por: Tata
Eu me lembro muito, até hoje, dos Natais de quando eu era pequena. Da expectativa pela grande noite, da cidade decorada aos poucos, da montagem anual da árvore com as bolinhas coloridas - uma ou outra sempre se estilhaçava!! - , dos panetones, da ceia com peru, farofa e arroz com passas, das propagandas com musiquinhas de natal e da invasão dos papais noéis, por todos os lados. Lembro das cartinhas escritas com todo cuidado, da expectativa pela visita do bom velhinho, da fatia de panetone mordida na manhã do dia 25, da delícia da fantasia.
Agora, vivo isso tudo novamente, pelos olhos das minhas pimentas. Esse ano, já com 3 anos e 7 meses, elas foram começando a entender melhor as coisas, curtiram a preparação, escreveram cartinha, contaram os dias pela visita do papai noel. Foi bacana demais curtir toda essa espera junto com elas, montar a árvore com a ajuda de quatro maozinhas ligeiramente estabanadas, vê-las exclamando: "olha, mamãe, Natal!!!", a cada luzinha ou enfeite que viam pela rua, ouvi-las especular sobre como o bom velhinho entregaria os presentes caso chovesse na noite de natal, ajudá-las a contar os dias que faltavam para a grande noite, contar estorinhas e mais estorinhas sobre os duendes, a fábrica de brinquedos, as renas e o pólo norte e, por fim, ver os olhinhos brilhando e as mãozinhas afoitas rasgando os papéis coloridos na manhã tão esperada.
Criança precisa de magia. De fantasia, de sonho. Tem gente que não estimula isso nos filhos, não leva pra ver o papai noel e prefere nem envolver a criança na preparação para o natal, para fugir do consumismo. Eu já acho que o consumismo só predomina se a gente permite. Dá pra levar a coisa pelo outro lado. Um lado mais lúdico, mais doce, de sonho. Coisa tão importante na infância. Aliás, não só na infância, já que sonhar, fantasiar e permitir-se um tantinho de magia é algo que faria um bem danado a uns tantos adultos que conheço, também.
Eu não estimulo hábitos consumistas nas meninas. Levo elas em supermercados, shoppings, tudo isso numa boa, porque não são o tipo de criança que pede tudo o que vê. Mas nem por isso abdico de dar presentes de vez em quando, sabendo que isso não é medida do meu amor por elas, mas pode ser, sim, um gesto de carinho. Não o único, mas mais um, entre tantos que tenho com minhas filhotas, todos os dias, naturalmente.
A alegria de rasgar os embrulhos na manhã de natal é uma lembrança da minha infância que até hoje me aquece o coração. Assim como tantas outras que não tinham nada a ver com presentes, como andar de bicicleta na rua de cima da minha casa ou na faculdade que ficava perto, ir até o mercado com minha mãe e meu irmão nas tardes tranquilas de sábado, comer bolo de chocolate depois da aula de natação ou sair numa noite de sexta feira na traseira de uma perua para uma viagem familiar decidida de última hora.
A verdade é que cada gesto pode ter milhões de significados. Desde o mais materialista e fútil, até o mais lúdico, poético e mágico.
No fim das contas, depende muito menos do que é, do que de como a gente encara.
Imagem: www.gettyimages.com.br
2 comentários:
Aqui é bem assim também, eu não estimulo o consumismo, só a magia e alegria da data, a pequena adora e eu também!
O Miguel é muito pequeninho e ainda não entende as coisas completamente. Ele ajudou a fazer a árvore com piscas, arrumou a casa para o Natal. O presente ele ganhou de amigos e parentes. Muitos presenets bacanas. Eu comprei um presente para ele usar (que me trouxeram de fora) que foi uma mochila de carregar crianças em trilhas. O máximo!!! Ano que vem vou colocar a meia, o pedido dentro e colocar um presente debaixo da árvore para ele abrir na manhã de natal. É uma doce lembrança da minha infância. As pimentinhas devem ter amado tudo!
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