpresa, tudo foi muito tranquilo... Sem choro dele, sem aperto no coração meu. Mamou o que tinha e até sobrou, tomou chá sem, açúcar, pois autorizei que minha mãe desse, apenas dois dias antes de completar seis meses. Na hora do almoço fui para casa, não por ansiedade e nem por ele, mas pela Isadora que quis vir ao meu trabalho no período da tarde. Aproveitei e o amamentei, mas tudo na mais perfeita paz. Nada de culpa, nem dor...
Trabalhei tranquila, com a sensação de missão cumprida. Tirando o fato de que há uma semana ele passou a acordar várias vezes durante a noite para mamar, parece que nada mudou para ele. Nestes dois dias, dormiu no colo da minha mãe e quando ela não conseguiu dar o colo, pois ele pesa muuuito, ela o faz dormir no carrinho, o que eu deixo a critério dela, pois é o momento dela, comigo é sempre no colo ou no peito...
Enfim, o que tiro desta história?
Primeiro, que quando temos condições de nos entregar, de passar estes meses por conta de nossos bebês, temos a certeza de que demos tudo o que nós e eles precisávamos e tudo fica mais fácil depois.
A tranquilidade deles vem da gente. Se quando o deixamos, seja no berçário, com a avó, com a babá, e temos a confiança de que estamos fazendo o melhor, eles se sentem seguros também e fciam bem.
Eles sabem muito bem o que está acontecendo. O Pietro aproveita o dia para dormir e nem mama tanto como eu imaginava que mamaria. Guarda toda a sua energia para mim. Bebês são sábios.
Excesso de colo ou de peito não faz mal e muito menos vicia. Eles sabem quando podem e aceitam quando não têm, desde que sejam tratados sempre com carinho, respeito e atenção.
Eu, que tive minhas necessidades mamíferas saciadas neste tempo, me sinto mais criativa no trabalho, mais tranquila, mais feliz!
Todos estamos bem... E você , como foi o seu retorno ao trabalho?
Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
Olá!
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3 comentários:
Eu retornei quando a pequena tinha 4 meses e pra mim foi um processo dolorido, sentia muita falta e muito culpada por deixá-la. Mas ela sempre esteve bem, segura e feliz, graças a Deus! rs*
Hoje em dia sei bem como você se sente, mas no começo foi difícil!
beijos!
Bom, eu não tive esse "retorno ao trabalho", porque trabalho em casa, então sempre pude ficar grudadinha nas pimentas. Essa separação só rolou quando elas tinham nove meses e eu voltei pra faculdade, mas foi tudo tão gradual, no começo eram três, quatro horas longe de casa, uma ou no máximo duas vezes na semana... e eu tinha uma pessoa de confiança, com quem deixá-las e saber que elas estariam sendo bem tratadas e se sentindo seguras, isso é importantíssimo.
Acho que o grande barato é respeitar o tempo, não atropelar. Cada dupla (no meu caso, trio, rs) mãe/bb tem seu tempo para digerir a separação, o tempo longe. Não tem regra. Quando se pode fazer as coisas respeitando esse tempo, acho que tudo é mais tranquilo, menos sofrido. É como parece ter sido agora, com você e com o Pietro.
bjoca!
Que bom que foi tudo tão tranquilo para vocês. Para mim foi um sofrimeento. Acho que eu sofri mais que o Gabriel (que ficou sob os cuidados do pai). Ele tinha apenas dois meses... Chorei muito e, dois meses depois, abandonei o emprego. Aliás, essa é a minha primeira semana em casa. Adorei acordar segunda-feira e curtir o meu bebezão na cama!
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